Mostrando postagens com marcador Cultura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cultura. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Seria a Ciência, a Religião do Milênio?

A matéria da Globo sobre criacionismo, ou é um atestado de pura ignorância, ou apenas um ataque deliberado a liberdade de pensar e crer!
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay 
Basicamente, eu não assisto a programação das emissoras de televisão. Somente em raras ocasiões e ontem foi uma dessas. Minha esposa me chamou para ver uma matéria do Jornal Nacional, da Rede Globo, sobre a discussão acerca do ensino do Criacionismo e Design Inteligente em contraposição ao Evolucionismo. Na verdade, o que eu assisti não foi uma discussão sobre o tema, mas um ataque planejado mostrando apenas um ponto de vista e ridicularizando, particularmente, como já é de praxe, os cristãos.

Não é de hoje que a TV do Roberto Marinho ataca a fé cristã e propaga a degradação moral da sociedade, mas este não é o foco deste artigo. Na reportagem, o Jornal Nacional não mediu esforços para deixar bem claro que só existe uma ciência aceitável: aquela que nega a existência de Deus. Mas será que é assim que deve ser a mente de um verdadeiro amante da ciência? Afinal, o que é ciência? 

"O conhecimento é um conjunto de informações adquiridas através da experiência ou da introspecção. Pode ser organizado sobre a estrutura de factos objetivos e acessíveis a vários observadores, através de um conjunto de técnicas e de métodos conhecido sob o nome de ciência. O vocábulo deriva do latim scientia, que significa precisamente conhecimento. A aplicação sistemática dos respectivos métodos dá origem a novos conhecimentos objetivos (científicos), que adotam a forma de previsões concretas, quantitativas e comprováveis. As previsões são susceptíveis de ser estruturadas em leis ou regras universais, que descrevem o funcionamento de um sistema e preveem como irão atuar em determinadas circunstâncias."¹

Conforme a definição acima, a ciência é este conjunto de conhecimentos acerca de alguma coisa, adquiridos por experimentação ou introspecção. Muito do que hoje é aceito como verdade científica, na verdade são apenas teorias, muitas das quais não foram sequer comprovadas ou não apresentam dados exatos. Posso citar o exemplo da constante gravitacional que, apesar de ser aceita e ensinada como algo factual, ao ser aplicada em experimentos reais apresenta resultados muitas vezes contraditórios e inesperados, ou a Teoria (se é teoria não é fato) da evolução das espécies que carece de registros fósseis transitórios que comprovem a sua veracidade ou ainda os métodos de datação arqueológica que muitas vezes apresentam discrepâncias como a presença de colágeno que não deveria existir em fósseis com uma determinada datação e isso acaba acontecendo. Qual o significado destas discrepâncias? A resposta é muito simples: A ciência feita por humanos falhos é tão falha quanto os humanos que a praticam. Com isso em mente não há lógica em dogmatizar um dado conhecimento como se ele fosse a última palavra.

Seria a ciência uma religião?


Da maneira como as supostas verdades científicas, aceitas pelo mainstream da sapiência humana, tem sido impostas a ponto de não tolerar um pensamento antagônico, a produção científica "oficial" acaba se comportando como uma religião que não pode ser questionada. Isto não é ciência, pois a verdadeira pesquisa científica é implacavelmente cética até consigo mesma, sempre questionando e sempre procurando novas respostas, por vezes até mesmo recuando em pensamentos e conceitos. Ao tratar a teoria do design inteligente como pseudo ciência, a matéria propalada pela emissora, motivo deste artigo, age de forma desonesta, como lhe tem sido peculiar, promovendo um linchamento moral no lugar de um debate inteligente. O design inteligente pode ser uma novidade para os desinformados mas é algo que vem de longa data ganhando adeptos. Muitos destes sequer estão interessados em provar a existência de um Deus ou deuses, mas de questionar o surgimento do universo e da vida, que abrangem uma engenharia tão meticulosamente complexa que torna praticamente impossível crer que tudo isto tenha surgido de um mero acidente.

Da mesma forma, ao atacar o criacionismo, sem mostrar os argumentos criacionistas em igual condição de espaço, a emissora transforma em alvo direto aqueles que pensam de forma diferente, levando a crer que a única liberdade que esta defende é dos seus comparsas em detrimento dos demais. Como diria o saudoso Nelson Rodrigues: "toda unanimidade é burra". Pensar fora da caixa é o que tem levado o ser humano em frente. Pois se não questionássemos nada, ainda estaríamos tentando preservar o fogo espontâneo provocado por algum raio na floresta.

Esta matéria, da rede que já foi líder, atesta a mentalidade vigente neste novo milênio que é a de extirpar da sociedade, todos os princípios éticos e morais basilares da civilização ocidental. Pois ações como esta ignoram, ou fazem questão de ignorar que foi a tão atacada religião cristã que fomentou a pesquisa científica, construiu hospitais e universidades, aprimorou a engenharia e arquitetura e patrocinou os maiores nomes da arte, em todas as suas ramificações. Este negacionismo exacerbado tem como maior resultado, o fracasso da sociedade moderna e parece cumprir as escrituras que sempre apontaram para o tenebroso fim da humanidade, perdida em seus espelhos que só refletem o ódio e o desejo de estarem acima de Deus. E sabemos muito bem o que acontece com os que alimentam tamanha cobiça.

Forte abraço e que Deus nos proteja nesta era das trevas digitais... 

Abaixo alguns links interessantes sobre o assunto:

  1. Livro sobre Design Inteligente
  2. Livro - A Teoria do Design Inteligente
  3. Matéria com dicas de leitura sobre Criacionismo




sábado, 11 de janeiro de 2020

R.I.P Neil

Aos 67 anos, Neil Peart parte deste mundo mas deixa um legado, na arte das baquetas, que será lembrado por muitas gerações!
Foto by: http://www.neilpeart.net/
No dia 7 de janeiro de 2020 o mundo recebeu uma triste notícia, em Santa Mônica, CA, aos 67 anos depois de uma luta contra o câncer, Neil Ellwood Peart, veio a óbito. Nascido na cidade de Hamilton, Ontário, no Canadá em 12 de setembro de 1952, aos 13 anos recebeu um par de baquetas e aos 14, em virtude do seu esforço com algumas almofadas, ganhou, de seus pais, sua primeira bateria. Passou por inúmeras pequenas bandas locais e em 74 após uma temporada decepcionante, na Inglaterra, entrou para uma banda iniciante, de Toronto. Começava sua história com o Rush.

Inicialmente, inspirado por gênios das baquetas como Keith Moon e John Bonham, aos poucos foi incorporando o jazz à pegada hard influenciado por outros gênios como Gene Krupa e Buddy Rich. Esta mistura deu a Neil um estilo único e, de influenciado passou a ser uma influencia para novos bateristas.

No entanto, Peart foi mais que um músico excepcional, suas habilidades como escritor o transformaram no letrista oficial do Rush além de autor de livros. Seu estilo literário transita pela ficção científica, fantasia e filosofia, assim como temas seculares, humanitários e libertários. 

Este fenômeno da música quase se aposentou em 1997 após perder sua, até então, única filha, Selena Taylor, com 19 anos, num acidente de carro e dez meses depois, sua esposa, com apenas 22 anos, Jacqueline Taylor, para o câncer. A dor das perdas o levaram a um hiato de cinco anos e uma viagem de moto de 88 mil km que resultou no livro "Ghost Rider: Travels on the Healing Road".  Foi durante este período que foi apresentado, pelo fotógrafo e amigo Andrew MacNaughtan a, também fotógrafa, Carrie Nuttall, com quem se casou em 9 de setembro de 2000.

Foto by: https://www.rush.com/
Há três anos, Peart vinha lutando contra um tumor no cérebro, mas sempre se manteve discreto. Aliás a discrição era uma de suas marcas. A ausência de vícios, hábitos familiares bem definidos, vida reservada e de poucos amigos talvez sejam, além da musicalidade acima da média, o segredo de sua união tão longa e produtiva junto ao Rush.

Neil se despede deste mundo como um dos melhores bateristas da história de uma das melhores bandas de todos os tempos. Sem falar de sua humildade como músico, sempre procurando aprender mais a ponto de voltar a estudar o instrumento aos 50 anos de idade om o professor de bateria Freddie Gruber

Um exemplo de profissional e de ser humano. Que sua alma possa ter encontrado o descanso que só o Senhor pode proporcionar.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

2020 - O Ano da Decisão!

O último ano da década pode ser seu último momento de liberdade ou a virada para ser livre de fato. A escolha é totalmente sua!
Não sou nenhum mestre em economia, mas leio as notícias e aprendi, com a vida e o tempo, a observar os acontecimentos e tirar conclusões bastante assertivas sobre a realidade que nos cerca. O ano de 2020, que encerra mais uma década, aponta para uma nova era na história da humanidade. Duas questões, em particular, tem se mostrado bastante relevantes para os acontecimentos que estão por vir.

A primeira delas é o que chamamos de Revolução Digital, que agora caminha para um desenvolvimento, cada vez mais acelerado, da Inteligência Artificial. Sabemos, se observarmos a história, que a humanidade avança de forma cíclica. Uma espécie de roda, que no seu giro, repete, infinitamente, os mesmos eventos mudando apenas a roupagem e o intervalo de tempo entre estes eventos, intervalos estes, cada vez mais curtos a cada novo ciclo. A Revolução Industrial, em meados do século XIX, trouxe em seu bojo grandes avanços técnicos e uma considerável melhoria na qualidade de vida do cidadão comum, permitindo as pessoas, prolongarem sua existência muio além do que era comum na idade média. No entanto, estes avanços chegaram carregados de outros problemas como: evasão do campo, aumento da densidade demográfica nos grandes centros urbanos e, com as máquinas efetuando o trabalho de muitos homens e mulheres, houve uma necessidade de diminuição das famílias. 

Valendo-se do apelo religioso, mudanças de hábitos alimentares e uma arquitetura projetada para diminuir os espaços e, consequentemente, o tamanho das famílias, parte do problema foi resolvido mas não por completo, pois as pessoas insistiam em procriar. A solução foi colocar as mulheres no mercado de trabalho, o que não foi difícil face a explosão de consumo. Com ambos, homem e mulher, ocupando seu dia em produzir bens de consumo, o núcleo familiar foi relegado a um segundo plano. Mas como nem tudo são flores, mesmo com todo o planejamento, a população mundial continuou e continua a crescer.

Agora nos deparamos com uma nova revolução tecnológica: a Revolução Digital. Aliada direta da Inteligência Artificial, vem paulatinamente, invadindo o território dos humanos, substituindo-os com mais velocidade e precisão em grande parte dos seus afazeres. Sabemos que quando uma nova tenologia chega ao consumidor final é porque algo muito mais avançado e além da nossa imaginação já está nas mãos das grandes corporações que controlam a economia e sabe-se lá mais o que. Em breve não haverá mais espaço para tantos bilhões de habitantes que insistem em viver nesse mundo. É neste ponto que entra o segundo item da lista que eu lhes apresento.

Revolução Cultural. Com um contingente cada vez maior de pessoas apinhadas nas grandes metrópoles, a pergunta é: porque não incentivar as pessoas a voltarem para o campo, cultivar e criar seu alimento, etc? A resposta é simples e cruel. Não interessa ao donos do poder, o bem estar dessas pessoas. Quanto mais aglomeradas maior a incidência de conflitos, e quanto mais conflitos, mais crimes, mais mortes. Drogas, alimentação modificada, medicamentos duvidosos, economia em colapso são um prato cheio para alimentar insurgências. Mesmo tendo uma população desarmada na maioria dos países, chega-se a um ponto que é natural a revolta. E é evidente que, num caso desses, em proporções mundiais, o uso da força estatal se faz necessário e muitos terão que sacrificar suas vidas de gado em favor da tão sonhada paz mundial.

Se haverá uma crise mundial a partir do ano de 2021? Sim, acontecerá. Isto desencadeará revoltas populares? Com certeza, pois, se até pouco tempo a maioria estava anestesiada, atualmente com o volume de informação circulante, muitos estão acordando e acordando outros. Todo este conjunto de fatores levará a humanidade para uma guerra mundial? Sinto dizer que sim. Mas existe uma outra pergunta que precisa ser feita: Você! Sim, você mesmo! Vai se conformar, dizer que não há o que fazer ou vai ao menos tentar sobreviver e ajudar outros a fazerem o mesmo?

Se você é um dos que ficarão quietos sem fazer nada, é uma decisão pessoal sua. Mas se você é dos que vai fazer algo para evitar ou minimizar, ainda que localmente, os efeitos disso tudo, então este blog vai ser útil, pois vamos estudar, aqui e em outras plataformas, métodos de como sobreviver nos tempos difíceis que estão por vir.

Seja bem vindo!

domingo, 7 de abril de 2019

Modos & Estilos #024 - Led Zeppelin II - Um Clássico Cinquentenário

Há 50 anos atrás, depois do sucesso do álbum de estréia, o Led Zeppelin lançaria seu segundo álbum que é sem dúvida um dos melhores discos da história do rock, o Led Zeppelin II
 by David Juniper
O Led Zeppelin é uma  banda primorosa em todos os aspectos. Cada álbum é único, especial e surpreendente. Sua trajetória é inigualável, sempre andaram contra a maré e se dependesse da crítica "especializada" teriam desistido de fazer música. Mas este quarteto inglês capitaneado pelo mago musical Jimmy Page sempre seguiu em frente e andou a frente de seus contemporâneos. Depois de um disco de estréia simplesmente arrasador, lançado em 12 de janeiro de 1969, a Atlantic Records entendeu que a banda não deveria perder tempo e em abril do mesmo ano iniciaram-se as gravações do próximo álbum. Estas sessões se estenderiam até agosto de 1969 em foram feitas em diversos estúdios em diferentes locais dos Estados Unidos e Inglaterra durante as turnês da trupe britânica.

Apesar de toda a produção ter sido capitaneada por Jimmy Page, é necessário destacar o excelente trabalho do engenheiro de áudio Eddie Kramer que conseguiu a façanha de imprimir ao álbum uma massa sonora coesa que não deixa perceber a quantidade de locais em que ele foi gravado. Eddie, além do Led, trabalhou com artistas como: Emerson Lake & Palmer, Yes, Triumph, Kiss, Jimi Hendrix, The Beatles, The Rolling Stones, David Bowie entre muitos outros.

by Manfred von Richthfen “The Red Baron.”
O disco com suas nove faixas foi lançado oficialmente em 22 de outubro de 1969 e chegou ao primeiro lugar nos USA e na Inglaterra. Premiadíssimo, figura entre os álbuns mais vendidos da história. Só nos Estados Unidos foram 12 milhões de cópias. A arte da capa foi feita com base em uma foto da Divisão Jagdgeschwader 1 da Força Aérea Alemã. Foram colocado além dos rostos do quatro músicos as imagens do empresário da banda, Peter Grant e Richard Cole. a atriz Glynis Johns, Mary Woronov e o astronauta Neil Armstrong.

As Músicas


Sem sombra de dúvida o carro chefe é a aclamada Whole Lotta Love, com seu riff arrebatador que foi copiado de uma música de Willie Dixon, além de outros petardos como Heartbreaker, The Lemon Song, Moby Dick e Bring It On Home, todas derivadas do Blues e que servem de escola para as futuras bandas de Heavy e Hard que surgiriam. Até hoje, ainda é considerado como um dos álbuns mais influentes do rock.

Minhas impressões


Eu adquiri e ouvi este disco, pela primeira vez, em 1974. O impacto num menino de 12 anos foi definitivo para moldar o tipo de música que iria me influenciar para sempre. Lógico que hoje, 45 anos após a primeira audição, muita coisa mudou, mas mudou para melhor. Atualmente, entendendo um pouco mais de rock e de música é que consigo compreender a importância deste trabalho. Trata-se de um divisor de águas numa época em que talento e qualidade brotavam de todos os cantos. Destacar-se num cenário como este era uma tarefa árdua. A genialidade de Page, o talento musical de Jones, a interpretação magistral de Plant e a performance precisa e arrasadora de Bonhan saltam a cada faixa.

Confesso que é difícil para mim eleger uma música desta obra prima. Cada música tem sua magia, seu poder. What Is And What Should Never Be é envolvente com seus claros e escuros, luzes e sombras se sobrepondo, The Lemon Song com Jonesy dando uma aula de contra-baixo, até mesmo a balada melodramática Thank You de Plant para Maureen com seus vilões, texturas e um vocal perfeito. O lado B abre com Heartbraker e seu riff que influenciou muita banda por este mundão, a música emenda com outro bólido chamado Living Loving Mad. Na sequencia, Ramble On, um folk de arrepiar que se intercala com momentos de pura energia. A banda ainda ousa mais uma vez apresentando a peça instrumental Moby Dick onde Bonhan mostra o mega músico que era. Para fechar, a embriagante Bring It on Home, outra construída encima do talento de Dixon. Blues é tudo de bom.

Não sou daqueles saudosistas fanáticos que pensam que o rock acabou nos anos 80. Existem muitas bandas excelentes atualmente, mas só houve um Led Zeppelin e definitivamente não haverá outro.

Ouça e se deleite...


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Vivemos Num Mundo Doente

Quando o Renato Russo escreveu a célebre frase "Vivemos Num Mundo Doente", será que ele tinha a noção de quão grave era esta doença?
Recentemente, aqui na cidade aonde eu resido, aconteceu um fato inusitado: Um cidadão, aposentado, foi flagrado pela terceira vez, por câmeras de segurança, furtando produtos em um estabelecimento comercial. Ao ser flagrado pela proprietária do referido comércio, a mesma, no lugar de comunicar a polícia a ocorrência, deu uma bronca no meliante. No entanto, devido ao nervosismo e indignação acabou desferindo um tapa no indivíduo. A cena toda foi filmada e postada nas redes sociais o que gerou muita polêmica. Muitos defendendo a empresária e muitos defendendo o delinquente. Nesta postagem, pretendo analisar, junto com você, alguns pontos deste acontecimento para tiramos algumas conclusões.

Os Fatos


O que é certo é o seguinte: O furto aconteceu, não foi a primeira vez, o transgressor possuía dinheiro para pagar, a proprietária do estabelecimento se exaltou e realmente deu um tapa no indivíduo, ele já tem uma certa idade e ele é aposentado.

O Furto


Independente de qualquer opinião, aconteceu um furto real, as imagens das câmeras de vigilância e de quem postou a confusão não deixam nenhuma dúvida de que houve um crime que está previsto no código penal e que deveria ser punido de acordo com a legislação pertinente.

O Tapa


A proprietária do estabelecimento realmente deu um tapa no autor do furto, durante a discussão. Um único golpe num momento, ao que tudo indica, de descontrole emocional, o que não minimiza a ação. A filmagem anônima que foi parar nas redes sociais também não da margem para ignorar o acontecido.

A Polêmica


Não sei dizer quem iniciou a polêmica mas a realidade é que, muita gente se mostrou inconformada com o tapa no cidadão. Com justificativas como: Éra um senhor de idade, passava fome, está desempregado e coisas do gênero. Apos isso uma tal de MC Mirella, que até então eu desconhecia e que coleciona sucessos como: Te Amo Piranha, Piru de Natal e Bunda Pros Favelas, resolveu comprar a briga e se prontificou a dar um ano de mercado ao delinquente e ainda iniciou uma campanha (vaquinha virtual) que até o momento deste post já arrecadou 65 mil reais. E ainda teve alguém que sugeriu um boicote de trinta dias contra o estabelecimento, mas parece que não deu certo pois neste último final de semana o mercado estava completamente lotado.

Em seguida foi a vez dos "especialistas": Teve até gente que afirmou que roubar para comer não é crime. Fui pesquisar o assunto e descobri que existe o chamado Furto Famélico que se configura quando o furto "é praticado por quem, em estado de extrema penúria, é impelido pela fome, pela inadiável necessidade de se alimentar”, onde o crime passa a ter um tratamento especial. Mas segundo soube com pessoas da área o caso deste indivíduo não se enquadra, pois o mesmo recebe aposentadoria e possuía dinheiro, em seu poder, no ato do crime. Portanto esta hipótese pode ser descartada.

Com relação a agressão sofrida, concordo e reafirmo que foi desnecessária. Mas de acordo com as imagens foi um ato impensado num momento de estresse profundo, pois não houve continuidade. Sei como é difícil trabalhar mais de 14 horas por dia, pagar contas, salários, impostos sem fim e ainda ser roubado. Mas de tudo o que aconteceu pude tirar algumas lições que descrevo a seguir.

Conclusão


Nossa sociedade vem sofrendo uma progressiva inversão de valores que projetam o agressor como uma vítima e o agredido como o culpado pela situação. Esta distorção moral, na minha concepção, é fruto da relativização de conceitos de certo e errado. Máximas como: "siga seu coração" ou "se te faz feliz, então faça" tem concebido indivíduos que desconhecem limites e não se identificam como parte de algo maior. Trabalho, moral e honestidade se tornaram obsoletos e as narrativas adulteram fatos para satisfazer ideologias. 

Estamos assistindo a derrocada da civilização ocidental que abandonou os pilares que a levaram ao seu apogeu. Uma sociedade burra, que não consegue articular uma frase com o mínimo de sentido. Um povo que não é capaz de resolver seus problemas e está sempre a procura de algum benefício obtido as custas da espoliação dos que produzem as riquezas. 

Um mundo doente e moribundo, aguardando a morte na UTI da história. Com suas feridas abertas, exalam o cheiro ruim das entranhas do inferno que corroem seus cérebros desprotegidos pela falta de contato com o Criador. Um mundo sem Deus que parece apontar para um triste e doloroso final. Ai daqueles que ficarem para o último ato.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Porquê o Brasil é um Pais Atrasado - Parte Um

Parece que estamos, ainda, muito longe de cumprir os requisitos básicos para ser primeiro mundo!
Estava observando alguns anúncios, com a minha esposa, em um grupo de vendas do Facebook. É um grupo destinado a produtos infantis como: roupas, acessórios, brinquedos, móveis, etc, direcionados para crianças. Percebemos muitos anúncios de terrenos, carros, motos e outras bugigangas que não tem nenhuma relação com o tópico do grupo. Comentei com ela que eu administro um grupo destinado a músicos e produtores musicais e tenho o mesmo problema. Coloquei avisos, instruções detalhadas, pedidos, mas mesmo assim me deparo com anúncios de carros, motos, terrenos, comida, celulares e toda sorte de itens sem nenhuma ligação com a temática do grupo. A coisa vai tão longe que precisei radicalizar. Colocando moderação nas postagens e excluindo os insistentes. Tenho notado isto em vários grupos pelas redes sociais. Uma boa parte das pessoas simplesmente não respeitam as regras destes grupos. Isto me leva a crer que o brasileiro (parte da população) não sabe viver com liberdade.

Temos um problema muito sério! Não sei afirmar ao certo, qual ou quais as causas disso, mas arrisco uns palpites e gostaria de compartilhar e conhecer outras opiniões sobre o tema. Afinal, uma boa convivência exige o respeito mútuo e a observância de certos princípios para que as coisas fluam de forma positiva e produtiva. Vou destacar alguns pontos que considero relevantes para compreender este comportamento intransigente da parte de alguns indivíduos. 

Educação


Não estou me referindo ao ensino escolar mas a boa educação familiar, aquela que é, ou deveria ser, ensinada pelos pais aos seus filhos. Tenho 56 anos e fui criado com princípios e valores bem definidos. Respeitar as demais pessoas, respeitar a propriedade alheia, seguir as regras de cada lugar ou grupo específico, compreender que existem limites e o mais importante: que as liberdades que temos devem ser seguidas de responsabilidade proporcional, ao se valer destas liberdades, de modo a não interferir na liberdade dos demais. Esta cultura, totalmente equivocada, que afirma: "Se te faz feliz, então faça", tem formado uma geração que não conhece limites e pensa que o mundo existe por sua causa e não o contrário. São como crianças, classificadas pela minha amiga e blogueira, Márcia Pinho, como: homeninos.  São seres que deveriam se comportar como adultos mas que se comportam como infantes mimados que não admitem um não, como resposta. Talvez a culpa sequer seja deles, mas de pais que não tem nenhuma autoridade sobre os filhos. Existem valores que não são negociáveis, como se fossem meros Gadgets descartáveis.

Correção


Uma certa vez estava retornando com a minha mãe da casa da minha avó. Devia ter uns cinco anos. Descemos do ônibus e fomos até o carrinho de pipoca. Minha mãe comprou uma pipoca e eu peguei um dropes sem ela e nem o pipoqueiro perceberem a manobra. Quando chegamos em casa eu mostrei o dropes e questionado por ela expliquei o que havia ocorrido. Ele não me bateu! Simplesmente voltou comigo até o pipoqueiro (não era muito perto), me fez devolver o dropes e pedir desculpas. Explicou que aquilo era errado. Resultado? Nunca mais eu peguei nada de ninguém sem pagar ou sem o devido consentimento.

Um dos grandes problemas que assola esta geração é a sensação e a certeza da impunidade pelos seus atos. Correção e disciplina são fundamentais para moldar o caráter de um ser humano. Uma sociedade que não pune os maus, alimenta o desejo da transgressão, pois o crime passa a ser relativizado e o transgressor olha as vantagens que acabam se mostrando maiores que as desvantagens.

Falta de empatia


Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e sentir o que esta está sentindo. Entendo que esta incapacidade de perceber o que os sentimento e impressões alheias é um forte motivador para que as pessoas não se importem com o todo e sejam levadas a considerar apenas os seus próprios interesses. O caso dos anúncios, em grupos de vendas, que eu mencionei no início da postagem, ilustra muito bem este ponto. A pessoa que age desta maneira, não está preocupada com o bom andamento do grupo. Tudo que esta categoria de indivíduo adota como prioridade, é satisfazer apenas suas próprias vontades. Sua desconexão com o entorno é tão profunda que não lhe possibilita perceber que o seu egoismo irá prejudicar ela própria ao ser vista pelos demais como alguém indesejável.

Conclusão


A pergunta que fica é: Como construir uma sociedade próspera e evoluída agindo desta maneira? Nosso país não precisa de mais leis e regulações. O que necessitamos, de fato, é uma profunda mudança de consciência, uma transformação cultural e comportamental. Somente mudando quem somos é que poderemos iniciar a subida da escada do progresso. Não há como ser sociedade sem ser comunidade. O Comunitarismo é peça essencial do desenvolvimento de uma nação. Se todos se importarem, de forma positiva, com os outros, todos serão beneficiados. Esta é uma das bases fundamentais do pensamento cristão. É lamentável que a maioria já tenha esquecido e os antagonistas só apontem os defeitos e não as qualidades da ética e moral cristã.

Pense nisso!

sábado, 12 de janeiro de 2019

Todo Fanatismo é Louco

Por vezes, a defesa do bem pode ser tão prejudicial quanto a defesa do mal!
Tenho observado nas redes sociais, um fenômeno que, a princípio, parecia ser de um único grupo, mas que se tem mostrado ser comum a todos os segmentos da sociedade. Trata-se do fanatismo político, fruto de uma polarização ideológica além do aceitável.

Nosso país viveu, nos últimos anos, graças a internet, um ressurgimento dos pensamentos mais conservadores e o renascimento da direita política, que apesar de nunca haver morrido encontrava-se isolada e sem representatividade em virtude do domínio da esquerda sobre os meios de comunicação. No bojo deste revival politico e intelectual veio, de carona, uma galera nada receosa em demonstrar seu fanatismo partidário que beira a religiosidade, quando se trata de defender seus valores e seus ídolos. Se à esquerda da espinha dorsal que sustenta o establishment nacional, temos os Lulo/Petistas com sua cegueira moral, incapacidade de realizar um mea culpa e absoluta convicção da inocência e honestidade inabalável do presidiário que já foi presidente, na outra extremidade temos os chamados Bolsominions com seu ódio de tudo que não se alinha com o capitão, a incapacidade de admitir que o novo governo pode errar e a crença de que o Jair Messias é um santo enviado dos céus para salvar a pátria amada.

Ao analisar estes dois grupos, percebemos que funcionam como uma espécie de espelho a refletir um negativo de si mesmo. São as mesmas nuances, os mesmos perfis e as mesmas características militando em lados diferentes. Em resumo: parece que a dupla tem mais coisas em comum do que diferenças. Vamos ver algumas destas coincidências.

Donos da Verdade


Ambos os ajuntamentos se julgam donos da verdade. Com isso, qualquer divergência, por menor que seja, é automaticamente tratada como burrice, ignorância, demência e outros adjetivos não tão amigáveis. Tanto os Bolsominions quanto os Esquerdopatas, acreditam possuir o conhecimento absoluto de tudo e, portanto, todas as divergências estão erradas e não se discute. É obvio que isto é loucura, pois ideais humanos sempre apresentarão falhas assim como qualidades. Mesmo em ideologias com as quais não concordamos, existem pressupostos que contém valores positivos.

Como cristão, prefiro seguir as orientações bíblicas em 1ª Tessalonicences, capítulo 5, versículo 21 que diz: "mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom". Este ensinamento nos dá a entender que, em tudo existem pontos positivos e negativos e a sabedoria nos orienta a aproveitar aquilo que é produtivo e descartar as coisas destrutivas. Ou seja, a palavra chave é equilíbrio.

Cultivam o Ódio


Nas narrativas de ambas as turmas, é comum ler e ouvir discursos carregados de ódio contra os opositores. Expressões como: "Fascistas malditos, devem morrer" de um lado e "Vagabundos safados, queimem no inferno", estão entre as mais corriqueiras e nem tão agressivas quanto outras que me reservo o direito de não reproduzir aqui. A falta de amor e empatia para com os outros tem levado os mesmos a ter um olhar sobre o outro como se não fossem humanos e semelhantes.

Mais uma vez recorremos as Sagradas Escrituras para entender o que o Apóstolo Paulo afirma em Efésios 6.12 quando escreve: "pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais." Temos que entender que estes comportamentos exagerados não provém apenas do caráter destas pessoas mas das influências que sofreram e sofrem. Entenda: Não existe ódio do bem!

Totalitários


No campo político, um e outro, igualmente defendem a utilização de uma máquina estatal grande, forte e poderosa, para impor suas convicções a ferro e fogo e garantir a subserviência dos contrários. Se pelo viés coletivista temos a mordaça do politicamente correto, na outra ponta da corda nos deparamos como o moralmente aceitável, cada um defendendo seu próprios interesses.  Como diriam os Sex Pistols: "Ninguém é inocente" nesta bagaça.

Conclusão


Este rápido passeio por estes poucos aspectos da questão, nos levam a entender que se tratam de indivíduos embriagados pela ilusão do mundo perfeito, a ponto de não discernir entre lutar por um ideal e impor este ideal. Todo tipo de imposição, independente de que lado venha será sempre um passo rápido para o caos. Quando criamos ídolos desta natureza estamos erigindo uma muralha entre nós e o Eterno e já não enxergamos o Criador mas apenas a criatura que ocupa um lugar que não lhe pertence.

É imprescindível que tenhamos a consciência de que todos os seres humanos são falhos e falíveis. A estabilidade emocional não é algo fácil de se conquistar mas é possível e desejável, para que possamos crescer em todos os aspectos de nossa vida. Construir um mundo melhor não pode ser baseado apenas nas suas conclusões no tocante ao tema. Uma sociedade regida pelo homem, nunca será perfeita mas pode perfeitamente ser melhor a cada dia. Isto nos faz lembrar que: somente haverá mudança, de fato, se esta começar por nós mesmos. Devemos cultivar em nossas vidas a sensibilidade para não se deixar levar pelas paixões que obscurecem nossa visão. Para isso carecemos de agir sempre com sabedoria e discernimento.

Ser moderado, é uma virtude que nos capacita a não cometer exageros e, consequentemente, injustiças. Pense Nisso!

Grande abraço.

domingo, 30 de dezembro de 2018

Lulo Petismo - Doença ou Fanatismo Religioso?

O comportamento dos seguidores do Lula nos leva a questionar até que ponto vai a insanidade humana!
Neste rápido artigo não vou comentar sobre os militantes de esquerda, que não medem esforços na defesa do presidiário Luis Inácio. Estes, em sua maioria, fazem isto porque são tão ou mais implicados em crimes quanto o ex-presidente. Não se trata de doença ou demência; apenas da defesa de interesses pessoais. Entram em pânico mortal ao cogitar a possibilidade de que o lulinha paz e amor, abra o bico e diga tudo o que sabe sobre as entranhas do esquema petista. Minha análise, pessoal, é sobre os seguidores e eleitores do ser!

As declarações de amor, dedicação incondicional e cegueira inexplicável, entre outras características, mostram uma massa de devotos aos pés do seu messias tupiniquim. No princípio, acreditávamos que este fanatismo devia-se ao baixo teor cultural somado a uma auto-estima praticamente nula. Um discurso fácil com promessas primárias e paternalistas é uma isca eficaz num mar de subjugados e sofridos. Até este ponto não existe novidade alguma. Mussolini arrebanhou milhões com a mesma técnica, Hitler não fez diferente e levou uma nação inteira a declarar guerra contra o mundo, Stalin e tantos outros provaram e testificaram que a história apenas se repete. Mas a maioria destes líderes, com tempo, passam a ser questionados em seus atos e se ainda restam alguns admiradores de suas ideias e ideais, na maioria dos casos, são em número praticamente inexpressivo.

Mas com o pernambucano de Caetés parece ser diferente. Existe uma aura quase religiosa que paira sobre os afetos do condenado. Comparações com Cristo que beiram a blasfêmia, a incapacidade de admitir a sua humanidade e erros comuns a qualquer humano normal, palavras de ordem, vigílias, concentrações e o ódio disseminado contra os opositores que são vistos como inimigos, nos levam a crer que o Lulo Petismo é uma seita religiosa que elege o homem como seu próprio Deus. Sabemos dos perigos que as seitas carregam em si. Pessoas morrem a matam por ideologias, ficam cegas e como tais são conduzidas pelos seus guias para os abismos da ignorância. Seitas não se baseiam em promessas simples que capturam os sofridos mas em recompensas dignas que enganam até os mais preparados. Seitas não são racionais e nem se espera que sejam. Transformam pessoas sãs em doentes terminais que apenas se mantem vivos enquanto estiverem conectados ao mainframe que toma as decisões. Imaginam que estão sendo cuidados e alimentados quando, em verdade, são sugados até a sequidão e finalmente descartados como uma bateria morta.

O Lulo Petismo é uma doença religiosa! Feliz ano novo!

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Museu Nacional R.I.P

Está na Hora de Reproclamar a Independência

Quando eu era criança um dos nossos passeios preferidos, pelo menos uma vez ao ano, era ir ao Museu Nacional do Rio de Janeiro, na quinta da Boa Vista. É óbvio que naquela época eu não tinha ideia da importância histórica e cultural daquele prédio magnífico. Mas a história do Museu Nacional não se inicia no prédio atual que foi consumido pelo fogo em 2 de setembro de 2018 pouco tempo após completar duzentos anos de história, conhecimento e momentos inesquecíveis, para muitos que, como eu, tiveram a rica oportunidade de andar em seus corredores e salões e contemplar suas coleções de inestimável valor.

O museu foi fundado em 1818, por Dom João VI, ainda com a alcunha de Museu Real, com o intuito de estimular a ciência e o saber em nossas terras brasileiras, em um prédio no Campo de Santana que posteriormente passou a abrigar o Arquivo Nacional. Em seu quadro de funcionários, trabalharam naturalistas europeus como: Johann Baptiste von Spix e Carl Friedrich Philipp von Martius. Entre seus colaboradores nomes como os de Auguste de Saint-Hilaire e Georg Heinrich von Langsdorff.

Durante o segundo reinado sob a proteção do imperador Dom Pedro II o Museu passou a incorporar trabalhos e coleções nas áreas da antropologia, paleontologia e arqueologia, tornando-se o mais importante e moderno Instituto de História Natural e Ciências Humanas da América Latina.

Com a proclamação da República, através de um golpe, os republicanos iniciaram um movimento para apagar da história todos os símbolos do Império. Por conta disso, em 1892 todo o acervo foi transferido para o prédio atual na Quinta da Boa Vista e em 1946 a administração ficou ao cargo da UFRJ que na época ainda era conhecida como Universidade do Brasil.

Desde 2014, ainda sob o governo de Dilma Roussef, a instituição não vinha recebendo o repasse anual de ridículos R$ 520 mil de um governo que gasta bilhões em publicidade e destina milhões para "artistas" que ganham muito bem. O descaso e o abandono levaram ao sucateamento das instalações que culminaram com o incêndio na noite de 2 de setembro de 2018 causando a destruição quase que total de um acervo histórico e científico construído ao longo de duzentos anos.

É irônico que, as vésperas das comemorações da Proclamação da Independência impetrada por uma geração imperial desejosa de um Brasil soberano e vocacionado para a glória, algo tão sinistro venha amputar uma parte do nosso passado. Este é o legado da República movida a golpes de tempos em tempos onde a luta pelo poder é mais importante que o poder da luta. Que exalta o sujo, protege o imoral, louva o podre e patrocina a bestialidade. 

Para mim restam as lembranças dos passeios, o encantamento diante das peças, da aventura pelo conhecimento que tive o privilégio de ver in locum. Confesso que estou triste não apenas com a tragédia do Museu Nacional do Rio de Janeiro, mas com a tragédia ainda maior que se abateu sobre o nosso país. Creio que está na hora de proclamar uma nova independência. E desta vez não é para sermos independentes dos nossos colonizadores, mas de nós mesmos. Pense nisso...

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Tá ruim, mas pode piorar!

A nossa liberdade, como seres humanos, é tão real quanto um hambúrguer de carne do Mac Donalds
Creio que um dos maiores erros cometidos pelos seres humanos é o de tentar adequar-se ao padrões ditados pela sociedade. Calma, não estou falando de transgredir regras e princípios mas de ser praticamente obrigado a enquadra-se numa espécie de caixa, muito apertada, onde até respirar é difícil. Eu olho as pessoas a minha volta e fico imaginando quantos talentos enterrados em nome de um status quo a ser atingido. Se pararmos para pensar, veremos que a vida foi pouco a pouco sendo transformada em algo metódico, programado e enfadonho. Um mundo chato e sem criatividade, onde ter e expressar uma opinião diferente causa enorme desconforto na maioria das pessoas.

Estava lendo uma postagem em uma rede social sobre os direitos adquiridos pelos trabalhadores. Férias, 13º salário. FGTS, Seguro Desemprego, Aposentadoria, etc. Não estou dizendo que as "conquistas" não são importantes e válidas. Mas fiquei pensando em como isso transforma as pessoas em autômatos sem voz e sem vontade. Gente disposta a abrir mão de sonhos para garantir a aposentadoria ou aguardar, ansiosamente, o dia em que irá dispor do dinheiro do FGTS para dar entrada em uma casa minúscula em um condomínio feio onde todas as casas são iguais, como se todas as pessoas fossem iguais. Tudo feito para que ninguém considere a possibilidade de ser diferente da massa, pois para dar o resultado esperado precisa estar homogênea.

Esta categoria de programação profunda e eficaz é tão séria que vai se alastrando por todas as áreas da vida humana. No trabalho, no ensino, nas artes. Estas últimas parecem ser as mais atacadas pois a arte, seja música, dança, pintura e tantas outras, tem a capacidade de nos levar a refletir sobre o belo, o sublime. A arte eleva a alma do ser humano e o aproxima de seu criador e isso pode ser perigoso. Então o que fazer? Primeiro, reduzi-la ao mínimo possível de compreensão, de forma que só uma meia dúzia de semideuses empolados possa entendê-la e rir aos borbotões dos estúpidos mortais. Para estes, meros pobres coitados,  criar uma pseudo arte, sem conteúdo, para que se divirtam nos finais de semana e voltem a rotina na segunda-feira. E ai daquele que propuser qualquer tipo de questionamento. Será taxado de todos os tipos de adjetivos que mostrarão a todos, o monstro inescrupuloso que tenta destruir as conquistas da coletividade.

Para garantir que ninguém se atreva a atrapalhar o projeto, regras e mais regras são vomitadas pelos paladinos do politicamente correto que só querem nos proteger de nós mesmos pois, do alto de sua intelectualidade, sabem que somos incapazes de tomar nossas próprias decisões. Em parte eles estão certos no diagnóstico dos sintomas mas erram feio na identificação da doença.

É verdade. Somos seres corrompidos e incapazes de tomar decisões acertadas. É por conta disso, que fazemos guerras, fabricamos armas, exploramos uns aos outros e tantas outras mazelas, desde os tempos mais remotos. Mas a razão dessa decadência progressiva está justamento no pensamento progressista. A pergunta é: Se somos homens e mulheres desprovidos de bondade absoluta, como que outros homens e mulheres tão falhos quanto qualquer um, podem se auto proclamar os detentores da solução para todos os problemas? Um indivíduo que é relativo em suas ideias e ideais, não tem a competência necessária para legislar sobre a totalidades dos seres humanos. Para isso; sua sabedoria, seu conhecimento, sua ciência teriam que ser absolutos e indiscutíveis, e não existem pessoas com estas características neste mundo. 

A conclusão dessa conversas monolítica é que ou nos aproximamos do Eterno e Absoluto ou continuaremos errando, errando e nos destruindo. Quanto mais nos afastamos daquele que nos criou à sua própria imagem e conforme a sua semelhança, o que sobra é apenas a parte animal, apenas o barro, apenas o irracional, que nos leva para a ruína e a destruição. Ao nos aproximarmos Dele, Sua essência criativa aflora em nossas mentes, e nos conduz para um patamar mais elevado onde podemos encontrar e desfrutar da verdadeira liberdade que só existe quando estamos imersos Naquele que tudo fez e que nos formou. E aí meus amigos, você não tem ideia daquilo que Ele nos capacitou para realizarmos.

Pense nisso....

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Calma, Guitar Hero! A Gibson ainda está de pé!

No meio de tanta boataria as pessoas acabam compartilhando muita coisa sem o menor sentido...
A notícia da falência da Gibson, marca icônica de guitarras, caiu como uma bomba na cena musical, afinal esta gigante da música está no mercado há mais de cem anos, mas as coisas não são exatamente como estão sendo pintadas. Sim, a Gibson está em sérias dificuldades financeiras abarcando uma dívida na casa do 500 milhões de dólares. Mesmo com o aumento de 10% na venda de instrumentos nos últimos 12 meses, segundo informações da empresa, isso não tem sido suficiente. As dificuldades, ao que tudo indica, tem forte ligação com as mudanças ocorridas em 2014, quando a empresa decidiu diversificar suas atividades através de sua filial Gibson Innovations ao adquirir a holandesa Philips por um montante de 135 milhões de dólares. A Crise chegou ao ápice no inicio deste ano e em 1º de maio a empresa decidiu invocar Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos.

O que é o capítulo 11


Trata-se de um recurso da lei de falências da terra do Tio Sam, que permite que uma empresa ou pessoa, em sérias dificuldades financeiras, continue operando normalmente e tenha mais tempo para dialogar com os credores, desde que possua um plano, bem claro, de reestruturação. Ou seja, ele é concedido quando o devedor mostra disposição para arrumar a bagunça. Este recurso permite ao solicitante manter todos seus ativos, se opor às demandas, adiar prazos. Por outro lado, este se obriga a dar ao juiz das falências informações detalhadas sobre o andamento das transações, sobre seus credores e preparar sua demanda da forma mais detalhada possível para informar devidamente o juiz e os demais envolvidos de sua real situação financeira.

Os próximos passos


De acordo com o que foi apurado, a Gibson deve extinguir a divisão de entretenimento e concentrar-se na produção de instrumentos musicais e sistemas de áudio profissional o que significa, em outras palavras, voltar as suas origens que fizeram da marca um objeto de desejo no mundo das seis cordas. Portanto, embora a situação seja séria e delicada existe uma possibilidade de que a empresa retome seu folego e continue caminhando por muito tempo.

No site oficial da empresa foi publicado um pronunciamento oficial que pode ser lido no link a seguir:

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Saia da caixa #001 - Introdução (alguns pontos que precisam estar bem claros)

Antes que as pedras aprendam a voar é melhor abrir o jogo pra que ninguém se sinta iludido
Bem vindo a primeira temporada da série Saia da Caixa. Minha pretensão é apresentar uma coleção de assuntos que propõe criarmos uma terceira via, uma outra opção além das que já estamos habituados e que na grande maioria das vezes não promovem nenhuma ou quase nenhuma solução viável para um viver mais livre e com mais resultados positivos.  Mas antes de entrar nestes temas, preciso que fique muito claro, para os leitores, o conjunto de valores que estão embutidos nesta coletânea de artigos. Pois bem: creio que a maioria dos meus leitores tem a consciência de que sou cristão e como tal, tenho uma cosmovisão cristã da vida. Minhas opiniões, ideias e ideais são, e provavelmente continuarão sendo, influenciadas pelos princípios que eu creio e procuro seguir. Evidentemente, isto não impede que, mesmo aqueles que não seguem esta regra de fé, não possam ser beneficiados pela leitura e também não estão, de forma alguma, impedidos de opinar, discordar e contribuir para que possamos crescer juntos. Apenas considero válido este tipo de elucidação para que ninguém seja pego de surpresa.

Vamos lá: nós que vivemos neste quinhão de terra, cercados por uma linha imaginária que delimita um território que alguém resolveu chamar de Brasil, temos assistido, principalmente nos últimos trinta anos, uma espécie de degradação social, cultural e política, responsável por ânimos acirrados e envolvidos numa espécie de loop existencial  que parece nunca chegar ao fim. Como vivemos naquilo que se chama, república democrática, estamos habituados a tentar, pelas tais vias democráticas, promover as mudanças necessárias, através do voto, nas já não tão confiáveis urnas eletrônicas. Acontece que ano após ano, aquilo que era para mudar e melhorar parece ter tido um efeito indesejável. Fomos e somos ensinados a depender do establishment para sanar nossas demandas da vida cotidiana, esperando do ineficiente aparato estatal uma solução que se mostra cada vez mais longe de se materializar. Por outro lado, parte da população ainda esperançosa, continua alimentando seu sonho de nação apostando suas fichas sempre na próxima eleição e uma outra parte já perdeu a esperança e parece estar anestesiada. Mas será que existe uma outra solução? Uma outra forma de contornar as dificuldades e seguir em frente?

É sobre isto que iremos discutir e aprender, juntos, nesta série de textos. É óbvio que eu não possuo uma solução mágica, mas tenho alguns conceitos, aprendidos ao longo do anos, que desejo compartilhar com você para uma análise, aplicação e melhoria. Por isso estou te convidando para acompanhar esta coleção de visões que batizei de: Saia da Caixa, com direito a hashtag e tudo! Então, #SaiaDaCaixa

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O punk não morreu; calçou um coturno e foi a igreja...

Entre Bíblias & Coturnos é uma aula de história, daquelas que quando terminam, você quer mais!
Quando o Eduardo Teixeira lançou o documentário Cristo Suburbano, em 7 de maio de 2014, talvez não imaginasse a repercussão que um vídeo amador, simples e sincero iria ter, ao contar a história de algumas bandas da cena punk cristã nacional. Agora, quase quatro anos depois e com muito mais experiência, Edu nos brinda com um novo trabalho, desta vez, mais bem construído, mais dinâmico e com uma trilha sonora que é uma pedrada no ouvido para acordar esta geração entorpecida. Tive o prazer de assistir a obra finalizada, antes do seu lançamento, programado para 13 de janeiro de 2018. e tenho algo a dizer: vale cada minuto!

Diferente do trabalho anterior, este filme apresenta um panorama da caminhada que muitos punks fizeram e continuam fazendo das ruas para a igreja. Através de depoimentos de uma galera, de várias regiões do país, que viveu e vive o punk rock; o autor nos conta a história da formação e consolidação do movimento Cristianismo & Punk Rock em terras tupiniquins. São ativistas, membros de bandas, donos de selos, fanzineiros e líderes de coletivos que descobriram, na fé em Cristo, a atitude mais punk de suas vidas. Com uma dinâmica invejável, conseguida através de uma edição inspirada, os depoimentos se complementam e parecem ter sido escritos num único roteiro. Não é cansativo e você nem percebe que se passaram duas horas. 

Eduardo A. Teixeira
Feito com equipamentos simples como celulares, o resultado final  é um encontro equilibrado entre a singeleza do Faça Você Mesmo e a seriedade do profissional. Não tenho dúvidas de que este vídeo coloca o Eduardo Teixeira na condição de documentarista e, com certeza, outros trabalhos virão. Para fechar com chave de ouro, é preciso mencionar a excelente trilha sonora, lançada simultaneamente, em formato digital, pelo selo Cristo Suburbano Records nas principais plataformas musicais e que trás boa parte da produção musical do gênero.

Tive a honra de participar deste trabalho e confesso que fui surpreendido com o resultado final. No apagar das luzes, a lição que fica é: O que faz um bom documentário não é um bom equipamento e nem uma boa história sozinha. Um bom documentário é aquele que sai das mãos de um apaixonado e este trabalho deixa claro que o Eduardo ama o que faz. Tenho certeza que você vai curtir!
Assista Agora:

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Modos & Estilos #023 - Ratos de Porão - Crucificados Pelo Sistema

Um clássico do Punk Rock nacional com mais de trinta anos e que continua atual.
Quando escutei este disco pela primeira vez, foi um petardo no meu cérebro, confesso que depois deste disco, nunca mais fui a mesma pessoa. Lançado em 1984, com a capa vermelha (este é o original, depois veio o capa cinza), Crucificados Pelo Sistema, dos Ratos de Porão, é um marco na história do Punk Rock nacional. Apenas o fato de ser o primeiro LP de uma única banda, o disco de estréia da banda trás um hardcore brasileiro que mostrou que aqui em terras tupiniquins havia uma galera realmente disposta a fazer história. São 16 músicas em menos de vinte minutos que abordam os mais diversos temas sociais como: corrupção, exploração, guerra, fome, ameaças nucleares e caos, de uma forma geral.

A formação que gravou a bolacha conta com João Gordo (vocal), Jão (Bateria), Jabá (baixo) e Mingau (guitarra). desta formação, somente João Gordo e Jão, permanecem na banda até hoje que é completada pelo baterista Boka e pelo baixista Juninho. Muita gente talvez não compreenda a importância do Punk Rock na música mundial. Aqui no Brasil não foi diferente. A ousadia, o inconformismo, a gana de fazer as coisa, mesmo sem as condições mínimas necessárias, criaram toda uma cena underground que possibilitaram o surgimento e o crescimento de um universo independente.

Talvez aqueles garotos de roupas pretas, com seus cabelos espetados, que faziam fanzines, criavam suas roupas e gravavam suas músicas, não tivessem a noção e a dimensão do que estava acontecendo. A cultura punk criou raízes e hoje se alastra nos mais diversos segmentos da sociedade, provando que não precisamos depender de um sistema controlador para realizar nossos sonhos e projetos. Crucificados Pelo Sistema representa isso e muito mais. Trata-se de um trabalho tão importante que já foi relançado várias vezes, com cinco capas de cores diferentes, Vendido e cobiçado em diversos países .

Recentemente, em 2014 ele foi relançado com um um EP anexo, com seis músicas gravadas ao vivo no antigo Napalm e também um DVD comemorativo dos 30 anos do álbum. Por isso e muito mais, esta obra prima, deve estar em qualquer discoteca de respeito e é indispensável para compreendermos a evolução da música brasileira. Bom, melhor do que ficar divagando, é aproveitar para escutar esta pedrada sonora.

Para ouvir



Documentário dos Trinta Anos do Disco




sábado, 7 de outubro de 2017

Cuentos de Avengar - Una Carga Especial

Todo lo que ellos querían era descubrir si existía un paraíso
Traducido al español por: Jorge Fenix, de Stella Ediciones

Petrus vivía en la periferia sur de Avengar en un condominio frio y sucio, donde el gobierno le había destinado un cuarto con baño y cocina. Trabajaba en la usina de energia, controlando máquinas que proveían electricidad para veinte ciudades del porte de Avengar. La jornada de doce horas diarias de trabajo, seis días por semana, no era animadora, a pesar de que su función fuera considerada privilegiada. Petrus había conquistado el puesto por haber luchado en los frentes populares en el Día del Levantamiento. No tardó mucho en percibir su error, pero no había mucho que hacer. Hablar con otras personas era peligroso, por eso reservaba sus pensamientos para los momentos de soledad. La única persona con quien compartía sus ideas era Carlos, que trabajaba en el sector de mantenimiento de la usina.

Los dos se conocieron en el comedor y pronto fue surgiendo una amistad fuerte. Tras un año de esa relación, Petrus tomó coraje para exponer, aunque cuidadosamente, un poco de su pensamiento. Para su satisfacción, sus sospechas se confirmaron cuando constató que Carlos compartía las mismas ideas e ideales. Sabían que había otros como ellos, pero no podían exponerse, pues, en caso de que fueran denunciados, serían considerados traidores, crimen severamente castigado con la muerte.

Continuaron sus conversaciones reservadas y, después de algún tiempo, una persona más se juntó al grupo: la bella, inteligente y sagaz Carmen, una enfermera del Centro Médico. Fue ella quien supo, durante las numerosas atenciones a pacientes, que existían sobrevivientes del Levantamiento que habían huido hacia un lugar supuestamente seguro y desconocido. Tal vez fuese apenas una leyenda más o un cuento de hadas, pero, a partir de esa información, encontrar esa tierra distante y a los sobrevivientes se volvió sinónimo de esperanza. Pero, ¿cómo conseguir algo así? 

En Avengar la vida de los operarios tomaba rumbos peligrosos. Las raciones diarias y el sueldo mínimo generaban incomodidad, y no tardó mucho en surgir uma vasta red clandestina donde circulaban los más variados ítems de consumo. De pastas de dientes a drogas pesadas, prostitución y una criminalidad creciente que la Policía Estatal intentaba reprimir sin mucho éxito, pero siempre con extrema violencia. 

El contingente de policías era grande, pues formar parte de ese organismo de control traía algunos beneficios, como: jornada de trabajo menor y una remuneración por encima de la media. Inicialmente fueron esos atractivos los que llevaron a Pamela a alistarse en las fuerzas. El tiempo y el adoctrinamiento hicieron el resto. Su devoción ciega al Gobierno la transformó en una cazadora de subversivos, como eran llamados todos los que pensaran diferente. Pamela solo tenía un defecto grave: su orgullo hacía que a veces hablara de más.

Carmen estaba de turno en Emergencias del Centro Médico, cuando la ambulancia llegó con dos policías heridos en un enfrentamiento. Fue designada para atender a la joven policía que había recibido un tiro en el hombro. El médico responsable realizó los procedimientos necesarios y la agente fue llevada a un cuarto para recuperarse. Carmen estaba aplicando los vendajes y, como la mujer policía ya estaba consciente, comenzó a conversar con ella:

— ¡Buen día, teniente Pamela! ¿Cómo se siente? Ha sufrido una herida leve aquí. -Pamela sonrió con una mezcla de alivio, dolor y rabia:

— Malditos subversivos, estaban armados y reaccionaron.
Carmen siempre fue de pensar muy rápido y aprovechó la oportunidad para intentar extraer alguna información y disparó: — Vaya, pensé que esta escoria no existía más, pero debe ser algún alienado aislado.

— ¡No lo son, no! ¡Sabemos que existen más, pero voy a acabar con ellos uno por uno, tengo dos sospechosos más en la usina que luego voy a eliminar también! — respondió Pamela. — Ojalá, tengo miedo de esa gente solo de pensarlo. Voy a trabajar el doble para que se recupere rápido — completó Carmen.

Las dos se rieron juntas.

La noticia cayó como una bomba sobre Petrus y Carlos. Era preciso hacer algo rápido. Carmen sugirió que ellos salieran de Avengar para procurar el mencionado refugio. Sería un tiro en la oscuridad, pero, por lo menos, había una chance de sobrevivir y, quien sabe, un día volver para rescatar a otros. Pero, ¿cómo salir de la ciudad? Siguieron con sus rutinas de trabajo normalmente y mantuvieron los encuentros para no generar ningún tipo de sospecha en razón de un súbito cambio de comportamiento.

La solución para la fuga fue dada por Carlos y le vino a la mente durante un intervalo en la usina, cuando estaba en el jardín, recostado en un banco mirando para el cielo. Carlos observó los drones de carga que hacían su vuelo suave e silencioso llevando materiales de un lado para otro y llegó a la conclusión de que sería una óptima manera de salir por los muros. Restaba ahora descubrir cómo conseguir un dron de alta capacidad. Después de mucha búsqueda e incursiones por los submundos de Avengar, finalmente consiguieron un Nautilus 105, aparato utilizado en el transporte de detritos fuera de Avengar y, gracias a los conocimientos de Petrus, fue posible programar un permiso para que el dron atravesara la muralla sin disparar las alarmas. Con capacidad para 100 kilos, tendría que realizar dos viajes, preferentemente de noche.

La suerte parecía estar de su lado y Petrus agradeció por vivir en el último piso, pues eso le daba acceso a la terraza del edificio. Transportaron el aparato en partes y lo montaron en el lugar del despegue. Todo fue decidido a la suerte y Petrus haría el primer viaje. Con sus setenta kilos, aún sobraba espacio para llevar un poco de equipaje. El habitáculo era pequeño, pero él consiguió acomodarse. La idea era posarse en uno de los predios abandonados de la antigua ciudad, del lado de afuera. El control seria realizado desde dentro del dron y la memoria, borrada al regreso. Todo salió bien en el primer viaje, el aparato atravesó la muralla sin problemas y voló suavemente hasta un predio abandonado, posándose sobre el mismo. Petrus salió, descargó y accionó el retorno automático. El aparato regresó y Carlos borró la memoria de la ruta e inició el cargamento para el segundo viaje. Se acomodó en la caja para iniciar el viaje cuando fue sorprendido por cuatro agentes de la Policía Estatal que lo llevaron preso y recogieron la famosa caja negra del aparato. Era el fin de un sueño.

Del otro lado de la muralla, Petrus aguardó el tiempo combinado, pero Carlos no apareció, sabía que alguna cosa había ocurrido. Por un momento quedó pensativo, hasta que un ruido le llamó la atención. De en medio de las sombras surgió una figura alta y delgada, que se presentó de forma suave, pero segura de sí. − Mi nombre es Tom. ¡Su amigo no vendrá y usted precisa salir de aquí! -Petrus lo siguió, con la sensación de que estaba haciendo lo que era correcto, pero que no sería fácil. Sin embargo, esa ya es otra historia.



domingo, 1 de outubro de 2017

Contos de Avengar - Uma Carga Especial

Tudo que eles queriam era descobrir se existia um paraíso.
Petrus vivia na periferia sul de Avengar em um condomínio frio e sujo, onde o governo lhe havia destinado um quarto com banheiro e cozinha. Trabalhava na usina de energia, controlando máquinas que forneciam eletricidade para vinte cidades do porte de Avengar. A jornada de doze horas diárias de trabalho, seis dias por semana, não era animadora, apesar de sua função ser considerada privilegiada. Petrus havia conquistado a vaga por ter lutado nas frentes populares no Dia do Levante. Não demorou muito para perceber seu erro, mas não havia muito que fazer. Falar com outras pessoas era perigoso, por isso reservava seus pensamentos para os momentos de solidão. A única pessoa com quem compartilhava suas ideias era Carlos, que trabalhava no setor de manutenção da usina.

Os dois se conheceram no refeitório e aos poucos foi surgindo uma amizade forte. Após um ano de relacionamento, Petrus tomou coragem para expor, ainda que cuidadosamente, um pouco do seu pensamento. Para sua satisfação, suas suspeitas vieram a se confirmar quando constatou que Carlos partilhava das mesmas ideias e ideais. Sabiam que havia outros como eles, mas não podiam se expor, pois, caso fossem denunciados, seriam considerados traidores, crime severamente punido com a morte.

Continuaram suas conversas reservadas e, depois de algum tempo, mais uma pessoa veio se juntar ao grupo: a bela, inteligente e sagaz Carmem, uma enfermeira do Centro Médico. Foi ela que soube, durante os muitos atendimentos, que existiam sobreviventes do Levante que haviam fugido para um lugar supostamente seguro e desconhecido. Talvez fosse apenas mais uma lenda ou um conto de fadas, mas, a partir dessa informação, encontrar essa terra distante e os sobreviventes virou sinônimo de esperança. Mas como conseguir algo assim? 

Em Avengar a vida dos operários tomava rumos perigosos. As rações diárias e o soldo mínimo geravam desconforto, e não demorou muito para surgir uma vasta rede clandestina onde circulavam os mais variados itens de consumo. De pastas de dente a drogas pesadas, prostituição e uma criminalidade crescente que a Polícia Estatal tentava reprimir sem muito sucesso, mas sempre com extrema violência. 

O contingente de policiais era grande, pois fazer parte desse organismo de controle trazia alguns benefícios, como: jornada de trabalho menor e uma remuneração acima da média. Inicialmente foram esses atrativos que levaram Pâmela a se alistar nas forças. O tempo e a doutrinação fizeram o restante. Sua devoção cega ao Governo a transformou em uma caçadora de subversivos, como eram chamados todos os que pensassem diferente. Pâmela só tinha um defeito grave: seu orgulho fazia com que falasse demais, às vezes.

Carmem estava de plantão na Emergência do Centro Médico, quando a ambulância chegou com dois policiais feridos em confronto. Foi designada para atender a jovem policial que havia levado um tiro no ombro. O médico responsável fez os procedimentos necessários e a policial foi levada para um quarto para se recuperar. Carmem estava fazendo a troca de curativos e, como a policial já estivesse consciente, começou a conversar com ela:
— Bom dia, tenente Pâmela! Como está se sentindo? Você teve um ferimento e tanto aqui. Pâmela sorriu num misto de alívio, dor e raiva:
— Malditos subversivos, estavam armados e reagiram.
Carmem sempre pensou muito rápido e aproveitou a oportunidade para tentar extrair alguma informação e disparou: — Nossa, pensei que esta escória não existisse mais, mas deve ser algum alienado isolado.
— Não são, não! Sabemos que existem mais, mas vou acabar com eles um a um, tenho mais dois suspeitos na usina que logo vou eliminar também! — Pâmela respondeu. — Tomara, tenho medo dessa gente só de pensar. Vou trabalhar o dobro para você se recuperar rápido — Carmem completou.
As duas riram juntas.

A notícia caiu como uma bomba sobre Petrus e Carlos. Era preciso fazer algo rápido. Carmem sugeriu que eles saíssem de Avengar para procurar o tal refúgio. Seria um tiro no escuro, mas, pelo menos, havia uma chance de sobreviver e, quem sabe, um dia voltar para resgatar outros. Mas como sair da cidade? Seguiram com suas rotinas de trabalho normalmente e mantiveram os encontros para não gerar nenhum tipo de suspeita em razão de uma súbita mudança de comportamento.

A solução para a fuga foi dada por Carlos e veio a sua mente durante um intervalo na usina, quando estava no jardim, deitado em um banco olhando para o céu. Carlos observou os drones de carga que faziam seu voo suave e silencioso levando materiais de um lado para outro e chegou à conclusão de que seria uma ótima maneira de sair pelos muros. Restava agora descobrir como conseguir um drone de alta capacidade. Depois de muita procura e incursões pelos submundos de Avengar, finalmente conseguiram um Nautilus 105, aparelho utilizado no transporte de detritos para fora de Avengar e, graças aos conhecimentos de Petrus, foi possível programar uma permissão para que o drone atravessasse a muralha sem disparar os alarmes. Com capacidade para 100 quilos, teriam que realizar duas viagens, preferencialmente à noite.

A sorte parecia estar ao seu lado e Petrus agradeceu por morar no último andar, pois isso lhe dava acesso ao terraço do edifício. Transportaram o aparelho em partes e o montaram no local da decolagem. Tudo foi decidido na sorte e Petrus faria a primeira viagem. Com seus setenta quilos, ainda sobrava espaço para levar um pouco de bagagem. O habitáculo era pequeno, mas ele conseguiu se acomodar. A ideia era pousar em um dos prédios abandonados, da antiga cidade, do lado de fora. O controle seria feito de dentro do drone e a memória, apagada ao retorno. Tudo correu bem na primeira viagem, o aparelho atravessou a muralha sem problemas e voou suavemente até um prédio abandonado, pousando sobre o mesmo. Petrus saiu, descarregou e acionou o retorno automático. O aparelho retornou e Carlos apagou a memória da rota e iniciou o carregamento para a segunda viagem. Acomodou-se na caixa para iniciar a viagem quando foi surpreendido por quatro agentes da Polícia Estatal que o levaram preso e recolheram a famosa caixa-preta do aparelho. Era o fim de um sonho.

Do outro lado da muralha, Petrus aguardou o tempo combinado, mas Carlos não apareceu, sabia que alguma coisa havia acontecido. Por um momento ficou pensativo, até que um ruído lhe chamou a atenção. Do meio das sombras surgiu uma figura esguia, que se apresentou de forma suave, mas segura de si. − Meu nome é Tom. Seu amigo não virá e você precisa sair daqui! Petrus o seguiu com uma sensação de que estava fazendo o que era certo, mas que não seria fácil. Porém, essa já é uma outra história.

Leia também


domingo, 24 de setembro de 2017

Underground Cristão #004 - Justa Advertência - Mateus 5-V-30

Pioneiros do Punk Rock cristão nacional, nada mais justo do que dar a esta banda o reconhecimento que ela merece
Se os anos 80 assistiram a explosão do rock nacional, nos anos 90 foi a vez do rock cristão. Um incontável número de bandas começaram a surgir e no cenário punk não foi diferente. É nesse clima de empolgação, impulsionados por ministérios underground e igrejas mais abertas, musicalmente falando, que surge uma das primeiras bandas de punk rock cristão que se tem notícia. A banda Justa Advertência.

Originários da cidade paulista de Campinas, Christian (baixo), Riuchard (Bateria e Vocal) e Elison (Guitarra e Vocal) traziam para os palcos um Punk Rock/Crossover simples, cru e direto com mensagens fortes e também bem humoradas. Era uma época difícil, pois se de um lado havia a rejeiçao do público secular ainda precisavam lutar contra o preconceito de dentro das igrejas que não aceitavam e tão pouco compreendiam a proposta dos garotos.

A banda participou da coletânea Refúgio do Rock com outras nove bandas e lançou um álbum no formato k-7, que é o objeto desta matéria. Além de músico no Justa, Christian era um dos editores do White Metal Detonation.

O K-7 Mateus V-30, lançado em 1996 apresenta um panorama bastante completo do som da banda. com letras fortes e bem humoradas, carregadas de descontentamento com a sociedade. Uma banda cuja mensagem soa muito atual mesmo após tantos anos que depois..

Apesar da pouca duração a banda, sua existência foi fundamental para a cena e junto com outros grupos da época, abriram caminho para o underground cristão nacional. O Material disponível na internet é bem escasso e distribuído de forma aleatória, mas existe uma playlist no Youtube com quase todas as músicas que estamos disponibilizando aqui.



Matérias Relacionadas