Uma das máximas que aprendemos nos primeiros dias de nossa caminhada como cristãos é que no céu, as ruas são de ouro. Esta afirmação baseia-se no texto do Livro das Revelações (Apocalipse) onde o apóstolo João escreve: “As doze portas eram doze pérolas, cada porta era feita de uma única pérola. A rua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.”
Sempre vi as pessoas falarem sobre este texto com um certo ar de ostentação. Como quem diz, vou morar num lugar feito de ouro e cristal em que andaremos altivos ostentando coroas enfeitadas. O problema deste tipo de visão é que ela surge a partir de um olhar humano e consequentemente corrompido pelo pecado.
Quando as Escrituras falam de ruas de ouro isso é um alerta de que na eternidade os bens materiais não possuem o valor que lhes são atribuídos neste plano da existência humana. Ou seja, o ouro, aquilo que, para nós é o que há de mais precioso, no reino de Deus serve, na melhor das hipóteses, para ser pisado e é usado como pavimentação.
Da mesma forma, as coroas, que são cinco a saber segundo o texto sagrado: Coroa Incorruptível, Coroa de Regozijo (Alegria), Coroa de Justiça, Coroa de Glória e Coroa da Vida. Note que todas se referem a qualidades não materiais mas sim de estados da existência. Não se tratam de objetos mas de símbolos da recompensa por permanecer firme mesmo diante de tantas barreiras que a todo custo lutam para nos afastar de Deus.
O verdadeiro ornamento do crente consiste na glória de Deus obtida através de uma vida voltada a cumprir a ordem de Jesus para sermos perfeitos como Ele é perfeito. Quando Deus nos formou, ele nos formou perfeitos e do que ele nos fez? De ouro, de pedras preciosas? Não, ele nos formou de argila, de barro, mas colocou em nós sua própria essência nos tornando imagem e semelhança de si mesmo.
Ontem quando voltava de viagem, vinha conversando com o motorista do BlaBlaCar sobre a simplicidade do Evangelho de Jesus Cristo e como nós gostamos de complicar as coisas tornando tudo mais difícil e complexo do que realmente é. O Evangelho é simples, a Salvação está ao alcance de todos e basta um simples sim para o Mestre. Um simples aceitar que Ele é o Senhor.
Para de se achar o último biscoito do pacote porque você não é, eu não sou, ninguém é. Pelo contrário, nós somos o problema e Jesus é especialista em transformar problemas em soluções, mas para isso acontecer temos que abrir mão de nós mesmos e permitir que Jesus seja o Senhor de nossas vidas nos conduzindo à eternidade. Este é o verdadeiro prêmio que não ficará numa estante tomando poeira. Mas antes estará impregnado em nosso DNA por toda a eternidade.
Pense nisso!