Mostrando postagens com marcador Relacionamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Relacionamento. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Porquê o Brasil é um Pais Atrasado - Parte Um

Parece que estamos, ainda, muito longe de cumprir os requisitos básicos para ser primeiro mundo!
Estava observando alguns anúncios, com a minha esposa, em um grupo de vendas do Facebook. É um grupo destinado a produtos infantis como: roupas, acessórios, brinquedos, móveis, etc, direcionados para crianças. Percebemos muitos anúncios de terrenos, carros, motos e outras bugigangas que não tem nenhuma relação com o tópico do grupo. Comentei com ela que eu administro um grupo destinado a músicos e produtores musicais e tenho o mesmo problema. Coloquei avisos, instruções detalhadas, pedidos, mas mesmo assim me deparo com anúncios de carros, motos, terrenos, comida, celulares e toda sorte de itens sem nenhuma ligação com a temática do grupo. A coisa vai tão longe que precisei radicalizar. Colocando moderação nas postagens e excluindo os insistentes. Tenho notado isto em vários grupos pelas redes sociais. Uma boa parte das pessoas simplesmente não respeitam as regras destes grupos. Isto me leva a crer que o brasileiro (parte da população) não sabe viver com liberdade.

Temos um problema muito sério! Não sei afirmar ao certo, qual ou quais as causas disso, mas arrisco uns palpites e gostaria de compartilhar e conhecer outras opiniões sobre o tema. Afinal, uma boa convivência exige o respeito mútuo e a observância de certos princípios para que as coisas fluam de forma positiva e produtiva. Vou destacar alguns pontos que considero relevantes para compreender este comportamento intransigente da parte de alguns indivíduos. 

Educação


Não estou me referindo ao ensino escolar mas a boa educação familiar, aquela que é, ou deveria ser, ensinada pelos pais aos seus filhos. Tenho 56 anos e fui criado com princípios e valores bem definidos. Respeitar as demais pessoas, respeitar a propriedade alheia, seguir as regras de cada lugar ou grupo específico, compreender que existem limites e o mais importante: que as liberdades que temos devem ser seguidas de responsabilidade proporcional, ao se valer destas liberdades, de modo a não interferir na liberdade dos demais. Esta cultura, totalmente equivocada, que afirma: "Se te faz feliz, então faça", tem formado uma geração que não conhece limites e pensa que o mundo existe por sua causa e não o contrário. São como crianças, classificadas pela minha amiga e blogueira, Márcia Pinho, como: homeninos.  São seres que deveriam se comportar como adultos mas que se comportam como infantes mimados que não admitem um não, como resposta. Talvez a culpa sequer seja deles, mas de pais que não tem nenhuma autoridade sobre os filhos. Existem valores que não são negociáveis, como se fossem meros Gadgets descartáveis.

Correção


Uma certa vez estava retornando com a minha mãe da casa da minha avó. Devia ter uns cinco anos. Descemos do ônibus e fomos até o carrinho de pipoca. Minha mãe comprou uma pipoca e eu peguei um dropes sem ela e nem o pipoqueiro perceberem a manobra. Quando chegamos em casa eu mostrei o dropes e questionado por ela expliquei o que havia ocorrido. Ele não me bateu! Simplesmente voltou comigo até o pipoqueiro (não era muito perto), me fez devolver o dropes e pedir desculpas. Explicou que aquilo era errado. Resultado? Nunca mais eu peguei nada de ninguém sem pagar ou sem o devido consentimento.

Um dos grandes problemas que assola esta geração é a sensação e a certeza da impunidade pelos seus atos. Correção e disciplina são fundamentais para moldar o caráter de um ser humano. Uma sociedade que não pune os maus, alimenta o desejo da transgressão, pois o crime passa a ser relativizado e o transgressor olha as vantagens que acabam se mostrando maiores que as desvantagens.

Falta de empatia


Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e sentir o que esta está sentindo. Entendo que esta incapacidade de perceber o que os sentimento e impressões alheias é um forte motivador para que as pessoas não se importem com o todo e sejam levadas a considerar apenas os seus próprios interesses. O caso dos anúncios, em grupos de vendas, que eu mencionei no início da postagem, ilustra muito bem este ponto. A pessoa que age desta maneira, não está preocupada com o bom andamento do grupo. Tudo que esta categoria de indivíduo adota como prioridade, é satisfazer apenas suas próprias vontades. Sua desconexão com o entorno é tão profunda que não lhe possibilita perceber que o seu egoismo irá prejudicar ela própria ao ser vista pelos demais como alguém indesejável.

Conclusão


A pergunta que fica é: Como construir uma sociedade próspera e evoluída agindo desta maneira? Nosso país não precisa de mais leis e regulações. O que necessitamos, de fato, é uma profunda mudança de consciência, uma transformação cultural e comportamental. Somente mudando quem somos é que poderemos iniciar a subida da escada do progresso. Não há como ser sociedade sem ser comunidade. O Comunitarismo é peça essencial do desenvolvimento de uma nação. Se todos se importarem, de forma positiva, com os outros, todos serão beneficiados. Esta é uma das bases fundamentais do pensamento cristão. É lamentável que a maioria já tenha esquecido e os antagonistas só apontem os defeitos e não as qualidades da ética e moral cristã.

Pense nisso!

sábado, 12 de janeiro de 2019

Todo Fanatismo é Louco

Por vezes, a defesa do bem pode ser tão prejudicial quanto a defesa do mal!
Tenho observado nas redes sociais, um fenômeno que, a princípio, parecia ser de um único grupo, mas que se tem mostrado ser comum a todos os segmentos da sociedade. Trata-se do fanatismo político, fruto de uma polarização ideológica além do aceitável.

Nosso país viveu, nos últimos anos, graças a internet, um ressurgimento dos pensamentos mais conservadores e o renascimento da direita política, que apesar de nunca haver morrido encontrava-se isolada e sem representatividade em virtude do domínio da esquerda sobre os meios de comunicação. No bojo deste revival politico e intelectual veio, de carona, uma galera nada receosa em demonstrar seu fanatismo partidário que beira a religiosidade, quando se trata de defender seus valores e seus ídolos. Se à esquerda da espinha dorsal que sustenta o establishment nacional, temos os Lulo/Petistas com sua cegueira moral, incapacidade de realizar um mea culpa e absoluta convicção da inocência e honestidade inabalável do presidiário que já foi presidente, na outra extremidade temos os chamados Bolsominions com seu ódio de tudo que não se alinha com o capitão, a incapacidade de admitir que o novo governo pode errar e a crença de que o Jair Messias é um santo enviado dos céus para salvar a pátria amada.

Ao analisar estes dois grupos, percebemos que funcionam como uma espécie de espelho a refletir um negativo de si mesmo. São as mesmas nuances, os mesmos perfis e as mesmas características militando em lados diferentes. Em resumo: parece que a dupla tem mais coisas em comum do que diferenças. Vamos ver algumas destas coincidências.

Donos da Verdade


Ambos os ajuntamentos se julgam donos da verdade. Com isso, qualquer divergência, por menor que seja, é automaticamente tratada como burrice, ignorância, demência e outros adjetivos não tão amigáveis. Tanto os Bolsominions quanto os Esquerdopatas, acreditam possuir o conhecimento absoluto de tudo e, portanto, todas as divergências estão erradas e não se discute. É obvio que isto é loucura, pois ideais humanos sempre apresentarão falhas assim como qualidades. Mesmo em ideologias com as quais não concordamos, existem pressupostos que contém valores positivos.

Como cristão, prefiro seguir as orientações bíblicas em 1ª Tessalonicences, capítulo 5, versículo 21 que diz: "mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom". Este ensinamento nos dá a entender que, em tudo existem pontos positivos e negativos e a sabedoria nos orienta a aproveitar aquilo que é produtivo e descartar as coisas destrutivas. Ou seja, a palavra chave é equilíbrio.

Cultivam o Ódio


Nas narrativas de ambas as turmas, é comum ler e ouvir discursos carregados de ódio contra os opositores. Expressões como: "Fascistas malditos, devem morrer" de um lado e "Vagabundos safados, queimem no inferno", estão entre as mais corriqueiras e nem tão agressivas quanto outras que me reservo o direito de não reproduzir aqui. A falta de amor e empatia para com os outros tem levado os mesmos a ter um olhar sobre o outro como se não fossem humanos e semelhantes.

Mais uma vez recorremos as Sagradas Escrituras para entender o que o Apóstolo Paulo afirma em Efésios 6.12 quando escreve: "pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais." Temos que entender que estes comportamentos exagerados não provém apenas do caráter destas pessoas mas das influências que sofreram e sofrem. Entenda: Não existe ódio do bem!

Totalitários


No campo político, um e outro, igualmente defendem a utilização de uma máquina estatal grande, forte e poderosa, para impor suas convicções a ferro e fogo e garantir a subserviência dos contrários. Se pelo viés coletivista temos a mordaça do politicamente correto, na outra ponta da corda nos deparamos como o moralmente aceitável, cada um defendendo seu próprios interesses.  Como diriam os Sex Pistols: "Ninguém é inocente" nesta bagaça.

Conclusão


Este rápido passeio por estes poucos aspectos da questão, nos levam a entender que se tratam de indivíduos embriagados pela ilusão do mundo perfeito, a ponto de não discernir entre lutar por um ideal e impor este ideal. Todo tipo de imposição, independente de que lado venha será sempre um passo rápido para o caos. Quando criamos ídolos desta natureza estamos erigindo uma muralha entre nós e o Eterno e já não enxergamos o Criador mas apenas a criatura que ocupa um lugar que não lhe pertence.

É imprescindível que tenhamos a consciência de que todos os seres humanos são falhos e falíveis. A estabilidade emocional não é algo fácil de se conquistar mas é possível e desejável, para que possamos crescer em todos os aspectos de nossa vida. Construir um mundo melhor não pode ser baseado apenas nas suas conclusões no tocante ao tema. Uma sociedade regida pelo homem, nunca será perfeita mas pode perfeitamente ser melhor a cada dia. Isto nos faz lembrar que: somente haverá mudança, de fato, se esta começar por nós mesmos. Devemos cultivar em nossas vidas a sensibilidade para não se deixar levar pelas paixões que obscurecem nossa visão. Para isso carecemos de agir sempre com sabedoria e discernimento.

Ser moderado, é uma virtude que nos capacita a não cometer exageros e, consequentemente, injustiças. Pense Nisso!

Grande abraço.

domingo, 5 de novembro de 2017

Um mundo com Deus é sempre melhor! Até para os ateus!

Nas leis estabelecidas por Deus existe um senso de liberdade e respeito que privilegia até os que não creem!
Qualquer pessoa, com o mínimo de inteligência, percebe que existe uma ordem natural das coisas, um princípio que norteia a existência do ser humano e que nos dá a exata noção de certo e errado, bom ou ruim, bem e mal e tantas outras comparações que eu poderia citar. Para alguns, estes princípios são naturais, para outros, como eu, eles foram impressos em nós para que pudéssemos viver, neste mundinho complicado, de uma maneira mais amena e mais produtiva. Como cristão, não tenho a menor dúvida que que foi Deus quem estabeleceu estes códigos de conduta, que, caso fossem seguidos, garantiriam ao homo sapiens, uma convivência digna e pacífica, com seus pares e com a natureza em seu entorno.

Quando examinamos as Sagradas Escrituras, fica claro e evidente que, o projeto de Deus para nós, aponta para uma organização libertária. As regras são simples, objetivas e contemplam o conjunto das liberdades naturais inerentes ao ser humano. É na compilação recebida por Moisés, no monte Sinai, na forma de mandamentos, também conhecida como Decálogo, que encontramos o cerne destas liberdades e direitos naturalmente estabelecidos pelo Criador. Não vou citar em ordem mas apenas tecer alguns comentários para que você compreenda melhor estes princípios.

Quando Deus nos orienta a não matar outros seres humanos, fica evidente o direito de viver. A existência humana possui um ciclo de nascer, viver e morrer onde nascer é o ato inicial e morrer o ato final, entre estes dois eventos situa-se a existência do ser social que não pode ser interrompida através de uma ação externa pois isso violaria um ciclo natural pré estabelecido. Assim como interferir neste evento fere um principio natural, impedir que ele aconteça também se constitui um crime, no caso do aborto, pois impede uma ocorrência que é fruto de uma associação humana pré consentida.

Da mesma forma, quando a Palavra de Deus nos diz para não roubar, vemos aí mais um direito natural, que é o de propriedade. Uma propriedade se estabelece quando você coloca parte do seu trabalho sobre um recurso escasso fazendo com que este recurso, legitimamente, por ação do seu trabalho, passe a ter parte de você e, portanto, torne-se sua propriedade, fazendo dela um bem inviolável. Por isso Deus deixa claro que a propriedade de alguém, pertence a este alguém e não pode ser tomada a força.

Da mesma forma, quando Deus diz para não desejar a mulher de outra pessoa vemos aí mais um princípio, que é o da livre associação e que também não pode e não deve ser violado. No caso específico do casamento, esta é uma associação feita de comum acordo, com vistas a constituição de um núcleo familiar que objetiva a proteção do núcleo e a perpetuação da espécie humana. Também já vemos aí a ideia da união monogâmica entre homem e mulher.

Honrar pai e mãe também é um mandamento que diz respeito a questão da família e mais uma vez reforça a ideia de que esta é iniciada na união estável de um homem e uma mulher e, consequentemente, sua prole. A necessidade de honrar ao núcleo primeiro (pai e mãe) é óbvia, pois sem aquela união os filhos não existiriam, logo, eles devem a sua existência àquele casal.

No caso do falso testemunho, temos ai, novamente, o princípio da não agressão, também no campo das idéias, pois um testemunho mentiroso pode causar danos, muitas vezes irreversíveis, a outro indivíduo.

O decálogo também fala da questão do trabalho como a forma de obtenção de propriedade e de manutenção do próprio ser e da família que este constituiu e ainda toca na necessidade do descanso e do lazer e do culto a Deus para refletir a sua existência.

Mas o mais importante é o primeiro preceito. Amar a Deus acima de tudo. Esta é a base, pois somente um conjunto de regras éticas e morais que procedam de um ser acima dos seres humanos pode abarcar todos os seres humanos, sendo ético e imune as falhas e erros típicos de tais seres. Uma dedicação total e irrestrita a esta entidade maior, leva o indivíduo a seguir a risca todos estes preceitos proporcionando aos demais seres uma sociedade justa. Portanto, para termos uma vida digna e feliz, neste mundo, necessitamos de uma coletânea de ordenanças que norteiem a nossa conduta em relação a nós mesmos e no relacionamento com os demais seres humanos e a melhor coleção de preceitos é o Decálogo. Grande abraço!

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Cuidado! Vidro Quebrado!

Será que estamos, todos, nos tornando animais selvagens e insensíveis?
Outro dia, desses, quebrou um pote de vidro aqui em casa. Imediatamente pegamos uma embalagem de leite longa vida para colocar os cacos dentro e depois selar com fita adesiva. Fazemos para que, no descarte, ninguém se corte ao recolher o lixo. Aprendi isto com a minha madrinha, a dona Niva, que já é falecida. Sempre que havia algum perfuro cortante para ir ao lixo, era tudo cuidadosamente embalado, reforçado com fita crepe e ainda havia um aviso escrito com aquele pinceis atômicos: "Vidro Quebrado". Era uma preocupação para que o lixeiro não se machucasse ao recolher o nosso lixo. Uma preocupação com a segurança e a integridade de alguém que não conhecíamos. Cuidar do próximo! O que houve com a gente?

Confesso que não sei explicar o porque de perdermos a empatia com as pessoas. Parece que vivemos um tempo onde não temos tempo para nos preocuparmos com os outros em nosso entorno. Nossos vizinhos ficam doentes e se curam sem receber uma única visita de nossa parte. Cruzamos todos os dias com os necessitados e passamos ao largo como se eles não existissem. Coisificamos seres humanos e os vemos como se fossem apenas parte da paisagem. Assistimos, diariamente, no jornal do almoço, histórias de injustiça, enquanto engolimos nossa comida ligeira pra não perder o horário do ponto. Conhecemos, apenas de vista, a mulher que apanha do marido, o cara que teve tudo roubado, a criança que foi violada, o mendigo que dorme na marquise da esquina e que agora se chama morador de rua, como se esta fosse a sua melhor opção.

Com a mesma rapidez que nos chocamos com as manchetes, esquecemos os personagens. Esquecemos a moça que serviu de alimento de cães, os pais surpreendidos pelo ódio da filha, e menina lançada pela janela num ataque de fúria assim como nos esqueceremos das crianças queimadas. Fomos treinados para consumir, descartar e desejar a próxima novidade. E como produtos baratos vamos vivendo nossa vidinha estúpida, até o próximo pagamento. Somos religiosos e não deixamos de dar a oferta, mas não ofertamos o nosso melhor para aqueles que nos rodeiam. Assistimos todas as séries mas não assistimos os necessitados. Sempre em busca da selfie, do like e de carinhas felizes, mesmo que sejam apenas bytes e bits.

Será que chegamos ao fim?

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O que está acontecendo com os casamentos?

Não! Casamentos não irão resolver nossos problemas mas são o melhor exercício de convivência que existe.
Por mais que tentem afirmar o contrário, e até existam as exceções, homens e mulheres são seres que carregam tantas diferenças entre si que as vezes chega-se a pensar que é impossível colocar um homem e uma mulher debaixo de um mesmo teto.  No entanto, quis a sabedoria divina que está união fosse vital para a continuidade da existência humana e para fundamentar a sociedade num aglomerado que se denomina família. Quando um homem e uma mulher se unem, eles tipificam uma espécie de Reino de Deus em escala reduzida. No entanto, como este Reino é uma imagem embaçada do Reino verdadeiro, ele carrega consigo, as imperfeições e conflitos da natureza humana, decaída, pecadora e afastada do seu criador.

Estamos assistindo uma derrocada da instituição que convencionou-se chamar de casamento. Relacionamentos desfeitos na mesma velocidade em que são executados. Um desinteresse geral pelo assunto e uma ideia coletiva de que se trata de algo ultrapassado e sem sentido. O que ocorre, na verdade, é que o individualismo dos seres humanos tem distanciado, cada vez mais, homens e mulheres, além de uma tentativa inútil de fazer parecer que tanto homens quanto mulheres são seres idênticos, quando na verdade isto não é verdadeiro. Para piorar as coisas, com as chamadas ideologias de gênero, tratam as exceções como se fossem regras desvirtuando conceitos milenares de família que são a base da nossa civilização.

Neste jogo sórdido de fragilização do estofo basilar da espécie humana, invertem a demanda de poder jogando instituições familiares sobre a tutela, responsabilidade e designação do Estado, que é um poder posterior e portanto não pode definir ou legislar sobre as bases anteriores que lhe deram origem. Como ser racional e prático, não consigo conceber que motivação tem levado as pessoas a ingressar num caminho que aponta para a auto destruição da raça humana. Entretanto, como homem de fé, posso afirmar, sem medo de cometer equívocos, que se trata de um plano maligno, engendrado pelas forças do inferno, no sentido de impulsionar a criatura humana para longe de seu Criador.

Precisamos, com a máxima urgência, reavaliar nossos posicionamento frente a está problemática e examinarmos, com a máxima cautela, as raízes destas realidade decadente para, ao menos, tentarmos reverter o quadro sintomático da instituição do casamento, que jaz na UTI da história. Se não agirmos, enquanto ainda resta um fio, ainda que tênue, de esperança, corremos o sério risco de nos tornarmos uma espécie extinta. Pois se acabarmos com a família, teremos acabado com a espinha dorsal da humanidade que não poderá mais se manter de pé e certamente tombará.

Creio, ainda, que esta falsa busca por uma felicidade embasada em satisfações pessoais e materiais também é um dos fatores de enfraquecimento. Quando damos mais importância ao TER do que ao SER acabamos coisificando pessoas que passam a ter uma função única e exclusiva de satisfazer nosso ego inchado e doente. Pense Nisso!

Indo Além do Texto






Artigos Relacionados



domingo, 6 de agosto de 2017

O Leão Surdo


Certa vez, um aventureiro estava desbravando o continente africano e resolveu acampar. Pela manhã ao sair de sua barraca deparou-se com um enorme leão. Sem fazer alarde, foi tateando tentando encontrar sua arma mas a única coisa que encontrou foi o seu violino que costumava levar onde quer que fosse. Sem muitas alternativas, abriu cuidadosamente o case, sob o olhar atento do felino e começou a tocar o instrumento. Para sua surpresa, o enorme e selvagem animal pareceu ter gostado da música e deitou-se calmamente para ouvir o concerto. Outros leões foram surgindo e formaram um circulo ao redor no músico que prosseguiu com sua apresentação para esta platéia tão inusitada. Em certos momentos o cansaço quase o levava a parar de tocar, mas ao perceber que os animais começavam a rugir retomava a toada e tudo se normalizava. Com alguma sorte, em algumas horas, uma equipe deveria chegar para encontrá-lo e tudo seria resolvido. Após algum tempo, um outro leão, surgiu como que do nada e saltou por cima dos companheiros atirando-se sobre o talentoso musicista matando-o e garantido uma farta refeição. Os outros animais levantaram-se e foram saindo calmamente do local, quando um jovem felino disse, na linguagem dos leões, para o seu companheiro: - Que pena, estava tão bom, mas o surdinho tinha que estragar tudo!!!

---|-|---

Infelizmente, em nossas rotinas diárias, muitas vezes nos deparamos com os leões surdos. São aquelas pessoas incapazes de apreciar o mundo que as rodeia, pois só conseguem ouvir a voz de seu ego. Esta incapacidade de ouvir os outros, ouvir os diferentes, ouvir os contrários, lhes torna solitárias e egoístas. Se sentem donas da verdade absoluta e tendem a destruir tudo o que não venha delas mesmas. Como diria Caetano Veloso, na belíssima "Sampa": Narciso acha feio o que não é espelho.

Precisamos entender que somos seres relacionais e que sempre temos o que aprender com os que estão em nosso entorno e com aqueles que passam por nós como um vento ligeiro. Lembro-me de um senhor que conheci em Ponta Grossa: o irmão Miguel. Um negro alto, magro, lindo e de cabelos brancos, com um linguajar típico da roça, lia com certa dificuldade mas falava com uma sabedoria impressionante. Uma saber adquirido com o tempo e com muita inspiração vinda de Deus.

Uma coisa que aprendi, principalmente quando ministrava aulas, é que as pessoas sempre tem algo a nos ensinar e que quanto mais aprendemos vamos descobrindo que sabemos menos do que imaginávamos.

A humildade é uma virtude, difícil de ser praticada, mas necessária para o nosso crescimento. Ela é fundamentada no respeito e no amor aos demais seres humanos. O nosso maior risco de uma queda fatal começa justamente quando nos achamos superiores aos outros. Este sentimento de superioridade leva as pessoas a desprezarem as lições que podem ser aprendidas e quando isto ocorre, os riscos de uma queda aumentam. Existe uma comparação, popular, muito simples, mas que ilustra muito bem a regra para nosso comportamento: Temos dois ouvidos, dois olhos e uma só boca, logo, devemos observar mais, ouvir mais e falar menos. Uma regra que a princípio parece até um pouco boba mas que carrega uma grande sabedoria.

Não estou escrevendo isso para esgotar o assunto, mas para compartilhar um pouco daquilo que tem me ajudado a ser mais compreensivo e consciente de que a soma sempre é melhor que a divisão.

-------------------

Este texto foi baseado na fábula: O Leão e a Flauta (Autor desconhecido)

terça-feira, 11 de abril de 2017

Transformando Vidas e Viabilizando Histórias

O serviço social é a espinha dorsal da igreja e quando é departamentalizado transforma esta em um organismo deficiente!
Um dos grandes equívocos que costumamos observar nas instituições religiosas de vertente cristã é a departamentalização de atividades que deveriam ser lugar comum na vida de todos os membros da organização religiosa. Uma dessas atividades é a assistência social, uma prática que deveria estar impregnada em nosso DNA evangélico mas que, na maioria das vezes, é relegada a um departamento encarregado de distribuir cestas básicas ou emprestar a caminhonete da congregação para fazer alguma mudança para um irmão menos abastado. Mas a pergunta é: é isso que a Bíblia nos ensina? Então vamos a ela.

Tiago, diz, que a verdadeira religião, que agrada a Deus, é ajudar os órfãos e viúvas em suas necessidades. Jesus, disse que se, deixarmos de alimentar os famintos, vestir os nus e não visitarmos os encarcerados é como se deixássemos de servir a Ele. Em Atos, lemos que os discípulos prosseguiam no repartir o pão. Temos muitos outros exemplos que não cabem neste pequeno texto, mas que deixam claro que a assistência social é a verdadeira demonstração visível de que somos realmente cristãos. É a materialização do amor ao próximo. Não existe Evangelho sem esta característica. Mas este assistir a sociedade que nos cerca vai muito além de uma cesta básica.

Uma vez que somos sal e luz, de acordo com as sagradas escrituras, temos por objetivo, dar um sabor agradável a vida dos outros, devolvendo a estes outros, independente de serem cristãos ou não, o gosto pela vida, pela família, pelo trabalho e pelo simples fato de serem humanos, irmãos na carne e imagem e semelhança do Deus que afirmamos servir. Como luz, devemos iluminar suas vidas para que enxerguem nitidamente os caminhos por ande andam e possam tomar as decisões acertadas que contemplem os outros dos outros, transformando-se em novas luzes e novos sais neste mundo tão escuro e tão amargo. Isto é ser cristão!

Não basta dar um prato de comida. É necessário convidar o outro a sentar-se a mesa para já não ser outro e sim, um de nós. Não basta uma oferta polpuda, antes, devemos reintegrar os outros ao convívio social para que sejam nós. Propagar o Reino é oferecer a possibilidade de que os outros também façam parte deste Reino. Nossa missão, neste reino, não é desfilar em carruagens ou exibir nossas vestes reluzentes em uma baile de gala, mas entrar, dia após dia, no submundo cuja as portas não podem nos impedir e tirar de lá, um a um, os prisioneiros. É possível, é necessário, é a única maneira de sermos quem dizemos ser!

***

Existe  um Reino Encantado, tão distante e tão perto, que foi inaugurado há dois mil anos por um Rei que havia sido morto mas reviveu. Seus súditos o viram vivo e depois Ele subiu para o seu trono e os súditos receberam a incumbência de transformar outros mortais em súditos também. O Rei lhes deu uma chave mágica que está num livro que carrega grande poder. Com esta chave eles podem entrar nos mundos inferiores, quebrar as correntes, curar as feridas e resgatar os prisioneiros. Os prisioneiros que aceitarem fazer parte do Reino recitam um encantamento que os livra e os transforma em súditos também. Juntos, eles comem, se divertem, cantam e dançam e trazem mais gente triste para virar gente alegre. Fazem isso todos os dias, enquanto aguardam a volta do Rei que virá buscá-los. Então serão felizes para sempre. Amém!


sábado, 8 de abril de 2017

Comece a Mudar o Amanhã!

Se você não começar hoje, amanhã será igual a ontem!
A banda Cólera, foi e continua sendo uma das mais importantes no cenário nacional. Liderada pelo iluminado Redson Pozzi (* 15/07/1962 - + 27/09/2011), que foi um cara escolhido por Deus para espalhar consciência. Um dos seus trabalhos foi o álbum Tente Mudar o Amanhã (Ataque Frontal - 1985). Se existe uma coisa que o Redson fez nesta vida foi tentar. Ao longo dos seus 49 anos de existência ele tentou. Não sei se você sabe mas eu sou cristão, sou um seguidor do Jesus de Nazaré. A minha visão do Redson é mais ou menos assim; Ele foi mais cristão do que a maioria dos que afirmam ser. Porque ele simplesmente fazia e cristianismo é atitude. Mas esta postagem não é sobre o Cólera e nem sobre o Redson. Este artigo é sobre você e eu e o que podemos fazer para mudar o amanhã!

A primeira coisa que precisamos definir é o foco da mudança. Se tudo o que queremos, é mudar o nosso amanhã pessoal para atingir as nossas metas individuais então não queremos mudança. Tudo o que desejamos é conforto e não somos menos egoístas do que os corruptos que estão no poder e é bem provável que fizéssemos o mesmo, se tivéssemos a chance. O ser humano é um ser social, e sendo assim, só existe crescimento verdadeiro quando todo o grupo pode usufruir das conquistas. Não estou promovendo uma luta de classes e não sou socialista e nem comunista. Para existir mudança de fato é preciso mudar o foco da mudança. Quando promovemos mudanças nos que estão a nossa volta, as respostas são mais rápidas e mais evidentes. Partindo disso entendemos que só haverá uma mudança real a partir do momento em que o nosso foco passe a ser o crescimento e o bem estar dos outros.

Em segundo lugar, precisamos estabelecer por onde começar. Este é um ponto interessante, pois somente iremos produzir efeito nos que estão no nosso entorno quando efetuarmos transformações em nós mesmos, pois isso vai impactar as pessoas. Somente sendo diferentes da massa sistêmica é que faremos a diferença em nosso meio. Mas não é para receber de volta o bem que fazemos. É ai que está o segredo. Se você faz pensando em receber isto não é promover transformações mas executar um serviço e receber o pagamento. Promover mudanças é trabalho e dá trabalho. É uma escolha. Dar uma carona, ajudar alguém a carregar suas compras, pagar uma passagem, dizer bom dia, empurrar um carro, e por aí vai. São pequenas atitudes que promovem grandes transformações e nos dão a oportunidade de interagir com as pessoas, afinal somos seres relacionais e necessitamos de estabelecer relacionamentos para seguirmos em frente.

Imagine aquele seu vizinho, mal humorado, e que não vai com a sua cara. Um dia você está voltando do trabalho e você o vê, cheio de sacolas em uma tarde chuvosa. Ai você para o carro, desce, oferece uma carona e o ajuda com as compras. No trajeto surge uma rápida conversa a respeito do clima e da economia. Você o deixa em casa e segue seu caminho. Pronto. Agora ele já tem uma visão diferente de você e com o tempo ele começará a ver outras pessoas que ele não gostava, de uma forma diferente. Você promoveu uma mudança para melhor na vida dele e consequentemente, na sua também.

Em terceiro lugar, precisamos decidir quando começar. Comece já! Se você deixar para amanhã, amanhã estará igual a hoje, mas se você começar agora, amanhã será um dia diferente. Isso é viver em novidade de vida. Devemos viver agora como se não houvesse o daqui a pouco. Viver o já como se não houvesse o depois e o hoje como se não houvesse o amanhã. Boa sorte! Nos vemos amanhã em um mundo diferente de hoje!

Aproveite para ouvir o álbum: Tente Mudar o Amanhã, logo abaixo...


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Se não é meu amigo, é meu inimigo!

Outro dia desses estava numa conversa, sobre doutrinas e interpretações teológicas diferentes, com base numa postagem de um cristão que sigo no Facebook. Tudo indo bem no maior respeito com alguns pitacos menos civilizados de alguns, mas nada muito grave até que um certo cidadão surgiu na conversa. O tipo de pessoa resignada que não aceita pensamentos diferentes e trata os diferentes como inferiores. Num determinado ponto da conversa, eu o chamei de amigo, coisa comum, e recebi uma resposta na lata: "Não sou seu amigo!". Ainda crendo que a pessoa não fosse tão estúpida fiz uma brincadeira: "Quem não é meu amigo, é meu inimigo" e recebi uma saraivada de balas conforme o texto a seguir:
Cara, vai se tratar! Você é um ser humano totalmente indiferente a minha existência. E eu à sua. Nem sequer sei se você é real, ou uma máquina de postar comentários aleatórios em páginas da internet. Não sou hipócrita de fingir me importar com uma pessoa que nunca vi na vida, nunca fez nada por mim e eu nunca fiz nada por ela (esta é a definição de amigo, entre outras coisas).
É obvio que nem respondi, pois isso só iria gerar mais inutilidades. Apenas orei pelo "irmão"! Não que eu seja um manancial de cristandade, mas foi o que pensei ser o mais sensato no momento. Mas depois comecei a tirar algumas lições do acontecimento que gostaria de compartilhar com os leitores e amigos deste blog. Primeiro quero analisar com você alguns pontos do comentário do ser que não é meu amigo.

Cara, vai se tratar! Embora o cidadão não seja médico (vi no perfil dele) fez um diagnóstico rápido e deduziu que eu sou uma pessoa doente, e devo ser mesmo, pois continuo acreditando no lado bom do ser humano! Esta afirmação demonstra claramente um sentimento de superioridade, do tipo: Eu sou melhor que você! Este tipo de personalidade é extremamente perigosa pois julga-se dono da verdade e julga os diferentes como enfermos que precisam da solução mágica que só ele possui.

Você é um ser humano totalmente indiferente a minha existência. Pelo menos me considera humano, mas não por muito tempo. Quanto a afirmação devo dizer: Ledo engano, camarada! Esta simples conversa de alguns parágrafos criou (queira ou não) uma conexão entre nossas existências que foram afetadas, ainda que minimamente, pelos diálogos e opiniões. Aliás se formos ver o significado de indiferente, encontraremos, em uma das definições, o seguinte: incapaz de suscitar interesse ou de sensibilizar. Ora! se fossemos indiferentes sequer estaríamos trocando mensagens em um post e a resposta do garoto mostrou uma pessoa bastante sensibilizada pelos meus comentários anteriores.

Nem sequer sei se você é real, ou uma máquina de postar comentários aleatórios em páginas da internet. Esta foi sensacional! Não consegui, até o momento, definir se ele acredita nisso ou só foi uma zoação. Como, em sã consciência, uma máquina de respostas aleatórias, conseguiria manter um diálogo coerente por quase meia hora? To começando a crer que a máquina é ele.

Não sou hipócrita de fingir me importar com uma pessoa que nunca vi na vida, nunca fez nada por mim e eu nunca fiz nada por ela (esta é a definição de amigo, entre outras coisas). Esta dá uma tese! O problema não é a afirmação em si, mas o contexto da mesma. Uma pessoa que teve um encontro real com Jesus Cristo não pode ser movida por meros interesses de troca. O próprio Jesus disse para seus discípulos (nós) que os chamaria de amigos mesmo eles não tendo absolutamente nada a oferecer. Importar-se com o outro é regra básica e basilar de quem quer abraçar o Evangelho como forma de vida. Ele até usou uma das definições de amigo para justificar a sua falta de empatia com os outros. Mas uma das outras definições de amigo fala justamente o contrário: Para denominar uma pessoa de amigo, não necessariamente os indivíduos precisam se conhecer há muito tempo, muitas amizades começam repentinamente e ganham importância por diversos motivos. Mais uma: Para chamar alguém de amigo, não necessariamente precisa ser apenas amigo. Emfim, chamar um desconhecido de amigo, em uma conversa, é uma forma dizer: Não quero brigar com você, apenas quero dialogar com pessoas que tem uma opinião diferente da minha e argumentar para que ambos possamos crescer.

Ele ainda falou mais um monte de coisas, foi até criticado por alguns conhecidos e deu respostas do tipo: Pau que bate em chico também bate em francisco. Mas tudo isto só me fez ver como estamos distantes dos ideais de Cristo. Como é difícil amar ao outro sem esperar absolutamente nada. Como temos dificuldade em trabalhar com os antagonistas. E eu me pergunto. De onde vem esta raiva? Este sentimento de superioridade? Este orgulho? Uma coisa eu sei. Não vem de Deus! Vem de uma doutrina tosca que só prega vitória pessoal, triunfo sobre os outros, que somos cabeça e não cauda, mas esquece, assim como a igreja de Laodiceia do texto que diz: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.

Precisamos voltar, com a máxima urgência, ao Evangelho puro e simples, praticado em amor, comunhão e união. É muito comum quando vamos em algumas denominações, sermos recebidos com um tapinha nas costas e um "bem vindo meu amado" e quando divergimos das "doutrinas" locais já não somos mais amados mas demonizados pelos "irmãos". Não gosto muito de falar sobre este tipo de cristianismo que vemos por aí, pois é um assunto que me entristece e não edifica, mas também não podemos ficar alheios e omissos a tudo isso.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A Tampa e a Panela

Existe um adágio popular que diz que, para cada panela existe uma tampa única e específica. Particularmente nunca acreditei nisso pois entendo, que num mundo com sete bilhões de panelas e tampas, existem muitas tampas que cabem em muitas panelas, ou seja, não existe, na minha concepção, uma pessoa única, preparada para outra pessoa igualmente única. Resumindo, para cada indivíduo, em sua existência singular, existe uma infinidade de outros tantos semelhantes que possuem o potencial, incontestável, de se tornar um parceiro ideal do primeiro. Mas voltemos as panelas.

Quando você compra uma nova para a sua cozinha, qualquer tampa do mesmo modelo irá se encaixar com perfeição e até mesmo tampas de outras panelas poderão servir. Mas com o tempo, os esbarrões, as quedas, as dilatações e contrações provocadas pelas mudanças de temperatura e o desgaste promovido pelo tempo e pelo uso farão com que aquela panela já não se adapte a nenhuma tampa que não seja a original.

Este fenômeno também se dá no campo das relações humanas, principalmente nas relações conjugais, onde o nível de cumplicidade e intimidade é muito maior. É lógico que me refiro a relações onde o amor se faz presente e guia a união. O tempo cria marcas e imperfeições que são únicas em uma parceria afetiva desta magnitude, produzindo uma conectividade ímpar que não pode ser reproduzida, na mesma intensidade, se houver a troca de um dos envolvidos. O tempo nos leva a desvendar cada vez melhor o outro.

Quando vejo casamentos se desfazendo com poucos anos e alguns até mesmo em meses, percebo que não houve tempo suficiente para criar um cenário relacional favorável onde a paixão, o amor, o afeto, a amizade, o companheirismo e tantos outros sentimentos, formam um entrelaçamento firme e homogêneo  criando uma espécie de cola que faz com que dois indivíduos sejam um, cumprindo o desígnio divino de serem; homem e mulher, uma só carne. Pense nisso. O tempo transforma o comum em único e faz com que nenhuma tampa se encaixe em sua panela com tanta perfeição quanto aquela.