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domingo, 24 de setembro de 2017

Underground Cristão #004 - Justa Advertência - Mateus 5-V-30

Pioneiros do Punk Rock cristão nacional, nada mais justo do que dar a esta banda o reconhecimento que ela merece
Se os anos 80 assistiram a explosão do rock nacional, nos anos 90 foi a vez do rock cristão. Um incontável número de bandas começaram a surgir e no cenário punk não foi diferente. É nesse clima de empolgação, impulsionados por ministérios underground e igrejas mais abertas, musicalmente falando, que surge uma das primeiras bandas de punk rock cristão que se tem notícia. A banda Justa Advertência.

Originários da cidade paulista de Campinas, Christian (baixo), Riuchard (Bateria e Vocal) e Elison (Guitarra e Vocal) traziam para os palcos um Punk Rock/Crossover simples, cru e direto com mensagens fortes e também bem humoradas. Era uma época difícil, pois se de um lado havia a rejeiçao do público secular ainda precisavam lutar contra o preconceito de dentro das igrejas que não aceitavam e tão pouco compreendiam a proposta dos garotos.

A banda participou da coletânea Refúgio do Rock com outras nove bandas e lançou um álbum no formato k-7, que é o objeto desta matéria. Além de músico no Justa, Christian era um dos editores do White Metal Detonation.

O K-7 Mateus V-30, lançado em 1996 apresenta um panorama bastante completo do som da banda. com letras fortes e bem humoradas, carregadas de descontentamento com a sociedade. Uma banda cuja mensagem soa muito atual mesmo após tantos anos que depois..

Apesar da pouca duração a banda, sua existência foi fundamental para a cena e junto com outros grupos da época, abriram caminho para o underground cristão nacional. O Material disponível na internet é bem escasso e distribuído de forma aleatória, mas existe uma playlist no Youtube com quase todas as músicas que estamos disponibilizando aqui.



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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Modos & Estilos #07 - Renaissance - Ashes Are Burning

Se existe uma banda que eu curti muito na minha adolescência foi o Renaissance. O grupo britânico formado em 1969 pelos ex-integrantes do Yardbirds; Keith Relf e Jim McCarty, teve várias formações até chegar a chamada formação clássica com: Annie Haslam nos vocais, Jon Camp o baixo e voz, John Tout nos teclados e vocal, Terence Sullivan na bateria e vocais e Michael Dunford nos violões.

É com está equipe de peso que surge o magnífico álbum Ashes Are Burning em 1973 além de mais cinco discos simplesmente brilhantes.

O Disco


Ashes Are Burning é o quarto álbum de estúdio do grupo e o primeiro a contar com apoio de uma orquestra. Além da banda contou com a participação do guitarrista Andy Powell na faixa título do disco. O trabalho foi lançado pela EMI no Reino Unido e pela Capitol Records nos USA onde chegou ao número 171 no Billboard 200 inaugurando a fase americana da banda.

As músicas


Com apenas seis músicas o álbum tem uma duração de aproximadamente 40 minutos de prog rock da melhor qualidade.

O álbum inicia com Can You Understand e seus apelos transcendentais de libertação da mente e da alma, numa pela mistura de folk, rock e uma pegada bem clássica com mudanças de ritmo e tempo e a voz quase hipnótica de Annie acompanhada de belíssimos arranjos de cordas. detalhe para o belo trabalho do baixo. Aliás está é uma característica comum nas bandas de prog.

Em seguida temos Let It Grow que inicia como uma caixinha de música nas mãos de uma pessoa apaixonada. E é sobre isso mesmo que a canção fala: do amor. Arranjo simples e belo com uma bateria bem marcada que transmite um sentimento de paz interior muito bacana.

Na sequencia temos On the Frontier. Trata-se de um típico hino da geração Flower Power que acreditava na possibilidade de um mundo melhor através de uma revolução feita pacificamente. Excelente canção com uma introdução de violão bem folk e toda cantada em coro.

Logo em seguida temos Carpet of the Sun que dá sequencia a vibe hippie da obra. Mais uma vez o violão se destaca mas acompanhado pelos arranjos de cordas da orquestra e a voz magistral de Annie.

Em seguida um forte mudança de clima com o piano forte de At the Harbour que da lugar a um dedilhado melancólico com uma história de medo e morte nos lembrando que nem tudo são flores. Uma canção para se ouvir e refletir sobre as razões da vida.

Finalmente chegamos a canção que se tornou um dos hinos da banda: Ashes are Burning. Épica! Não encontro outro termo mais adequado para definir a última faixa deste álbum. Tinha que ser a última do disco pois fala de destino. Um destino incerto que é construído ao longo da nossa caminhada. Como diria o Milho: Sensacional!

Conclusão


Este é um álbum que não pode faltar em qualquer discoteca de respeito. Não apenas para os amantes do rock progressivo mas para qualquer um que aprecie boa música. Sem dúvida um disco que não será esquecido e nem repetido.

A banda ainda se encontra na ativa e você pode obter mais informações no site oficial em: http://renaissancetouring.com/. Esta obra prima está disponível também no Spotfy, logo abaixo.


sábado, 29 de novembro de 2014

Modos & Estilos #04 - Coletânea SUB

Há 43 anos eu ouvi The Dark Side Of The Moon, do Pink Floyd pela primeira vez e imediatamente fui fisgado pelo rock. Depois daquela data memorável eu me tornei um consumidor voraz de música boa (na minha concepção). Ouvi de tudo: Rock, Hard, Metal, Prog, Jazz, Blues, MPD, Música Erudita, Chorinho, Bossa Nova, Punk e tanta coisa que nem lembro direito.


Muitos álbuns foram importantes na construção da minha identidade musical, mas teve um que foi crucial, transformador. A coletânea SUB, lançada em 1983 pelo selo Estúdios Vermelhos do saudoso Redson, foi como um petardo no meu cérebro. Foi com este disco que eu compreendi o verdadeiro significado de engajamento e descobri a força do DIY.




Vamos ao disco

Quatro são as bandas que participam da coletânea: Cólera, Ratos de Porão, Psykóze e Fogo Cruzado. ao todo são 24 músicas. A qualidade da gravação é limitada pois os recursos eram poucos e os estúdios não tinham nenhuma experiência em gravar som pesado. Mas a garra, a vontade de fazer superaram os obstáculos e este disco entrou para a história, não apenas do punk mas da música no Brasil.

Ratos de Porão

  • Parasita
  • Vida Ruim
  • Poluição Atômica
  • Não Podemos Falar
  • Realidades da Guerra
  • Porque
O RDP ainda sem o João Gordo mostra-se extremamente rápido. Apesar da crítica social a banda já mostrava um certo deboche com os mais variados assuntos. Destaque para Vida Ruim, uma música simples e objetiva e a primeira que eu tirei para tocarmos na nossa banda "Os Maus Elementos".

Cólera

  • X.O.T
  • Bloqueio Mental
  • Quanto Vale a Liberdade
  • Histeria
  • Zero-Zero
  • Sub-Ratos
O que dizer do Cólera. sem dúvida foi e ainda é o grande nome do Punk Rock nacional e da música brasileira. Desde o início percebe-se uma preocupação com as letras e com o clima que as músicas passam, como é o caso de Histeria. Na época tocávamos X.O.T, mas sem dúvida o grande hino deste disco e da banda é Quanto Vale a Liberdade.

Psykóze

  • Terceira Guerra Mundial
  • Buracos Suburbanos
  • Fim do Mundo
  • Vítimas da Guerra
  • Alienação do Homem Moderno
  • Desilusão
O Nome da banda já deixa claro o estilo da mesma. Um punk psicótico que passa uma ideia de desespero total em relação a realidade da época. Destaque para a faixa Buracos Suburbanos.


Fogo Cruzado

  • Desemprego
  • União Entre os Punks do Brasil
  • Delinquentes
  • Inimizade
  • Punk Inglês
  • Terceira Guerra
Na minha opinião uma banda excelente. Tinha uma pegada muito legal. O bacana é ver que os caras ainda estão na ativa. 


Resumindo: A coletânea SUB foi um marco, ao lado da coletânea "Grito Suburbano" foi um marco na história do movimento e deu um start na galera que tinha algo para produzir mas vivia a mercê do establishment. Mas no meu caso o SUB foi uma influência definitiva.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Esconderijo Lança Material Inédito

No ano de 2002, em Ponta Grossa, PR, tocar rock na igreja, era impensável. O que dizer então de tocar Punk Rock? Inaceitável! Mas sem se preocupar com o que os outros pensam e com o foco apenas em exaltar o nome do Criador, três amigos e irmãos na fé: Zico Batera (Igr. Ev. Quadrangular), Cleber Martins (Igr. Presbiteriana Renovada) e Luis Vulcanis (Igr. Ev. Assembléia de Deus) montam a banda CHC (Christian HardCore).
Capa da Coletânea

Musicalmente a banda mescla punk rock com rock'n roll e até umas pitadas de hard. Os ensaios acontecem nas tardes de domingo na 3ª Igreja Presbiteriana Renovada de Ponta Grossa. O grupo, apesar da vida curta faz algumas apresentações e após um ano se dissolve. Zico Batera segue como baterista no grupo de louvor de sua igreja e depois migra para a Igr. Ev. O Brasil Para Cristo onde atualmente é baterista e percussionista. Luis Vulcanis segue tocando em grupos de louvor e na banda Safra Vintage e atualmente é baixista na banda Holy Factor e congrega no Ministério das Gerações. Cleber Martins investe na carreira de Professor de História e segue tocando no grupo de louvor da 3ª Igr. Presbiteriana Renovada.
Contra-Capa

No dia 6 de agosto de 2014 o amigo e irmão Cleber passa para o Senhor. Por conta disso, Luis Vulcanis resolve tirar do baú uma velha gravação, em fita k-7, de um ensaio da CHC. Em parceria com o Studio Vulcanis conseguem salvar quatro músicas e lançam o material disponível para download no 4shared. O álbum recebe o nome de Se Eu Pudesse, que é uma das músicas compostas pelo amigo Cleber. Trata-se de material histórico pois é o único registro, conhecido, desta que foi a primeira banda punk cristã de Ponta Grossa.


O material é bastante simples mas é de coração....