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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Underground Cristão #004 - Legacy Of Kain - I.N.V.E.R.S.O

Um álbum que consegue te prender da primeira até a última música
O Legacy Of Kain foi uma banda que me impressionou desde a primeira audição com o EP Greta lançado em 2016 com três músicas de tremer a terra. Agora eles estão de volta com o álbum I.N.V.E.R.S.O, um petardo de peso e conteúdo forte de suas doze faixas impecavelmente bem gravadas. Só para refrescar sua memória, a banda é um projeto dos guitarristas Angelo Torquetto e Karim Serri. Dois garotos com pouco mais de vinte anos de estrada em bandas como: Crosskill, Devil Tourturer, Desertor, Messianic Cry, Seven Angels e Doomsday Hymn. Além dos guitarristas, o grupo é completado por Markos Franzmann (voz), Leandro Paiva (baixo) e Tiago Rodrigues (bateria).

Com uma ótima capa  do artista plástico Carlos Fides do ArtSide Studio e produção, mixagem e masterização feita pelo guitarrista Karim Serri no Silent Music Studio o disco trás uma sonoridade que soa moderna, possui identidade própria e um peso impressionante. Outro detalhe: é uma das poucas bandas do gênero onde, apesar do vocal bem agressivo, é possível entender perfeitamente o conteúdo das letras.

Metal de primeira grandeza, com arranjos arrasadores. Vale a pena a audição de cada faixa. Já ouvi um par de vezes e está difícil escolher uma preferida, pois cada nova canção te captura e te deixa meio embriagado. Excelente. E olha que eu nem sou um fã do gênero.

A banda disponibilizou o download do álbum em: http://bit.ly/2gHQUKW. Você também pode visitar o canal da banda no Youtube em: https://www.youtube.com/legacyofkainbrazil

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Modos & Estilos #023 - Ratos de Porão - Crucificados Pelo Sistema

Um clássico do Punk Rock nacional com mais de trinta anos e que continua atual.
Quando escutei este disco pela primeira vez, foi um petardo no meu cérebro, confesso que depois deste disco, nunca mais fui a mesma pessoa. Lançado em 1984, com a capa vermelha (este é o original, depois veio o capa cinza), Crucificados Pelo Sistema, dos Ratos de Porão, é um marco na história do Punk Rock nacional. Apenas o fato de ser o primeiro LP de uma única banda, o disco de estréia da banda trás um hardcore brasileiro que mostrou que aqui em terras tupiniquins havia uma galera realmente disposta a fazer história. São 16 músicas em menos de vinte minutos que abordam os mais diversos temas sociais como: corrupção, exploração, guerra, fome, ameaças nucleares e caos, de uma forma geral.

A formação que gravou a bolacha conta com João Gordo (vocal), Jão (Bateria), Jabá (baixo) e Mingau (guitarra). desta formação, somente João Gordo e Jão, permanecem na banda até hoje que é completada pelo baterista Boka e pelo baixista Juninho. Muita gente talvez não compreenda a importância do Punk Rock na música mundial. Aqui no Brasil não foi diferente. A ousadia, o inconformismo, a gana de fazer as coisa, mesmo sem as condições mínimas necessárias, criaram toda uma cena underground que possibilitaram o surgimento e o crescimento de um universo independente.

Talvez aqueles garotos de roupas pretas, com seus cabelos espetados, que faziam fanzines, criavam suas roupas e gravavam suas músicas, não tivessem a noção e a dimensão do que estava acontecendo. A cultura punk criou raízes e hoje se alastra nos mais diversos segmentos da sociedade, provando que não precisamos depender de um sistema controlador para realizar nossos sonhos e projetos. Crucificados Pelo Sistema representa isso e muito mais. Trata-se de um trabalho tão importante que já foi relançado várias vezes, com cinco capas de cores diferentes, Vendido e cobiçado em diversos países .

Recentemente, em 2014 ele foi relançado com um um EP anexo, com seis músicas gravadas ao vivo no antigo Napalm e também um DVD comemorativo dos 30 anos do álbum. Por isso e muito mais, esta obra prima, deve estar em qualquer discoteca de respeito e é indispensável para compreendermos a evolução da música brasileira. Bom, melhor do que ficar divagando, é aproveitar para escutar esta pedrada sonora.

Para ouvir



Documentário dos Trinta Anos do Disco




quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Underground Cristão #003 - Antidemon - Demonocídio

Há quem ame e há quem odeie, mas ninguém pode negar que esta banda revolucionou a cena underground cristã nacional.
A história da banda paulistana Antidemon se confunde com a própria história do pastor Carlos Batista. Nascido em berço evangélico, Batista sequer conhecia a cena metal e tudo que queria era ser missionário entre os índios, mas por uma intervenção divina começou a sonhar com uma música estranha e barulhenta que ele não conhecia. Num certo dia, ao passar em frente a Galeria do Rock ele ouviu um som que se parecia com o que ele vinha sonhando e descobriu a cena underground, a galera underground e seu chamado missionário.

Com muitas lutas e dificuldades, Carlos montou a banda que passou por diversas formações até chegar a atual que conta com o próprio Batista (baixo e vocal), Marcelo Alves (guitarra) e Juliana Batista (bateria). A banda, formada em janeiro de 1994, foi, pouco a pouco, ganhando espaço. Logo vieram as demo-tapes: Antidemon (1995), Confinamento Eterno (1997) e Antidemon 4 Anos (1998). Em 1999 finalmente foi lançado o primeiro álbum, intitulado Demonocídio, considerado até hoje, uma marco no metal cristão nacional e com distribuição por diversos países da Europa e América Latina. Várias canções deste disco foram incluídas em inúmeras coletâneas internacionais consagrando a banda no cenário underground.

Em 2009 a banda lançou Satanichaos pelo selo Rythm Rock e em 2012 lançam o álbum ApocalipseNow pelo selo australiano Rowe Records do lendário Steve Rowe da banda Mortification. O grupo ainda gravou um álbum no México, em 2002, intitulado Annilo de Fuego. Além dos quatro álbuns a banda participou de incontáveis coletâneas em todos os cantos do mundo adquirindo o status de grande nome do Death/Grind, não apenas entre os cristãos. Por tudo isso e muito mais, o Antidemon é um grupo que merece nosso respeito e apoio, sempre!

Demonocídio


Lançado em 1999, este álbum foi produzido de forma independente com material das demos anteriores e outras composições, totalizando 27 petardos sonoros de tirar o folego. O disco conta com Batista no baixo e voz, Elke na bateria e Kleber na guitarra. Com músicas como: Suicídio, Holocausto, Guerra ao Inferno e a polêmica e corajosa Apodrecida além de Massacre, faixa que se tornou um hino oficial da banda e é obrigatória em todas as apresentações, e que é executada por outras bandas. Uma coleção sonora bem recebida pelos fans e pela crítica e que quebrou barreiras dentro e fora da cena cristã underground.

Não vou comentar música a música, para não alongar muito esta postagem. Vou apenas listar as que eu mais curto e deixar para que você mesmo ouça e se delicie com este álbum tão emblemático. Destaque também para a arte da capa. Das músicas eu gosto de todas, pois cada uma tem sua qualidade especial e sua mensagem avassaladora, mas as que se enquadram mais no meu estilo eu destaco as faixas: Demonocídio, Usuário, Causas Alcoólicas, Massacre, Holocausto, Guerra ao Inferno, Cadáver, Drogas e Libertação II.

Ouça




Relacionadas

Aproveite também para ler a matéria sobre o Motification em: Underground Cristão #001 - Mortification - Primitive Rhythm Machine

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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Modos & Estilos #021 - Cólera - Pela Paz em Todo Mundo

Mais que uma banda punk, o Cólera é a banda que explodiu a minha cabeça!

Quando me deparei com o movimento punk nacional, no início da década de 80, em Curitiba, através da banda Beijo AA Força, inicialmente apresentado aos sons gringos e posteriormente aos nacionais, com o álbum SUB (ler a resenha aqui), mudei todos meus conceitos ao perceber que a música tinha o poder de formar consciência e transmitir indignação. Ouvir as bandas nacionais, em gravações de qualidade duvidosa, mas com uma coragem que não existe no mainstream certinho e politicamente correto, nos incentivou a fazer o mesmo. Foi graças ao movimento punk que o Brasil viu acontecer uma explosão musical que ainda está viva nos corredores dos subterrâneos culturais do nosso país.

Das bandas nacionais, uma que me chamou a atenção foi a paulistana Cólera. O grupo foi formado em 1979 pelos irmãos Redson (baixo e voz), Pierre (bateria e voz) e Helinho (guitarra e voz) com a proposta de fazer um som libertário e direto. A primeira apresentação da banda acontece em 12 de dezembro do mesmo ano no Bairro do Limão. Logo após Kinho assume o vocal. Em 81 Kinho e Helinho saem e Val assume o baixo e Redson passa para a guitarra. Em 82 participam da coletânea Grito Suburbano ao lado do Olho Seco e Inocentes e ainda no mesmo ano se apresentam no Festival Começo do Fim do Mundo no SESC Pompéia que rendeu uma coletânea homônima.

A banda participa ainda de algumas compilações internacionais. Em 83 Redson cria o selo Estúdios Vermelhos, responsável pela coletânea SUB, em 85 o selo passa a se chamar Ataque Frontal. Ainda em 85 lançam seu álbum de estréia Tente Mudar o Amanhã e em 1986 lançam o álbum Pela Paz em Todo Mundo que chegou a vender quase cem mil cópias, um número impressionante para uma produção independente. No ano de 87 a banda viaja para a Europa e se torna a primeira banda punk nacional a fazer um tour fora do Brasil.

O trio segue, lançando álbuns e fazendo turnês. Em 2009 inicia uma mega turnê, 30 Anos Sem Parar, comemorando os 30 anos de atividade. Em 27 de setembro de 2011 o vocalista e mentor da banda, Redson Pozzi faleceu, vitima de uma hemorragia interna, causada por uma úlcera no esôfago. A Banda resolve dar um tempo mas em 2012 anunciam o retorno com a entrada do vocalista Wendel Barros ex-roadie e amigo de Redson. O Novo vocal é bem aceito e o Cólera continua na ativa com shows e planos de um novo álbum.

Pela Paz em Todo Mundo


Lançado no formato LP, em 1986 pelo selo Ataque Frontal e relançado, com quatro faixas bônus, em 2000, pela Devil Discos, foi um trabalho bem distribuído, tocado em rádios, programas de rock, circuitos independentes e enviado em grandes quantidades para a Europa e Estados Unidos. O disco ainda gerou duas turnês pelo Brasil e uma pela Europa passando pela Alemanha, Bélgica, Holanda, Áustria, Suíça, Dinamarca, Países Bascos, Espanha, Noruega e França. Um marco na história do rock nacional que deve ser lebrado, comemorado e escutado.

As Músicas


Neste post vamos nos ater as canções do vinil lançado em 86 com a participação de Redson, Val e Pierre. São 14 canções de tirar o fôlego.

  • Lado A
  1. Medo - Um Clássico que fala da sensação de estarmos sozinhos e presos a um sistema que quando te estende a mão é apenas para te explorar. 
  2. Funcionários - Baixo e bateria numa introdução bem tribal. Punk rock de primeira, apesar do título, a música fala sobre mudança de consciência.
  3. Somos Vivos - Com uma pegada mais para o punk rock tradicional. Letra existencialista e com intuito de despertar o consciente coletivo.
  4. Alternar - Fala sobre a miséria da condição humana em sua luta para sobreviver e da futilidade das convenções sociais.
  5. Multidões - O título já diz tudo. A letra faz uma análise das massas manipuladas e incapazes de pensar.
  6. Direitos Humanos - Esta música fala sobre os excluídos e marginalizados que já não tem direito a vida com dignidade.
  7. Guerrear - "Nós não nascemos pra guerrear". Com este refrão a música faz uma denúncia das guerras absurdas onde inocentes são colocados na linha de frente de uma guerra que não é sua.
  • Lado B
  1. Vivo na Cidade - Nesta canção o enfoque é sobre o caos urbano das grandes metrópoles que massacram as pessoas com a poluição.
  2. Humanidade - Mas uma música de conscientização do lugar do ser humano na sociedade e das suas responsabilidades em relação aos outros.
  3. Alucinado - Nesta letra o tema é o stress e a letargia que abate o ser humano causando pânico e indiferença.
  4. Continência - Aqui o tema é o serviço militar que, na visão do autor, é uma forma de criar massa de manobra.
  5. Não Fome! - Mais uma vez a miséria está na pauta, desta vez por conta das políticas econômicas que achatam o poder de compra dos cidadãos.
  6. Adolescente - Aqui o tema são os jovens sem voz e sem ouvidos que os escutem. Aliás, a preocupação com os jovens é sempre presente nas músicas da banda.
  7. Pela Paz - Para fechar, a música que dá título ao álbum. Um grito de alerta para o caos em que toda a humanidade está se metendo. Já naquela época.

Conclusão


Este disco é um clássico da Música Brasileira que não perde a sua atualidade e sua autenticidade e que deve ser escutado por todos. Punk rock de qualidade, letras conscientes. O Cólera foi e continua sendo uma espécie de porta voz da humanidade contra as injustiças. Uma obra prima do rock nacional que atravessou fronteiras e ganhou respeito fora do Brasil, mostrando que aqui existe gente consciente. Uma aula de humanidade para as novas gerações.


terça-feira, 11 de julho de 2017

Coletânea Brazilian Extreme Metal Bands

O underground cristão nacional dá as caras com mais uma coletânea reunindo treze bandas da cena brazuca, pelo selo Evig Morke Prod
Que o underground nacional nordestino é forte a gente já sabe. O que, talvez, muita gente não tenha conhecimento é de que ele é forte e atuante também entre os cristãos. E para comprovar isso, acaba de sair mais uma coletânea de bandas de metal extremos de todo o Brasil. Desta vez a iniciativa é do selo independente Evig Mørke Productions, de Fortaleza, CE. O Título da compilação é Brazilian Extreme Metal Bands e trás 13 bandas de diversos lugares. A ótima arte da capa é o designer Daniel Dutra.

Os treze grupos que formam esta coleção nos trazem um leque bem abrangente do metal extremo passando por vários segmentos, do sinfônico ao crossover num álbum visceral e muto bom de se ouvir. O trabalho está disponível para download gratuito (link no final do post) deixando claro que o objetivo é divulgar o trabalho das bandas. Participam da empreitada os seguintes nomes:

  1. Ceifadores - Anjo Maldito (Manaus - AM) 
  2. Mediadhor - Princípio do Fim (Teresina - PI)
  3. Cerimonial Sacred - The Choice Of The Wise (Santa Bárbara d'Oeste - SP)
  4. Antidemon - Não Tardará (São Paulo - SP)
  5. Edificador - Maldição Hereditária (Valença - RJ)
  6. Exortta - David's Lyre (Belo Horizonte - MG)
  7. Satan Decapitated - Apocaliptic Chaos (Salvador - BA)
  8. Vozes Noturnas - Ave Yeshua (Fortaleza - CE)
  9. Sabactâni - Instincts (Manaus - AM)
  10. Sebaoth - Fogo Dos Céus (Fortaleza - CE)
  11. Pulcro - Alone (Juiz de Fora - MG)
  12. Display Of Agony - Agony (???)
  13. Darkaliel - Floresta Obscura (Fortaleza - CE)
Como já se era de esperar, há uma ausência de bandas da Região Sul e não se deve ao fato da coletânea ter sido produzida no Nordeste, Temos um selo aqui no Paraná, estamos convocando bandas para um trabalho mas só as do sudeste, norte e nordeste se manifestam. mas voltando ao álbum, confesso que me surpreendi. Apesar de não ser da cena extrema e conhecer muito pouco do estilo curti bastante este álbum. Meu destaque vai para a banda Satan Decapitated com Apocaliptica Chaos, muito boa e energética e Mediadhor. Todas as faixas são muito bem gravadas e com certeza vão agradar os fãs do gênero.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Underground Cristão #002 - Grave Robber - Be Afraid

Quando se ouve o Grave Robber pela primeira vez o pensamento recorrente é: como eu não descobri esta banda antes?
A cena underground cristã tem produzido pérolas de valor e a banda americana Grave Robber é uma delas. Seguindo a linha Horror Punk, o GR lembra o som do Misfits mas sem deixar de ter uma identidade própria. Sua base operacional fica em Fort Wayne, Indiana. Formada em 2005 lançou seu primeiro álbum, Be Afraid, em abril de 2008 pela Retroative Records, gravadora pela qual ainda lançaram seu segundo disco, Inner Sanctum em janeiro de 2009. Atualmente a banda pertence ao selo Rotweiller Records por onde publicaram os álbuns: Exhumed em dezembro de 2010 e You're All Gonna Die! em novembro de 2011. Seu mais recente trabalho é o EP Straight to Hell de janeiro de 2015 também pela Rotweiller.

Além de ser uma excelente banda cristã, o Grave Robber é uma banda performática onde os integrantes são personagens que nunca mudam mas os atores por trás das mascaras podem mudar. Sua formação constante é: Wretched (vocals), Carcass (bass, vocals), Viral (guitar, vocals), Grimm (guitar, vocals) e Plague (drums).

A ideia da banda surgiu simultaneamente para Wretched e Carcass, durante um culto onde a palavra pregada era Romanos 6 que fala sobre estar morto para o mundo, estar morto para si mesmo e estar morto para o pecado, imediatamente os dois músicos ligaram isso a comunhão onde basicamente nos alimentamos do corpo e do sangue de Cristo. Isto foi o suficiente: Mortos que se alimentam de carne e sangue. Mas o compromisso com o Evangelho os levou a orar durante dois anos até que finalmente a banda iniciou os ensaios.

Neste post vamos apresentar o seu primeiro álbum, Be Afraid, um petardo sonoro que torna impossível não se apaixonar. O grupo evoluiu muito e cada trabalho está melhor, mas vamos ao álbum:

As Músicas


  1. The Exorcist / Intro - Essa intro já deixa bem claro o clima do álbum, que remete aos filmes de terror das décadas de 50 e 60 com direito a órgão e tudo o mais.
  2. Skeletons - Hardcore oldschool na veia, fala sobre ódio e assassinato e a necessidade de uma limpeza para se livrar de tudo isso.
  3. Burn Witch, Burn - De uma forma alegórica este Punk Rock fala sobre a necessidade de queimar a bruxa do mal que habita em cada um de nós.
  4. Bloodbath - Banho de sangue. O Nome já diz tudo. É preciso derramar sangue para haver limpeza. É obvio que se refere ao sacrifício que redime o ser humano. Os coros a lá Misfits são sensacionais.
  5. Rigor Mortis - Mais uma que fala do mal que nos assombra e nos acusa. A batida é sensacional.
  6. Buried Alive - Mais uma que fala da nossa condição miserável e questiona o fato de não sermos merecedores do sangue inocente que foi derramado por nós. O Clima é hardcore mais atual. 
  7. Screams Of The Voiceless - Rock com pegada mais hard que fala sobre o aborto e o fato da vítima não ter nenhuma escolha. Faz você pensar muito.
  8. Golgotha / Instrumental - Tema instrumental com sons incidentais que remetem a crucificação de Jesus. Uma pausa para o que vem a seguir. Bastante peso criando um clima tenso e melancólico.
  9. Reanimator - Uma ode ao sacrifício de Jesus e sua obra redentora que culmina com a sua ressurreição. Hardcore das antigas que dá vontade de sair pogando.
  10. Schizofiend - Mais uma levada para o hard que vira hardcore, se refere a mente dividida, onde a parte ruim precisa ser estirpada.
  11. Dark Angel - Hardcore acido sobre o demônio mostrando que não há nada de positivo no anjo caído. Sonzeira.
  12. I Wanna Kill You Over And Over Again - Amo esta música. Com uma levada mais Hard e Blues fala sobre a necessidade de matar o velho homem para que possamos viver uma nova vida.
  13. I, Zombie - Outra sensacional. Bateria bem marcada com vocais bem colocados para lembrar que enquanto servos de Cristo somos como mortos vivos que se alimentam da carne e do sangue enquanto aguardamos a volta do nosso Mestre.
  14. Army Of The Dead - E para fechar a fantástica Army Of The Dead que faz um convite para fazer parte deste exército de mortos, para o mundo, que vai saqueando o inferno em busca de almas.

Conclusão:


Be Afraid é um álbum cativante, sensorial e frenético que faz você querer se mexer. As linhas melódicas são bem construídas e mostram que existem músicos competentes por trás das máscaras. Além disso, são pessoas realmente comprometidas com seus ideias e com o Evangelho. Um álbum bom do início ao fim  e te leva a querer ouvir os outros trabalhos. Vale a pena.




terça-feira, 4 de julho de 2017

Lo-Fi - Quando o conteúdo é mais importante que a embalagem

Na esteira do DIY o movimento LO-FI vem como uma alternativa a idiotização da arte.
Não faz muito tempo que eu descobri o movimento Lo-Fi (pronuncia-se lou-fai) e imediatamente me apaixonei, não pela novidade, mas pelo fato de descobrir que eu já era do movimento antes de conhecê-lo. Tecnicamente, Lo-Fi é o antônimo de Hi-Fi, termo utilizado na indústria do áudio para designar equipamentos que reproduzem as ondas sonoras com alta fidelidade ao som original. Logo, Lo-fi pode ser compreendido como, baixa-fidelidade. Na produção musical, ainda tecnicamente falando, o termo serve para designar as peças musicais registradas com equipamentos simples e de baixo custo, que, teoricamente, não conseguem atingir o nível de fidelidade dos grandes, modernos e dispendiosos estúdios profissionais. Resumindo: a produção musical Lo-Fi era, na prática, um recurso de quem não tinha o aporte financeiro para custear uma grande produção. Isto era e continua sendo verdade em boa parte da criação musical alternativa e independente mas existe um outro lado desta moeda que precisamos compreender.

Não é nenhuma novidade que existe uma indústria que produz e lucra muito com a música de massa, esta que toca nas rádios, nas novelas e nos programas de auditório, destinada ao consumo rápido e facilmente descartável para ser imediatamente substituída por novas peças mantendo um ciclo interminável onde os ouvintes pensam que ouvem o que gostam, quando, na verdade, escutam o que este empreendimento comercial decide que devem consumir. Neste cenário, meramente empresarial, não existe espaço para a arte, seja esta tradicional ou de vanguarda. É óbvio que existem raras exceções, mas são apenas exceções que confirmam a regra maior. O que fazer então? Partir para a produção independente.

Neste cenário alternativo ou underground existem dois segmentos: Os que querem chegar ao mainstream e os que preferem continuar no underground. Quanto ao primeiro grupo, os poucos que obtêm sucesso, na maioria, ou se corrompem ou se frustram e voltam ao subterrâneo. Mas é do segundo grupo que estamos falando. Neste segundo grupo, que quer permanecer independente também existe uma subdivisão. De um lado os que não abrem mão da técnica e da tecnologia de ponta e só produzem e lançam algum material quando este atende uma série de requisitos técnicos que eu costumo chamar de Geração ProTools e do outro aqueles que se dão conta que o mais importante é levar a mensagem. Neste sentido o termo Lo-Fi cai como uma luva nesta turma que grava como pode, onde pode e quando pode.

Num tempo em que as agências de publicidade ditam as regras do que está na moda ou não, ser Lo-Fi vai além do recurso técnico, rompendo a barreira do establishment reinante e abraçando o legado do Faça Você Mesmo (DIY). Lo-Fi não está mais restrito a música, mas torna-se um sinônimo de liberdade criativa que atinge a arte em sua totalidade, deixando de ser um recurso para tornar-se um movimento. Mais que isso; ser Lo-Fi não prende você a uma estética comportamental ou de estilo como fazia o movimento punk, por exemplo. Trata-se de uma consciência que se aplica a todos os estilos e tribos. Abrangente, inclusivo e belo. Quase divino, se me permitem a ousadia. Então, ta esperando o que, para sair da caixa? 

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Underground Cristão #001 - Mortification - Primitive Rhythm Machine

Quando eu me converti ao Evangelho de Jesus Cristo uma das coisas que não me agradou muito foi a qualidade da produção musical, mas esta má impressão inicial foi quebrada ao escutar este álbum. Foi como uma luz no fim do túnel.
A banda australiana Mortification, começou, oficialmente, em 1990, mas a sua formação se inicia em 1984 quando o baixista e vocalista Steve Rowe monta as bandas Rugged Cross (1984) e  Axiz (1985). Apesar da vida curta destas bandas, elas foram estímulo para que Steve não desistisse de seu projeto de banda. Em 1986 nascia a banda LightForce que grava seu primeiro álbum, Battlezone, em 1987 e o Mystical Thieves em 1988. Já em 1989 quando se preparavam para o terceiro trabalho, Steve assume a direção da banda que passa a se chamar Mortification.

Com Steve Rowe (baixo e vocal), Cameron Hall (guitarra) e Jayson Sherlok (bateria) a nova banda lança o álbum Break The Curse, ainda com o nome de LightForce. Este álbum foi remixado e relançado como Mortification, em 1994, com uma faixa bônus. Oficialmente o primeiro trabalho é: Motification, de 1991, com Michael Carlisle na guitarra.

A banda passou por diversas formações e tendências e atualmente o time é composto por Steve, o guitarrista Lincon Bowen e o baterista Andrew Esnouf. O álbum Primitive Rhythm Machine foi lançado em 1995 e é sobre ele que iremos falar nesta postagem.

Lançado em 1995 pelo selo Intense Records e Nuclear Blast no formato CD e remasterizado e relançado em 2008 pela Metal Mind Productions, produzido por Steve Rowe conta co o próprio Steve (baixo e vocal), George Ochoa (guitarras e teclados), Bill Rice (bateria), Jason Campbell (guitarra base) e Dave Kellogg (guitarra solo).

O álbum tem uma pegada excelente e em certos momentos lembra o Sepultura, dos bons tempos, mas sem perder a identidade característica do Mortification. Trata-se de um trabalho mais experimental, com vocal mais limpo e que mostra uma boa evolução musical da banda que deixa o death, um pouco de lado, e soa mais metal.

Vale a pena conferir.


.Ouvir no Spotfy...

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O Underground Cristão Vai Bem, Obrigado!

Enquanto no Mainstream cristão nacional quase não se aproveita nada a cena underground despeja toneladas de bandas para todos os gostos
Quando eu e Eduardo Teixeira, do Cristo Suburbano, fazíamos o Podcast do Esconderijo, em um determinado episódio ele me perguntou a diferença entre mainstream e underground e eu respondi que o mainstream é produto e underground é arte. Minha opinião sobre o assunto continua exatamente a mesma. E dentro do universo da música cristã é exatamente a mesma coisa. Isto acontece porque existe uma indústria musical que como todo e qualquer negócio, visa lucro. Esta busca pela viabilização e comercialização do produto acaba, muitas vezes, levando os profissionais do ramo a criação de produtos que possam ser facilmente aceitos, consumidos e descartados para que a próxima fornada não se perca. Neste processo, normalmente, a qualidade artística, poética e teológica fica em segundo plano. Enquanto isso, na cena underground, a certeza do baixo retorno financeiro acaba proporcionando aos criadores mais liberdade artística, mais comprometimento com a qualidade e uma maior preocupação com o conteúdo das mensagens.

Evidente que em ambos os lados existem exceções. Do lado mainstream, temos bons artistas produzindo boa música de excelente qualidade técnica e poética e com conteúdo teológico relevante, como é o caso da banda Resgate, assim como no meio underground também existe coisa que não se aproveita, mas no geral a regra permanece. E quando eu me refiro ao underground não estou me referindo apenas a galera do rock. Eu me refiro a todos os que estão produzindo arte, mas que correm por fora da grande mídia. Hoje é possível garimpar música cristã em todos os estilos que você possa imaginar e tem coisas realmente sensacionais.

Este artigo não tem por objetivo enumerar artistas mas servir de incentivo para que você comece a procurar conteúdo fora dos umbrais da mídia tradicional. Não vou apontar artistas específicos pois estaria apenas indicando aquilo que eu curto e que pode ser diferente do que você está buscando.

Onde Procurar

Uma boa pedida para quem curte um som mais voltado para o punk hardcore são os canais do Cristo Suburbano, mantidos pelo Eduardo Teixeira, da manda No More Zombies, vou dar o endereço do blog e de lá você encontra os outros canais. Tem também o Metal Cross onde você pode assistir clipes de várias bandas cristãs que fazem um som da hora. Tem o canal da Gabi Rox onde existem várias dicas de bandas nacionais e internacionais do underground cristão. Outra cena bastante forte é a do RAP cristão. Vou indicar dois; o blog Hip-Hop Gospel e o site Portal Rap onde você vai encontrar bastante informação sobre o assunto. Estes são alguns canais mas existe muito mais. E se você conhece algum bem legal, coloque o link ai nos comentários para gente divulgar. Grande abraço.

Links:

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Punks Não Morrem, Viram Rebites!

Não tem nada mais punk do que ser crente!
Quando o Eduardo Teixeira lançou o documentário Cristo Suburbano, é bem provável que ele não imaginava aonde isto tudo chegaria. O que era para ser um documentário ao melhor estilo DIY para contar a história da cena punk cristã no Brasil rendeu, além do vídeo, um selo que distribui material de várias bandas, um ministério, três coletâneas, um blog, canal no Youtube e muitos planos para o futuro. No campo das coletâneas foram, até o momento, três edições. A primeira, em 2015 com 23 bandas, a segunda em 2016 com 44 bandas e a terceira de 2017 com 56 bandas, sendo 9 faixas de bandas internacionais de peso como Mark Main e Grave Robber. Mas vamos a esta coletânea.

A compilação Cristo Suburbano Volume 3, como já foi dito, conta com 56 faixas de bandas da cena JCHC (Jesus Christ HardCore) nacionais e internacionais. São vários estilos dentro do punk produzido por cristãos e não há como analisar cada música separadamente. Mas posso fazer uma análise do conjunto da obra. Uma palavra: sensacional. Começando pela ótima capa (figura), desenhada pelo Adriano, da banda curitibana Nova Prole, que já dá uma ideia do conteúdo. A seleção das músicas está excelente com áudio bem equilibrado, entre cada faixa, bem como a qualidade das gravações. Algumas bandas prepararam canções exclusivas para este mega álbum. O download pode ser feito de forma gratuita na página do selo no Bandcamp.

Mas o grande mérito desta coletânea é ver a quantidade de bandas excelentes que existem na cena punk cristã nacional. Para quem quer ter uma ideia do panorama musical do estilo é uma ótima oportunidade. Além do mais, é gratificante ver que mesmo sem nenhum apoio da mídia de massas o underground continua vivo e produzindo muito música boa. Também não podemos esquecer do empenho do Eduardo Teixeira que organizou esta coleção, que certamente ficará na história. A mim só resta te dizer uma coisa. Escute!

Nota: O título desta matéria é uma matéria do punk curitibano Flávio Fardado.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A Indústria da Música Está em Crise. Que Ótimo!!!

Desde que o formato MP3 (conheça a história) chegou ao consumidor final, em 1995, a indústria da música vem reclamando da "pirataria" e dos prejuízos que a prática de compartilhar música tem gerado, e para nos convencer invoca até os "santos" dos Direitos Autorais, etc, etc, etc. Muitos artistas do mainstream também se engajam nas campanhas para conscientização. Mas a pergunta que não quer calar é: Quem perde dinheiro com a distribuição digital? Resposta: A indústria! E eu te afirmo que isto é muito bom!

Antes que você promova um ataque, contra minha pessoa, apelando para as milhares de pessoas que trabalham na indústria da música e sustentam suas famílias, permita-me compartilhar partes de uma entrevista com Steve Albini (Não conhece? Deveria!) onde ele explica como funciona a indústria da música. Se desejar ler todo o keynote ai vai o link. Mas vamos em frente.

"A indústria musical era essencialmente a indústria dos discos, em que discos e rádios eram os caminhos através dos quais as pessoas conheciam música e principalmente, a experimentavam." Perceba que a indústria da música foi formada em cima de um bem de consumo (o disco) e utilizava uma estratégia de marketing (o rádio) para impulsionar o consumidor a adquirir o produto. "Gravar era uma empreitada rara e cara, então não era comum. Até a tua demo requeria um investimento considerável." Os custos de produção e distribuição eram extremamente altos e o poder tecnológico e financeiro para isso estavam nas mãos da indústria e, consequentemente dos industriais. "Rádios eram muito influentes. Era o único lugar para ouvir música de qualquer artista e as gravadoras pagavam bastante pra influenciá-los." É aqui que a porca torce o rabo. Tudo o que chegava ao consumidor era exatamente o que a indústria decidia que deveria chegar e isto implicava em muito jabá (pratica de pagar para que determinadas músicas fossem executadas nas rádios e posteriormente na TV).

Perceba que até aqui, tudo que foi mencionado é: indústria, rádios, TV, custos, consumidor, produto e por aí vai! Em nenhum momento mencionamos os termos músicos e ouvintes. Pois é, pois é, pois é: Neste processo produtivo e lucrativo o músico é o que menos ganha e o ouvinte é o que banca tudo mas nenhum dos dois é consultado no processo. Mas calma lá, mesmo antes da internet, uma galera começou a perceber que isto poderia ser diferente. Meu Deus! Quem foram estes gênios? Pasmem! Foram os punks. Estes mesmos, com seus cabelos espetados, roupas rasgadas que mostram o dedo do meio para tudo e todos, foram eles que decidiram mandar a indústria para aquele lugar e por em prática o famoso Faça Você Mesmo (DIY). Foram eles que ensinaram ao mundo que era possível gravar por conta própria e distribuir fora do sistema e informar de forma alternativa através dos fanzines.

Mas até aí a indústria não estava sendo incomodada e até se valia da cena underground para buscar novos possíveis produtos através de seus olheiros. Mas uma revolução estava prestes a começar. É a revolução digital. O grande barato da revolução é que: tudo o que era pesado e caro foi transformado em um conjunto de zeros e uns formando bits e bytes que levaram o alto custo lá embaixo e com a internet e as suas possibilidades de compartilhamento, a comunicação entre músico e ouvinte passou a ser direta eliminando todo o monumental intermediário que havia antes. "Num piscar de olhos, a música passou de rara, cara, disponível só em mídias físicas e ambientes controlados, para ser ubíqua e de graça. Que evolução incrível!" E é incrível mesmo, pois quem ganhou com isso foi o público e os artistas. É lógico que a indústria não curtiu a ideia e iniciou uma campanha para criminalizar a distribuição gratuita mas creio que este é um caminho sem volta. Mas espere aí! Nós estamos falando de um cenário norte americano e norte europeu. Mas e no Brasil?

Não é diferente! A diferença talvez seja quantitativa no que diz respeito a cultura de consumo em nossas terras tupiniquins. Uma grande parte da população brazuca ainda está habituada a consumir o que a grande mídia espalha através das rádios e TVs. O mainstream, por aqui, ainda é muito forte, talvez pela nossa herança de dizer sim aos coronéis. Mas nem tudo está perdido. Existe um universo underground e independente bastante ativo na nossa amada colônia. Não é um grande público mas é o suficiente para manter o movimento e graças a globalização da informação, hoje, temos artistas com seus trabalhos atingindo públicos fora do Brasil.

Por isso que eu repito. Que bom que a indústria da música está em crise. Quem sabe, a partir dessa crise, os músicos, os artistas possam viver da sua arte sem vender a sua honra, e o público possa desfrutar da arte e pagar, sim, pelo que quer e gosta e não pelo que lhe é imposto e cheio de impostos.

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Nota: O Keynote de Steve Albini foi traduzido por Janaína Azevedo Lopes.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Legacy Of Kain - Greta

Foi com grande entusiasmo que fui informado pelo vocalista Jason Ribeiro, sobre o lançamento do primeiro trabalho de estúdio da banda curitibana de metal, Legacy Of Kain. O LOK é formado por músicos com grande experiência na cena musical nacional. Jason Ribeiro (vocal),  Angelo Torquetto (guitarra), Karin Serri (guitarra), Leon PS (baixo) e Tiago Rodrigues (bateria) formaram um grupo que vem com uma proposta séria, de qualidade e, com certeza, duradoura. A banda debuta com um EP, gravado em outubro de 2016 nos estúdio Silent Music (Curitiba) com capa desenhada por Carlos Fides. O EP GRETA...



São apenas três músicas de um trash metal de primeiro mundo super bem produzido e que não cansa. As melodias, o peso, o vocal agressivo porém facilmente compreensível e cantado em português sem soar estranho como é comum em algumas bandas. As letras são inteligentes e profundas levando a reflexão. Mas vamos as músicas:

Não Justifica - Fala das atitudes injustificadas que temos ao longo da vida e das dificuldades em se viver na realidade caótica que nos cerca. Um chamado aos homens e mulheres de bem para estarem preparados para o que está por vir. A batida é nervosa e intercalada por momentos de reflexão. Guitarras excelentes, tudo na medida certa, sem as tradicionais fritações que muitas vezes estragam o gênero.
Tudo a Perder - Os elementos do Trash tradicional com uma levada mais moderna. Guturais no momento certo, riffs matadores. A letra fala da necessidade de nadar contra as correntes de um sistema invertido em valores onde os conscientes são vistos como os loucos.
Epiphania - Mais uma música que nos leva a querer lutar e reagir, mostrando as nossas misérias e as necessidades de se formar uma nova geração mais consciente. 

Greta é um EP que nos deixa com vontade de ouvir mais. Bacana a evolução musical dos caras que com o amadurecimento sabem dosar as técnicas. Enfim, um álbum para escutar e re-escutar inúmeras vezes.

A banda disponibilizou o download gratuito no endereço abaixo:


Curta também o Lyric Vídeo de Não Justifica


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Coletânea Cristo Suburbano Volume 2


Após um ano do lançamento da primeira coletânea da Cristo Suburbano Records, o início de 2016 foi brindado com a segunda edição da compilação idealizada por Eduardo Teixeira.

Com uma reunião de 42 bandas, o álbum abrange a nata do punk, hardcore e ska, de vertente cristã, produzido em solo nacional. É muita gente boa reunida. Nomes fortes como Living Fire, Archote, No More Zombies, Onix8, Novaprole, Small Fish, entre outros figuram ao lado de clássicos como Ressurreição, entre outros.

Minha banda, a Holy Factor, também foi incluída com a música Existe Solução. Um lançamento de peso para agradar a todos os gostos e anunciar o Evangelho a todos quantos queiram ouvir.

Esta joia preciosa está disponível no site do selo do Cristo Suburbano em: https://cristosuburbanorecords.bandcamp.com/album/cristo-suburbano-volume-2.

Se você não teve contato com o Volume 1, segue o link:

Boa audição.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Coletânea - United We Skate Benefit Compilation

A Thumper Punk Records em parceria com a Sky Burn Black Records lançaram, no dia 17 de junho de 2015, a coletânea United We Skate Benefit Compilation. Trata-se de um trabalho, cuja renda será em benefício de dois ministérios que envolvem a prática do skate e o cristianismo. Um é o Roots of Hope Ministry em Jaco, na Costa Rica (dirigido por Aaron “Liberty” Wells da banda True Liberty) o outro é o Christian Skaters International em Paarl, África do Sul (dirigido por Dave Emmerson da banda The Old-Timers).

Ao todo são cinco volumes com 113 bandas de mais de 12 países com canções em inglês, portugues, alemão e espanhol que enviaram suas músicas para ajudar esta causa nobre. Os estilos também são os mais variados. A coleção foi dividida em cinco volumes da seguinte forma:
  • Volume 1 (Punk) com as bandas Christ’s Sake, Metanoia, Banda Grano, Peter118, Darak HC, CPR, Dsarme?, Over Mortal, Novaprole, Heart Like War, A Broken Line, No More Zombies, The Bruised, Mr. Mustache, The Bricks, Plank Eyed Saints, Santa Cruz (SxCx), Street Corner Gospel, Archote, Jesus-Worshiper, A Common Goal e False Idle.
  • Volume 2 (Punk) com as bandas The Old-timers, Living Fire, Blast From Oblivion, Grave Robber, True Liberty, Reforma Protestante, INFIRMITIES, No Punk Influences, Praiser, Transboard, Broken, Platoon 1107, The Hoax, Ambassadors of Shalom, Foolish Things, No Lost Cause, The Bedlam Saints, The WAY, The Lonely Revolts, Saint Hooligan, Holy Factor, The Inhumans, Madero, Refuge, Grace & Thieves e  Their Throats are Open Tombs!
  • Volume 3 (Hardcore) com as bandas Dangerous Minds, LIV., Rapture, Siervos, Stick Tight, Take Heart, Kings & Daughters, Nossa Fúria, No Complaints, Revivalist, Made Worthy, Judgement Day, Every Knee Shall Bow, Final Surrender, Poured Out, Bloodline Severed, O Wretched Man, Messflesh, Scream at the Sky, Partaker, Far From Sanity, Flawed By Design e Anschluss Amor.
  • Volume 4 (Metal) com as bandas Aceldama, Adorned in Ash, Azorrague, Black Leather, Broken Jail, Ceremonial Sacred, Demoniciduth, Dies Mortem, Hate Evil, Hawthorn, Intercession, Light to Dead, Mediadhor, Primitive Church, The Right Wing Conspiracy, Saul of Tarsus, Screaming Your Name, Soul Embraced, Soul Factor, Straight from the Grave, The Synics Awakening e Tenere.
  • Volume 5 (Metal) com as bandas Abated Mass of Flesh, Above the Storm, Armath Sargon, Ascendant, Be Not Betrayed, Blood Thirsty, Broken Flesh, Christageddon, Consuming Fire, Cryptic Rising, Elgibbor, Flukt, Hilastherion, Immortal Souls, Numbered with the Transgressors, Pantokrator, Parallax Withering, Skald in Veum, They Wither e Throne of Awful Splendor.

Bandas Brasileiras

É imensa a quantidade de bandas brasileiras na compilação mostrando a força da cena underground cristã nacional. Entre elas: Metanoia, Banda Grano, Darak HC, Dsarme?, Novaprole, No More Zombies, Mr. Mustache, Santa Cruz (SxCx), Archote, Living Fire, Reforma Protestante, Transboard, Holy Factor, Nossa Fúria, Azorrague e outras.

Especiais para mim

Duas bandas são especiais para mim. A primeira é a No More Zombies Rock do meu amigo Eduardo Teixeira, punk das antigas, companheiro de podcast, autor do documentário Cristo Suburbano, que fala sobre a cena punk cristã nacional, e responsavel pelo selo Cristo Suburbano Records que distribui material underground cristão autorizado. O Eduardo ainda mantém um vlog chamado Idéia Suburbana onde apresenta um pouco de teologia e o blog Cristo Suburbano onde você encontra entrevistas com bandas entre outras coisas legais.
A outra é a banda paranaense, da cidade de Ponta Grossa, Holy Factor que está no volume 2 da coletãnea. A música, Assassinos, foi gravada num momento bastante turbulento da banda em que o baterista anterior, Raphael, havia anunciado sua saída e a banda não tinha um novo batera definido, mas deu tudo certo, graças a Deus e para fechar com chave de ouro, saiu no mesmo volume do Grave Robber, da qual são fans. A Holy Factor é mantida pelo baixista, vocalista, blogueiro e podcaster, Luis Vulcanis, que além deste blog, mantém o Eu Escuto Podcast. Também atua como host no Podcast do Esconderijo Underground.

Para adquirir as mídias digitais entre na página da Thumper Punk Records, onde é possível comprar todos os volumes, com desconto, ou cada volume separadamente. Para as mídias físicas entre em: http://thumperpunkrecords.storenvy.com/. Vale a pena! Abaixo os players para escutar cada volume da coletânea. Na página da coletânea também é possível ouvir as músicas.

Nosso desejo é que Deus abençoe este trabalho e que as vendas sejam muitas pois é para uma causa justa em que acreditamos e estamos muito felizes em ter participado deste momento histórico.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O que é underground #02 - Não é Rock!

Tenho percebido, através de conversas e leitura de comentários, que uma grande parte das pessoas associa o universo underground com a cultura do rock. Embora o rock em suas inúmeras vertentes se manifeste, de muitas formas, num conceito mais underground, devemos compreender que nem toda música rock é underground e nem toda música underground é rock. Para isso, é fundamental entendermos o que é underground. Para isso eu recomendo outro artigo deste blog: O Que é Underground #01.

Como você pôde ler, nosso conceito de underground é de algo mais profundo em qualidade, informação e relevância para o meio. Partindo deste pressuposto entendemos que o universo da cultura underground é bem mais abrangente e não se restringe a um estilo musical. No Brasil associamos a produção underground à produção marginal pois é fato que a mídia aberta não abre espaço para o artista independente, deixando trabalhos sensacionais longe do alcance das massas. Não quero acreditar que isso seja intencional mas não posso negar que não há interesse em levar ao grande público conhecimento que gere reflexão e questionamento. Ou seja: deixe a massa com sua novelinha, sua dupla sertaneja e com o noticiário mascarado da TV aberta.

Cena do Filme "A Clockwork Orange" de Stanley Kubrick
Neste caso, ser underground é uma forma de reagir a estas imposições da grande mídia produzindo e consumindo material alternativo que informe e revele aquilo que realmente importa. Um bom exemplo disso é a cultura do fanzine ou simplesmente zine.

É pra ler, ou pra comer?

Fanzines são uma alternativa à imprensa oficial. Basicamente o termo deriva-se de duas palavras fan e zine que por sua vez são abreviações de fanatical e magazine, ou seja: Revista de Fan (Apaixonado). Os primeiros fanzines surgiram na década de 30 nos EUA e eram basicamente dedicados a Ficção Científica. Mais tarde este tipo de publicação foi ganhando força e abrangendo outras áreas como, música, arte, cinema, jornalismo, quadrinhos, moda e atividades do cotidiano, chegando a ter fanzines que falavam sobre outros fanzines como é o caso Factsheet Five (foto).

Factsheet Five - Fanzine sobre Fanzines
Muitos fanzineiros com o tempo acabaram sendo contratados por revistas profissionais mas outros mantiveram-se independentes e mesmo assim conquistaram um grande público e ainda estão vivos, como é o caso do fanzine punk, Maximumrocknroll (foto) lançado em 1977 e ainda na ativa (até esta postagem estava na edição #384).

Primeira edição do Maximumrocknroll
Fanzines são produzidos para nichos específicos, de forma alternativa e muitas vezes artesanal, podem ser vendidos doados ou trocados. 

No Brasil

O primeiro fanzine produzido em terras tupiniquins, que se tem notícia, chamava-se FICÇÃO (foto) e foi publicado em 12 de outubro de 1965 pelo piracicabano Edson Rontani

Primeiro Fanzine Brasileiro - 1965
Nos anos 80, tivemos uma proliferação de fanzines. Era a melhor maneira de circular informação alternativa sobre os mais variados assuntos. O movimento punk, na época, abraçou de tal maneira a mídia que este formato de publicação, por um bom tempo, ficou associado a cena. Na região sul tivemos muitas publicações como o curitibano Inquérito (foto) e o gaúcho Leve Desespero (foto).



Para uma informação mais detalhada do assunto, indico o documentário Fanzineiros do Século Passado, disponível no Youtube e postado logo abaixo:

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Se no início do novo milênio, esta mídia parecia estar morrendo com o advento da internet, nos últimos anos, a partir de 2011 os zines vem ganhando força novamente, merecendo até mesmo destaque em jornais de grande circulação como é o caso da Folha de São Paulo em matéria publicada em 4 de maio de 2014. Leia aqui, inclusive com eventos como a Ugra Zine Fest que em 2013 chegou a sua terceira edição.

Fanzines Cristãos?


Conclusão: os fanzines estão mais vivos do que nunca. E com as facilidades tecnológicas estão cada vez melhores, pode ser E-pub, PDF, ou de papel. O importante é ter um alternativa à imprensa oficial que só quer nos enganar.


quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Música Cristã em Fases

Embora eu tenha apenas 19 anos de vida cristã, meu contato com a música de raiz evangélica é bem anterior a minha conversão, em 1996. Há algum tempo que venho acompanhando a cena cristã nacional e me permito fazer uma análise do desenvolvimento desta "arte" a partir de observações pessoais que podem não refletir a opinião da maioria mas que considero interessante compartilhar uma vez que existe uma lógica coerente no meu raciocínio. Devo salientar que estas observações tem como contraponto comparativo uma cultura musical forjada desde a infância com base na MPB, Música Erudita e o universo da música rock em suas mais variadas vertentes. Dito isto vamos lá!

Para uma melhor compreensão, proponho uma divisão da história da música cristã evangélica em quatro fases a saber: 
  • Primórdios - Anterior a década de 50
  • Primeiro Amor - Da década de 50 a década de 80
  • Profissionalização - A partir da década de 80
  • Sofisticação - A partir do novo milênio

Primórdios

De acordo com o colecionador e pesquisador Salvador de Souza, em seu livro História da Música Evangélica no Brasil, o primeiro registro fonográfico de uma música evangélica por essas terras foi realizado em São Paulo, por José Celestino de Aguiar e pelo Rev. Belarmino Ferraz, no ano de 1901, em um disco de cera. Existem  ainda registros da Igreja Evangélica Fluminense em 1916, 1936, 1944, 45 e 46 em vinil de 78 rpm. Existem outros registros mas é tudo muito rudimentar.

Primeiro Amor

Esta segunda fase, que eu optei por chamar de primeiro amor, começa na década de 50 e se caracteriza por canções apaixonadas. São mensagens de salvação e conversão mas a qualidade técnica é bastante fraca. Lembro-me das produções que eu escutava na casa dos meus parentes nos anos 70. Aquela guitarra estaladinha, orgão Saema e bateria só para manter o ritmo. Mas é o início de uma tomada mais comercial. Até onde se sabe, o primeiro LP evangélico foi gravado em 1955 por Luiz de Carvalho.


Após isso começa uma explosão de cantores, ritmos e tem início a formação de um mercado de música cristã com o surgimento de grandes nomes do meio. Nos anos 60 vemos a introdução de ritmos populares e de instrumentos antes demonizados. No final da década de 60 a Missão Vencedores Por Cristo inicia uma revolução no evangelismo com base na música lançando em 1968 seu primeiro trabalho.

Profissionalização

A década de 80 marca o início de uma preocupação cada vez maior com a profissionalização e a qualidade técnica das gravações. Também é na década de 80 que o termo gospel começa ganhar força através da gravadora Gospel Records, da igreja Renascer em Cristo. Trata-se de uma década que marca o boom da Música Cristã Brasileira.

Se por um lado a música cristã ganha terreno por outro a mercantilização começa a produzir obras de conteúdo teológico duvidoso. Outro ponto negativo é que a música cristã começou a seguir tendências da moda. Esta corrida pela parada de sucessos acabou por criar uma indústria de produção em massa.

Houve também uma importação cada vez maior de modelos estrangeiros, como Hillsong, ou seja: a música ganhou em produtividade e técnica mas perdeu em qualidade musical, cultural e em conteúdo.

Sofisticação

O início do novo milênio trouxe consigo uma nova fase na música cristã. Eu costumo chamar de fase da sofisticação, ou a fase da arte. Se de um lado temos uma industria muito forte baseada em lucros produzindo muita coisa de qualidade duvidosa, do outro lado temos uma cena cristã independente e mais underground crescendo e se fortalecendo. A música cristã brasileira começa a produzir muita coisa boa e inovadora, que foge aos padrões estabelecidos pela industria fonográfica gospel. Um bom exemplo disso é o CD Reencontro (foto), do artista Thiago Holanda. Jazz da melhor qualidade com participações pra lá de especiais.

Capa do Álbum Reencontro de Thiago Holanda
E não é só isso, muitas bandas e artistas em diversos segmentos, tem surgido neste novo cenário da música cristã ou feita por cristãos com um diferencial criativo nunca visto antes. Do Pop ao Rock, do Jazz a MPB passando pela Bossa Nova, Reggae e música experimental como é o caso dos cariocas do Ruah Jah com o fantástico Rádio Jah (foto).

Capa do álbum Radio Jah Vol.1 do Ruah Jah
No lado do mainstream temos uma nova safra de artistas como: Marcela Taís, Lorena Chaves, Fábio Sampaio e artistas que se renovaram e melhoraram muito, como é o caso da banda Resgate, entre outros. Já a cena underground vem num crescendo tanto na área do louvor com artistas independentes como: Crombie, Marco Telles como na área mais rock com cenas em todo Brasil, como é o caso do selo Cristo Suburbano, criado para facilitar a distribuição de material de bandas independentes.

Aliás, para quem acha que a cena underground é mais uma brincadeira de moleques, cito dois casos. A banda paulista Antidemon que atualmente é contratada da Rowe Productions, gravadora do renomado Mortification e a Living Fire que faz parte do selo californiano Thumper Punk Records.

Capa do Álbum da Living Fire
Lógico que este artigo não esgota, de forma alguma, o assunto, mas nos dá um alívio de saber que mesmo em meio a tanto lixo "gospel" existe uma música cristã honesta e de qualidade sendo feita por aí.