terça-feira, 10 de julho de 2012

Modos e Estilos #01 - Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon

Quando eu tinha onze anos, isso foi há muito tempo, no finalzinho de 1973, eu tive meu primeiro contato verdadeiro com a música. Nesta época eu morava em Curitiba, na rua Senador Alencar Guimarães, bem no centro da cidade. Nós alugávamos um quarto, na casa da frente, onde hoje existe um hotel, para um cara muito louco e cabeludo. Não me lembro o nome dele mas lembro do apelido: Peninha. O Peninha era meio (ou inteiro) hippie. Eu era criança e gostava de ir lá pois ele ouvia uma música legal. Lembro-me como se fosse hoje daquele disco com a capa preta com um triangulo e um risco branco e outro todo colorido como um arco-iris (era assim que eu via). Sim, estou me referindo ao The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd. Pela primeira vez ouvi algo de uma maneira diferente: prestando atenção. Fui fisgado.

1973 - The Dark Side Of The Moon - Pink Floyd - Harvest/EMI 
Não pretendo nesta série de artigos fazer uma longa e profunda análise de álbuns e gêneros musicais. Apenas quero compartilhar aqueles discos que foram importantes e que eu considero relevantes na história da música e na minha formação.

Considero este álbum um marco. Não vejo o Pink Floyd como uma banda perfeita, pois trata-se de um grupo cheio de altos e baixos. Aprecio três ou quatro álbuns de sua carreira a saber: The Piper At The Gates of Down (1967), Medle (1970), The Dark Side Of The Moon (1973) e Wish You Were Here (1975) e destes o Dark Side para mim é definitivo.

Como mencionei anteriormente, não vejo o Pink Floyd como a melhor banda do mundo, mas é sem dúvida uma banda única com um timbre peculiar e exclusivo. Foi a banda que me mostrou e me fez amar a cena Prog Rock. Mas vamos ao álbum.

Dark Side inicia com a emblemática Speak To Me com seu batimento cardíaco indicando que há vida, muita vida e loucura nas faixas seguintes. A segunda faixa é On The Run que é fiel ao título nos remetendo a uma corrida desenfreada que tanto pode ser uma fuga como uma busca. Em seguida temos a super conhecida Time com seus relógios, sua levada suave que fala sobre a vida e quanto desperdiçamos em nossa caminhada. O solo de guitarra de David Gilmor é primoroso. Lembro-me do Maurício Moura de Almeida (In Memoriam), irmão do Márcio Hulk que tocava este solo na guitarra quando morávamos no Leme (Rio de Janeiro), época em que o Márcio tocava bateria. Na sequência temos, na minha opinião, a melhor música do disco: The Great Gig In The Sky, um Blues que conta com a participação da cantora Clare Torry descoberta num estúdio pelo então produtor Alan Parsons. A próxima faixa é Money que tem uma linha de baixo animal feita em cima de um arpejo em Bm (Si menor) em compasso 7/4, além de um solo de sax executado pelo lendário músico de estúdio Dick Parry. A faixa Money foi a única do álbum a entrar para o Top 20 da Billboard. Depois de Money temos Us And Then, uma suave melodia entrecortada por um refrão mais agressivo que fala de vida e morte.  Simplesmente linda com seus teclados esbanjando timbres maravilhosos. É a faixa mais longa do álbum. Ao final emenda com Any Colour You Like, um instrumental primoroso onde mais uma vez o casamento entre os teclados e a guitarra é perfeito completados por uma cozinha de dar água na boca. A próxima faixa é Brain Damage, uma homenagem a Sid Barret, fundador da banda e que se perdeu, ou se encontrou, em suas próprias fantasias após um colapso mental promovido pelo uso excessivo de drogas. O disco acaba com a apoteótica Eclipse que mais uma vez se refere a vida e finaliza com o coração pulsante do início que agora soa calmo e sereno indicando que nada terminou.

Concluindo. É um grande álbum que deve ser ouvido e apreciado com muita atenção. Escutando agora, sob uma ótica diferente, após tantas décadas, este disco soa mais brilhante e perfeito, quase cristão e na minha opinião pessoal, o melhor trabalho da banda.

Até a próxima!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Hydrogen - Um baterista no PC

Um dos maiores problemas na hora de se gravar uma música em um home studio é a captação da bateria. A gravação de uma bateria requer muitos microfones além de horas de tratamento para retirar os vazamentos em cada canal. Também é possível gravar com apenas um ou dois microfones pegando o instrumento de uma forma geral, mas vai por mim, não fica muito bom, há não ser que você tenha uma sala tratada acusticamente.

Se você não possui os recursos citados acima uma boa pedida é uma drum-machine ou seja, um sequenciador para criar a bateria virtualmente. Antes de torcer o nariz é bom lembrar que os sequenciadores evoluíram muito e produzem resultados bastante satisfatórios. Dentre estes aplicativos quero destacar o Hydrogen. Trata-se de uma aplicação livre distribuída pela GNU General Public License. Uma aplicação completa e simples de utilizar (imagem).
Hydrogen 0.9.6 para Windows
É evidente que o programa não irá substituir um baterista humano, mas quebra um galhão e os resultados são surpreendentes. Confira uma amostra clicando aqui. O Programa trabalha com amostras de sons normais e você pode montar suas próprias bibliotecas. Também é possível controlar a intensidade das batidas. Existem ainda as opções Humanize que muda a intensidade das batidas de forma aleatória e a função swing que dá uma quebrada no tempo. Vale a pena experimentar.

terça-feira, 15 de maio de 2012

A indústria e a música.

Desde o surgimento do formato MP3, que permitiu a compactação de arquivos de áudio facilitando, o compartilhamento dos mesmos através da grande rede mundial de computadores (internet), tem-se falado e escrito sobre como o download de músicas vem prejudicando a indústria fonográfica em todo o planeta.
Foto com diretos livres por www.sxc.hu

Custo

Não se pode e nem se deve negar que produzir um trabalho de qualidade técnica tem custo. Mas este custo já foi muito maior do que é hoje em dia, dadas as facilidades tecnológicas da atualidade. Além disso a aquisição de equipamentos e instrumentos de qualidade também se tornou mais fácil e viável a todos. Logo, hoje é muito mais fácil e barato produzir música com excelente qualidade técnica.

Distribuição

Também não se pode negar, que as grandes gravadoras possuem uma rede de distribuição forte e consolidada para levar o produto musical aos quatro cantos da terra, mas temos que concordar que não chega aos pés do poder de divulgação da internet, além do fato de que a grande e esmagadora maioria dos artistas não está na indústria fonográfica e não se beneficia da estrutura logística da mesma.

Lucro

Este é outro ponto importante. Pois é sabido que quem realmente lucra com a indústria da música é a indústria. Normalmente os artistas recebem uma pequena parcela do lucro obtido com a comercialização de material musical. Se isso não fosse verdade veríamos muito mais artistas reclamando dos malefícios da chamada pirataria do que industriais do ramo.

Compartilhamento

O mundo mudou assim como mudou a maneira de se distribuir conteúdo. O compartilhamento de arquivos é uma realidade sem volta e a música não pode ficar fora disso. Não é pequeno o número de artistas que optou pela livre distribuição de seus materiais e obteve muito mais lucro através das contribuições espontâneas do que vinha obtendo pela distribuição tradicional comandada pela indústria da música.

Fato

Muitas bandas que hoje eu compro jamais teria conhecido se não fosse pela internet e não teria comprado se não houvesse baixado antes para ouvir e avaliar, não somente a qualidade técnica da gravação, mas principalmente o conteúdo intelectual, cultural, moral, etc da música. Coisa que nem sempre a "indústria" leva em consideração.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Home Studio #01

Sempre tive vontade de gravar minhas próprias músicas mas sempre esbarrei na necessidade de um Home Studio com o mínimo de qualidade. Mas como disse o Rodrigo Barros no documentário Punks da Cidade de Darwin Dias: "Uma vez punk, sempre punk!". Optei então pelo Do It Yourself e com muita cara de pau e alguma coragem, gravei uma música. Foi no final de 2010 e começo de 2011. A música chama-se Melhor Amigo e foi gravada pela banda Safra Vintage.


Ficha Técnica:

Música: Melhor Amigo
Letra e Música: Luis Vulcanis

Músicos
Luis Vulcanis: Voz, Baixo e Bateria
Nalmir Ribeiro: Guitarra Solo
Júnior da Guarda: Guitarra Base

Gravação
Softwares: Guitar Rig e Audacity
Captação: Guitarras e Baixo em linha direto na placa do PC
Voz e Bateria: 1 Microfone (Nem sei que marca era, mas não era bom)

Conclusão
Percebi que não é preciso um grande equipamento para fazer um bom trabalho. Embora a gravação não tenha ficado lá estas coisas, pude aprender um pouco e resolvi me dedicar mais ao assunto. Agora vou começar a gravar outros materiais sempre experimentando novas técnicas e vou postando aqui, a medida que for sendo executado.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Apresentação

Já iniciei e parei muitos blogs e sempre me pergunto qual a razão de não continuá-los. Hoje cheguei a um conclusão bem simples. A maioria desses blogs não representavam, de fato, quem sou. Por isso resolvi mudar tudo (mais uma vez). Quero manter um blog onde eu seja apenas eu mesmo. Quem sou eu?

Meu nome é Luis Augusto Vulcanis. Sou paranaense de Curitiba, criado no Rio de Janeiro e atualmente resido na cidade de Ponta Grossa. Sou casado, tenho três filhos (deste casamento) e frequento a Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Fui guitarrista e fundador das bandas Maus Elementos e Paz Armada da cidade de Curitiba (CWB) também toquei, por um tempo, com as bandas O Corte e Resistência Nacional.

Em 1996 me converti ao Cristianismo. Já como cristão, troquei a guitarra pelo baixo e participei dos grupos de louvor Perene Canção e Shekinah. També fou fundador das bandas CHC (Christian Hard Core) e Safra Vintage. Atualmente faço parte do Safra Vintage e desenvolvo meu próprio trabalho musical.

Este sou eu e este é o meu blog...