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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Tourniquet: Uma Viagem Microscópica por um Reino Telescópico de Thrash Metal Cristão! 🤘


E aí, galera! Hoje a gente vai embarcar numa viagem alucinante pelo universo de uma banda que deixou sua marca na história do metal cristão: o Tourniquet! Preparem-se para doses cavalares de riffs poderosos, letras inteligentes e uma sonoridade que mistura thrash metal com influências clássicas de um jeito que você nunca viu! 🤯


A banda surgiu lá nos anos 90, em Los Angeles, na gringa. Os caras já chegaram chegando, com o álbum Stop the Bleeding (1990), que botou pra quebrar e mostrou que eles não estavam pra brincadeira! O som era pesado, técnico, com letras abordando temas polêmicos e importantes, como a crítica ao abuso de animais em "Ark of Suffering". Aliás, essa música rendeu até um clipe que rolou na MTV (mas foi censurado rapidinho por ser "pesado" demais!). 😅

Mas a coisa não parou por aí! O Tourniquet lançou uma sequência de álbuns incríveis que consolidaram seu nome no cenário metal cristão: Psycho Surgery (1991), Pathogenic Ocular Dissonance (1992), Vanishing Lessons (1994)... cada um com sua identidade, mas sempre mantendo a qualidade e a originalidade que viraram marca registrada da banda. 😎


Uma das coisas mais legais do Tourniquet é a mistura de thrash metal com influências da música clássica. O baterista e principal compositor, Ted Kirkpatrick, era um cara super talentoso e estudioso. Ele mandava ver nas baquetas com uma técnica absurda e trazia elementos de compositores como Bach e Beethoven para as músicas. Era tipo um Beethoven do metal, saca? 🤘

Aliás, o Ted era o cérebro por trás de boa parte da sonoridade e das letras da banda. Ele era conhecido por usar termos médicos nas músicas, criando metáforas e analogias super criativas e inteligentes. As letras do Tourniquet sempre foram um ponto forte, abordando temas como fé, questões sociais, críticas à hipocrisia religiosa e muito mais, sempre com muita profundidade e poesia. 📚


Ao longo de sua trajetória, o Tourniquet passou por algumas mudanças na formação, com diferentes vocalistas e músicos deixando sua contribuição. Mas a alma da banda sempre se manteve intacta, com o Ted como maestro da orquestra metal! 🎼

Infelizmente, o Ted nos deixou em 2022, vítima de uma doença pulmonar. 😢 Mas seu legado segue vivo através da música do Tourniquet, inspirando novas gerações de metaleiros cristãos e mostrando que é possível fazer música pesada, inteligente e com mensagem, sem cair na mesmice ou na pieguice.

Então, se você curte metal de verdade, com letras que te fazem pensar e riffs que te botam pra headbangear, não deixe de conferir a discografia do Tourniquet! Você vai se surpreender com a qualidade musical e a originalidade dessa banda que deixou sua marca na história da música cristã. 😉

Álbuns Essenciais para Começar:

  • Stop the Bleeding (1990): O pontapé inicial da banda, com thrash metal cru e letras impactantes.
  • Psycho Surgery (1991): Um álbum mais técnico e experimental, com influências clássicas mais presentes.
  • Pathogenic Ocular Dissonance (1992): Considerado por muitos o auge da banda, com um som mais pesado e sombrio.
  • Microscopic View of a Telescopic Realm (2000): Um retorno ao thrash metal, com músicas complexas e letras inteligentes.

Fatos Marcantes:

  • O clipe de "Ark of Suffering" foi censurado pela MTV por conter imagens de abuso de animais.
  • A banda foi impedida de se apresentar no Milwaukee Metalfest em 1993 por causa da oposição do vocalista do Deicide, que era satanista.
  • O Tourniquet sempre se posicionou contra o abuso de animais, dando entrevistas para revistas e organizações de defesa dos direitos animais.
  • Ted Kirkpatrick foi eleito diversas vezes o melhor baterista e compositor pela revista Heavens Metal Magazine.

Legado:

O Tourniquet deixou um legado importantíssimo para a música cristã, mostrando que é possível fazer metal de alta qualidade, com letras inteligentes e mensagem positiva, sem cair em clichês ou preconceitos. A banda influenciou diversas outras bandas e abriu caminho para o metal cristão ser reconhecido como um estilo musical relevante e autêntico.

E aí, curtiu a viagem? Deixa aí nos comentários qual seu álbum favorito do Tourniquet! 😉

Não deixe também de conferir o trabalho da banda no Spotify.



terça-feira, 19 de novembro de 2024

Mortification: Uma Viagem Alucinante pelo Metal Extremo Cristão! 🤘✝️

 


Fala galera! Hoje a gente vai mergulhar no mundo insano de uma banda que desafiou as regras, quebrou barreiras e deixou um legado inegável no metal cristão: o Mortification! Se preparem para uma história de riffs brutais, letras viscerais e uma fé inabalável que fez dessa banda australiana um ícone do metal extremo.

Dos Anos 80 ao Metal Extremo: A Gênese do Mortification


A história começa lá em 1987, com o Steve Rowe, um cara apaixonado por heavy metal, criando a banda Lightforce. Eles mandavam um som mais power metal, meio na vibe do Stryper, sabe? Mas o Steve, um cara inquieto e cheio de ideias, sentia que tinha algo mais fervilhando dentro dele.

E não deu outra! Em 1990, junto com o baterista Jayson Sherlock e o guitarrista Cameron Hall, ele decidiu dar uma guinada radical no som, partindo para um thrash metal com influências de death metal. A mudança foi tão grande que até o nome da banda precisou ser atualizado! Nascia então o Mortification, um nome que já indicava a proposta extrema e visceral da banda.

Scrolls of the Megilloth: O Marco do Metal Cristão


Com o primeiro álbum, "Mortification" (1991), a banda já mostrou a que veio, mas foi com o segundo trabalho, "Scrolls of the Megilloth" (1992), que eles realmente explodiram! Esse álbum é considerado por muitos como um dos maiores clássicos do metal cristão, com riffs brutais, vocais guturais de arrepiar e letras que falavam sobre a batalha entre o bem e o mal de forma crua e impactante. O Mortification estava mostrando para o mundo que o metal cristão podia ser tão pesado e extremo quanto qualquer banda secular!

Experimentando Novas Fronteiras Sonoras

Com a saída do Jayson Sherlock e a entrada do Phil Gibson na bateria, a banda lançou "Post Momentary Affliction" (1993), explorando novos territórios sonoros, com toques de metal industrial e uma sonoridade mais experimental. O Mortification nunca teve medo de ousar e experimentar, e isso só aumentou a admiração dos fãs pela criatividade e originalidade da banda!

Blood World: Sucesso Comercial e Inovação


Em 1994, o Mortification lançou "Blood World", um álbum que marcou uma nova fase na carreira da banda. Eles se jogaram de cabeça no groove metal, com riffs pesados e contagiantes, sem perder a intensidade e a fúria característica do Mortification. Esse álbum foi um sucesso comercial, abrindo portas para a banda tocar em grandes festivais ao lado de gigantes do metal extremo como Napalm Death, Sick of It All e Entombed. O Mortification estava provando que era possível ser cristão e ao mesmo tempo fazer um som extremo e autêntico, conquistando o respeito de fãs de metal do mundo inteiro.

EnVision EvAngelene: Uma Obra-Prima do Metal Cristão


Em 1996, com o álbum "EnVision EvAngelene", o Mortification atingiu o auge da sua criatividade e inovação. Esse álbum é uma verdadeira obra-prima do metal cristão, com músicas complexas, letras profundas e uma sonoridade épica que transporta o ouvinte para um mundo de fantasia e batalha espiritual. A faixa de abertura, "EnVision EvAngelene", é um épico de 18 minutos que narra a crucificação de Cristo do ponto de vista dos anjos. Essa música é um marco na história do metal cristão, mostrando que a banda era capaz de criar obras grandiosas e emocionantes sem perder a sua essência brutal.

A Luta Contra a Leucemia e o Triunfo da Fé

Em 1996, o Steve Rowe foi diagnosticado com leucemia linfática aguda, uma notícia que abalou o mundo do metal cristão. Mas o Steve, um guerreiro de fé inabalável, enfrentou a doença de frente, passando por um transplante de medula óssea e meses de tratamento. Durante esse período difícil, a banda lançou o álbum "Triumph of Mercy" (1998), um testemunho da força e da esperança que Steve encontrou em Deus para superar essa batalha. As letras desse álbum são um reflexo da jornada de Steve pela dor, pela fé e pela cura, mostrando que mesmo nos momentos mais difíceis a fé pode nos dar a força para vencer qualquer obstáculo.

Um Legado de Coragem, Inovação e Fé

Ao longo de sua carreira, o Mortification lançou 14 álbuns de estúdio, 3 álbuns de compilação, 3 EPs, 6 discos ao vivo, 1 álbum demo, 1 box set e diversos vídeos. A banda se tornou uma das pioneiras do metal extremo cristão, influenciando inúmeras outras bandas que surgiram depois. O Mortification mostrou ao mundo que era possível ser cristão e ao mesmo tempo fazer um som pesado, extremo e autêntico, sem medo de abordar temas polêmicos e desafiadores.

O legado do Mortification vai além da música. A banda sempre se destacou por sua mensagem cristã clara e sem rodeios, usando sua música como plataforma para compartilhar sua fé e inspirar outras pessoas. O Steve Rowe, líder da banda, é um exemplo de superação e de fé inabalável. Sua luta contra a leucemia e sua perseverança em continuar fazendo música mesmo diante das dificuldades é uma inspiração para todos que o conhecem.

Mortification: Uma Banda Para a Eternidade

O Mortification é uma banda que deixou sua marca na história da música cristã. Sua coragem, inovação e fé inabalável abriram portas para o metal extremo cristão e inspiraram gerações de músicos e fãs. Se você curte um som pesado e extremo com letras que te fazem pensar, o Mortification é uma banda que você precisa conhecer!

domingo, 7 de abril de 2019

Modos & Estilos #024 - Led Zeppelin II - Um Clássico Cinquentenário

Há 50 anos atrás, depois do sucesso do álbum de estréia, o Led Zeppelin lançaria seu segundo álbum que é sem dúvida um dos melhores discos da história do rock, o Led Zeppelin II
 by David Juniper
O Led Zeppelin é uma  banda primorosa em todos os aspectos. Cada álbum é único, especial e surpreendente. Sua trajetória é inigualável, sempre andaram contra a maré e se dependesse da crítica "especializada" teriam desistido de fazer música. Mas este quarteto inglês capitaneado pelo mago musical Jimmy Page sempre seguiu em frente e andou a frente de seus contemporâneos. Depois de um disco de estréia simplesmente arrasador, lançado em 12 de janeiro de 1969, a Atlantic Records entendeu que a banda não deveria perder tempo e em abril do mesmo ano iniciaram-se as gravações do próximo álbum. Estas sessões se estenderiam até agosto de 1969 em foram feitas em diversos estúdios em diferentes locais dos Estados Unidos e Inglaterra durante as turnês da trupe britânica.

Apesar de toda a produção ter sido capitaneada por Jimmy Page, é necessário destacar o excelente trabalho do engenheiro de áudio Eddie Kramer que conseguiu a façanha de imprimir ao álbum uma massa sonora coesa que não deixa perceber a quantidade de locais em que ele foi gravado. Eddie, além do Led, trabalhou com artistas como: Emerson Lake & Palmer, Yes, Triumph, Kiss, Jimi Hendrix, The Beatles, The Rolling Stones, David Bowie entre muitos outros.

by Manfred von Richthfen “The Red Baron.”
O disco com suas nove faixas foi lançado oficialmente em 22 de outubro de 1969 e chegou ao primeiro lugar nos USA e na Inglaterra. Premiadíssimo, figura entre os álbuns mais vendidos da história. Só nos Estados Unidos foram 12 milhões de cópias. A arte da capa foi feita com base em uma foto da Divisão Jagdgeschwader 1 da Força Aérea Alemã. Foram colocado além dos rostos do quatro músicos as imagens do empresário da banda, Peter Grant e Richard Cole. a atriz Glynis Johns, Mary Woronov e o astronauta Neil Armstrong.

As Músicas


Sem sombra de dúvida o carro chefe é a aclamada Whole Lotta Love, com seu riff arrebatador que foi copiado de uma música de Willie Dixon, além de outros petardos como Heartbreaker, The Lemon Song, Moby Dick e Bring It On Home, todas derivadas do Blues e que servem de escola para as futuras bandas de Heavy e Hard que surgiriam. Até hoje, ainda é considerado como um dos álbuns mais influentes do rock.

Minhas impressões


Eu adquiri e ouvi este disco, pela primeira vez, em 1974. O impacto num menino de 12 anos foi definitivo para moldar o tipo de música que iria me influenciar para sempre. Lógico que hoje, 45 anos após a primeira audição, muita coisa mudou, mas mudou para melhor. Atualmente, entendendo um pouco mais de rock e de música é que consigo compreender a importância deste trabalho. Trata-se de um divisor de águas numa época em que talento e qualidade brotavam de todos os cantos. Destacar-se num cenário como este era uma tarefa árdua. A genialidade de Page, o talento musical de Jones, a interpretação magistral de Plant e a performance precisa e arrasadora de Bonhan saltam a cada faixa.

Confesso que é difícil para mim eleger uma música desta obra prima. Cada música tem sua magia, seu poder. What Is And What Should Never Be é envolvente com seus claros e escuros, luzes e sombras se sobrepondo, The Lemon Song com Jonesy dando uma aula de contra-baixo, até mesmo a balada melodramática Thank You de Plant para Maureen com seus vilões, texturas e um vocal perfeito. O lado B abre com Heartbraker e seu riff que influenciou muita banda por este mundão, a música emenda com outro bólido chamado Living Loving Mad. Na sequencia, Ramble On, um folk de arrepiar que se intercala com momentos de pura energia. A banda ainda ousa mais uma vez apresentando a peça instrumental Moby Dick onde Bonhan mostra o mega músico que era. Para fechar, a embriagante Bring It on Home, outra construída encima do talento de Dixon. Blues é tudo de bom.

Não sou daqueles saudosistas fanáticos que pensam que o rock acabou nos anos 80. Existem muitas bandas excelentes atualmente, mas só houve um Led Zeppelin e definitivamente não haverá outro.

Ouça e se deleite...


quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Underground Cristão #004 - Legacy Of Kain - I.N.V.E.R.S.O

Um álbum que consegue te prender da primeira até a última música
O Legacy Of Kain foi uma banda que me impressionou desde a primeira audição com o EP Greta lançado em 2016 com três músicas de tremer a terra. Agora eles estão de volta com o álbum I.N.V.E.R.S.O, um petardo de peso e conteúdo forte de suas doze faixas impecavelmente bem gravadas. Só para refrescar sua memória, a banda é um projeto dos guitarristas Angelo Torquetto e Karim Serri. Dois garotos com pouco mais de vinte anos de estrada em bandas como: Crosskill, Devil Tourturer, Desertor, Messianic Cry, Seven Angels e Doomsday Hymn. Além dos guitarristas, o grupo é completado por Markos Franzmann (voz), Leandro Paiva (baixo) e Tiago Rodrigues (bateria).

Com uma ótima capa  do artista plástico Carlos Fides do ArtSide Studio e produção, mixagem e masterização feita pelo guitarrista Karim Serri no Silent Music Studio o disco trás uma sonoridade que soa moderna, possui identidade própria e um peso impressionante. Outro detalhe: é uma das poucas bandas do gênero onde, apesar do vocal bem agressivo, é possível entender perfeitamente o conteúdo das letras.

Metal de primeira grandeza, com arranjos arrasadores. Vale a pena a audição de cada faixa. Já ouvi um par de vezes e está difícil escolher uma preferida, pois cada nova canção te captura e te deixa meio embriagado. Excelente. E olha que eu nem sou um fã do gênero.

A banda disponibilizou o download do álbum em: http://bit.ly/2gHQUKW. Você também pode visitar o canal da banda no Youtube em: https://www.youtube.com/legacyofkainbrazil

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Modos & Estilos #022 - The Beatles - Abbey Road

Falar sobre os Beatles é como chover no molhado. Goste ou não, os rapazes de Liverpool formaram a banda de rock mais importante de todos os tempos. 
Não vou contar aqui a história desta banda, pois ela já foi contada e recontada por gente infinitamente mais capacitada do que eu. Desta vez quero compartilhar a minha experiência pessoal quando escutei este álbum e como ele tem sido importante para mim. Abbey Road me fez enxergar Os Beatles de uma outra perspectiva e abriu a minha mente para as possibilidades da música. Confesso que sempre achei a banda muito chata, pois não conseguia ver o que estava por trás daquilo tudo, mas quando este álbum chegou e o escutei eu pude perceber o tamanho da evolução da banda.

O Abbey Road foi o penúltimo álbum do quarteto a ser lançado oficialmente, embora tenha sido o último a ser gravado, o que faz deste disco, na prática, o último disco dos caras. Diferente de Let It Be, existe uma atmosfera de trégua nos ânimos que andavam extremamente acirrados, principalmente entre John e Paul, embora o chato do Lennon tenha feito uma série de objeções durante as gravações. A atmosfera deste álbum é de despedida. Parece que todos, embora não fosse oficial, sentiam em seus íntimos que este seria o último trabalho do quarteto e, por conta disto, se esforçaram para dar o seu melhor.

George Harrison está bem mais a vontade e criativo neste álbum. O mesmo pode ser dito de Ringo que parece ter deixado de lado seu complexo de inferioridade imprimindo uma levada simples, porém precisa. A produção de George Martin é exuberante e o álbum ainda conta com a participação dos teclados de Billy Preston. O Uso de órgãos Harmond e de Sintetizadores Moog se destacam bastante neste trabalho que soa bastante progressivo.

Alem de toda a caprichada produção musical temos a capa que ser tornou um verdadeiro ícone. Não trás nenhuma informação a respeito do álbum e da banda. O local da foto virou ponto turístico e a imagem já foi parodiada no mundo todo, até pelos Simpsons.

As Músicas


Abbey Road abre com Come Together, uma obra prima de Lennon que havia escrito, originalmente, a pedido do Papa do LSD, Timothy Leary, quando iria concorrer ao governo da Califórnia. É ácida e pesada, perfeita para abrir um disco tão importante. Na sequência vem a balada Something que Harrison escreveu para sua esposa, uma música linda com um solo lindo, da época que solos falavam e não eram só uma demonstração de técnica e velocidade. Maxwell's Silver Hammer é de Paul e, segundo reza a lenda, foi um tormento para ser gravada. Conta a história de um maníaco homicida. Oh Darling também é uma canção de Paul que remete ao estilo musical dos anos 50 muito bacana de se ouvir. Octopus's Garden é uma música composta pelo simpático Ringo. A Música tem um clima meio infantil, como num parque de diversões. A Guitarra de Harrison dá o toque. Cativante e cola na primeira audição. I Want You (She's So Heavy) uma junção de duas músicas inacabadas de Lennon, com um clima bem progressivo e um solo vocal de arrepiar. Fantástica. Here Comes the Sun é mais uma obra prima de Harrison e mais um sucesso. Foi regravada por muita gente de peso e é um balsamo para uma alma cansada. Because é um tema vocal composto pela dupla mágica Lennon e McCartney uma verdadeira aula de harmonia. You Never Give Me Your Money é uma espécie de pout pourri de músicas inacabadas de Lennon e McCartney. Uma peça e tanto, com muitos efeitos e intervenções sonoras, psicodelismo a flor da pela. Sun king é mais uma da dupla Lennon & McCartney com um clima bem marcado pelo baixo e efeitos de canais entrecortados por vocalizações exuberantes. Mean Mr. Mustard e Polythene Pam são duas músicas de Lennon que ele não considerou boas mas que dão um clima bem bacana no disco. She Came in Through the Bathroom Window é de Paul e parece remeter a uma fã que havia entrado furtivamente no local. Golden Slumbers e Carry That Weight também é de Paul, na verdade são duas músicas unida em uma. Um belíssimo trabalho de orquestração e um clima grandioso com a voz impecável de Paul. The End teoricamente é para ser a última música do disco, composta por Paul ela fecha o disco e a carreira da banda mais importante do planeta. Her Majesty Depois de 14 segundos de silêncio eis que surge esta faixa escondida de apenas 23 segundos gravada por Paul e um violão. Coisas dos Beatles.

A Impressão


Quando escutei pela primeira vez este disco, ainda um adolescente, foi algo arrebatador e ainda continua assim. Até então eu não ligava muito para os garotos de Liverpool, mas ao ouvir Abbey Road meu conceito sobre o quarteto britânico mudou completamente. A genialidade, a musicalidade e a criatividade deste trabalho me fez ouvir mais desta banda e perceber a tremenda evolução numa carreira tão curta. Enfim, Abbey Road é um álbum muito a frente do seu tempo e que deixa claro porque Os Beatles são considerados, com toda a justiça musical, a maior banda de rock de todos os tempos. Só nos resta ouvir e admirar.


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Mais Matérias sobre os discos que fizeram parte da minha vida e da minha coleção acesse: Lista Modos e Estilos...

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Underground Cristão #002 - Grave Robber - Be Afraid

Quando se ouve o Grave Robber pela primeira vez o pensamento recorrente é: como eu não descobri esta banda antes?
A cena underground cristã tem produzido pérolas de valor e a banda americana Grave Robber é uma delas. Seguindo a linha Horror Punk, o GR lembra o som do Misfits mas sem deixar de ter uma identidade própria. Sua base operacional fica em Fort Wayne, Indiana. Formada em 2005 lançou seu primeiro álbum, Be Afraid, em abril de 2008 pela Retroative Records, gravadora pela qual ainda lançaram seu segundo disco, Inner Sanctum em janeiro de 2009. Atualmente a banda pertence ao selo Rotweiller Records por onde publicaram os álbuns: Exhumed em dezembro de 2010 e You're All Gonna Die! em novembro de 2011. Seu mais recente trabalho é o EP Straight to Hell de janeiro de 2015 também pela Rotweiller.

Além de ser uma excelente banda cristã, o Grave Robber é uma banda performática onde os integrantes são personagens que nunca mudam mas os atores por trás das mascaras podem mudar. Sua formação constante é: Wretched (vocals), Carcass (bass, vocals), Viral (guitar, vocals), Grimm (guitar, vocals) e Plague (drums).

A ideia da banda surgiu simultaneamente para Wretched e Carcass, durante um culto onde a palavra pregada era Romanos 6 que fala sobre estar morto para o mundo, estar morto para si mesmo e estar morto para o pecado, imediatamente os dois músicos ligaram isso a comunhão onde basicamente nos alimentamos do corpo e do sangue de Cristo. Isto foi o suficiente: Mortos que se alimentam de carne e sangue. Mas o compromisso com o Evangelho os levou a orar durante dois anos até que finalmente a banda iniciou os ensaios.

Neste post vamos apresentar o seu primeiro álbum, Be Afraid, um petardo sonoro que torna impossível não se apaixonar. O grupo evoluiu muito e cada trabalho está melhor, mas vamos ao álbum:

As Músicas


  1. The Exorcist / Intro - Essa intro já deixa bem claro o clima do álbum, que remete aos filmes de terror das décadas de 50 e 60 com direito a órgão e tudo o mais.
  2. Skeletons - Hardcore oldschool na veia, fala sobre ódio e assassinato e a necessidade de uma limpeza para se livrar de tudo isso.
  3. Burn Witch, Burn - De uma forma alegórica este Punk Rock fala sobre a necessidade de queimar a bruxa do mal que habita em cada um de nós.
  4. Bloodbath - Banho de sangue. O Nome já diz tudo. É preciso derramar sangue para haver limpeza. É obvio que se refere ao sacrifício que redime o ser humano. Os coros a lá Misfits são sensacionais.
  5. Rigor Mortis - Mais uma que fala do mal que nos assombra e nos acusa. A batida é sensacional.
  6. Buried Alive - Mais uma que fala da nossa condição miserável e questiona o fato de não sermos merecedores do sangue inocente que foi derramado por nós. O Clima é hardcore mais atual. 
  7. Screams Of The Voiceless - Rock com pegada mais hard que fala sobre o aborto e o fato da vítima não ter nenhuma escolha. Faz você pensar muito.
  8. Golgotha / Instrumental - Tema instrumental com sons incidentais que remetem a crucificação de Jesus. Uma pausa para o que vem a seguir. Bastante peso criando um clima tenso e melancólico.
  9. Reanimator - Uma ode ao sacrifício de Jesus e sua obra redentora que culmina com a sua ressurreição. Hardcore das antigas que dá vontade de sair pogando.
  10. Schizofiend - Mais uma levada para o hard que vira hardcore, se refere a mente dividida, onde a parte ruim precisa ser estirpada.
  11. Dark Angel - Hardcore acido sobre o demônio mostrando que não há nada de positivo no anjo caído. Sonzeira.
  12. I Wanna Kill You Over And Over Again - Amo esta música. Com uma levada mais Hard e Blues fala sobre a necessidade de matar o velho homem para que possamos viver uma nova vida.
  13. I, Zombie - Outra sensacional. Bateria bem marcada com vocais bem colocados para lembrar que enquanto servos de Cristo somos como mortos vivos que se alimentam da carne e do sangue enquanto aguardamos a volta do nosso Mestre.
  14. Army Of The Dead - E para fechar a fantástica Army Of The Dead que faz um convite para fazer parte deste exército de mortos, para o mundo, que vai saqueando o inferno em busca de almas.

Conclusão:


Be Afraid é um álbum cativante, sensorial e frenético que faz você querer se mexer. As linhas melódicas são bem construídas e mostram que existem músicos competentes por trás das máscaras. Além disso, são pessoas realmente comprometidas com seus ideias e com o Evangelho. Um álbum bom do início ao fim  e te leva a querer ouvir os outros trabalhos. Vale a pena.




quinta-feira, 6 de julho de 2017

Modos & Estílos #020 - Joelho de Porco - Joelho de Porco

Punk de Boutique, Pop Psicodélico ou pura zoação, não dá para dizer ao certo, mas os avôs dos Mamonas faziam o mais puro Rock'n Roll
A banda paulistana, Joelho de Porco iniciou suas atividades em 1972 tendo na formação original os músicos:  Tico Terpins (violão,voz, guitarra); Gerson Tatini (baixo); Walter Baillot (guitarra); Próspero Albanese (bateria e vocais); Conrado Assis Ruiz (guitarra, piano e vocais) e Rodolfo Ayres Braga (baixo e vocais). Ainda em 72 gravam um compacto simples, produzido por Arnaldo Baptista (ex Mutantes) e em 74 lançam seu primeiro álbum, São Paulo 1554/Hoje, bastante elogiado pela crítica.

Em 1976, o argentino Billy Bond assume os vocais e a banda passa por uma reforma na formação. Em 1977 gravam o álbum Joelho de Porco que é lançado em 1978 e que iremos analisar neste post. A banda ainda volta em 1983 quando lança o duplo Saqueando a Cidade que conta com a participação de Zé Rodrix. Em 1988 o grupo ainda lança mais um álbum, o 18 Anos Sem Sucesso.

Embora alguns insistam em afirmar que a banda foi precursora do Punk nacional esta é uma afirmação equivocada, pois apesar do deboche e até alguma consciência social nas letras fica claro que se trata de um grupo de pop rock e com forte apelo e produção voltada para o comercial, bem longe das motivações do Punk Rock.

Não há dúvida que é um ótimo grupo que trouxe um pop rock equilibrado com um certo peso em algumas faixas e muito e bem executado Rock,n Roll. O Álbum homônimo de 78 foi o disco que me levou a descobrir a banda e por um bom tempo era presença obrigatória no meu toca-discos.  Vamos ao álbum.

As Músicas


  1. O Rapé - Pop Rock que brinca com a situação da poluição e faz uma analogia com o consumo de drogas. Só não entende quem não quer.
  2. São Paulo By Day - Rock básico, fala sobre o problema, já naquela época, dos menores infratores no centro de São Paulo. Uma pegada meio hard meio glam, arranjos bem feitos.
  3. Paulette, Mon Amour - Folk Rock simples e bacana que trata da questão da homossexualidade, talvez, hoje, fossem chamados de homofóbicos.
  4. Rio de Janeiro City - Hard Rock que fala da violência da cidade Maravilhosa que ofusca os valores e mitos que fizeram a fama do Rio de Janeiro. O trabalho da guitarra é sensacional e tem um orgão pra lá de bem tocado. Muito boa a música.
  5. Feijão com Arroz - Mais um Pop com arranjos de metais, lembra um pouco a disco music da época mas que dá lugar a uma levada mais rock. Faz uma piada sobre a miséria e a fartura.
  6. Aeroporto de Congonhas - Blues que mostra o lado sem graça e sem sal dos paulistanos. Música bem experimental que trabalha com vários ritmos num clima meio psicodélico.
  7. Golden Acapulco - Pura comédia que brinca com os sucessos da música mexicana. Detalhe para o vocal a lá Beatles, nos backings. Um show. A guitarra também faz bonito na hora do solo. E os trocadilhos com malícia.
  8. Boing 723897 - Bateria e vocais alucinados dão voz a uma piada com a tecnologia frente a simplicidade dos habitantes originais do continente. Mais uma vez as referências de Beatles e Jovem Guarda estão presentes e bem marcadas. A Bateria e a guitarra dão um show a parte.
  9. Mandrake - Outra brincadeira, desta vez com o personagem dos quadrinhos a referências a falsa morão social que sempre esconde algo a mais. O Ritmo de marchinha de carnaval diz tudo.
Trata-se de um disco bem produzido e descontraído de uma banda que faz parte do panteão do rock nacional e que não pode faltar em nenhuma discoteca básica de respeito.


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Modos & Estilos #019 - Rita Lee & Tutti Frutti - Fruto Proibido


Considerada a rainha do Rock nacional, Rita Lee tem uma carreira eclética passando por vários estilos e bons trabalhos, mas nada comparável a esta obra prima.
Rita Lee Jones Carvalho nasceu em São Paulo em 31 de dezembro de 1947. Começou a tocar bateria aos 15 anos. Entre 1966 e 1972 Rita Lee fez parte da maior banda brasileira de todos os tempos, os Mutantes, de quem foi co-fundadora junto com os irmãos Arnaldo e Sérgio Dias. A Relação com Os Mutantes a levou a contrair matrimônio com Arnaldo Dias. Ainda com Os Mutantes gravou dois discos solo: Build Up em 1970 e Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida de 1972 que, na verdade trata-se de um disco dos Mutantes mas que foi lançado como solo de Rita por questões contratuais da gravadora. Com o fim de seu casamento com Arnaldo veio o fim do seu relacionamento com a banda.

Com a amiga Lucia Turnbull forma a dupla Cilibrinas do Éden que acaba sendo o embrião da banda Tutti Frutti que conta ainda com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci, entre outros. A Parceria com a nova banda dura de 1973 até 1978 e o saldo são quatro álbuns a saber: Atrás do Porto Tem Uma Cidade de 1974, Fruto Proibido de 1975, Entradas e Bandeiras de 1976 e Babilônia de 1978. Destes, o álbum Fruto Proibido é considerado até hoje, uma obra prima do rock nacional e nós vamos saber porque, nesta postagem.

O Álbum

Fruto Proibido levou meses para ser composto em um trabalho conjunto da banda. Foi gravado no estúdio Eldorado, em São Paulo, em abril de 1975 e lançado em junho do mesmo ano. O álbum trás uma mistura de rock, pop, blues e hard rock colocados de maneira bem equilibrada e feito com muito profissionalismo que resultou em grandes sucessos. Produzido por Andy Mills e financiado e colocado no mercado pelo selo Som Livre, vendeu, na época, algo em torno de duzentas mil cópias, um marco para um disco de rock no Brasil. Participaram deste trabalho:
  • Rita Lee: voz, violão e sintetizador.
  • Luis Sérgio Carlini: guitarras, slide, violão, gaita e vocal.
  • Lee Marcucci: baixo e cowbell.
  • Franklin Paolillo: bateria e percussão.
  • Guilherme Bueno: piano e clavinete.
  • Rubens Nardo: vocais.
  • Gilberto Nardo: vocais.
  • Participação Especial de Manito: Sax em "Esse Tal de Roque Enrow", Flauta em "Pirataria" e Órgão Hammond em "O Toque".

As Músicas

Lado A

  1. "Dançar pra não Dançar" (Rita Lee) - Rock'n Roll básico com pegada firme com letra bem construída com um certo ar de psicodelia. O piano da entrada muito bem colocado. Backings na hora certa e a mudança  da segunda que dá espaço para a guitarra magnifica de Carlini, econômica mas no momento certo.
  2. "Agora Só Falta Você" (Luis Sérgio Carlini / Rita Lee) - Boa pegada com trabalho de guitarras, fala de atitude e mudança de vida, busca da liberdade e coisas do gênero. Bateria bem trabalhada.
  3. "Cartão Postal" (Paulo Coelho / Rita Lee) - Blues com todos os trejeitos do estilo. Blues em português é algo difícil de fazer mas a parceria com Paulo Coelho faz bonito. Baixo preciso dando todo o clima da canção. A guitarra limpa e comedida funciona como a cereja do bolo.
  4. "Fruto Proibido" (Rita Lee) - Rhythm and blues tradicional com harmônica e tudo. O Vocal de rita está bem jovial e entra bem no clima da canção que fala sobre as buscas por ultrapassar as fronteiras estabelecidas.
  5. "Esse Tal de Roque Enrow" (Paulo Coelho / Rita Lee) - Sucesso absoluto faz uma sátira de uma mãe conversando com seu psicanalista sobre a sua filha. Uma música que trata, de maneira bem humorada, sobre os conflitos de gerações. Mais uma vez a parceria com Paulo Coelho e até uma referência sutil a Raul Seixas. Sax mandando ver. A Guitarra está mais bem elaborada também.

Lado B

  1. "O Toque" (Paulo Coelho / Rita Lee) - Outra em parceria com Paulo Coelho com uma pegada mais psicodélica. Mais uma vez o baixo faz a diferença na base junto com um ótimo trabalho nos tambores. A segunda parte passa para um clima bem pinkfloydiano.
  2. "Pirataria" (Lee Marcucci / Rita Lee) - Glam bem construído com um leve funkeado. Na minha opinião é a mais fraca do álbum. Mas é uma boa canção.
  3. "Luz del Fuego" (Rita Lee)  - Excelente canção de empoderamento com uma abertura muito bem feita de guitarra e bateria. Vocais e arranjos muito bem colocados. Realmente uma excelente peça musical. 
  4. "Ovelha Negra" (Rita Lee) - O que falar desta canção. Trata-se de um hino de uma geração que é cantada até hoje, já recebeu várias versões. Uma balada rock que encanta logo a primeira audição. Tudo nesta música é perfeito. Letra, arranjos, instrumental e o solo magistral de Luiz Sérgio Carlini, talvez um dos mais belos do rock nacional. Encerra o álbum de maneira impecável.

Conclusão

Fruto Proibido é um disco obrigatório para quem gosta de boa música. Rita Lee está na sua melhor performance e embora seu disco seguinte, Entradas e Bandeiras, seja mais homogêneo, é mais Tutti Frutti do que Rita Lee e Fruto Proibido é mais Rita. É um daqueles discos que ficam para sempre em nossas lembranças. Perfeito.


sexta-feira, 2 de junho de 2017

Underground Cristão #001 - Mortification - Primitive Rhythm Machine

Quando eu me converti ao Evangelho de Jesus Cristo uma das coisas que não me agradou muito foi a qualidade da produção musical, mas esta má impressão inicial foi quebrada ao escutar este álbum. Foi como uma luz no fim do túnel.
A banda australiana Mortification, começou, oficialmente, em 1990, mas a sua formação se inicia em 1984 quando o baixista e vocalista Steve Rowe monta as bandas Rugged Cross (1984) e  Axiz (1985). Apesar da vida curta destas bandas, elas foram estímulo para que Steve não desistisse de seu projeto de banda. Em 1986 nascia a banda LightForce que grava seu primeiro álbum, Battlezone, em 1987 e o Mystical Thieves em 1988. Já em 1989 quando se preparavam para o terceiro trabalho, Steve assume a direção da banda que passa a se chamar Mortification.

Com Steve Rowe (baixo e vocal), Cameron Hall (guitarra) e Jayson Sherlok (bateria) a nova banda lança o álbum Break The Curse, ainda com o nome de LightForce. Este álbum foi remixado e relançado como Mortification, em 1994, com uma faixa bônus. Oficialmente o primeiro trabalho é: Motification, de 1991, com Michael Carlisle na guitarra.

A banda passou por diversas formações e tendências e atualmente o time é composto por Steve, o guitarrista Lincon Bowen e o baterista Andrew Esnouf. O álbum Primitive Rhythm Machine foi lançado em 1995 e é sobre ele que iremos falar nesta postagem.

Lançado em 1995 pelo selo Intense Records e Nuclear Blast no formato CD e remasterizado e relançado em 2008 pela Metal Mind Productions, produzido por Steve Rowe conta co o próprio Steve (baixo e vocal), George Ochoa (guitarras e teclados), Bill Rice (bateria), Jason Campbell (guitarra base) e Dave Kellogg (guitarra solo).

O álbum tem uma pegada excelente e em certos momentos lembra o Sepultura, dos bons tempos, mas sem perder a identidade característica do Mortification. Trata-se de um trabalho mais experimental, com vocal mais limpo e que mostra uma boa evolução musical da banda que deixa o death, um pouco de lado, e soa mais metal.

Vale a pena conferir.


.Ouvir no Spotfy...

terça-feira, 2 de maio de 2017

Modos & Estilos #018 - Secos & Molhados - Secos & Molhados II

Um álbum a frente de seu tempo e que ainda soa surpreendente!
A banda Secos & Molhados criada, em 1970, pelo cantor e compositor português, radicado no Brasil, João Ricardo, teve muitas formações. Mas nos anos de 1973 e 1974 o grupo teve a formação considerada clássica composta pelo próprio João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Gérson Conrad (vocais e violão) e Ney Matogrosso (vocais).  Com este time gravaram os dois primeiros álbuns da banda que são verdadeiras obras primas da música brasileira: Secos & Molhados I (1973) e Secos & Molhados II (1974).

O impacto causado pela banda foi arrebatador. Numa época difícil para o país, os Secos & Molhados ousaram em tudo. Na musicalidade inovadora, nas letras, no visual extravagante, na mistura de sons e ritmos com elementos do rock, jazz, progressivo, folclore português, MPB e muito mais. Apesar do tempo, o trabalho realizado a esta época,continua atual e ainda surpreende os ouvidos mais atentos.

Mesmo não tendo obtido o mesmo sucesso e volume de vendas do primeiro disco, Secos & Molhados II é, na minha opinião, não apenas o melhor trabalho do grupo, mas um dos melhores álbuns produzidos no Brasil e pode facilmente figurar entre as grandes coleções da música mundial. Mas nem tudo são flores, o álbum originalmente foi prensado em vinil não virgem o que prejudica um pouco a qualidade sonora e merece uma remasterização. No entanto este detalhe não o deixa menor e menos importante. A capa simples, minimalista e intrigante já dá uma mostra do seu conteúdo.

Menos rock que seu antecessor, as músicas do disco passeiam por vários estilos e criam um clima de delírio e introspecção com arranjos muito bem construídos e uma performance vocal primorosa de Ney Matogrosso. Nas letras temos um desfile de autores como:  Julio Cortázar, João Apolinário, Fernando Pessoa e Oswald de Andrade além do próprio João Ricardo, Paulinho Mendonça e uma parceria com a cantora, compositora e multi-instrumentista brasileira, Luhli, na faixa Toada & Rock & Mambo & Tango & Etc.

Além do Trio, participam deste álbum os músicos: Norival D'Angelo (bateria, timbales e percussão), Sérgio Rosadas (flauta transversal e flauta de bambu), John Flavin (guitarra elétrica e violão de 12 cordas), Willi Verdaguer (contrabaixo elétrico), Emilio Carrera (piano, órgão e acordeão), Triana Romero (castanholas) e Jorge Omar (violões e viola). Destaque para o baixista Willi que dá um show de técnica e musicalidade. Mas vamos às músicas:

01 - Tercer Mundo (João Ricardo/Julio Cortázar) - Música no estilo flamenco, com castanhola e tudo. Num clima bem revolucionárioe um belíssomo de trabalho de violões.
02 - Flores Astrais (João Ricardo/João Apolinário) - Foi o hit deste álbum, tocado e retocado em tudo que é lugar. Clima psicodélioco, meio prog, meio pop. Excelente.
03 - Não: Não Digas Nada (João Ricardo/Fernando Pessoa) - Mais uma acústica. Num belíssimo arranjo sobre um poema de Fernando Pessoa. 
04 - Medo Mulato (João Ricardo/Paulinho Mendonça) - Num clima de suspense  a letra fala dos medos que rondam as mentes alimentadas pelas histórias de fantasmas. Tem um clima meio circense e um arranjo de flauta muito bom.
05 - Oh! Mulher Infiel (João Ricardo) - O Violão passeando em um acorde trás a melodia que denota intimidade. É o próprio João Ricardo que canta. Dá a sensação de uma pausa.
06 - Voo (João Ricardo/João Apolinário) - Com um baixo magistral a música tem uma levada meio prog que passa bem a sensação de algo voando. Rock de primeira meio folk sobre o poema de João Apolinário.
07 - Angústia (João Ricardo/João Apolinário) - Mais uma que o baixo de Willi simplesmente arrasa. Rock setentista com uma intervenção de guitarra com sonoridade bem psicodélica.
08 - O Hierofante (João Ricardo/Oswald de Andrade) - Rock de alta qualidade sobre um texto de Oswald de Andrade deixando claro que, se Ney era a voz da banda, João Ricardo era o cérebro.
09 - Caixinha de Música do João - (João Ricardo) - Faixa curta e melancólica que funciona como uma transposição para a a última parte do álbum.
10 - O Doce e o Amargo (João Ricardo/P. Mendonça) - Mais um trabalho de cordas bem cunstruido que nos levam a refletir.
11 - Preto Velho (João Ricardo) - Tema contemplativo com uma flauta lindíssima e o vocal de João ricardo num poema introspectivo que olha direto para a alma.
12 - Delírio (Gérson Conrad/P. Mendonça) - Blues arrasa quarteirão de arrepiar. Sempre falo como é difícil fazer blues em portugues, tem que ter muito talento e os caras esbanjam.
13 - Toada & Rock & Mambo & Tango & Etc (João Ricardo/Luhli) - Rock Psicodélico com todas as nuances do estilo, com um vocal sussurrado mostrando o quanto os caras poderiam ter produzido juntos.

Conclusão

Secos & Molhados II é um disco formidável que não pode faltar em nenhuma coleção. Uma obra musical a frente de seu tempo. O talento musical de João Ricardo está a flor da pele, a voz de Ney está impecável. Enfim, uma produção nacional que nos dá orgulho de ser brasileiro.


quinta-feira, 20 de abril de 2017

Qual a sua trilha sonora?

Já que a vida é como um filme, nada mais justo do que uma trilha sonora adequada...
Pink Floyd
Desde que eu me entendo por gente, a música faz parte da minha vida. No começo, não era algo assim tão importante mas quando eu tinha oito para nove anos algo aconteceu. Nós morávamos em Curitiba, bem no centro, na rua Senador Alencar Guimarães. A casa da frente era alugada para um restaurante e nos fundos desta havia um quitinete que era alugado para um hippie. As vezes eu ia lá, para ouvir música e numa dessas vezes eu fui apresentado ao Pink Floyd. Foi amor a primeira audição. Me apaixonei por aquela música cativante, misteriosa e envolvente. Também, não era para menos, afinal The Dark Side Of The Moon é um petardo que impressiona até hoje. O Peninha (o hippie que morava no quitinete) gravou uma fitas para mim que eu ouvia em um gravador mono, que meu pai havia me presenteado.

Led Zeppelin
Quando mudamos para o Rio de Janeiro em 1973, a música continuou sendo uma espécie de trilha sonora da minha vida. Em casa, as tardes eram preenchidas com óperas e operetas que meu padrinho adorava. Eram seis discos por vez numa radiola Philips. Logo ganhei meu próprio toca discos. E começaram a vir os discos. O primeiro álbum que eu comprei foi o Machine Head, do Deep Purple, até que em 74 conheci o Led Zeppelin. Mais uma vez fui impactado e virei fan de carteirinha. Comprei todos os álbuns, aguardava os lançamentos, tinha discos piratas, posters, livros e tudo o que saísse sobre a banda. Na esteira do Led curti muita coisa: Huriah Heep, Deep Purple, Queen, Ted Nugent, Slade e muito mais. Até que ouvi o Emerson, Lake And Palmer e mergulhei no Progressivo com Yes, Triumvirat, PFM, Camel, Renaissance, Jethro Tull, Alan Parson, Supertramp, etc. Certa vez, uma amiga me deu o Álbum Branco do Beatles e finalmente entendi a importância dos quatro garotos de Liverpool. O Abbey Road ainda é, para mim, um daqueles álbuns perfeitos do início ao fim.

Oswaldo Montenegro
Paralelamente a este mundo de baixos guitarras e baterias, conheci, através dos meninos que moravam no mesmo prédio, o chorinho. Como não se derreter ao som do bandolim do Jacob do Bandolim, do cavaquinho do Valdir Azevedo e da flauta do Altamiro Carrilho, isso sem falar nos arranjos do mestre Radamés Gnatalli. Na esteira do chorinho veio uma tal de MPB com os versos magistrais de Chico Buarque, a voz encantadora de Elis Regina, as construções inquietantes de um Zé Ramalho e as baladas de um menestrel chamado Oswaldo Montenegro. É claro que o rock tupiniquim também fez parte desta lida com as Mutações dos irmãos Dias (Mutantes), os trejeitos dos Secos & Molhados, o fruto proibido da Rita Lee que na Casa das Máquinas, rezava um Terço bem Made In Brazil.

Cólera
Mas chegaram os anos oitenta e descobri uma nova força, mais energética, rude e direta. Entrei de cabeça no Punk Rock. Ao som dos Pistols, Clash, Ramones, Toy Dolls, Discharge, GBH, ExploitedDead Kennedys e MDC. Pirei de vez e vi que não estávamos perdidos pois por aqui também tínhamos nossos representantes como: Psikoze, Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. O Impacto do Punk Rock foi tão forte que montamos as bandas Maus Elementos e Paz Armada, em Curitiba, e ainda toquei com o Resistência Nacional e com O Corte.

Antidemon
Em meados da década de 90 conheci Jesus Cristo e minha vida deu uma guinada de 180°. Descobri que cristãos fazem música de alta qualidade e começou tudo de novo. Me encantei com o rock do Tourniquet, Narnia, Bride e Mortification. Me maravilhei com o progressivo do Iona, Ajalon, Unitopia e Neal Morse Band, com a brasilidade do Fruto Sagrado, Katsbarnea, Palavraantiga, Resgate, Antidemon e Rebanhão e com o punk de Value Pac, Slick Shoes, One Bad Pigs e Grave Robber. E Mais uma vez o Punk me levou a montar bandas. Primeiro foi o CHC, depois a Holy Factor e atualmente o Experimento Holy Factor.

É claro que está faltando muita coisa bacana. Mas o espaço é pequeno e não da pra citar todas as bandas que me influenciaram nesta caminhada até aqui. Mas e você, qual é a sua trilha sonora? Comente ai para descobrirmos novos sons.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Punks Não Morrem, Viram Rebites!

Não tem nada mais punk do que ser crente!
Quando o Eduardo Teixeira lançou o documentário Cristo Suburbano, é bem provável que ele não imaginava aonde isto tudo chegaria. O que era para ser um documentário ao melhor estilo DIY para contar a história da cena punk cristã no Brasil rendeu, além do vídeo, um selo que distribui material de várias bandas, um ministério, três coletâneas, um blog, canal no Youtube e muitos planos para o futuro. No campo das coletâneas foram, até o momento, três edições. A primeira, em 2015 com 23 bandas, a segunda em 2016 com 44 bandas e a terceira de 2017 com 56 bandas, sendo 9 faixas de bandas internacionais de peso como Mark Main e Grave Robber. Mas vamos a esta coletânea.

A compilação Cristo Suburbano Volume 3, como já foi dito, conta com 56 faixas de bandas da cena JCHC (Jesus Christ HardCore) nacionais e internacionais. São vários estilos dentro do punk produzido por cristãos e não há como analisar cada música separadamente. Mas posso fazer uma análise do conjunto da obra. Uma palavra: sensacional. Começando pela ótima capa (figura), desenhada pelo Adriano, da banda curitibana Nova Prole, que já dá uma ideia do conteúdo. A seleção das músicas está excelente com áudio bem equilibrado, entre cada faixa, bem como a qualidade das gravações. Algumas bandas prepararam canções exclusivas para este mega álbum. O download pode ser feito de forma gratuita na página do selo no Bandcamp.

Mas o grande mérito desta coletânea é ver a quantidade de bandas excelentes que existem na cena punk cristã nacional. Para quem quer ter uma ideia do panorama musical do estilo é uma ótima oportunidade. Além do mais, é gratificante ver que mesmo sem nenhum apoio da mídia de massas o underground continua vivo e produzindo muito música boa. Também não podemos esquecer do empenho do Eduardo Teixeira que organizou esta coleção, que certamente ficará na história. A mim só resta te dizer uma coisa. Escute!

Nota: O título desta matéria é uma matéria do punk curitibano Flávio Fardado.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Modos & Estilos #015 - Sparks - Propaganda

Confesso que não me lembro quem me apresentou a banda Sparks, mas lembro perfeitamente que foi a álbum Propaganda e que foi amor a primeira audição!

Capa do Álbum
A banda Sparks foi formada pelos irmãos Ron e Russell Mael no final dos anos 60, em Los Angeles, Califórnia, sob a forte influência da psicodelia reinante por aquelas bandas. Com seus vocais operísticos e letras inteligentes a banda passa por várias fazes registradas em seus vinte álbuns lançados entre 1971 e 2006.

As músicas são marcadas pela ironia e bom humor, muitas vezes amado e outras odiado. Em alguns momentos soa até mesmo meio infantil. Mas há de se destacar a musicalidade da dupla com os arranjos vocais e instrumentais de altíssima qualidade e talento.

O álbum Propaganda que foi lançado em 1974 trás todos os elementos que marcaram o grupo e merece estar em qualquer coleção de quem ama boa música. São onze faixas de tirar o fôlego. Foi lançado em novembro de 1974 logo pós o excelente Kimono My House e relançado em 2006 com três músicas a mais.

Nós vamos analisar a versão original, que era o que eu possuía na minha coleção. Confesso que não lembro quem me apresentou o Sparks. É bem provável que tenha sido meu amigo Hamilton.

As Músicas


1 Propaganda - 0:23 - Uma crítica ao sistema que utiliza o marketing para convencer as pessoas e principalmente os jovem a lutar por causas nem sempre tão nobres. A faixa é curtíssima mas usa uma série de sobreposições de vozes em tom operístico que conseguem colocar uma letra gigantesca em pouco mais de vinte segundos.
2 At Home At Work At Play - 3:06 - A letra, enorme, fala sobre o cara que não tem tempo para nada e só quer estar com sua paixão onde quer que seja. A música lembra os hard rocks típicos da década de setenta.
3 Reinforcements - 3:56 - A Letra discursa sobre uma batalha em que o protagonista precisa de reforços, mas tem um duplo sentido que pode ser traduzido como uma batalha pessoal ou algo do tipo. A melodia é mais uma com o tom operístico tradicional do grupo, pop rock da melhor qualidade com peso certo e um clima psicodélico que parece ter saído de um sonho.
4 B.C. - 2:14 - Esta fala sobre um relacionamento e mais uma vez o sarcasmo está em toda a parte. Virtuosismo com tom de deboche aliados a um trabalho de baixo muito bem elaborado e vocais bem construídos em cima de uma batida constante.
5 Thanks But No Thanks - 4:15 - A letra conta a história de alguém que segue uma espécie de instinto ou ordem superior para seguir mesmo tendo outras possibilidades. Outra que carrega a psicodelia dos anos setenta na ponta da agulha. Melodias simples e sofisticadas ao mesmo tempo e um trabalho de percussão que garante o clima certo.
6 Don't Leave Me Alone With Her - 3:03 - A letra muito bem construída revela um relacionamento indesejado mas que pelos outros é visto como inevitável. Quase uma continuação da anterior mas com mais peso na guitarra. O interessante das músicas da banda é cada faixa privilegia um instrumento em particular. Aqui é a guitarra com drive equilibrado que dá o ambiente para a canção.
7 Never Turn Your Back On Mother Earth - 2:29 - Uma epopeia lisérgica que fala sobre vida com uma pegada naturalista. Bem Flower Power. Balada carregada de emoção com trabalho de orquestra criando uma bela harmonia sobre os vocais bem cuidados desta faixa.
8 Something For The Girl With Everything - 2:18 - Totalmente tresloucada a música é a respeito de uma garota, ou algo, que não pode ser incomodado. Traz a marca da banda com seu clima meio psicótico e atormentadoramente debochado. Sarcasmo, ou apenas diversão de quem entende de música? Da metade para frente ganha o peso do glam dos anos setenta.
9 Achoo - 3:35 - Letra existencialista sobre a vida em que a realidade sempre inverte a verdade sem perder o tom de sarcasmo. Psicodelia sessentista de garotos que não levam nada a sério com uma interjeição sonora hilária. Poderia chamar de uma espécie de punk progressivo.
10 Who Don't Like Kids - 3:37 - Quem não gosta de crianças? Pode haver um segundo sentido na pergunta mas a música é ótima. Sem dúvida uma das faixas mais bacanas do álbum. Todos os elementos que caracterizam a banda numa mesma composição. Não dá nem para rotular. Perfeita.
11 Bon Voyage - 4:55 - A letra brinca com o ceticismo e a religiosidade quando se aproxima o fim da vida. Questiona mas não emite uma opinião definitiva. O álbum não poderia terminar com uma música melhor. Novamente a atmosfera psicodélica com vocais magistrais mostra todo o potencial e talento dos Sparks.

Para ouvir:


domingo, 15 de janeiro de 2017

Modos & Estilos #014 - Focus - Live At The Rainbow

Um certo dia estava na casa de um amigo e ele me mostrou e colocou para tocar o LP Live At The Rainbow da banda Focus. No dia seguinte eu já estava na loja de discos, do bairro, comprando um exemplar para minha coleção. Foi amor a primeira vista e é sobre esta banda e este álbum que iremos tratar nesta postagem.



O Focus é um grupo holandês de Rock Progressivo formado em 1969 pelo músico Thijs Van Leer (Teclado e Flauta). O Grupo lança seu primeiro álbum, intitulado In and Out of Focus, em janeiro de 1971, seguido do Moving Waves, ainda em 71 e Focus III no final de 72.

Em outubro de 73 lançam seu primeiro registro ao vivo, o lendário Focus at the Rainbow que iremos analisar nesta postagem. O álbum foi gravado no Rainbow Theatre em Londres em 5 de maio de 1973. Seu lançamento não estava previsto mas devido a divergências internas foi lançado no lugar de um álbum de estúdio que estava previsto para ser lançado mas foi adiado.



O disco trás a formação clássica com Thijs van Leer (teclado, flauta e vocais), Jan Akkerman (guitarra), Bert Ruiter (baixo) e Pierre van der Linden (bateria) e mostra toda a musicalidade da banda ao vivo, com espaço para performances mais arrojadas e improvisos.

Trata-se de um registro indispensável em qualquer discoteca de rock de respeito. Vale lembrar que a banda é, até hoje,considerada uma das maiores do gênero com uma musicalidade a frente do seu tempo, misturando elementos do rock, do jazz e da música erudita. Mas vamos ao disco.

As Músicas


1 - Focus III - O disco inicia com esta fantástica peça instrumental do álbum homônimo onde a guitarra de Akkerman é o ponto alto da faixa. Tema curto e lindo.

2 - Answers? Questions! Questions? Answers! - Sem intervalo, chegamos a este tema energético, que também faz parte do Focus 3, com seus vocais de fundo e um órgão maravilhoso e muitas mudanças de ritmo. Encanta qualquer um que aprecie boa música. A flauta de Thijd van Leer trás um clima que mistura o moderno e o erudito numa alquimia perfeita. Destaque para a o trabalho de van der Linden na bateria criando as mudanças de ritmo e o clima para esta composição intrigante e instigante. A integração do teclado e guitarra com o baixo e a bateria é espetacular. São quase 12 minutos de instrumental com vários elementos do Jazz. Uma obra prima!

3 - Focus II - Esta vem do álbum Moving Waves e apresenta uma linha de guitarra exuberante que passeia em cima de uma base simples e solida fornecida pelos demais instrumentistas.

4 - Eruption - Também do álbum Moving Waves, aqui ganha uma versão mais comedida com pouco mais de oito minutos contra os mais de 23 minutos da versão de estúdio. Trata-se de uma peça em vários movimentos com características bastante fortes da música erudita.

5 - Hocus Pocus - Esta talvez seja uma das músicas mais emblemáticas da banda e se transformou num hino que representa a identidade da trupe holandesa. A pegada quase hard, a bateria bem trabalhada, o riff insistente e o vocal ensandecido cantado a tirolesa. Um clássico. Se você não conhece a banda deveria pelo menos ouvir este som. Esta música também é do álbum Moving Waves.

6 - Sylvia - Tema rápido que faz parte do álbum Focus 3, musica alegre e divertida com uma linha de guitarra muito bem escrita, daquelas que cola. Um bálsamo para os ouvidos.

7 - Hocus Pocus (reprise) - Para encerrar, a banda retorna com seu carro chefe, a linha de baixo neste trecho é matadora. Hocus Pocus é uma espécie de Prog Punk bem antes do surgimento do punk. A mistura com vocais clássicos e o passeio pelo Tirol são mágicos e funcionam perfeitamente. Termina quase um hardcore oldschool.

Conclusão


Focus Live At The Rainbow é um LP indispensável para quem quer conhecer esta banda e nos incentiva a escutar os outros trabalhos do grupo e compreender porque, até hoje, o Focus é considerado um dos maiores e melhores grupos de rock progressivo da história. Uma referência no gênero e uma escola para muita gente boa. Vale a pena cada segundo.



quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Modos e Estilos #013 - AC/DC - High Voltage

Sinceramente falando, eu não me lembro qual foi o primeiro álbum do AC/DC que eu comprei, mas sei, muito bem, qual foi o que me impactou mais! High Voltage! E é sobre este disco que vamos conversar.



Existem dois álbuns da banda com este título: o primeiro é o disco de estréia e foi lançado em 17 de fevereiro de 1975, somente na Austrália. Não é deste disco que vamos falar mas da versão internacional lançado em 14 de maio de 1976 e que trás faixas do primeiro High Voltage e do T.N.T (ambos lançados apenas na Austrália). Trata-se de uma compilação que mostra toda a força da jovem banda e que imediatamente cai no gosto da garotada.

Participam do trabalho: Bon Scott (vocal), Angus Young (guitarra), Malcom Young (guitarra), Mark Evans (baixo) e Phill Rudd (bateria). Com esta formação é que são gravados os três primeiros discos com distribuição internacional: High Voltage, Dirty Deeds Done Dirt Cheap e Let Ther Be Rock.

Trata-se de um álbum bastanta energético, puro rock, com riffs colantes e levadas simples. As letras são na maioria adolescentes e falam de festas, fama, mulheres, bebidas e jogatina. Não existe nenhuma pretensão de ser profundo ou conscientizador. A ordem aqui é divirta-se o mais que puder. Não há exageros, os solos de guitarra estão na medida exata, baixo e bateria cadenciados e vocal típico das bandas de hard rock. Enfim, uma banda que sabe exatamente o que está fazendo.

Músicas:


01 - It's A Long Way To The Top (If You Wanna Rock 'n' Roll) - Batida constante, riff pegajoso, gaita escocesa, refrão puro anos 70 e guitarra solo no momento certo. A música fala da difícil caminhada para se tornar um astro do rock.
02 - Rock 'N' Roll Singer - O bacana do AC/DC é a simplicidade. Riff de quatro notas, solo visceral , batida constante e o refrão grudento. Também fala sobre o mundo do Rock'n Roll. Uma delícia para os ouvidos.
03 - The Jack - Blues arrastado daqueles que mexem os músculos e os nervos. A música fala de uma partida de Poker do inciante com a experiente. O duplo sentido faz bastante sentido na música. Um clássico presente em todos os shows da banda.
04 - Live Wire - O baixo marcado e constante, numa única nota entrecortado pela guitarra que apenas toca acordes simples. Bateria entrando aos poucos e a batida cadenciada vai ganhando corpo. Música de estrada. Deve ter sido escrita em alguma interminável estrada australiana. Show de bola.
05 - T.N.T - Esta é clássica e mostra que a banda era uma fabricante de hits, desde os primeiros passos. Resumindo simplesmente explosiva para detonar seus neurônios.
06 - Can I Sit Next To You Girl - Música de adolescente que perde a garota para outro cara. Puro rock´n roll. Muito boa mesmo. A guitarra é genial e da um clima de comédia o tempo todo. Cine Pipoca.
07 - Litle Lover - Mais um blues desta vez falando de garotas e sexo. A velha história da garota que o cara se apaixona e depois "some". Música de duplo sentido com uma pegada muito boa.
08 - She´s Got Balls - Rock de qualidade pra contar a história do garoto que conhece uma mulher bem mais experiente do que ele e fica todo bobo. Muito boa a música.
09 - High Voltage - Perfeita para encerrar este álbum e deixar aquele gosto de quero mais.

Conclusão


High Voltage é daqueles álbuns de estreia que te fisgam na primeira audição. Não é a toa que os caras estão na estrada até hoje mantendo os velhos fãs e conquistando novos. Audição obrigatória e faz parte da discoteca básica do rock.