sexta-feira, 31 de julho de 2015

Thalleco Teco

Estou acompanhando já há alguns dias toda esta polêmica em torno do cantor Thalles Roberto após o mesmo ter proferido declarações a respeito dos artistas gospel nacionais. Basicamente o que ele falou foi o seguinte:

"Eu sou uma pessoa melhor que todos eles juntos cantando no mesmo palco, e eu sozinho bato em todo mundo... Hoje eu sou rico irmãos, muito mais que todos os outros cantores Gospel, talvez se somar tudo o que eles têm não da metade do que Deus me deu..."

O que dizer a respeito disso? Errou, e errou feio. Aliás, conheço alguns músicos e cantores cristãos que sozinhos, sem banquinho e violão, dão de goleada na música fácil desse menino travesso. O Thalles é um produto de uma indústria altamente lucrativa e alimentada pelo analfabetismo cultural e teológico de grande parte dos "cristãos" de hoje em dia. Pseudo música para uma geração sem Bíblia, acostumada a consumir qualquer coisa que venha embalada em plástico colorido e que está sempre com os olhos fixos em seus espelhos negros, sem olhar a sua volta e muito menos para cima. 

Mas nem tudo que ele disse é mentira, e talvez essa seja a  razão de tanta indignação. Grande parte da música "gospel" produzida e consumida em solo nacional é lixo, onde o que difere da chamada música secular, são: carruagens e cavalos no lugar de um Camaro, taças no lugar de copos, fogo e unção no lugar de sexo e balada. Mas não é sobre isso que eu quero falar.

O mi, mi, mi dos indignados...


Imediatamente, a galera afetada começou a dar seus pronunciamentos, uns mais raivosos, outros mais brandos, mas todos demonstrando indignação com o Thalleco...

Amanda Ferrari disse que ficou indignada e triste e que ele estava se colocando acima dos nossos (dela) líderes espirituais. Vanilda Bordieri escreveu no Twitter que “uns entram no templo para ver qual é o fim do ímpio, outros saem do templo para ver seu próprio fim". Bom, eu vou ao templo celebrar o Deus que eu sirvo. O Trazendo a Arca postou no Instagram uma foto dos músicos fazendo o símbolo dos 3 – marca registrada de Thalles. Cassiane aproveitou para lembrar de seus 34 anos de carreira e que é 500 graus. Não sei onde é tão quente assim! Mas ela anda meio caidinha, tem mais é que aproveitar mesmo. Nani Azevedo, Ana Paula Valadão e mais uma renca despejou sua indignação com o menino.

Não estou dizendo que eles estão errados em ficar tristes com as declarações, mas a minha pergunta é: Eles fazem música para exaltar a Deus ou para se auto promoverem? Eles são adoradores, como afirmam ser, dispostos a serem odiados, caluniados e sofrerem pelo evangelho ou são estrelas intocáveis em um palco iluminado pensando que viver em Cristo tem sabor de mel?

É só uma pergunta...


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Esse tal de Roque Enrow!

Quem é ele? Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow!
Um planeta, um deserto, Uma bomba que estourou
Ele! Quem é ele? Isso ninguém nunca falou!
Hoje é 13 de julho e tem uma galera comemorando o Dia Mundial do Rock. Mas será que temos o que comemorar? O rock, enquanto estilo de vida sempre foi provocador, rebelde, contestador. A história do rock é a história do rompimento com o establishment, ou seja, com as regras do sistema. O rock colocou negros e brancos para dançarem juntos em uma sociedade segregacionista, o rock criticou as guerras, questionou o Status Quo vigente, combateu a miséria e a opressão. Ganhou as ruas, levantou bandeiras e deixou o sistema quase louco a ponto de usar a força para tentar pará-lo sem sucesso. Mas o sistema sempre foi esperto e mudou suas táticas e começou a dar dinheiro, muito dinheiro para o rock. E o rock gostou de ver a grana em seu bolso e começou a gastar em festas ricamente decoradas com sexo barato e drogas caras. O rock pirou!

E viu o rock, que o dinheiro era bom! Caindo de bêbado, o rock foi ao sistema pedir mais dinheiro e o sistema lhe deu, mas também começou a fazer algumas exigências. Agora o rock já não podia contestar certas coisas e tinha que se comportar melhor, afinal haviam crianças na sala assistindo as performances do rock. Mas o rock achou que não tinha problema pois agora o dinheiro estava sobrando, mudou-se para uma mansão e comprou um jato particular. O rock já não era mais o mesmo. Perdeu o encanto e ficou restrito a meia dúzia de representantes que trabalham para o sistema e reúnem-se em grandes eventos patrocinados por grandes corporações. Velho e debilitado em virtude dos exageros químicos da juventude o rock passa mais tempo nos médicos do que nos palcos. Seus filhos são caretas e ricos demais para sair do conforto e cair na estrada e seus netos passam mais tempo nas redes sociais combinando a próxima balada e gostam de música eletrônica só para dançar.

As vezes ele lembra dos velhos tempos, mas os cabelos brancos já não combinam com a rebeldia do início. Dizem que ele esta vivo mas na verdade é só um sósia, um ator profissional que finge ser rock mas que foi formatado em algum laboratório de propriedade do sistema que lucra mais e mais e da boas gargalhadas com os rebeldes de hoje, tão corretos politicamente, tão inofensivos criticamente e tão patéticos ideologicamente. Ele já não é aquele menino sabido da musica da Rita Lee.



Ela nem vem mais pra casa, doutor. Ela odeia meus vestidos,
Minha filha é um caso sério, doutor. Ela agora está vivendo
Com esse tal de... Roque Enrow, Roque Enrow, Roque En...

Ela não fala comigo, doutor, Quando ele está por perto
É um menino tão sabido, doutor, Ele quer modificar o mundo
Esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow?
Uma mosca, um mistério, uma moda que passou
E ele, quem é ele? Isso ninguém nunca falou!

Ela não quer ser tratada, doutor, e não pensa no futuro
E minha filha está solteira, doutor, ela agora está lá na sala
Com esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow, Roque En...

Eu procuro estar por dentro, doutor, dessa nova geração
Mas minha filha não me leva à sério, doutor, ela fica cheia de mistério
Com esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow?
Um planeta, um deserto, uma bomba que estourou
Ele, quem é ele? Isso ninguém nunca falou!

Ela dança o dia inteiro, doutor, e só estuda pra passar
E já fuma com essa idade, doutor, desconfio que não há mais cura
Pra esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow, Roque Enrow
Roque En...row

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Modos & Estilos #05 - ELP - Brain Salad Surgery

Na minhas inúmeras fases musicais teve a do Rock Progressivo, gênero que continuo apreciando. Tive muitos álbuns na minha coleção mas o meu preferido sempre foi o Brain Salad Surgery do Emerson, Lake And Palmer. Trata-se do quarto álbum de estúdio da banda brtânica e foi lançado em 19 de novembro de 1973 pelo selo Manticore (fundado por Greg Lake) e Atlantic Records. A arte da capa foi desenhada pelo artista HR Giger que também é o criador do personagem Alien.

Este álbum foi o gravado nos estúdios da Manticore (foto), gravadora da banda e foi produzido com o objetivo de ser reproduzido ao vivo da mesma forma que foi gravado.

As Músicas


Jerusalem - Uma adaptação do hino de Hubert Parry, sobre um poema de William Blake. Uma bela canção épica e espiritual, mas não se engane. Apesar de ser uma música com temática cristã o álbum não é puritano.

Toccata - Faixa instrumental baseada no primeiro movimento do primeiro concerto para piano de Alberto Ginastera, com arranjos de Keith Emerson. Trata-se de uma faixa bem Sci-Fi. Lembro-me que quando ouvia esta música imaginava exploradores espaciais em um planeta distante.

Still You Turn Me On - É a balada do álbum. Bela canção que fala sobre uma paixão  que permanece viva.

Benny the Bouncer - Até hoje não consigo entender porque esta música foi incluída neste álbum. Simplesmente não se encaixa. A letra conta a história de um segurança de bordel metido a valentão que um dia encontra um engraxate que acaba lhe tirando a vida. É ambientada nas histórias do Velho Oeste. A música em si não é ruim mas é desnecessária.

Karn Evil 9 - Trata-se de uma peça épica com quase meia hora de duração e dividida em três partes a saber: Primeira, Segunda e Terceira Impressão. A Primeira Impressão é uma composição de rock progressivo tradicional com todos os elementos do gênero e fala de um mundo onde o entretenimento é a arma para manter as pessoas cativas. A Segunda Impressão é um instrumental fantástico com muitos elementos de jazz e uma linha de baixo incrível, uma bateria soberba e um piano magnifico. A Terceira Impressão remete a um tema épico com muitos sintetizadores levando a um climax de dominação pela máquina como se ela fosse uma divindade.

É praticamente unânime a constatação de que este álbum é o melhor trabalho feito pelo trio. Os trabalhos posteriores não conseguiram repetir a perfeição deste disco. Lembro-me de escutá-lo repedidas vezes. Mesmo hoje ainda soa inovador. Me parece que os três músicos encontram em Brain Salad Surgery o equilíbio perfeito. Um incrível legado que ainda será ouvido por muito tempo. Meu único arrependimento é ter me desfeito dos meus discos.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Ódio nos Olhos

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; (Mateus 5:43,44).

Não questiono a dor de alguém que perdeu um ente querido através da ação violenta de um indivíduo, independente de sua idade, credo, etnia, ou qualquer outra coisa. Não duvido da angústia e da humilhação de quem já foi vítima da violência. É óbvio que é necessário uma medida punitiva para qualquer pessoa que comete um crime, assim como é imprescindível que esta medida seja acompanhada de uma recondução a socialização do infrator. Mas o que eu tenho presenciado nas entrevistas, nas redes sociais, nos comentários em jornais e revistas é apenas um sentimento de ódio que não deseja praticar a justiça mas apenas a vingança.

Termos como: "tem que mofar na cadeia", "tem que matar essa cambada", "são uns vermes malditos", "tinha que ter pena de morte para esses vagabundos" e muitas outras coisas que não ouso reproduzir aqui, são ditos com orgulho, destilando um ódio incompreensível típico de bestas-feras que contradizem qualquer teoria evolucionista por mais bem elaborada que seja. Mas o que mais me entristece é quando estas palavras de ordem são ditas por aqueles que se auto denominam cristãos. Definitivamente isto não é cristianismo, nunca foi e jamais o será. O verdadeiro cristão é aquele que morreu com Cristo e renasceu para Cristo. É uma pessoa que tem em Cristo o gabarito para a formatação da sua existência, que busca em Cristo o modelo de suas atitudes, que aprende de Cristo a ter um olhar diferenciado sobre o mundo. Alguém que crê, sem nenhuma dúvida, na transformação que somente Jesus, o Cristo, pode realizar em nossas vidas.

Você crê em Deus? Eu creio! E como crente neste Deus, eu suplico a Ele que tenha misericórdia da nossa podridão espiritual e da nossa incapacidade de amar e compreender a Sua vontade, o Seu plano e Seu sonho para toda a humanidade. Imploro a Ele, que mude nossas mentes e abra nossos olhos para que possamos ver o quanto estamos contaminados pelo mal deste presente século. Senhor, tende piedade de nós!