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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Modos & Estilos #023 - Ratos de Porão - Crucificados Pelo Sistema

Um clássico do Punk Rock nacional com mais de trinta anos e que continua atual.
Quando escutei este disco pela primeira vez, foi um petardo no meu cérebro, confesso que depois deste disco, nunca mais fui a mesma pessoa. Lançado em 1984, com a capa vermelha (este é o original, depois veio o capa cinza), Crucificados Pelo Sistema, dos Ratos de Porão, é um marco na história do Punk Rock nacional. Apenas o fato de ser o primeiro LP de uma única banda, o disco de estréia da banda trás um hardcore brasileiro que mostrou que aqui em terras tupiniquins havia uma galera realmente disposta a fazer história. São 16 músicas em menos de vinte minutos que abordam os mais diversos temas sociais como: corrupção, exploração, guerra, fome, ameaças nucleares e caos, de uma forma geral.

A formação que gravou a bolacha conta com João Gordo (vocal), Jão (Bateria), Jabá (baixo) e Mingau (guitarra). desta formação, somente João Gordo e Jão, permanecem na banda até hoje que é completada pelo baterista Boka e pelo baixista Juninho. Muita gente talvez não compreenda a importância do Punk Rock na música mundial. Aqui no Brasil não foi diferente. A ousadia, o inconformismo, a gana de fazer as coisa, mesmo sem as condições mínimas necessárias, criaram toda uma cena underground que possibilitaram o surgimento e o crescimento de um universo independente.

Talvez aqueles garotos de roupas pretas, com seus cabelos espetados, que faziam fanzines, criavam suas roupas e gravavam suas músicas, não tivessem a noção e a dimensão do que estava acontecendo. A cultura punk criou raízes e hoje se alastra nos mais diversos segmentos da sociedade, provando que não precisamos depender de um sistema controlador para realizar nossos sonhos e projetos. Crucificados Pelo Sistema representa isso e muito mais. Trata-se de um trabalho tão importante que já foi relançado várias vezes, com cinco capas de cores diferentes, Vendido e cobiçado em diversos países .

Recentemente, em 2014 ele foi relançado com um um EP anexo, com seis músicas gravadas ao vivo no antigo Napalm e também um DVD comemorativo dos 30 anos do álbum. Por isso e muito mais, esta obra prima, deve estar em qualquer discoteca de respeito e é indispensável para compreendermos a evolução da música brasileira. Bom, melhor do que ficar divagando, é aproveitar para escutar esta pedrada sonora.

Para ouvir



Documentário dos Trinta Anos do Disco




quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Cristianismo & Punk Rock - Só Jesus salva o punk rock

Será que os novos cristãos é que tem a responsabilidade de manter vivo os antigos ideais do punk?
Quando o movimento punk surgiu, no final dos anos 70 e ganhou corpo no início dos anos 80, ele era um movimento anti-tudo. Contra o sistema, contra o governo, contra o estado, contra as religiões, contra tudo e contra todos. Basicamente um espectro do caos, inconformado com o status quo que reinava e ainda reina nas esferas mais "intelectualizadas" da intelligentsia. Este punk mais root, não estava nem aí para convenções e levantava o dedo para o politicamente correto, era malvisto, odiado, detestado mas seguia em frente gritando as verdades que ninguém queria ouvir, eram taxados de burros e ignorantes, que não sabiam tocar, que não entendiam de nada. O que aconteceu?

Hoje vemos os novos punks, defendendo as agendas do politicamente correto, partidários, punks de esquerda e até punks de direita, punks socialistas, comunistas, anarco-capitalistas, budistas, exotéricos, espíritas, umbandistas, ateus, agnósticos, empresários, empregadores, empreendedores, políticos, transgêneros, transtornados e transformados por um programa que os faz pensar que ainda estão na contra-mão do sistema mas, na realidade, uma grande parte serve a este mesmo sistema que é tão bem elaborado que cria seus próprios contrários, numa realidade onde até os rebeldes são fabricados em linhas de produção com componentes baratos.

Olhando este cenário triste e desesperançoso parece que não sobrou ninguém que se oponha ao stablishment da vida. Clama, ainda existe um grupo, pequeno, mas consciente, que é taxado de louco até pelos seus próprios pares. Ainda existe um grupo que não se conforma com as injustiças e entende que é preciso falar. Um grupo que não segue as regras impostas por um sistema maligno e dominador e sabe que precisa agir, ainda que esta ação coloque em risco a sua própria existência. Um grupo disposto ao enfrentamento, disposto a dizer não e que mantém acesa a chama da rebeldia contra esta nova ordem mundial, mesmo sabendo que é odiado, malvisto, detestado, considerado retrógrado e ignorante mas que segue em frente crendo que não se pode ficar calado, parado, estagnado. Um grupo que carrega a bandeira da verdadeira liberdade, uma liberdade que não é imposta por estatutos e constituições, uma liberdade que não se obtém pela ação de organizações de esquerda ou direita. Um grupo que entende o real significado do que é amor. São os punks que encontraram em Cristo o verdadeiro ideal do movimento, da luta e do desejo de mudar o mundo.

Sei que vou angariar inimigos mas isto é uma consequência natural de ser cristão e de ser punk. Sim, somos punks, vadios, párias numa sociedade que não cabe em nós, somos mal vistos porque não nos moldamos ao mundo, somos os excluídos, fazemos nossas músicas, escrevemos nossos textos, anunciamos a nossa fé, com ou sem recursos, não queremos suas drogas, suas teorias, suas filosofias, mas estamos ai, incomodando, afrontando seus conceitos porque cremos que existe uma verdade única e superior, cremos em uma moral sublime e que a liberdade plena pode ser alcançada mas que a única porta de entrada para ela é o Evangelho de Jesus Cristo.

SOMOS PUNKS, SOMOS CRENTES, estamos em todos os lugares e estamos avançando, não para dominar mas para iluminar à sua frente para que você enxergue o terreno perigoso por ande anda! Quer ficar do outro lado? Tudo bem, respeitamos suas decisões. Quer juntar-se a nós? Seja bem vindo, mas tenha consciência de que não será fácil, mas é possível, em nome de Jesus!

Cristianismo & Punk Rock








domingo, 24 de setembro de 2017

Underground Cristão #004 - Justa Advertência - Mateus 5-V-30

Pioneiros do Punk Rock cristão nacional, nada mais justo do que dar a esta banda o reconhecimento que ela merece
Se os anos 80 assistiram a explosão do rock nacional, nos anos 90 foi a vez do rock cristão. Um incontável número de bandas começaram a surgir e no cenário punk não foi diferente. É nesse clima de empolgação, impulsionados por ministérios underground e igrejas mais abertas, musicalmente falando, que surge uma das primeiras bandas de punk rock cristão que se tem notícia. A banda Justa Advertência.

Originários da cidade paulista de Campinas, Christian (baixo), Riuchard (Bateria e Vocal) e Elison (Guitarra e Vocal) traziam para os palcos um Punk Rock/Crossover simples, cru e direto com mensagens fortes e também bem humoradas. Era uma época difícil, pois se de um lado havia a rejeiçao do público secular ainda precisavam lutar contra o preconceito de dentro das igrejas que não aceitavam e tão pouco compreendiam a proposta dos garotos.

A banda participou da coletânea Refúgio do Rock com outras nove bandas e lançou um álbum no formato k-7, que é o objeto desta matéria. Além de músico no Justa, Christian era um dos editores do White Metal Detonation.

O K-7 Mateus V-30, lançado em 1996 apresenta um panorama bastante completo do som da banda. com letras fortes e bem humoradas, carregadas de descontentamento com a sociedade. Uma banda cuja mensagem soa muito atual mesmo após tantos anos que depois..

Apesar da pouca duração a banda, sua existência foi fundamental para a cena e junto com outros grupos da época, abriram caminho para o underground cristão nacional. O Material disponível na internet é bem escasso e distribuído de forma aleatória, mas existe uma playlist no Youtube com quase todas as músicas que estamos disponibilizando aqui.



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sábado, 9 de setembro de 2017

Cristianismo e Punk Rock - Bem Mais Próximos do que Você Imagina

Não tem como ser um punk sem ter fé e não há como manter a fé sem uma atitude punk!
Quem me conhece pessoalmente sabe da minha vida pregressa no movimento punk assim como sabe que em 1996 eu me converti ao Evangelho do Jesus Cristo de Nazaré e sabe que mesmo após isto eu continuo com uma atitude punk em muitos aspectos da minha vida. Não estou me referindo à roupas rasgadas, moicanos e correntes, mas aos princípios que encontramos nas duas correntes que parecem ser tão antagônicas mas que ao mesmo tempo são tão próximas. Mas lembre-se, esta é uma percepção pessoal. É lógico que no movimento punk, uma grande parte dos adeptos, só queria mesmo era sexo, drogas e música alta. Mas as ferramentas que vieram a tona, com a explosão do punk, tem um paralelo muito intimamente ligado ao modus operandi do Evangelho de Jesus. Então vejamos:

Apartidarismo


Punks são basicamente anarquistas e não tomam partido nem de esquerda e nem de direita, não tem engajamento partidário e são contrários ao estado controlador. Já os cristãos não devem ser de esquerda ou direita, pois tem como autoridade máxima o próprio Deus e pregam a instauração do Reino de Deus já aqui, o que se contrapõe a ideia de um estado meramente humano e político. Os punks são adeptos do libertarianismo e o cristianismo primitivo optava pelas comunidades onde todos ajudavam a todos. Embora o cristianismo nos oriente a seguir as leis e orar pelos governantes ele se coloca acima do estado sempre que este contrariar as leis divinas. Portanto, ambos são apartidários.

Contra-cultura


O movimento punk foi e continua andando na contra-mão do sistema e da cultura institucional pois compreende que está é manipulada para garantir os interesses do estado dominador. Da mesma forma, os cristãos sabem que toda a produção cultural, moral e educacional, patrocinada pelo estado é uma ferramenta para afastar as pessoas de Deus e isto faz com que o cristianismo também mantenha uma atitude contra-cultural, não no sentido de se abster, mas de produzir um movimento cultural que vá de encontro as suas filosofias da mesma forma que o movimento punk sempre produziu a sua própria cultura. Coincidência?

DIY - Faça Você Mesmo


Uma das grandes características da cena punk é o famoso "Do It Yourself", ou seja, a capacidade de suprir as necessidades por conta própria. Selos, gravadoras, revistas (fanzines), comunidades, etc, o movimento trouxe a tona este ideal. Algo do tipo: ninguém publica o que queremos ler então nós mesmo vamos publicar. No cristianismo temos as mesmas coisas, as comunidades primitivas, as cartas de Paulo, as traduções por Lutero e outros, gravadoras, editoras e muito mais. Tanto o movimento punk como o ideal cristão utilizam estas mesmas armas na propagação de suas ideias.

A Perseguição


Nem precisa falar muito. Ambos os grupos sempre foram incompreendidos e perseguidos pelo establishment, justamente por terem uma postura que representa perigo para o sistema e continuam mal vistos (os autênticos) pela mídia e pela massa desinformada. Assim como no mundo os cristãos são vistos como retrógrados e ignorantes, na cena cultural os punks são tidos como a escória que não sabe tocar.

A Absorção do Sistema


Uma das coisas que o sistema fez com o punk ao perceber seu crescimento foi absorvê-lo. Criando um estereótipo que nada tem a ver com o original transformando o que deveria ser revolucionário em algo da moda. Da mesma forma forma o cristianismo tem sido absorvido pelo sistema e distorcido em seus ideais transformando-se em algo aceitável e moderninho, mas sem o conteúdo que é realmente relevante.

Conclusão


É obvio que existem diferenças gritantes nas ideias e ideias destes dois movimentos. O que eu estou tratando aqui são as características de comportamento e atitude de ambos que os colocam em um mesmo patamar. A firmeza de princípios, a atitude ousada, o posicionamento irredutível, a simplicidade, além de outros aspectos, carregam muitas semelhanças entre os dois grupos e me faz perceber que um precisa aprender mais com o outro para não sucumbirem, pois assim como vemos punks artificiais e fora de contexto também encontramos cristãos totalmente fora do Evangelho. Minha conclusão é que o verdadeiro cristianismo e o verdadeiro punk caminham lado a lado ainda que muitas vezes se odeiem.

Que Deus nos dê forças para prosseguir, pois o punk não morreu e Jesus morreu e ressuscitou e continua vivo!

Desdobramentos deste post





quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Modos & Estilos #021 - Cólera - Pela Paz em Todo Mundo

Mais que uma banda punk, o Cólera é a banda que explodiu a minha cabeça!

Quando me deparei com o movimento punk nacional, no início da década de 80, em Curitiba, através da banda Beijo AA Força, inicialmente apresentado aos sons gringos e posteriormente aos nacionais, com o álbum SUB (ler a resenha aqui), mudei todos meus conceitos ao perceber que a música tinha o poder de formar consciência e transmitir indignação. Ouvir as bandas nacionais, em gravações de qualidade duvidosa, mas com uma coragem que não existe no mainstream certinho e politicamente correto, nos incentivou a fazer o mesmo. Foi graças ao movimento punk que o Brasil viu acontecer uma explosão musical que ainda está viva nos corredores dos subterrâneos culturais do nosso país.

Das bandas nacionais, uma que me chamou a atenção foi a paulistana Cólera. O grupo foi formado em 1979 pelos irmãos Redson (baixo e voz), Pierre (bateria e voz) e Helinho (guitarra e voz) com a proposta de fazer um som libertário e direto. A primeira apresentação da banda acontece em 12 de dezembro do mesmo ano no Bairro do Limão. Logo após Kinho assume o vocal. Em 81 Kinho e Helinho saem e Val assume o baixo e Redson passa para a guitarra. Em 82 participam da coletânea Grito Suburbano ao lado do Olho Seco e Inocentes e ainda no mesmo ano se apresentam no Festival Começo do Fim do Mundo no SESC Pompéia que rendeu uma coletânea homônima.

A banda participa ainda de algumas compilações internacionais. Em 83 Redson cria o selo Estúdios Vermelhos, responsável pela coletânea SUB, em 85 o selo passa a se chamar Ataque Frontal. Ainda em 85 lançam seu álbum de estréia Tente Mudar o Amanhã e em 1986 lançam o álbum Pela Paz em Todo Mundo que chegou a vender quase cem mil cópias, um número impressionante para uma produção independente. No ano de 87 a banda viaja para a Europa e se torna a primeira banda punk nacional a fazer um tour fora do Brasil.

O trio segue, lançando álbuns e fazendo turnês. Em 2009 inicia uma mega turnê, 30 Anos Sem Parar, comemorando os 30 anos de atividade. Em 27 de setembro de 2011 o vocalista e mentor da banda, Redson Pozzi faleceu, vitima de uma hemorragia interna, causada por uma úlcera no esôfago. A Banda resolve dar um tempo mas em 2012 anunciam o retorno com a entrada do vocalista Wendel Barros ex-roadie e amigo de Redson. O Novo vocal é bem aceito e o Cólera continua na ativa com shows e planos de um novo álbum.

Pela Paz em Todo Mundo


Lançado no formato LP, em 1986 pelo selo Ataque Frontal e relançado, com quatro faixas bônus, em 2000, pela Devil Discos, foi um trabalho bem distribuído, tocado em rádios, programas de rock, circuitos independentes e enviado em grandes quantidades para a Europa e Estados Unidos. O disco ainda gerou duas turnês pelo Brasil e uma pela Europa passando pela Alemanha, Bélgica, Holanda, Áustria, Suíça, Dinamarca, Países Bascos, Espanha, Noruega e França. Um marco na história do rock nacional que deve ser lebrado, comemorado e escutado.

As Músicas


Neste post vamos nos ater as canções do vinil lançado em 86 com a participação de Redson, Val e Pierre. São 14 canções de tirar o fôlego.

  • Lado A
  1. Medo - Um Clássico que fala da sensação de estarmos sozinhos e presos a um sistema que quando te estende a mão é apenas para te explorar. 
  2. Funcionários - Baixo e bateria numa introdução bem tribal. Punk rock de primeira, apesar do título, a música fala sobre mudança de consciência.
  3. Somos Vivos - Com uma pegada mais para o punk rock tradicional. Letra existencialista e com intuito de despertar o consciente coletivo.
  4. Alternar - Fala sobre a miséria da condição humana em sua luta para sobreviver e da futilidade das convenções sociais.
  5. Multidões - O título já diz tudo. A letra faz uma análise das massas manipuladas e incapazes de pensar.
  6. Direitos Humanos - Esta música fala sobre os excluídos e marginalizados que já não tem direito a vida com dignidade.
  7. Guerrear - "Nós não nascemos pra guerrear". Com este refrão a música faz uma denúncia das guerras absurdas onde inocentes são colocados na linha de frente de uma guerra que não é sua.
  • Lado B
  1. Vivo na Cidade - Nesta canção o enfoque é sobre o caos urbano das grandes metrópoles que massacram as pessoas com a poluição.
  2. Humanidade - Mas uma música de conscientização do lugar do ser humano na sociedade e das suas responsabilidades em relação aos outros.
  3. Alucinado - Nesta letra o tema é o stress e a letargia que abate o ser humano causando pânico e indiferença.
  4. Continência - Aqui o tema é o serviço militar que, na visão do autor, é uma forma de criar massa de manobra.
  5. Não Fome! - Mais uma vez a miséria está na pauta, desta vez por conta das políticas econômicas que achatam o poder de compra dos cidadãos.
  6. Adolescente - Aqui o tema são os jovens sem voz e sem ouvidos que os escutem. Aliás, a preocupação com os jovens é sempre presente nas músicas da banda.
  7. Pela Paz - Para fechar, a música que dá título ao álbum. Um grito de alerta para o caos em que toda a humanidade está se metendo. Já naquela época.

Conclusão


Este disco é um clássico da Música Brasileira que não perde a sua atualidade e sua autenticidade e que deve ser escutado por todos. Punk rock de qualidade, letras conscientes. O Cólera foi e continua sendo uma espécie de porta voz da humanidade contra as injustiças. Uma obra prima do rock nacional que atravessou fronteiras e ganhou respeito fora do Brasil, mostrando que aqui existe gente consciente. Uma aula de humanidade para as novas gerações.


sexta-feira, 7 de julho de 2017

Underground Cristão #002 - Grave Robber - Be Afraid

Quando se ouve o Grave Robber pela primeira vez o pensamento recorrente é: como eu não descobri esta banda antes?
A cena underground cristã tem produzido pérolas de valor e a banda americana Grave Robber é uma delas. Seguindo a linha Horror Punk, o GR lembra o som do Misfits mas sem deixar de ter uma identidade própria. Sua base operacional fica em Fort Wayne, Indiana. Formada em 2005 lançou seu primeiro álbum, Be Afraid, em abril de 2008 pela Retroative Records, gravadora pela qual ainda lançaram seu segundo disco, Inner Sanctum em janeiro de 2009. Atualmente a banda pertence ao selo Rotweiller Records por onde publicaram os álbuns: Exhumed em dezembro de 2010 e You're All Gonna Die! em novembro de 2011. Seu mais recente trabalho é o EP Straight to Hell de janeiro de 2015 também pela Rotweiller.

Além de ser uma excelente banda cristã, o Grave Robber é uma banda performática onde os integrantes são personagens que nunca mudam mas os atores por trás das mascaras podem mudar. Sua formação constante é: Wretched (vocals), Carcass (bass, vocals), Viral (guitar, vocals), Grimm (guitar, vocals) e Plague (drums).

A ideia da banda surgiu simultaneamente para Wretched e Carcass, durante um culto onde a palavra pregada era Romanos 6 que fala sobre estar morto para o mundo, estar morto para si mesmo e estar morto para o pecado, imediatamente os dois músicos ligaram isso a comunhão onde basicamente nos alimentamos do corpo e do sangue de Cristo. Isto foi o suficiente: Mortos que se alimentam de carne e sangue. Mas o compromisso com o Evangelho os levou a orar durante dois anos até que finalmente a banda iniciou os ensaios.

Neste post vamos apresentar o seu primeiro álbum, Be Afraid, um petardo sonoro que torna impossível não se apaixonar. O grupo evoluiu muito e cada trabalho está melhor, mas vamos ao álbum:

As Músicas


  1. The Exorcist / Intro - Essa intro já deixa bem claro o clima do álbum, que remete aos filmes de terror das décadas de 50 e 60 com direito a órgão e tudo o mais.
  2. Skeletons - Hardcore oldschool na veia, fala sobre ódio e assassinato e a necessidade de uma limpeza para se livrar de tudo isso.
  3. Burn Witch, Burn - De uma forma alegórica este Punk Rock fala sobre a necessidade de queimar a bruxa do mal que habita em cada um de nós.
  4. Bloodbath - Banho de sangue. O Nome já diz tudo. É preciso derramar sangue para haver limpeza. É obvio que se refere ao sacrifício que redime o ser humano. Os coros a lá Misfits são sensacionais.
  5. Rigor Mortis - Mais uma que fala do mal que nos assombra e nos acusa. A batida é sensacional.
  6. Buried Alive - Mais uma que fala da nossa condição miserável e questiona o fato de não sermos merecedores do sangue inocente que foi derramado por nós. O Clima é hardcore mais atual. 
  7. Screams Of The Voiceless - Rock com pegada mais hard que fala sobre o aborto e o fato da vítima não ter nenhuma escolha. Faz você pensar muito.
  8. Golgotha / Instrumental - Tema instrumental com sons incidentais que remetem a crucificação de Jesus. Uma pausa para o que vem a seguir. Bastante peso criando um clima tenso e melancólico.
  9. Reanimator - Uma ode ao sacrifício de Jesus e sua obra redentora que culmina com a sua ressurreição. Hardcore das antigas que dá vontade de sair pogando.
  10. Schizofiend - Mais uma levada para o hard que vira hardcore, se refere a mente dividida, onde a parte ruim precisa ser estirpada.
  11. Dark Angel - Hardcore acido sobre o demônio mostrando que não há nada de positivo no anjo caído. Sonzeira.
  12. I Wanna Kill You Over And Over Again - Amo esta música. Com uma levada mais Hard e Blues fala sobre a necessidade de matar o velho homem para que possamos viver uma nova vida.
  13. I, Zombie - Outra sensacional. Bateria bem marcada com vocais bem colocados para lembrar que enquanto servos de Cristo somos como mortos vivos que se alimentam da carne e do sangue enquanto aguardamos a volta do nosso Mestre.
  14. Army Of The Dead - E para fechar a fantástica Army Of The Dead que faz um convite para fazer parte deste exército de mortos, para o mundo, que vai saqueando o inferno em busca de almas.

Conclusão:


Be Afraid é um álbum cativante, sensorial e frenético que faz você querer se mexer. As linhas melódicas são bem construídas e mostram que existem músicos competentes por trás das máscaras. Além disso, são pessoas realmente comprometidas com seus ideias e com o Evangelho. Um álbum bom do início ao fim  e te leva a querer ouvir os outros trabalhos. Vale a pena.




quinta-feira, 20 de abril de 2017

Qual a sua trilha sonora?

Já que a vida é como um filme, nada mais justo do que uma trilha sonora adequada...
Pink Floyd
Desde que eu me entendo por gente, a música faz parte da minha vida. No começo, não era algo assim tão importante mas quando eu tinha oito para nove anos algo aconteceu. Nós morávamos em Curitiba, bem no centro, na rua Senador Alencar Guimarães. A casa da frente era alugada para um restaurante e nos fundos desta havia um quitinete que era alugado para um hippie. As vezes eu ia lá, para ouvir música e numa dessas vezes eu fui apresentado ao Pink Floyd. Foi amor a primeira audição. Me apaixonei por aquela música cativante, misteriosa e envolvente. Também, não era para menos, afinal The Dark Side Of The Moon é um petardo que impressiona até hoje. O Peninha (o hippie que morava no quitinete) gravou uma fitas para mim que eu ouvia em um gravador mono, que meu pai havia me presenteado.

Led Zeppelin
Quando mudamos para o Rio de Janeiro em 1973, a música continuou sendo uma espécie de trilha sonora da minha vida. Em casa, as tardes eram preenchidas com óperas e operetas que meu padrinho adorava. Eram seis discos por vez numa radiola Philips. Logo ganhei meu próprio toca discos. E começaram a vir os discos. O primeiro álbum que eu comprei foi o Machine Head, do Deep Purple, até que em 74 conheci o Led Zeppelin. Mais uma vez fui impactado e virei fan de carteirinha. Comprei todos os álbuns, aguardava os lançamentos, tinha discos piratas, posters, livros e tudo o que saísse sobre a banda. Na esteira do Led curti muita coisa: Huriah Heep, Deep Purple, Queen, Ted Nugent, Slade e muito mais. Até que ouvi o Emerson, Lake And Palmer e mergulhei no Progressivo com Yes, Triumvirat, PFM, Camel, Renaissance, Jethro Tull, Alan Parson, Supertramp, etc. Certa vez, uma amiga me deu o Álbum Branco do Beatles e finalmente entendi a importância dos quatro garotos de Liverpool. O Abbey Road ainda é, para mim, um daqueles álbuns perfeitos do início ao fim.

Oswaldo Montenegro
Paralelamente a este mundo de baixos guitarras e baterias, conheci, através dos meninos que moravam no mesmo prédio, o chorinho. Como não se derreter ao som do bandolim do Jacob do Bandolim, do cavaquinho do Valdir Azevedo e da flauta do Altamiro Carrilho, isso sem falar nos arranjos do mestre Radamés Gnatalli. Na esteira do chorinho veio uma tal de MPB com os versos magistrais de Chico Buarque, a voz encantadora de Elis Regina, as construções inquietantes de um Zé Ramalho e as baladas de um menestrel chamado Oswaldo Montenegro. É claro que o rock tupiniquim também fez parte desta lida com as Mutações dos irmãos Dias (Mutantes), os trejeitos dos Secos & Molhados, o fruto proibido da Rita Lee que na Casa das Máquinas, rezava um Terço bem Made In Brazil.

Cólera
Mas chegaram os anos oitenta e descobri uma nova força, mais energética, rude e direta. Entrei de cabeça no Punk Rock. Ao som dos Pistols, Clash, Ramones, Toy Dolls, Discharge, GBH, ExploitedDead Kennedys e MDC. Pirei de vez e vi que não estávamos perdidos pois por aqui também tínhamos nossos representantes como: Psikoze, Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. O Impacto do Punk Rock foi tão forte que montamos as bandas Maus Elementos e Paz Armada, em Curitiba, e ainda toquei com o Resistência Nacional e com O Corte.

Antidemon
Em meados da década de 90 conheci Jesus Cristo e minha vida deu uma guinada de 180°. Descobri que cristãos fazem música de alta qualidade e começou tudo de novo. Me encantei com o rock do Tourniquet, Narnia, Bride e Mortification. Me maravilhei com o progressivo do Iona, Ajalon, Unitopia e Neal Morse Band, com a brasilidade do Fruto Sagrado, Katsbarnea, Palavraantiga, Resgate, Antidemon e Rebanhão e com o punk de Value Pac, Slick Shoes, One Bad Pigs e Grave Robber. E Mais uma vez o Punk me levou a montar bandas. Primeiro foi o CHC, depois a Holy Factor e atualmente o Experimento Holy Factor.

É claro que está faltando muita coisa bacana. Mas o espaço é pequeno e não da pra citar todas as bandas que me influenciaram nesta caminhada até aqui. Mas e você, qual é a sua trilha sonora? Comente ai para descobrirmos novos sons.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Uma vez Punk, Sempre Punk!

Sou mais punk hoje do que era no passado!
Quando eu mudei do Rio de Janeiro para Curitiba, em 1984, tudo o que eu sabia sobre Punk Rock era do álbum The Great Rock'n Roll Swindle, dos Sex Pistols, que um grande amigo, Ganso, havia me presenteado. Mas ao chegar na Capital Paranaense conheci, através de meu primo Edson de Vulcanis, os punks de CWB que frequentavam o Lino's Bar, uma espécie de CBGB da Cidade "Sorriso".

Aos poucos fui me enturmando com os caras e também aprendendo mais sobre o movimento, sua música e sua ideologia. Foi um grande impacto na minha cultura musical, pois até então, meu universo musical era do Hard Rock de bandas como: Led Zeppelin, Deep Purple, Uriah Heep e o complexo Rock Progressivo de virtuoses como: Emerson, Lake & Palmer, Triumvirat, Yes, Focus, PFM, etc. Escutar aquelas músicas minimalistas ao extremo, com suas mensagens diretas, sem frescurar e nem solos intermináveis me ensinou algo que até hoje carrego comigo: Conhecimento e técnica são importantes, mas vontade e convicção são mais importantes. Eu descobri que podia tocar.

Eu sempre quiz tocar, mas nunca fui um bom instrumentista, meu conhecimento na guitarra limitava-se a uns poucos acordes e nenhuma habilidade com escalas e solos. Havia feito uma música para um festival escolar que até ficou legalzinha mas nada mais que isso. Uma vez fui fazer um teste para uma banda, no Rio de Janeiro. Foi uma das experiências mais desesperadoras da minha vida! Os caras me trataram bem e foram super simpáticos mas eu fiquei decepcionado comigo mesmo por entender que eu não tocava nada. Troquei minha guitarra, na época, por um toca discos.

Mas ao ouvir álbuns como: SUB, O Começo do Fim do Mundo, Ataque Sonoro, entre outros, minha visão começou a mudar. Ai conheci o Gustavo, o Careca e o saudoso Edilson Del Grossi, eles queriam montar uma banda e precisavam de um guitarrista. Não pensei duas vezes: comprei uma passagem, fui ao Rio de Janeiro, adquiri um exemplar do jornal Balcão e achei uma guitarra a venda. Fiz a compra, voltei para Curitiba e falei com os caras que eu podia tocar guitarra na banda. Fizemos uns ensaios e montamos a banda Maus Elementos. Foi feito um registro em fita de rolo mas nunca achei esta gravação. A banda era muito ruim mas a nossa vontade de tocar era maior do que a nossa incapacidade.

Depois do fim dos Maus Elementos, montamos o Paz Armada que foi bem bacana e fazíamos um hardcore bem legal. Ainda toquei nas bandas O Corte e no Resistência Nacional, mas por questões financeiras acabei parando por um bom tempo. Mas o que restou desta época foi a certeza de que é possível fazer quando você realmente quer e tem uma razão para fazer. Também ficaram a eterna paixão por bandas como: Cólera, Lixomania, Olho Seco, GBH, Discharge, Dead Kennedys e muitas outras.

Atualmente sou cristão mas aprendi no cristianismo uma coisa muito bacana: Jesus não quer destruir culturas, mas iluminá-las. Continuo curtindo o bom e velho punk rock, continuo adepto do DIY (Do It Yourself), continuo gostando do Lo-Fi mas com uma cosmovisão cristã. Ainda ouço muitas bandas antigas e novas e muitas com conteúdo cristão. Sei que uma grande parte dos punks não aceita o cristianismo e muito menos cristãos tocando punk rock, mas também sei que este pré-conceito existe por duas razões: 1) O péssimo testemunho de vida de alguns "cristãos". 2) Por desconhecerem o Evangelho de Jesus Cristo.

O que fica é: Punk's Not Dead

Deixo aqui, dois álbuns para você curtir: Uma antiga gravação da banda Paz Armada e uma da minha banda atual... Curte aí...





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Punks Não Morrem, Viram Rebites!

Não tem nada mais punk do que ser crente!
Quando o Eduardo Teixeira lançou o documentário Cristo Suburbano, é bem provável que ele não imaginava aonde isto tudo chegaria. O que era para ser um documentário ao melhor estilo DIY para contar a história da cena punk cristã no Brasil rendeu, além do vídeo, um selo que distribui material de várias bandas, um ministério, três coletâneas, um blog, canal no Youtube e muitos planos para o futuro. No campo das coletâneas foram, até o momento, três edições. A primeira, em 2015 com 23 bandas, a segunda em 2016 com 44 bandas e a terceira de 2017 com 56 bandas, sendo 9 faixas de bandas internacionais de peso como Mark Main e Grave Robber. Mas vamos a esta coletânea.

A compilação Cristo Suburbano Volume 3, como já foi dito, conta com 56 faixas de bandas da cena JCHC (Jesus Christ HardCore) nacionais e internacionais. São vários estilos dentro do punk produzido por cristãos e não há como analisar cada música separadamente. Mas posso fazer uma análise do conjunto da obra. Uma palavra: sensacional. Começando pela ótima capa (figura), desenhada pelo Adriano, da banda curitibana Nova Prole, que já dá uma ideia do conteúdo. A seleção das músicas está excelente com áudio bem equilibrado, entre cada faixa, bem como a qualidade das gravações. Algumas bandas prepararam canções exclusivas para este mega álbum. O download pode ser feito de forma gratuita na página do selo no Bandcamp.

Mas o grande mérito desta coletânea é ver a quantidade de bandas excelentes que existem na cena punk cristã nacional. Para quem quer ter uma ideia do panorama musical do estilo é uma ótima oportunidade. Além do mais, é gratificante ver que mesmo sem nenhum apoio da mídia de massas o underground continua vivo e produzindo muito música boa. Também não podemos esquecer do empenho do Eduardo Teixeira que organizou esta coleção, que certamente ficará na história. A mim só resta te dizer uma coisa. Escute!

Nota: O título desta matéria é uma matéria do punk curitibano Flávio Fardado.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Música de Protesto. Existe Ainda?

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Banda Aborto Elétrico
Nos anos 80, o Brasil se viu invadido pelo fenômeno do Punk Rock, de norte a sul do país. Longe das mentiras propagadas pela mídia oficial, com suas matérias absurdas que retratavam os punks como garotos que vomitavam em velhinhas, uma cena underground baseada na música, arte e cultura urbana vinha se desenvolvendo. Rapidamente, bandas pipocavam por todos os lados, trazendo na sua bagagem, letras como "Que País é Este" da brasiliense Aborto Elétrico (embrião do Legião Urbana). Na cena paulistana, meninos da periferia descobriam uma forma de ter a sua visão de mundo ouvida através das músicas e dos fanzines.

Havia uma preocupação, real, com a situação da época. Havia um grito no ar, de uma sociedade sufocada, mas ainda consciente: "Não dá mais pra aguentar, Essa vida ruim, Essa vida de pião, Você anda sem nenhum tostão, Eles pedem dinheiro emprestado, E tiram do pobre coitado, Essa EXPLORAÇÃO, Vai acabar com a população" (Vida Ruim - Ratos de Porão). Bandas como Cólera, Inocentes, Lixomania ecoavam as vozes sufocadas de um povo sofrido. É lógico que havia a zoeira e a diversão também, mas existia um desejo de mudança e uma esperança de que isso pudesse acontecer. "Às vezes tenho raiva, Às vezes sinto que a ilusão, Me faz recuar, Pois muita gente mente, Pois muita gente dá a mão, Só pra empurrar." (Medo - Cólera). Mesmo a cena Mainstream, mantida pela indústria da música encontrava espaço para uma crítica social consciente com nomes como: Legião Urbana, Titãs, Paralamas, Ultraje, Lobão, etc. "A gente não sabemos escolher presidente, A gente não sabemos tomar conta da gente, A gente não sabemos nem escovar os dente, Tem gringo pensando que nóis é indigente. Inútil! A gente somos inútil. Inútil! A gente somos inútil" (Inútil - Ultraje a Rigor)

Banda Cólera (ainda com o Redson)
Tudo levava a crer que algo iria acontece e aconteceu, mas não como se pensava. Ao contrário de uma virada no jogo, o sistema foi quem deu o troco, levando alguns "protestantes" para o seu lado, com contratos lucrativos, fama, mulheres e drogas. Muitos daqueles garotos cheios de ideias e ideais se conformaram, outros aderiram ao modo de vida do sistema, uns poucos continuaram a caminhada, e tudo foi sendo sufocado ao mesmo tempo em que o establishment tratava de criar uma "cultura" de massa baseada na banalidade primeiramente com musicalidade e letras idiotas e posteriormente até a musicalidade foi perdendo espaço chegando aos nossos dias.

Hoje, nosso país vive, mais uma vez, uma crise política e social sem precedentes e as palavras de protesto se restringem a postagens, muitas vezes, duvidosas nas redes sociais. O protesto através da arte deu lugar a apologia da marginalidade e da decadência moral. Vemos paulatinamente nascer uma geração de zumbis famintos por lixo.

Existe ainda, é claro, musica consciente, mas sem o alcance social que existia antes, e o que é pior: existe um pseudo música de protesto feita por gente comprometida por interesses de um grupo que só quer assumir o poder no lugar do anterior. No Maistream temos lixo pop e na periferia temos uma coisa que não dá nem para explicar o que é. Cabeças ocas, cheias de vento estocado, que só produzem flatulência cultural.

E você? Tem escutado músicas, atuais, que denunciam, que protestam, que alertam para toda esta decadência social que estamos vivendo. Se você conhece, então comente ai embaixo para ajudar a divulgar aqueles que ainda estão conscientes. Grande abraço!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A Indústria da Música Está em Crise. Que Ótimo!!!

Desde que o formato MP3 (conheça a história) chegou ao consumidor final, em 1995, a indústria da música vem reclamando da "pirataria" e dos prejuízos que a prática de compartilhar música tem gerado, e para nos convencer invoca até os "santos" dos Direitos Autorais, etc, etc, etc. Muitos artistas do mainstream também se engajam nas campanhas para conscientização. Mas a pergunta que não quer calar é: Quem perde dinheiro com a distribuição digital? Resposta: A indústria! E eu te afirmo que isto é muito bom!

Antes que você promova um ataque, contra minha pessoa, apelando para as milhares de pessoas que trabalham na indústria da música e sustentam suas famílias, permita-me compartilhar partes de uma entrevista com Steve Albini (Não conhece? Deveria!) onde ele explica como funciona a indústria da música. Se desejar ler todo o keynote ai vai o link. Mas vamos em frente.

"A indústria musical era essencialmente a indústria dos discos, em que discos e rádios eram os caminhos através dos quais as pessoas conheciam música e principalmente, a experimentavam." Perceba que a indústria da música foi formada em cima de um bem de consumo (o disco) e utilizava uma estratégia de marketing (o rádio) para impulsionar o consumidor a adquirir o produto. "Gravar era uma empreitada rara e cara, então não era comum. Até a tua demo requeria um investimento considerável." Os custos de produção e distribuição eram extremamente altos e o poder tecnológico e financeiro para isso estavam nas mãos da indústria e, consequentemente dos industriais. "Rádios eram muito influentes. Era o único lugar para ouvir música de qualquer artista e as gravadoras pagavam bastante pra influenciá-los." É aqui que a porca torce o rabo. Tudo o que chegava ao consumidor era exatamente o que a indústria decidia que deveria chegar e isto implicava em muito jabá (pratica de pagar para que determinadas músicas fossem executadas nas rádios e posteriormente na TV).

Perceba que até aqui, tudo que foi mencionado é: indústria, rádios, TV, custos, consumidor, produto e por aí vai! Em nenhum momento mencionamos os termos músicos e ouvintes. Pois é, pois é, pois é: Neste processo produtivo e lucrativo o músico é o que menos ganha e o ouvinte é o que banca tudo mas nenhum dos dois é consultado no processo. Mas calma lá, mesmo antes da internet, uma galera começou a perceber que isto poderia ser diferente. Meu Deus! Quem foram estes gênios? Pasmem! Foram os punks. Estes mesmos, com seus cabelos espetados, roupas rasgadas que mostram o dedo do meio para tudo e todos, foram eles que decidiram mandar a indústria para aquele lugar e por em prática o famoso Faça Você Mesmo (DIY). Foram eles que ensinaram ao mundo que era possível gravar por conta própria e distribuir fora do sistema e informar de forma alternativa através dos fanzines.

Mas até aí a indústria não estava sendo incomodada e até se valia da cena underground para buscar novos possíveis produtos através de seus olheiros. Mas uma revolução estava prestes a começar. É a revolução digital. O grande barato da revolução é que: tudo o que era pesado e caro foi transformado em um conjunto de zeros e uns formando bits e bytes que levaram o alto custo lá embaixo e com a internet e as suas possibilidades de compartilhamento, a comunicação entre músico e ouvinte passou a ser direta eliminando todo o monumental intermediário que havia antes. "Num piscar de olhos, a música passou de rara, cara, disponível só em mídias físicas e ambientes controlados, para ser ubíqua e de graça. Que evolução incrível!" E é incrível mesmo, pois quem ganhou com isso foi o público e os artistas. É lógico que a indústria não curtiu a ideia e iniciou uma campanha para criminalizar a distribuição gratuita mas creio que este é um caminho sem volta. Mas espere aí! Nós estamos falando de um cenário norte americano e norte europeu. Mas e no Brasil?

Não é diferente! A diferença talvez seja quantitativa no que diz respeito a cultura de consumo em nossas terras tupiniquins. Uma grande parte da população brazuca ainda está habituada a consumir o que a grande mídia espalha através das rádios e TVs. O mainstream, por aqui, ainda é muito forte, talvez pela nossa herança de dizer sim aos coronéis. Mas nem tudo está perdido. Existe um universo underground e independente bastante ativo na nossa amada colônia. Não é um grande público mas é o suficiente para manter o movimento e graças a globalização da informação, hoje, temos artistas com seus trabalhos atingindo públicos fora do Brasil.

Por isso que eu repito. Que bom que a indústria da música está em crise. Quem sabe, a partir dessa crise, os músicos, os artistas possam viver da sua arte sem vender a sua honra, e o público possa desfrutar da arte e pagar, sim, pelo que quer e gosta e não pelo que lhe é imposto e cheio de impostos.

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Nota: O Keynote de Steve Albini foi traduzido por Janaína Azevedo Lopes.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Ninguém é Inocente!

Hoje eu assisti um vídeo gravado no Rio de Janeiro, num cruzamento bastante movimentado, onde, em poucos minutos são flagrados dezenas de assaltos praticados, na maioria das vezes, por menores infratores.

As cenas são revoltantes em vários aspectos: as ações dos meliantes são efetuadas durante o dia numa tranquilidade intrigante, de quem tem a plena certeza de que não será ameaçado em momento algum, seja pelas vítimas, seja pelos demais transeuntes e quem dera pela polícia. Além disso é inacreditável a apatia das pessoas próximas, que seguem seu caminho passando ao lado das vítimas como se nada estivesse acontecendo. Tudo isso e muito mais aliado a falta de policiamento e tantos outros absurdos.

Alguns reagem e colocam os maus elementos para correr, outros simplesmente entregam seus pertences e seguem seu caminho. Mas não é sobre isto que eu quero escrever. Já tem muito artigo abordando as causas da delinquência juvenil, o abismo social, a falta de educação nos lares inexistentes e a baixa qualidade do ensino nas escolas públicas onde é preferível dar uma nota do que levar um tiro e por aí vai.

O ponto onde eu quero chegar é muito simples e direto. Se não existisse usuário não existiria traficante. Da mesma forma se não houvesse o receptador não haveria o usurpador. Uma boa parte dos objetos roubados vai parar nas famosas feiras do rolo onde serão vendidos a preço de banana.

Não creio que quem compra um iPhone por R$ 100,00 não tenha consciência de que é um objeto roubado. Como diriam os Sex Pistols: No One Is Innocent. Esta falta de carater, não é um privilégio dos brasileiros mas parece que em terras tupiniquins ela é mais ativa. Uns compram objetos roubados, outros usam internet e tv por assinatura sem pagar, Estacionamos nas vagas reservadas, furamos filas, matamos o horário no serviço, pegamos o wi-fi do vizinho. Estas e outras práticas parecem estar impressas no DNA das pessoas

Mas calma. Como diz o Nando Moura, o que está ruim sempre pode piorar. E não só piora como fede, quando aqueles que deveriam salgar a existência e iluminar o caminho dos fracos fazem as mesmas coisas ou até piores. Ai meu irmão, só resta uma coisa a dizer: Maranata! Volta logo, Jesus, se não não vai sobrar igreja pra ti!

Ah! Aproveita e curte No One Is Innocent do Sex Pistols com a participação pra lá de especial de Ronald Biggs.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Coletânea Cristo Suburbano Volume 2


Após um ano do lançamento da primeira coletânea da Cristo Suburbano Records, o início de 2016 foi brindado com a segunda edição da compilação idealizada por Eduardo Teixeira.

Com uma reunião de 42 bandas, o álbum abrange a nata do punk, hardcore e ska, de vertente cristã, produzido em solo nacional. É muita gente boa reunida. Nomes fortes como Living Fire, Archote, No More Zombies, Onix8, Novaprole, Small Fish, entre outros figuram ao lado de clássicos como Ressurreição, entre outros.

Minha banda, a Holy Factor, também foi incluída com a música Existe Solução. Um lançamento de peso para agradar a todos os gostos e anunciar o Evangelho a todos quantos queiram ouvir.

Esta joia preciosa está disponível no site do selo do Cristo Suburbano em: https://cristosuburbanorecords.bandcamp.com/album/cristo-suburbano-volume-2.

Se você não teve contato com o Volume 1, segue o link:

Boa audição.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Home Studio #05 - Assassinos

Seguindo na saga de montar um Home Studio com quase nenhuma grana apresentamos mais uma produção totalmente feita em casa, com recursos mínimos. Desta vez é a música Assassinos da banda Holy Factor que é uma das músicas que fará parte do álbum da banda. Vamos a música:



Ficha Técnica

Artista - Holy Factor
Autoria - Luis Vulcanis
Músicos - Luis Vulcanis: vocal, baixo e bateria. David Vulcanis: guitarras.
Data de Gravação - Março de 2015.
Software de Gravação - Reaper e Hydrogen
Equipamentos: Microfone Shure 8700, Amp Moug 30w, Guitarra Phoenix Strato, Baixo Tagima B4, Pelaleira Zoom G1, Adaptador P10-P2, Notebook Sansung RV-411.

As Gravações

Devido ao fato de estarmos sem baterista na época da gravação optei pela utilização de um simulador de bateria. Gosto muito do Hydrogen que é um aplicativo Open Source, fácil de usar e bastante versátil. Ele simula inclusive dinâmica e falhas. Montei toda a linha da bateria. O próximo passo foi colocar o baixo. Gravei o baixo em linha ligado direto ao PC e utilizei apenas plugins de equalização e compressão. Depois coloquei um segundo baixo fazendo apenas as tônicas com um lowpass bem agressivo apenas para preencher espaços. Gravei também uma trilha com um vocal provisório para guiar o guitarrista.

Para a gravação das guitarras utilizamos um cubo de estudo para baixo da Moug com o microfone colocado bem próximo ao alto falante (foto).

Moug BS-30 + Shure 8700
Na gravação da guitarra utilizei um limitador já que o som estava estourando muito e jogamos uma equalização por cima.

Para a gravação da voz encontrei uma solução extremamente barata para evitar as reflexões das paredes e móveis, já que gravei em um quarto sem nenhum tratamento acústico. Coloquei o microfone dentro de uma caixa de papelão forrada com espuma de colchão (foto) e o resultado foi surpreendente.

Tecnologia de ponta na gravação de voz!
Na captação utilizei compressão e equalização e depois apliquei um reverb para ambiência. Gostei do resultado final. Depois de tudo gravado foi só mixar, acrescentar mais um efeito aqui ou ali. Fico imaginando o que vamos conseguir quando puder comprar uma interface de áudio profissional!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

DIY Lo-Fi Is Not a Lie #1 - O Mixer

Desde que resolvemos gravar um álbum no melhor estilo Lo-Fi e ainda por cima por conta própria pelo método DIY (Faça Você Mesmo) temos feito alguns testes mas sempre falta alguma coisa. Mas finalmente vamos começar pois chegou o nosso mixer (foto).

Mixer Staner BUX-14
Trata-se de um mixer Staner BUX-14 com 12 canais sendo: dez canais mono e dois stereo. E o mais legal disso é que este mixer foi uma doação e veio de quebra um Digital Delay, um Equalizador Gráfico de 15 bandas stereo e dois microfones. Agora temos quatro mics. Vamos providenciar os cabos XLR balanceados para os mics. Se conseguirmos mais microfones melhor. A mesa será utilizada para gravar a bateria. A principio será um mic no bumbo, outro pegando caixa e chimbal e dois over, mas se conseguirmos mais microfones conseguiremos fazer uma distribuição mais adequada. Será um trabalhão pois a bateria irá em L/R para o aplicativo de gravação.

Estive lendo sobre esta mesa e sei que ela tem bons pré-amplificadores e isto me animou bastante. Espero conseguir um resultado legal com ela.

Infelizmente, um dos microfones está com problemas, então fizemos um teste com um over apenas. Confesso que fiquei surpreso ainda faltam aluns ajustes mas já deu pra perceber que o caminho é este. Segue o teste de bateria:


É isso ai. Estamos chegando na sonoridade que estamos procurando. mais uns ajustes para obter o resultado que estamos procurando.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Coletânea Cristo Suburbano - Vol 1

O selo Cristo Suburbano, criado por Eduardo A Teixeira, autor do documentário Cristo Suburbano, que apresenta um excelente panorama da cena punk cristã em terras tupiniquins, acaba de lançar a coletânea Cristo Suburbano Volume 1.

Capa da Coletânea
A coletânea reúne 23 bandas apresentando um panorama geral da cena punk cristã nacional deixando claro que o movimento está mais vivo do que nunca. As escolhidas formam um leque bem diversificado de estilos e pessoas pois reúne desde a molecada até os tiozinhos do punk, remanescentes das décadas de 80 e 90.

No que diz respeito a qualidade técnica, encontramos de tudo, gravações top até gravações caseiras mantendo o boa prática do DIY. Enfim, uma iniciativa louvável e que de quebra exalta o nome de Deus.

O download está disponível gratuitamente. Aproveite:

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Por que gravar um álbum DIY?

Você sabe o que é DIY? Trata-se do da abreviação de Do It Yourself, algo como: Faça Você Mesmo. A prática embora seja algo que sempre existiu, ganhou força com a cena punk inglesa no fim dos nos 70 e início dos 80. Basicamente o DIY acontece quando o indivíduo realiza algo fora dos padrões "convencionais" ou a margem dos meios "oficiais". É bastante utilizado na produção cultural mas vem ganhando força em outras áreas: tecnologia, construção, etc. A iniciativa do Linux é um ótimo exemplo disso. Mas vamos nos ater a produção cultural.


Quando resolvemos gravar nosso primeiro álbum, após muita conversa optamos pelo método DIY, ou seja, nós mesmos vamos executar todo o processo de gravação, mixagem e masterização das faixas do álbum bem como a produção dos CDs, capas, etc. Porque optamos por isso? Porque é honesto e legal. Poder ver este álbum acontecer, cada passo, cada erro, cada acerto é como criar um filho. Não temos ideia do resultado final, mas temos a certeza de que será honesto e terá o nosso DNA impregnado em todo o processo de produção. Tivemos até uma proposta, muito boa, de pessoas altamente capacitadas tanto tecnicamente quanto musicalmente e podem até dizer que somos loucos o que é verdade. Mas recusamos, não porque somos melhores, não é isso! Mas porque queremos realizar algo que seja nosso de verdade.

Desvantagens

Creio que a maior desvantagem em gravar um álbum sem a produção de alguém que já está no ramo é que você terá que aprender aquilo que ele já sabe. Este aprendizado implica em mais tempo para atingir os resultados desejados. Outro fator são os equipamentos pois com seus próprios recursos você não terá a sua disposição tantos modelos de mics, amps, etc. Mas quem disse que isso é problema, veja um exemplo do produtor Paulo Anhaia em seu projeto Mix In The Box. Mas existem as vantagens.

Vantagens

Por outro lado eu vejo muitas vantagens em se optar pela produção própria. Então vamos a elas:

  • Aprendizado - O conhecimento que podemos adquirir com uma empreitada destas não tem preço, pense quantos cursos seriam necessários.
  • Controle - Se a sua curva de aprendizado for boa, seu controle sobre o resultado final será melhor, pois por mais que um produtor seja bom só você sabe o som que está na sua cabeça.
  • Satisfação - É algo que também não tem preço. O prazer de apresentar algo que você mesmo fez é muito massa. Recentemente soube de um grupo que lançou um CD mas grande parte do instrumental foi gravado por músicos de estúdio. Ficou tufo perfeito, lindo e maravilhoso mas não são os caras que estão tocando! Que graça existe nisso?
  • É totalmente Punk - Essa coisa de meter a mão na massa e sair do establishment é totalmente punk rock.
Então, essas são as razões pelas quais resolvemos gravar por nossa própria conta e risco. E pode ter certeza. Vai ficar bom!

sábado, 29 de novembro de 2014

Modos & Estilos #04 - Coletânea SUB

Há 43 anos eu ouvi The Dark Side Of The Moon, do Pink Floyd pela primeira vez e imediatamente fui fisgado pelo rock. Depois daquela data memorável eu me tornei um consumidor voraz de música boa (na minha concepção). Ouvi de tudo: Rock, Hard, Metal, Prog, Jazz, Blues, MPD, Música Erudita, Chorinho, Bossa Nova, Punk e tanta coisa que nem lembro direito.


Muitos álbuns foram importantes na construção da minha identidade musical, mas teve um que foi crucial, transformador. A coletânea SUB, lançada em 1983 pelo selo Estúdios Vermelhos do saudoso Redson, foi como um petardo no meu cérebro. Foi com este disco que eu compreendi o verdadeiro significado de engajamento e descobri a força do DIY.




Vamos ao disco

Quatro são as bandas que participam da coletânea: Cólera, Ratos de Porão, Psykóze e Fogo Cruzado. ao todo são 24 músicas. A qualidade da gravação é limitada pois os recursos eram poucos e os estúdios não tinham nenhuma experiência em gravar som pesado. Mas a garra, a vontade de fazer superaram os obstáculos e este disco entrou para a história, não apenas do punk mas da música no Brasil.

Ratos de Porão

  • Parasita
  • Vida Ruim
  • Poluição Atômica
  • Não Podemos Falar
  • Realidades da Guerra
  • Porque
O RDP ainda sem o João Gordo mostra-se extremamente rápido. Apesar da crítica social a banda já mostrava um certo deboche com os mais variados assuntos. Destaque para Vida Ruim, uma música simples e objetiva e a primeira que eu tirei para tocarmos na nossa banda "Os Maus Elementos".

Cólera

  • X.O.T
  • Bloqueio Mental
  • Quanto Vale a Liberdade
  • Histeria
  • Zero-Zero
  • Sub-Ratos
O que dizer do Cólera. sem dúvida foi e ainda é o grande nome do Punk Rock nacional e da música brasileira. Desde o início percebe-se uma preocupação com as letras e com o clima que as músicas passam, como é o caso de Histeria. Na época tocávamos X.O.T, mas sem dúvida o grande hino deste disco e da banda é Quanto Vale a Liberdade.

Psykóze

  • Terceira Guerra Mundial
  • Buracos Suburbanos
  • Fim do Mundo
  • Vítimas da Guerra
  • Alienação do Homem Moderno
  • Desilusão
O Nome da banda já deixa claro o estilo da mesma. Um punk psicótico que passa uma ideia de desespero total em relação a realidade da época. Destaque para a faixa Buracos Suburbanos.


Fogo Cruzado

  • Desemprego
  • União Entre os Punks do Brasil
  • Delinquentes
  • Inimizade
  • Punk Inglês
  • Terceira Guerra
Na minha opinião uma banda excelente. Tinha uma pegada muito legal. O bacana é ver que os caras ainda estão na ativa. 


Resumindo: A coletânea SUB foi um marco, ao lado da coletânea "Grito Suburbano" foi um marco na história do movimento e deu um start na galera que tinha algo para produzir mas vivia a mercê do establishment. Mas no meu caso o SUB foi uma influência definitiva.