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terça-feira, 21 de julho de 2020

Cassiane Relativizou a Violência Doméstica?

Muito se tem falado sobre o novo e infeliz clipe da cantora gospel Cassiane, então vamos a ele.



Esta semana, o assunto nas mídias, dentro e fora do universo gospel foi o clipe da nova canção da cantora Cassiane, que faz parte do elenco da MK Music. Segundo uma boa parte dos veículos de imprensa, blogs e todo uma série de opinadores digitais, o clipe da música, A Voz, teria relativizado e até mesmo romantizado a violência doméstica. No meio de tudo isso, resolvi assistir ao tal clipe e vou fazer aqui a minha análise pessoal. Quero deixar claro que não sou ouvinte da cantora mas vou ser o mais imparcial possível sem deixar a minha opinião pessoal de lado, obviamente.

A Canção


Musicalmente falando, o arranjo não trás absolutamente nada de novo, é apenas mais do mesmo. A introdução calma e suave que vai caminhando numa progressão matemática para o clímax final, onde sempre acontece aquela explosão sonora em cima do refrão. Tecnicamente bem executada e bem gravada mas musicalmente não acrescenta nada de novo no front. Com todo respeito, esse estilo musical adotado por grande parte das cantoras e cantores gospel lembra muito o tal sertanejo. Se você ouviu uma música, ouviu todas e já sabe o fim.

A Letra


Poeticamente fraca, a letra da canção é uma ode ao poder de Deus que daria um bom clipe exaltando a grandeza do Deus que cremos e servimos (também sou cristão). Em relação à temática do clipe, não tem nada com nada. Uma coisa não se liga a outra e o vídeo parece ficar perdido no meio da música e vice versa.

O Clipe


Tecnicamente, me desculpem os fãs, o vídeo é péssimo. Deixa claro que haviam feito as filmagens para encaixar em qualquer canção e aproveitar o hype do momento para ganhar views, mas a má qualidade da produção e um roteiro amador, não agradam e nem convencem. As transições entre a suposta história e as aparições da cantora são lastimáveis. A dinâmica é fraca, a fotografia é ruim e a pós produção parece não ter acontecido, sem falar nas atuações ao melhor estilo, novela mexicana. Parece decoração de TNT (se é que me entendem).

A Mensagem


Não creio, em sã consciência, que tanto a cantora quanto quem roteirizou a peça, pensou em relativizar ou romantizar a violência doméstica contra as mulheres. Para quem é conhecedor das Sagradas Escrituras, fica evidente que a ideia é mostrar que mesmo as piores pessoas podem ser transformadas pelo Poder de Deus. O problema é que o script é muito ruim e a edição não conseguiu deixar isso claro o que levou a muitos pensarem que a cantora quis passar pano em um assunto tão sério.

Prefiro continuar crendo que foi um equívoco infeliz gerado pela falta de profissionalismo do que uma intensão maléfica. Mas a polêmica trás a luz uma questão importantíssima que é a maneira como grande parte das instituições religiosas tratam a questão da violência doméstica.

Não é raro, casos de mulheres, vítimas de homens truculentos serem praticamente obrigadas a manter um relacionamento destrutivo e doente, em nome de uma falsa doutrina do: "O que Deus uniu não separe o homem", ou ainda colocando a culpa na mulher com afirmações como: "precisa orar mais", "a Bíblia diz isso e aquilo" distorcendo as verdades bíblicas e mantendo inocentes em verdadeiros infernos, num triste círculo vicioso.

É urgente, trazer estes assuntos aos púlpitos, de maneira séria e equilibrada. Muitos líderes terão um alto preço a pagar pelas muitas vidas destruídas em nome de um Deus que não encontramos na Bíblia.

Conclusão


Sei que a cantora não irá ler este post, mas minha sugestão é: Jogue fora este clipe e faça outro que esteja em consonância com a letra e feito por profissionais, pois o clipe ficou parecendo uma produção caseira de baixo orçamento.

Até a próxima!

Dados da Foto:

Description: Cassiane no DVD 'Um Espetáculo de Adoração'
Date: 10 February 2015
Source: Own work
Author: WillDavid
Link da imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cassiane.png

quinta-feira, 10 de maio de 2018

O Burro e o Ignorante

Mais proveitoso do que saber ou pensar que sabe, é saber aprender!
Nessa minha caminhada pela estrada da existência, algo que sempre curti fazer foi me dedicar a parte da criação. Gosto de escrever, faço músicas, já tive um jornal, fiz fanzines e trabalhei com artes gráficas e marketing visual. Nunca busquei uma formação acadêmica em design mas a convivência com gente da área e a leitura de histórias de sucesso tem me ajudado a desenvolver bons trabalhos com resultados satisfatórios. Por conta da experiência adquirida, desenvolvi uma capacidade de perceber quando o cliente está equivocado pedindo algo que eu sei que não ficará bom. Felizmente aprendi a mostrar isto para a maioria dos contratantes que normalmente acatam as observações e permitem as alterações necessárias para um produto final mais bem acabado e que cumpra melhor o seu objetivo. 

Óbvio que nem tudo são flores. Vez por outra, alguém insiste num determinado elemento, mesmo ciente de que não ficará esteticamente apresentável ou que haverá uma certa poluição na quantidade de informações. Ai só nos cabe acatar. Da mesma forma, pode acontecer e acontece de que a ideia apresentada é melhor e mais atrativa que a minha. Este é um momento mágico pois você sempre aprende algo novo que irá utilizar mais adiante. Infelizmente existe ainda um outro tipo de indivíduo que não faço questão de atender. Sério, em alguns casos, prefiro ficar sem o cliente do que com meu nome em um material de gosto duvidoso. É o cliente que se recusa a ouvir e não tem sequer a capacidade de aprender.Trata-se do tipo de pessoa que faz você compreender a diferença abissal entre o burro e o ignorante.

Apesar do termo ignorante, ter uma conotação um tanto negativa em nossa formação cultural, na verdade é preferível ser ignorante do que simplesmente burro. Ao contrário do que muitos possam pensar o ignorante não uma pessoa estúpida mas alguém que ignora, que não possui o conhecimento necessário sobre um determinado assunto. Talvez ele seja um gênio da física quântica, mas é ignorante quando se trata de culinária, por exemplo. A diferença está no fato de que, ao se deparar com o desconhecido, ele procura entender e aprender sobre a nova situação. Já o burro (com todo respeito ao digníssimo quadrúpede) não consegue digerir a informação e normalmente, devido a sua incapacidade de processar os dados, sente-se agredido e acuado e para se proteger, liga uma espécie de escudo que lhe tampa os olhos, ouvidos e desliga o raciocínio. Para este tipo de ser, a crítica, a correção e a opinião contrária são vistas como agressões que só visam diminuí-lo. Sua mente obscurecida por uma espécie de síndrome do pânico não percebe que estão tentando lhe ajudar. 

Recentemente, me deparei com alguém deste naipe. O típico cabeça dura. Ao dialogarmos sobre um serviço tentei explicar que o resultado ficaria um tanto confuso e com uma qualidade abaixo do desejável. Argumentei que a simplicidade e a objetividade funcionam melhor, na maioria dos casos, nomeando inclusive nomes como Steve Jobs, para mostrar que o caminho minimalista produz um impacto mais certeiro. Foi até engraçado. No lugar de ouvir uma contra-argumentação do tipo: entendo seu ponto de vista mas também entendo que em certos casos é preciso fazer diferente a resposta foi que: O Roberto Justus falou que nem sempre a simplicidade funciona e que "Bom é deixar a pessoa curiosa" (creio que este final não foi do citado), e que eu estava errado e ponto final. Não estou dizendo que o apresentador de TV e empresário de sucesso está equivocado, mas entendo que ele falou isso num contexto totalmente diferente e, dadas as devidas proporções acredito que Mr. Jobs seja um pouco mais relevante para a humanidade do que o Sr Roberto. Final da história? Perdi o cliente.

Honestamente? Na verdade, me senti aliviado, pois não sinto prazer nenhum em trabalhar para pessoas que não estão dispostas a aprender algo novo. Tenho certeza que meu serviço não ficaria bom. Não é uma questão de imposição e sim de visão. Não sei explicar cientificamente mas é como um sentido aranha que me alerta de o trabalho ficará num padrão bem abaixo do que poderia ser. Nem vou comentar a foto que a pessoa queria que fosse colocada no trabalho. Prefiro os ignorantes e os sábios.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Calma, Guitar Hero! A Gibson ainda está de pé!

No meio de tanta boataria as pessoas acabam compartilhando muita coisa sem o menor sentido...
A notícia da falência da Gibson, marca icônica de guitarras, caiu como uma bomba na cena musical, afinal esta gigante da música está no mercado há mais de cem anos, mas as coisas não são exatamente como estão sendo pintadas. Sim, a Gibson está em sérias dificuldades financeiras abarcando uma dívida na casa do 500 milhões de dólares. Mesmo com o aumento de 10% na venda de instrumentos nos últimos 12 meses, segundo informações da empresa, isso não tem sido suficiente. As dificuldades, ao que tudo indica, tem forte ligação com as mudanças ocorridas em 2014, quando a empresa decidiu diversificar suas atividades através de sua filial Gibson Innovations ao adquirir a holandesa Philips por um montante de 135 milhões de dólares. A Crise chegou ao ápice no inicio deste ano e em 1º de maio a empresa decidiu invocar Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos.

O que é o capítulo 11


Trata-se de um recurso da lei de falências da terra do Tio Sam, que permite que uma empresa ou pessoa, em sérias dificuldades financeiras, continue operando normalmente e tenha mais tempo para dialogar com os credores, desde que possua um plano, bem claro, de reestruturação. Ou seja, ele é concedido quando o devedor mostra disposição para arrumar a bagunça. Este recurso permite ao solicitante manter todos seus ativos, se opor às demandas, adiar prazos. Por outro lado, este se obriga a dar ao juiz das falências informações detalhadas sobre o andamento das transações, sobre seus credores e preparar sua demanda da forma mais detalhada possível para informar devidamente o juiz e os demais envolvidos de sua real situação financeira.

Os próximos passos


De acordo com o que foi apurado, a Gibson deve extinguir a divisão de entretenimento e concentrar-se na produção de instrumentos musicais e sistemas de áudio profissional o que significa, em outras palavras, voltar as suas origens que fizeram da marca um objeto de desejo no mundo das seis cordas. Portanto, embora a situação seja séria e delicada existe uma possibilidade de que a empresa retome seu folego e continue caminhando por muito tempo.

No site oficial da empresa foi publicado um pronunciamento oficial que pode ser lido no link a seguir:

terça-feira, 1 de maio de 2018

Saia da Caixa #003 - A Solução Está nas Nuvens

Quando eu era criança, aprendi que Deus vivia no céu. Na minha mente infantil, o céu era este imenso azul povoado por nuvens que pareciam de algodão, e Deus estava lá, nestas nuvens ou um pouco acima delas. Mas não é sobre isso que eu quero meditar nesta postagem, afinal com o tempo, descobri que o céu de Deus vai além de onde a vista alcança. Mas vamos lá!

Desde que o mundo é mundo e os seres humanos caminham sobre o orbe terrestre, existe uma tentativa, muitas vezes frustrada, de uma convivência pacífica entre os membros desta imensa humanidade. Fato que, dada a nossa natureza  pecaminosa, nem sempre isto é possível. Uma das ferramentas utilizadas para manter esta harmonia entre os homo sapiens, são os acordos, celebrados entre os viventes interessados em preservar esta convivência, agradável para todos os envolvidos. Estes acordos por conta das quebras, evoluíram para a forma de contratos. Creio que todos sabem o que é um contrato. Resumidamente, é um documento em que as partes comprometidas com algo, estabelecem regras e meios para que o que foi contratado se concretize. Os implicados assinam, normalmente na presença de testemunhas, e o contrato passa a valer.

No entanto, muitas vezes, contratos são quebrados e descumpridos. Neste caso a parte prejudicada irá recorrer a uma autoridade superior para que haja uma intervenção no sentido de que se cumpra o que foi acordado entre as partes. O problema é que pode acontecer desta autoridade não ser tão idônea quanto deveria e, mediante algum tipo de compensação, tomar partido da outra parte. Embora pareça absurdo, acontece com mais frequência do que podemos imaginar.

Estas anomalias se devem ao fato que os mecanismos criados para garantir que contratos sejam honrados, como: cartórios, órgãos oficiais de justiça, etc, são formados na sua essência por pessoas que, por sua vez, podem ser corrompidas, compradas. Para que um sistema desses funcione de forma idônea e imparcial, a manutenção dos dados precisa ser executada por uma entidade não corrompível e que não busque nenhum tipo de vantagem. Que sua missão seja manter a integridade das informações e garantir a execução dos contratos respeitando suas cláusulas. Esta solução parecia ser algo inatingível, pois repositórios físicos podem ser roubados ou destruídos e os digitais podem ser hackeados e modificados ou até mesmo destruídos. Mas temos uma luz no fim do túnel. Esta luz se chama Blockchain.

Mas o que é uma Blockchaim. Em termos bem simples, trata-se de uma espécie de livro razão, ou livro caixa, onde são registradas operações financeiras ou não. A diferença é que, a cada nova transação adicionada no livro, são enviadas cópias desta operação para todos os usuários da rede, que possuem uma cópia do livro. Tecnicamente, seria possível alterar uma informação de um bloco, mas para que esta alteração não fosse detectada ela teria que ser feita em todos os blocos e nos seus posteriores de todas as cópias da blockchain espalhadas por todo o planeta. Isto torna a tarefa praticamente impossível pois seria necessário um aparato tecnológico maior que o existente e um poder de compra de todos os detentores das cópias. Ou seja, o benefício de uma fraude sempre será menor que o custo tornando a fraude impraticável. Pensando nesta possibilidade que as Blockchains possuem surgiu o Etherium. Etherium?

Trata-se de uma plataforma, baseada na blockchain, que disponibiliza além do seu ativo (Ether), a possibilidade criar, registrar e executar contratos inteligentes que basicamente não podem ser quebrados, pois a execução dos mesmos é automática. Seria o fim dos cartórios? Sim, a longo prazo sim! Mas e se alguém descumprir as cláusulas de um contrato, afinal os contratantes são humanos, certo? Isso também já foi pensado. Dentro da plataforma, num caso destes, as partes poderiam nomear árbitros para julgar o caso. Seriam, Juízes, Magistrados integrados a rede. Mas e a confiabilidade? Afinal Juízes também são pessoas! Também já foi pensado. Um sistema de reputação que pontua aqueles que agem corretamente e desqualifica aquele que possa ter agido de má fé. E quem iria indicar um intermediados com má reputação? Bacana, mas você pode estar perguntando. Tá, legal, parece ser perfeito mas quando que algo assim pode começar a existir? O que você está esperando?

A aboa notícia? Já existe, já funciona e depende unica e exclusivamente de nós passarmos a utilizar e, com isso, eliminar, pouco a pouco, o Estado sempre ineficiente e de reputação duvidosa. Mas o que tudo isso tem a ver com o título desta postagem? Tudo isso tem sido possível, em parte, graças as tecnologias de computação na nuvem. Esta é a ironia do destino. A humanidade tem se afastado cada vez mais de Deus e das coisas do alto e agora, a tecnologia vem e nos mostra que a solução vem do alto.

Esta matéria foi motivada pelo vídeo do Rafael Lima do Canal Ideias Radicais. Assista o vídeo para entender melhor a proposta.


Para saber mais:

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Cinquenta postagens - Meta de 2017 cumprida!

Uma meta de crescimento, independente da área, não deve ser facilmente alcançada e nem impossível de ser atingida
Um método bastante eficaz de conseguirmos crescimento em qualquer área de nossa vida é o estabelecimento de metas. Com isso cria-se uma espécie de escada. Subir, ou descer uma escada implica em galgar um degrau por vez para evitar riscos desnecessários. Com nossos projetos pessoais, profissionais, espirituais, relacionais e todo um cabedal de rumos desejados, não é diferente. Uma meta por vês. Mas entenda: isto não quer dizer que você só poderá ter uma atividade a cada passo. Não é isso, na sua meta estabelecida, podem co-existir inúmeras atividades que fazem parte de um mesmo alvo a ser atingido. Mas para que isto funcione é preciso planejamento.

No final de 2016, encerrei o ano com 35 postagens neste blog, sendo que, em 2015 havia feito 42 postagens. Foi preocupante, pois foi um resultado negativo. Foi quando percebi que estes números fracos eram o resultado de uma falta de objetividade e de metas a serem atingidas. Então pensei e estabeleci um alvo de cinquenta postagens para 2017. Um alvo atingível, pois bastaria uma postagem por semana, porém não tão simples pois demanda uma certa disciplina na produção do conteúdo. Bom, agora que já possuía a meta, era necessário estabelecer o método. Afinal, de nada vale ter um objetivo sem saber como alcança-lo.

É neste ponto que muitos projetos encalham. Ideias excelentes com metas bem definidas mas sem um método de como alcançá-las. No meu caso, o método consiste em manter uma periodicidade, reservando um tempo determinado para as tarefas, além de escrever material extra para suprir alguma eventualidade que venha a surgir no meio do caminho. Também entendo que não se trata apenas de alcançar a meta mas sim atingir o objetivo. Ou seja, de nada vale ter uma meta sem um objetivo claro e definido. No meu caso, isto quer dizer que: Não quero apenas produzir 50 postagens, mas sim 50 conteúdos que sejam relevantes e qualitativamente aceitáveis. Este é um processo bem mais difícil que requer um aprendizado constante. Neste ponto, ouvir críticas, se inspirar nos casos de sucesso e ser honesto, são práticas fundamentais. Por esta razão, eu não produzo nenhum conteúdo que seja contrário aquilo que eu creio, pois seria rapidamente percebido. É como aquele vendedor que tenta te empurrar um bem ou serviço que ele não acredita ser útil. Vão lhe faltar argumentos

Finalmente, depois dos passos anteriores é necessário partir para a ação, colocar o plano em prática para evitar a criação de uma gaveta de idéias geniais que nunca foram levadas a cabo. Muitas ótimas ideias morrem neste ponto. A meta é possível, o método é viável mas o empreendimento não é sustentável. Já desisti de muitos planos por falta de empenho pessoal. Depois de um tempo vi alguém colocando uma ideia igual ou semelhante em prática e aí vem um arrependimento que não é nada agradável.

Mas nada disso funcionaria sem alguém que compre o seu trabalho. No caso do blog, não teria nenhum sentido manter este trabalho se não houvessem leitores. Então, esta postagem é para te agradecer, por estar nos acompanhando e partilhando das ideias, por nos ajudar a melhorar com seus elogios e suas crítica e nos posicionar mais firmemente naquilo que é relevante para o consumidor e não nos deixar desistir. Obrigado e um grande abraço.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Cristão Fraudulento. Existe Isso?

Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno. Mateus 5.37
O Canal Dois Dedos de Teologia, mantido pelo Yago Martins, publicou um vídeo intitulado: COMO OS CRISTÃOS ESTRAGAM E FRAUDAM O YOUTUBE. O Vídeo dá uma série de dicas a respeito de canais do youtube e alertas sobre práticas que visam apenas angariar views e likes sem se preocupar com o cerne da mensagem. Mas o mais grave é uma denúncia de vários canais que praticam fraude para conseguir isto, utilizando hashtags que não se enquadram no conteúdo, apenas para angariar views. No final deste post você pode conferir o vídeo citado, mas antes vamos conversar sobre um assunto muito sério que é a integridade do caráter cristão.

Quando abraçamos uma ideia, uma causa, uma filosofia de vida, uma ideologia, enfim; quando nos engajamos em algum tipo de grupo, a lógica é a de que iremos seguir as regras e comportamentos daquele grupo. No cristianismo não é diferente; quando optamos pela proposta da caminhada cristã, estamos assumindo um compromisso com as regras e práticas do Evangelho, pois é somente agindo conforme as instruções de Cristo que seremos, realmente, cristãos autênticos e reconhecidos como tal. Ser cristão, mais do que frequentar uma denominação religiosa, é servir de exemplo para que outros possam conhecer melhor o cristianismo. Ser cristão é ser uma testemunha, viva, do Jesus Cristo de Nazaré.

Entre as práticas comuns ao cristão as que se destacam, em relação a nossa condição de seres sociais, são: Moral, bons costumes, honestidade, compromisso com a verdade, ou seja, fazer a diferença num mundo tão carente de valores objetivos. Na verdade, os não cristãos esperam isto de nós. E quando não encontram, o que não é difícil, ficam espantados e cada vez mais descrentes nas nossas crenças. Esta crise moral que permeia o universo dos religiosos de vertente cristã tem arruinado as instituições, pessoas e o próprio Deus dos adeptos de Jesus. Não é o caso de Deus ter uma crise de identidade, mas a sua imagem é prejudicada porque refletimos de forma distorcida quem Ele realmente é. Com isso, deixamos de levar a cura e nos tornamos o câncer que contribui, ainda mais, com a degeneração da humanidade.

Precisamos acordar, lavar o rosto, voltar as Escrituras, rever nossos conceitos, redefinir nossos objetivos e entender que não estamos aqui para satisfazer nossos desejos pessoais ou alcançar fama e sucesso. Nossa missão é anunciar ao mundo a boa notícia de que existe uma forma melhor de viver e buscar o Reino de Deus para que ele seja manifesto já neste tempo presente. Para sermos chamados de cristãos devemos agir como tal. Que Deus tenha misericórdia de nós!

Segue, abaixo: o vídeo do Dois Dedos de Teologia, que motivou esta postagem:



Bate papo entre Eu e o Eduardo Teixeira do Cristo Suburbano sobre esta postagem...





terça-feira, 4 de julho de 2017

Lo-Fi - Quando o conteúdo é mais importante que a embalagem

Na esteira do DIY o movimento LO-FI vem como uma alternativa a idiotização da arte.
Não faz muito tempo que eu descobri o movimento Lo-Fi (pronuncia-se lou-fai) e imediatamente me apaixonei, não pela novidade, mas pelo fato de descobrir que eu já era do movimento antes de conhecê-lo. Tecnicamente, Lo-Fi é o antônimo de Hi-Fi, termo utilizado na indústria do áudio para designar equipamentos que reproduzem as ondas sonoras com alta fidelidade ao som original. Logo, Lo-fi pode ser compreendido como, baixa-fidelidade. Na produção musical, ainda tecnicamente falando, o termo serve para designar as peças musicais registradas com equipamentos simples e de baixo custo, que, teoricamente, não conseguem atingir o nível de fidelidade dos grandes, modernos e dispendiosos estúdios profissionais. Resumindo: a produção musical Lo-Fi era, na prática, um recurso de quem não tinha o aporte financeiro para custear uma grande produção. Isto era e continua sendo verdade em boa parte da criação musical alternativa e independente mas existe um outro lado desta moeda que precisamos compreender.

Não é nenhuma novidade que existe uma indústria que produz e lucra muito com a música de massa, esta que toca nas rádios, nas novelas e nos programas de auditório, destinada ao consumo rápido e facilmente descartável para ser imediatamente substituída por novas peças mantendo um ciclo interminável onde os ouvintes pensam que ouvem o que gostam, quando, na verdade, escutam o que este empreendimento comercial decide que devem consumir. Neste cenário, meramente empresarial, não existe espaço para a arte, seja esta tradicional ou de vanguarda. É óbvio que existem raras exceções, mas são apenas exceções que confirmam a regra maior. O que fazer então? Partir para a produção independente.

Neste cenário alternativo ou underground existem dois segmentos: Os que querem chegar ao mainstream e os que preferem continuar no underground. Quanto ao primeiro grupo, os poucos que obtêm sucesso, na maioria, ou se corrompem ou se frustram e voltam ao subterrâneo. Mas é do segundo grupo que estamos falando. Neste segundo grupo, que quer permanecer independente também existe uma subdivisão. De um lado os que não abrem mão da técnica e da tecnologia de ponta e só produzem e lançam algum material quando este atende uma série de requisitos técnicos que eu costumo chamar de Geração ProTools e do outro aqueles que se dão conta que o mais importante é levar a mensagem. Neste sentido o termo Lo-Fi cai como uma luva nesta turma que grava como pode, onde pode e quando pode.

Num tempo em que as agências de publicidade ditam as regras do que está na moda ou não, ser Lo-Fi vai além do recurso técnico, rompendo a barreira do establishment reinante e abraçando o legado do Faça Você Mesmo (DIY). Lo-Fi não está mais restrito a música, mas torna-se um sinônimo de liberdade criativa que atinge a arte em sua totalidade, deixando de ser um recurso para tornar-se um movimento. Mais que isso; ser Lo-Fi não prende você a uma estética comportamental ou de estilo como fazia o movimento punk, por exemplo. Trata-se de uma consciência que se aplica a todos os estilos e tribos. Abrangente, inclusivo e belo. Quase divino, se me permitem a ousadia. Então, ta esperando o que, para sair da caixa? 

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O Underground Cristão Vai Bem, Obrigado!

Enquanto no Mainstream cristão nacional quase não se aproveita nada a cena underground despeja toneladas de bandas para todos os gostos
Quando eu e Eduardo Teixeira, do Cristo Suburbano, fazíamos o Podcast do Esconderijo, em um determinado episódio ele me perguntou a diferença entre mainstream e underground e eu respondi que o mainstream é produto e underground é arte. Minha opinião sobre o assunto continua exatamente a mesma. E dentro do universo da música cristã é exatamente a mesma coisa. Isto acontece porque existe uma indústria musical que como todo e qualquer negócio, visa lucro. Esta busca pela viabilização e comercialização do produto acaba, muitas vezes, levando os profissionais do ramo a criação de produtos que possam ser facilmente aceitos, consumidos e descartados para que a próxima fornada não se perca. Neste processo, normalmente, a qualidade artística, poética e teológica fica em segundo plano. Enquanto isso, na cena underground, a certeza do baixo retorno financeiro acaba proporcionando aos criadores mais liberdade artística, mais comprometimento com a qualidade e uma maior preocupação com o conteúdo das mensagens.

Evidente que em ambos os lados existem exceções. Do lado mainstream, temos bons artistas produzindo boa música de excelente qualidade técnica e poética e com conteúdo teológico relevante, como é o caso da banda Resgate, assim como no meio underground também existe coisa que não se aproveita, mas no geral a regra permanece. E quando eu me refiro ao underground não estou me referindo apenas a galera do rock. Eu me refiro a todos os que estão produzindo arte, mas que correm por fora da grande mídia. Hoje é possível garimpar música cristã em todos os estilos que você possa imaginar e tem coisas realmente sensacionais.

Este artigo não tem por objetivo enumerar artistas mas servir de incentivo para que você comece a procurar conteúdo fora dos umbrais da mídia tradicional. Não vou apontar artistas específicos pois estaria apenas indicando aquilo que eu curto e que pode ser diferente do que você está buscando.

Onde Procurar

Uma boa pedida para quem curte um som mais voltado para o punk hardcore são os canais do Cristo Suburbano, mantidos pelo Eduardo Teixeira, da manda No More Zombies, vou dar o endereço do blog e de lá você encontra os outros canais. Tem também o Metal Cross onde você pode assistir clipes de várias bandas cristãs que fazem um som da hora. Tem o canal da Gabi Rox onde existem várias dicas de bandas nacionais e internacionais do underground cristão. Outra cena bastante forte é a do RAP cristão. Vou indicar dois; o blog Hip-Hop Gospel e o site Portal Rap onde você vai encontrar bastante informação sobre o assunto. Estes são alguns canais mas existe muito mais. E se você conhece algum bem legal, coloque o link ai nos comentários para gente divulgar. Grande abraço.

Links:

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A Indústria da Música Está em Crise. Que Ótimo!!!

Desde que o formato MP3 (conheça a história) chegou ao consumidor final, em 1995, a indústria da música vem reclamando da "pirataria" e dos prejuízos que a prática de compartilhar música tem gerado, e para nos convencer invoca até os "santos" dos Direitos Autorais, etc, etc, etc. Muitos artistas do mainstream também se engajam nas campanhas para conscientização. Mas a pergunta que não quer calar é: Quem perde dinheiro com a distribuição digital? Resposta: A indústria! E eu te afirmo que isto é muito bom!

Antes que você promova um ataque, contra minha pessoa, apelando para as milhares de pessoas que trabalham na indústria da música e sustentam suas famílias, permita-me compartilhar partes de uma entrevista com Steve Albini (Não conhece? Deveria!) onde ele explica como funciona a indústria da música. Se desejar ler todo o keynote ai vai o link. Mas vamos em frente.

"A indústria musical era essencialmente a indústria dos discos, em que discos e rádios eram os caminhos através dos quais as pessoas conheciam música e principalmente, a experimentavam." Perceba que a indústria da música foi formada em cima de um bem de consumo (o disco) e utilizava uma estratégia de marketing (o rádio) para impulsionar o consumidor a adquirir o produto. "Gravar era uma empreitada rara e cara, então não era comum. Até a tua demo requeria um investimento considerável." Os custos de produção e distribuição eram extremamente altos e o poder tecnológico e financeiro para isso estavam nas mãos da indústria e, consequentemente dos industriais. "Rádios eram muito influentes. Era o único lugar para ouvir música de qualquer artista e as gravadoras pagavam bastante pra influenciá-los." É aqui que a porca torce o rabo. Tudo o que chegava ao consumidor era exatamente o que a indústria decidia que deveria chegar e isto implicava em muito jabá (pratica de pagar para que determinadas músicas fossem executadas nas rádios e posteriormente na TV).

Perceba que até aqui, tudo que foi mencionado é: indústria, rádios, TV, custos, consumidor, produto e por aí vai! Em nenhum momento mencionamos os termos músicos e ouvintes. Pois é, pois é, pois é: Neste processo produtivo e lucrativo o músico é o que menos ganha e o ouvinte é o que banca tudo mas nenhum dos dois é consultado no processo. Mas calma lá, mesmo antes da internet, uma galera começou a perceber que isto poderia ser diferente. Meu Deus! Quem foram estes gênios? Pasmem! Foram os punks. Estes mesmos, com seus cabelos espetados, roupas rasgadas que mostram o dedo do meio para tudo e todos, foram eles que decidiram mandar a indústria para aquele lugar e por em prática o famoso Faça Você Mesmo (DIY). Foram eles que ensinaram ao mundo que era possível gravar por conta própria e distribuir fora do sistema e informar de forma alternativa através dos fanzines.

Mas até aí a indústria não estava sendo incomodada e até se valia da cena underground para buscar novos possíveis produtos através de seus olheiros. Mas uma revolução estava prestes a começar. É a revolução digital. O grande barato da revolução é que: tudo o que era pesado e caro foi transformado em um conjunto de zeros e uns formando bits e bytes que levaram o alto custo lá embaixo e com a internet e as suas possibilidades de compartilhamento, a comunicação entre músico e ouvinte passou a ser direta eliminando todo o monumental intermediário que havia antes. "Num piscar de olhos, a música passou de rara, cara, disponível só em mídias físicas e ambientes controlados, para ser ubíqua e de graça. Que evolução incrível!" E é incrível mesmo, pois quem ganhou com isso foi o público e os artistas. É lógico que a indústria não curtiu a ideia e iniciou uma campanha para criminalizar a distribuição gratuita mas creio que este é um caminho sem volta. Mas espere aí! Nós estamos falando de um cenário norte americano e norte europeu. Mas e no Brasil?

Não é diferente! A diferença talvez seja quantitativa no que diz respeito a cultura de consumo em nossas terras tupiniquins. Uma grande parte da população brazuca ainda está habituada a consumir o que a grande mídia espalha através das rádios e TVs. O mainstream, por aqui, ainda é muito forte, talvez pela nossa herança de dizer sim aos coronéis. Mas nem tudo está perdido. Existe um universo underground e independente bastante ativo na nossa amada colônia. Não é um grande público mas é o suficiente para manter o movimento e graças a globalização da informação, hoje, temos artistas com seus trabalhos atingindo públicos fora do Brasil.

Por isso que eu repito. Que bom que a indústria da música está em crise. Quem sabe, a partir dessa crise, os músicos, os artistas possam viver da sua arte sem vender a sua honra, e o público possa desfrutar da arte e pagar, sim, pelo que quer e gosta e não pelo que lhe é imposto e cheio de impostos.

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Nota: O Keynote de Steve Albini foi traduzido por Janaína Azevedo Lopes.

domingo, 6 de março de 2016

No Tempo em que as Escolas Ensinavam a Ler

Uma das coisas mais bacanas que foram produzidas no Brasil foi a coleção Vaga Lume da Editora Ática, lançada na virada de 1972 para 1973.
Apesar da editora não divulgar números oficiais, estima-se que, somente o título A Ilha Perdida de Maria José Dupré vendeu mais de dois milhões de exemplares, um número assombroso num país onde a prática da leitura não tem lugar de honra entre a maioria da população, principalmente nos dias atuais onde percebe-se claramente um declínio progressivo dos hábitos intelectuais.

Voltada para o público infanto-juvenil a série foi sucesso absoluto, com tiragens de seis dígitos e custo acessível foi rapidamente adotada pelas escolas para abrir caminho ao ingresso no mundo mágico da literatura.

Além disso a série trazia autores extremamente capazes que criaram histórias cativantes e envolventes, responsáveis por formar uma geração de leitores mais críticos. Alguns desses autores transformaram a coleção em sua casa, como é o caso de Marcelo Duarte que publicou seus cinco livros de ficção, todos na série, chegando perto dos 250 mil exemplares vendidos, assim como Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Nonato, que chegou a ter 15 títulos publicados, entre eles, o consagrado: O Mistério das Cinco Estrelas, com mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos.

Muita gente descobriu a beleza das letras através dos mais de cem títulos lançados pela coleção. Em 2015 a editora, que completou 50 anos, deu uma renovada na coleção dando um visual mais atraente para os atuais 75 títulos, que podem ser adquiridos pelo site (Link para a loja). Além disso o famoso Escaravelho do Diabo de Lúcia Machado de Almeida vai para a tela grande com estréia em 14 de abril.

Eu li alguns títulos da série, que me levaram a pegar gosto pela coisa e em pouco tempo já estava decolando para viagens mais fantásticas nas linhas de autores como Arthur Clark e Isaac Azimov. Não que eu seja saudosista, na verdade sou. mas era um tempo em que liamos bons livros, assistíamos bons filmes e ouvíamos boa música.

É uma pena que o impacto hoje não seja o mesmo. Entendo que os tempos mudaram, a tecnologia transformou os formatos mas eu vejo nessa garotada uma falta de valores que eram comuns na minha adolescência. Até me deu vontade de ler um desses livrinhos maravilhosos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Vírus

Se você está pensando que eu vou falar sobre dengue, zica, chicungunha e afins; se enganou meu bem! Este post é para analisar um outro tipo de contaminação muito mais letal e que tem levado milhões a depressão e ao desespero. O vírus do TER.


Não estou aqui para pregar voto de pobreza. Entendo que enquanto estamos neste periférico mundo temos uma série de necessidades naturais que não podem ser deixadas de lado. Já falei sobre estas necessidades, em outra postagem, que a saber são: Ar, Água, Alimento, Agasalho e Abrigo. Enquanto seres sociais dependemos, ainda, da comunicação com outros semelhantes, promovendo relacionamentos. Tenho perfeita ciência de que o crescimento populacional aliado a dispersão geográfica das tribos humanas incentivou a criação de mecanismos facilitadores da interação entre indivíduos. Eu mesmo, estou sentado a frente de um laptop escrevendo este texto que será distribuído pela grande rede. Nada disso é ruim.

O ponto onde quero chegar é aquele que divide a fronteira entre o que necessitamos e o que desejamos. Entre as várias classificações para conceituar o desejo, uma me chama a atenção. Desejo pode ser compreendido como impulso, ou seja: aquele que deseja pode, em alguns casos, estar sendo impulsionado a desejar. Na minha ignorância, penso que se somos impulsionados, este impulso é de origem exterior a nós mesmos, logo somos impulsionados por algo ou alguém. Mas quem ou o que nos impulsiona?

No mundo capitalista em que vivemos tudo depende da circulação do capital para que o fluxo da existência não se interrompa. A maneira mais prática para manter esta roda viva a pleno vapor é o livre comércio. Alguém produz algo que outro alguém precisa e fornece o produto em troca de capital que será usado para atender as suas necessidades. É prefeito! Uma sociedade onde todos produzem com liberdade para adquirir com igual liberdade. Mas nem tudo são flores e logo um produtor desejou ter duas casas no lugar de uma e por falta de capital chegou a conclusão que precisava vender mais para possuir mais. Mas como vender mais numa sociedade que já tem o que necessita? Criando novas necessidades. O final da história, creio que você já sabe.

Criamos a maior arma de escravidão humana jamais pensada antes. Criamos o consumismo. É por conta deste vírus implantado nas mentes das pessoas, por uma mídia altamente eficaz em seus propósitos, que o consumismo tem cativado, atraído e aprisionado bilhões de pessoas. Criamos uma geração zumbi, sedenta pela próxima novidade e capaz de qualquer coisa lícita ou não para possuí-la. Convertemos as relações humanas em competições onde quem pode mais chora menos. Deixamos de ver o próximo para enxergar apenas adversários que devem ser derrotados a todo custo. Criamos nosso próprio deus que sussurra amigavelmente em nossos ouvidos palavras de incentivo a sermos o que bem quisermos e nos ensina que o prazer está acima de todos os sentimentos. 

Que o bom e verdadeiro Deus tenha misericórdia de nós!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Consumo Que Nos Consome

Vivemos um período de consumo como nunca se viu antes na história da humanidade. O novo smartphone que ficará obsoleto em três meses, o carro com faróis de led e acesso a internet, eletrodomésticos que interagem com seus donos, tecidos especiais, comidas especiais, games, filmes, séries, a casa nova, o piso novo, móveis novos, a casa ficou velha, a reforma, a cirurgia corretiva, a academia, os complementos alimentares, o remédio para combater os efeitos dos complementos, a técnica para combater os efeitos dos remédios, o segundo emprego, o terceiro emprego, a graduação, a pós, o mestrado, a promoção, a casa ficou velha de novo e não combina com seu novo cargo, outro carro, a escola para os filhos, a babá para os filhos, a faculdade dos filhos, nunca viu os filhos, ficou velho, morreu, não viveu, não sorriu, não se divertiu.

É óbvio que estou exagerando, mas é isto que vemos todos os dias, em uma escala menor e as vezes até maior. As pessoas sempre com pressa para acompanhar a moda e tirar selfies nos shoppings e postar o mais rápido possível para obter muitos likes e ter a sensação de que é relevante, importante, que tem muitos amigos.

Como diz o dito popular: gastando o que não tem para ser o que não é e mostrar para quem não liga. Esta onda de consumismo tem transformado as pessoas. Não há mais envolvimento emocional e passamos a ser julgados não pelo que somos mas pelo que temos. Este esfriamento das emoções vai paulatinamente minando os sentimentos. Por exemplo: a poucos dias assisti um vídeo de uma briga entre dois adolescentes na frente de uma escola. Uma multidão em volta dos protagonistas dividia-se em grupos: um grupo apenas observava, outro incitava a confusão e outro registrava tudo pelos celulares. Um dos meninos foi atingido por golpes muito fortes e teve uma convulsão e ninguém fez nada até que um senhor que pertence a uma outra geração interveio e foi acudir o jovem.

Não estou aqui questionando os motivos do conflito mas sim a apatia, a sede de violência e o descaso com um ser humano. Eu pergunto: que evolução é esta que tem transformado nossos jovens em feras? Que progresso é esse, onde professores apanham de alunos em sala de aula? Em outros países onde o liberalismo e o relativismo crescem a passos largos, afirmamos que é a falta de Deus que leva as pessoas a este estado de barbárie. Mas, e no Brasil?

Somos um país onde 80% da população se declara cristã, católica ou evangélica, e a outra parte desenvolve algum tipo de espiritualidade religiosa. Que cristianismo estamos vivendo e pregando que forma jovens com sede de sangue? Sinceramente, eu não consigo encontrar uma resposta para explicar este fenômeno. Mas como cristão eu tenho uma certeza. Sei que Jesus transforma o coração e a mente do homem. Não falo apenas por fé, mas por experiência. E se as nossas igrejas não estão obtendo sucesso é porque não estão anunciando o Cristo verdadeiro que pode transformar vidas, como transformou a minha.

A igreja está doente e talvez precise muito mais de Jesus do que aqueles que ainda não o conhecem. Pois também sucumbiu aos apelos do consumo e corre atrás de viabilizar seus projetos que já não são mais de salvação mas de expansão de seu império e esquece que deveria propagar o Reino. E o Reino de Deus não se obtêm com um cartão de crédito!

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Thalleco Teco

Estou acompanhando já há alguns dias toda esta polêmica em torno do cantor Thalles Roberto após o mesmo ter proferido declarações a respeito dos artistas gospel nacionais. Basicamente o que ele falou foi o seguinte:

"Eu sou uma pessoa melhor que todos eles juntos cantando no mesmo palco, e eu sozinho bato em todo mundo... Hoje eu sou rico irmãos, muito mais que todos os outros cantores Gospel, talvez se somar tudo o que eles têm não da metade do que Deus me deu..."

O que dizer a respeito disso? Errou, e errou feio. Aliás, conheço alguns músicos e cantores cristãos que sozinhos, sem banquinho e violão, dão de goleada na música fácil desse menino travesso. O Thalles é um produto de uma indústria altamente lucrativa e alimentada pelo analfabetismo cultural e teológico de grande parte dos "cristãos" de hoje em dia. Pseudo música para uma geração sem Bíblia, acostumada a consumir qualquer coisa que venha embalada em plástico colorido e que está sempre com os olhos fixos em seus espelhos negros, sem olhar a sua volta e muito menos para cima. 

Mas nem tudo que ele disse é mentira, e talvez essa seja a  razão de tanta indignação. Grande parte da música "gospel" produzida e consumida em solo nacional é lixo, onde o que difere da chamada música secular, são: carruagens e cavalos no lugar de um Camaro, taças no lugar de copos, fogo e unção no lugar de sexo e balada. Mas não é sobre isso que eu quero falar.

O mi, mi, mi dos indignados...


Imediatamente, a galera afetada começou a dar seus pronunciamentos, uns mais raivosos, outros mais brandos, mas todos demonstrando indignação com o Thalleco...

Amanda Ferrari disse que ficou indignada e triste e que ele estava se colocando acima dos nossos (dela) líderes espirituais. Vanilda Bordieri escreveu no Twitter que “uns entram no templo para ver qual é o fim do ímpio, outros saem do templo para ver seu próprio fim". Bom, eu vou ao templo celebrar o Deus que eu sirvo. O Trazendo a Arca postou no Instagram uma foto dos músicos fazendo o símbolo dos 3 – marca registrada de Thalles. Cassiane aproveitou para lembrar de seus 34 anos de carreira e que é 500 graus. Não sei onde é tão quente assim! Mas ela anda meio caidinha, tem mais é que aproveitar mesmo. Nani Azevedo, Ana Paula Valadão e mais uma renca despejou sua indignação com o menino.

Não estou dizendo que eles estão errados em ficar tristes com as declarações, mas a minha pergunta é: Eles fazem música para exaltar a Deus ou para se auto promoverem? Eles são adoradores, como afirmam ser, dispostos a serem odiados, caluniados e sofrerem pelo evangelho ou são estrelas intocáveis em um palco iluminado pensando que viver em Cristo tem sabor de mel?

É só uma pergunta...


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Esse tal de Roque Enrow!

Quem é ele? Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow!
Um planeta, um deserto, Uma bomba que estourou
Ele! Quem é ele? Isso ninguém nunca falou!
Hoje é 13 de julho e tem uma galera comemorando o Dia Mundial do Rock. Mas será que temos o que comemorar? O rock, enquanto estilo de vida sempre foi provocador, rebelde, contestador. A história do rock é a história do rompimento com o establishment, ou seja, com as regras do sistema. O rock colocou negros e brancos para dançarem juntos em uma sociedade segregacionista, o rock criticou as guerras, questionou o Status Quo vigente, combateu a miséria e a opressão. Ganhou as ruas, levantou bandeiras e deixou o sistema quase louco a ponto de usar a força para tentar pará-lo sem sucesso. Mas o sistema sempre foi esperto e mudou suas táticas e começou a dar dinheiro, muito dinheiro para o rock. E o rock gostou de ver a grana em seu bolso e começou a gastar em festas ricamente decoradas com sexo barato e drogas caras. O rock pirou!

E viu o rock, que o dinheiro era bom! Caindo de bêbado, o rock foi ao sistema pedir mais dinheiro e o sistema lhe deu, mas também começou a fazer algumas exigências. Agora o rock já não podia contestar certas coisas e tinha que se comportar melhor, afinal haviam crianças na sala assistindo as performances do rock. Mas o rock achou que não tinha problema pois agora o dinheiro estava sobrando, mudou-se para uma mansão e comprou um jato particular. O rock já não era mais o mesmo. Perdeu o encanto e ficou restrito a meia dúzia de representantes que trabalham para o sistema e reúnem-se em grandes eventos patrocinados por grandes corporações. Velho e debilitado em virtude dos exageros químicos da juventude o rock passa mais tempo nos médicos do que nos palcos. Seus filhos são caretas e ricos demais para sair do conforto e cair na estrada e seus netos passam mais tempo nas redes sociais combinando a próxima balada e gostam de música eletrônica só para dançar.

As vezes ele lembra dos velhos tempos, mas os cabelos brancos já não combinam com a rebeldia do início. Dizem que ele esta vivo mas na verdade é só um sósia, um ator profissional que finge ser rock mas que foi formatado em algum laboratório de propriedade do sistema que lucra mais e mais e da boas gargalhadas com os rebeldes de hoje, tão corretos politicamente, tão inofensivos criticamente e tão patéticos ideologicamente. Ele já não é aquele menino sabido da musica da Rita Lee.



Ela nem vem mais pra casa, doutor. Ela odeia meus vestidos,
Minha filha é um caso sério, doutor. Ela agora está vivendo
Com esse tal de... Roque Enrow, Roque Enrow, Roque En...

Ela não fala comigo, doutor, Quando ele está por perto
É um menino tão sabido, doutor, Ele quer modificar o mundo
Esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow?
Uma mosca, um mistério, uma moda que passou
E ele, quem é ele? Isso ninguém nunca falou!

Ela não quer ser tratada, doutor, e não pensa no futuro
E minha filha está solteira, doutor, ela agora está lá na sala
Com esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow, Roque En...

Eu procuro estar por dentro, doutor, dessa nova geração
Mas minha filha não me leva à sério, doutor, ela fica cheia de mistério
Com esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele? Esse tal de Roque Enrow?
Um planeta, um deserto, uma bomba que estourou
Ele, quem é ele? Isso ninguém nunca falou!

Ela dança o dia inteiro, doutor, e só estuda pra passar
E já fuma com essa idade, doutor, desconfio que não há mais cura
Pra esse tal de Roque Enrow, Roque Enrow, Roque Enrow
Roque En...row

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Coletânea - United We Skate Benefit Compilation

A Thumper Punk Records em parceria com a Sky Burn Black Records lançaram, no dia 17 de junho de 2015, a coletânea United We Skate Benefit Compilation. Trata-se de um trabalho, cuja renda será em benefício de dois ministérios que envolvem a prática do skate e o cristianismo. Um é o Roots of Hope Ministry em Jaco, na Costa Rica (dirigido por Aaron “Liberty” Wells da banda True Liberty) o outro é o Christian Skaters International em Paarl, África do Sul (dirigido por Dave Emmerson da banda The Old-Timers).

Ao todo são cinco volumes com 113 bandas de mais de 12 países com canções em inglês, portugues, alemão e espanhol que enviaram suas músicas para ajudar esta causa nobre. Os estilos também são os mais variados. A coleção foi dividida em cinco volumes da seguinte forma:
  • Volume 1 (Punk) com as bandas Christ’s Sake, Metanoia, Banda Grano, Peter118, Darak HC, CPR, Dsarme?, Over Mortal, Novaprole, Heart Like War, A Broken Line, No More Zombies, The Bruised, Mr. Mustache, The Bricks, Plank Eyed Saints, Santa Cruz (SxCx), Street Corner Gospel, Archote, Jesus-Worshiper, A Common Goal e False Idle.
  • Volume 2 (Punk) com as bandas The Old-timers, Living Fire, Blast From Oblivion, Grave Robber, True Liberty, Reforma Protestante, INFIRMITIES, No Punk Influences, Praiser, Transboard, Broken, Platoon 1107, The Hoax, Ambassadors of Shalom, Foolish Things, No Lost Cause, The Bedlam Saints, The WAY, The Lonely Revolts, Saint Hooligan, Holy Factor, The Inhumans, Madero, Refuge, Grace & Thieves e  Their Throats are Open Tombs!
  • Volume 3 (Hardcore) com as bandas Dangerous Minds, LIV., Rapture, Siervos, Stick Tight, Take Heart, Kings & Daughters, Nossa Fúria, No Complaints, Revivalist, Made Worthy, Judgement Day, Every Knee Shall Bow, Final Surrender, Poured Out, Bloodline Severed, O Wretched Man, Messflesh, Scream at the Sky, Partaker, Far From Sanity, Flawed By Design e Anschluss Amor.
  • Volume 4 (Metal) com as bandas Aceldama, Adorned in Ash, Azorrague, Black Leather, Broken Jail, Ceremonial Sacred, Demoniciduth, Dies Mortem, Hate Evil, Hawthorn, Intercession, Light to Dead, Mediadhor, Primitive Church, The Right Wing Conspiracy, Saul of Tarsus, Screaming Your Name, Soul Embraced, Soul Factor, Straight from the Grave, The Synics Awakening e Tenere.
  • Volume 5 (Metal) com as bandas Abated Mass of Flesh, Above the Storm, Armath Sargon, Ascendant, Be Not Betrayed, Blood Thirsty, Broken Flesh, Christageddon, Consuming Fire, Cryptic Rising, Elgibbor, Flukt, Hilastherion, Immortal Souls, Numbered with the Transgressors, Pantokrator, Parallax Withering, Skald in Veum, They Wither e Throne of Awful Splendor.

Bandas Brasileiras

É imensa a quantidade de bandas brasileiras na compilação mostrando a força da cena underground cristã nacional. Entre elas: Metanoia, Banda Grano, Darak HC, Dsarme?, Novaprole, No More Zombies, Mr. Mustache, Santa Cruz (SxCx), Archote, Living Fire, Reforma Protestante, Transboard, Holy Factor, Nossa Fúria, Azorrague e outras.

Especiais para mim

Duas bandas são especiais para mim. A primeira é a No More Zombies Rock do meu amigo Eduardo Teixeira, punk das antigas, companheiro de podcast, autor do documentário Cristo Suburbano, que fala sobre a cena punk cristã nacional, e responsavel pelo selo Cristo Suburbano Records que distribui material underground cristão autorizado. O Eduardo ainda mantém um vlog chamado Idéia Suburbana onde apresenta um pouco de teologia e o blog Cristo Suburbano onde você encontra entrevistas com bandas entre outras coisas legais.
A outra é a banda paranaense, da cidade de Ponta Grossa, Holy Factor que está no volume 2 da coletãnea. A música, Assassinos, foi gravada num momento bastante turbulento da banda em que o baterista anterior, Raphael, havia anunciado sua saída e a banda não tinha um novo batera definido, mas deu tudo certo, graças a Deus e para fechar com chave de ouro, saiu no mesmo volume do Grave Robber, da qual são fans. A Holy Factor é mantida pelo baixista, vocalista, blogueiro e podcaster, Luis Vulcanis, que além deste blog, mantém o Eu Escuto Podcast. Também atua como host no Podcast do Esconderijo Underground.

Para adquirir as mídias digitais entre na página da Thumper Punk Records, onde é possível comprar todos os volumes, com desconto, ou cada volume separadamente. Para as mídias físicas entre em: http://thumperpunkrecords.storenvy.com/. Vale a pena! Abaixo os players para escutar cada volume da coletânea. Na página da coletânea também é possível ouvir as músicas.

Nosso desejo é que Deus abençoe este trabalho e que as vendas sejam muitas pois é para uma causa justa em que acreditamos e estamos muito felizes em ter participado deste momento histórico.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Bíblias, bonés e camisetas! Compre e seja abençoado!

Tenho acompanhado a polêmica em torno do lançamento da Bíblia Apostólica Thalles Roberto Ide, que alvoroçou as redes sociais nos últimos dias. De acordo com o cantor, a ideia de lançar a Bíblia nasceu de uma constatação de que os jovens não leem as sagradas escrituras e que a sua influência, enquanto celebridade, poderia ser utilizada como incentivo a leitura do livro divino.


Deixando de lado a qualidade musical, questionável, do trabalho do Thalles, não há como negar que o moço é marqueteiro profissional. A carreira com crescimento meteórico deste mineiro, do município de Passos, vem acompanhada de um marketing feroz onde cada passo é minuciosamente planejado. Filho de pastor, Thalles cresceu na igreja Sara Nossa Terra cercado de música. Com talento de sobra o menino sonhou alto e foi para o mercado secular junto com a banda Jota Quest por cinco anos. Neste tempo conheceu muita gente, aceitou convites, participou e maravilhou-se com o mainstream. O tempo o trouxe de volta a igreja com uma bagagem comercial que poucos possuem no meio gospel.

O chamado divino (não questiono isso), atrelado ao conhecimento dos mecanismos mercadológicos lançou a jovem artista para um sucesso extraordinário. Musicalmente não há nada de novo; seu trabalho é popular, de fácil assimilação, garantindo boa aceitação e bons lucros. Não é um missionário; é um artista, profissional, que sabe muito bem o que faz. Está aproveitando o momento. Sua loja vende camisetas, bonés, livros e até a sua bíblia pessoal com direito a fotos, biografia, tudo a um precinho meio salgado para a realidade brasileira. Ou seja: ele faz exatamente o que se propôs a fazer.

Mas mudando de assunto, vi e li um monte de gente falando e escrevendo a respeito deste fato, uns de forma mais simpática e outros mais agressivos, que o cara só está interessado em lucro, que isto e aquilo e aquilo outro. Vamos considerar algumas coisas:

  • O nível de leitura do brasileiro em geral é baixíssimo.
  • Mesmo entre os que leem ainda existem os analfabetos funcionais.
  • Incentivar a leitura da bíblia é uma atitude louvável.
  • Não vi ninguém dos que criticaram, inclusive eu, fazendo algum esforço, doando bíblias, etc.
Não curto Thalles Roberto, acho sua música, uma música pobre em conteúdo, mas creio que podemos (eu e você) ser mais relevantes agindo no lugar de ficar apenas criticando. É muito fácil apontar os erros dos outros. Como igreja precisamos acordar e tirar nossos traseiros do conforto do sofá e fazer algo útil pelo Reino do qual dizemos que somos embaixadores. Deixa o Thalles pra lá! Vamos fazer algo, nos unir, ser bíblias vivas trabalhando pelo bem comum de todos, independente de cor, gênero, religião. Amando as pessoas e compadecendo-se delas e de nós mesmos que muitas vezes não vemos que somos pobres, cegos e nus. Não se muda a realidade com críticas e sim com ações. Ele está agindo, talvez da forma errada, não sei! Mas e nós, o que estamos fazendo?

segunda-feira, 9 de março de 2015

Saindo da Caixa

Uma das coisas que eu tenho observado nas bandas e músicos da minha região, que estão mais próximos de mim, é a falta de informação musical relevante. Mas o que significa isto?


Não se trata de talento ou capacidade técnica. Conheço dezenas de músicos talentosos com capacidade técnica até mesmo acima da média e condições de estar no circuito musical nacional ou até mesmo participando da cena externa em pé de igualdade com nomes fortes do meio. Mas então, porque estes músicos e bandas não decolam? Creio que existem vários fatores e não tenho nenhuma pretensão de esgotar o assunto, mas de levantar alguns pontos que consigo identificar. Então vamos lá.

Falta de um objetivo


Grande parte das pessoas que eu citei acima, não possuem um objetivo claro naquilo que estão fazendo. Lembro-me de um grande amigo meu, na adolescência. Ele queria tocar cavaquinho profissionalmente. O cara era muito chato (risos). A imagem que eu tenho dele era um maço de partituras e o cavaquinho nas mãos. Horas e horas, comendo, assistindo TV, com os amigos, sempre, o instrumento e as partituras. O resultado dessa obstinação é que hoje ele é um dos cavaquinhos mais requisitados nos estúdios, saraus, etc. O cara é tão bom que virou música:


Ter um objetivo é fundamental para formar uma carreira na música. Se você toca por tocar, certamente no futuro, terá um bom emprego e não estará mais envolvido com a música. Então o seu primeiro passo é estabelecer uma meta a ser alcançada. É a partir deste alvo que você irá traçar os seus passos para poder atingi-lo.

Falta de originalidade


Isso é um problema sério. Mas antes me deixe te fazer uma pergunta: Quantas bandas cover do Iron Maiden fazem o mesmo sucesso que o Iron Maiden? Reposta: nenhuma. Vamos melhorar a pergunta. Quantas bandas que soam igual ao Sepultura, fazem o mesmo sucesso que o Sepultura faz? Resposta: nenhuma. Só existe um Iron, um Sepultura, um Pink Floyd, um Legião, uma Madonna, e por aí vai.

Para ser relevante no mercado musical é preciso ser original, ter algo que caracterize seu som como único, uma identidade musical, aquela coisa mágica (e olha que eu nem acredito em mágia) que faz com que a gente saiba de quem é aquela música já nos primeiros acordes. O grande problema da maioria das bandas atuais é que você ouve 10 bandas, todas ótimas com músicos excelentes mas parece que você está ouvindo sempre a mesma banda, e o que é pior, parece que todos gravaram no mesmo estúdio e com os mesmos equipamentos. Me desculpe a sinceridade, mas assim você não vai chegar em lugar nenhum.

Mas como conseguir fazer algo novo? Conhecendo o que já está sendo feito! Saindo da caixinha. Aqui no Brasil apesar de todos nossos problemas existe uma série de eventos acontecendo. Grandes eventos, médios, mainstream, independentes, alternativos, online. Não há desculpa para a falta de cultura musical. Também é importante conhecer os nomes que deram origem a tudo o que está ai. Entender porque os Beatles são considerados a maior banda de todos os tempos. Para isso uma das primeiras coisas que devem cair por terra é o preconceito musical.

Por exemplo: recentemente aconteceu a Mostra Internacional de Rock Progressivo no Rio de Janeiro com a presença de Carl Palmer e do PFM (Premiata Forneria Marconi) entre outras e com ingressos à R$ 10,00 (dez reais). No lado Cristão tivemos o Rock no Vale em Arujá, SP, com artistas da nova geração da música cristã como: Simonami, Doutor Jupter, Militantes, Os Arrais, Crombie, Lorena Chaves, Resgate, Dominic Balli (USA) entre outros.

Ir a eventos assim abre a cabeça do músico em todos os sentidos. Novos ritmos, tendências, equipamentos, técnicas, etc. Essa enxurrada de informações sonoras vai moldando a maneira de compor e com o tempo você consegue criar uma identidade própria, com referências marcantes, mas sem imitar ninguém.

Por enquanto é isso. Lógico que há muito mais o que falar mas não quero me tornar extenso demais. Éu creio que é possível ser original e artístico. Sempre haverá algo que ainda não foi feito e se você não fizer alguém mais ousado certamente fará. Música é paixão e ousadia. O resto é técnica e teoria.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Existe música boa atualmente?

Recentemente participei, a convite, de um episódio do podcast Maná com Manteiga, sobre música antiga (velha) e um dos tópicos abordados foi sobre a qualidade das músicas atuais. Confesso que é uma questão difícil de se chegar a um denominador comum.


Afirmar que a música atual é pior que as músicas antigas é muito perigoso e não reflete a verdade absoluta. Existe muita coisa boa sendo feita atualmente. O que fica patente, é que a música que chega ao grande público através do rádio, televisão e internet, em geral, é de fácil aceitação e produzida para ser rapidamente consumida e substituída, ou seja, a música pop não é necessariamente ruim mas é descartável e deve colar na mente do consumidor apenas pelo tempo necessário até a próxima música. Então na verdade nós temos três categorias de musicas a saber:
  • Música Ruim - É ruim mesmo e normalmente é imediatamente rejeitada pelo ouvinte, não passado da primeira audição.
  • Música Boa - Não é de fácil assimilação mas se perpetua na história ganhando uma aura de imortalidade.
  • Música de Consumo - De fácil aceitação e curta duração para dar lugar a novas músicas igualmente fáceis..
Não tenho dúvida de que esta última requer muito conhecimento técnico, musical e mercadológico e talvez seja a mais difícil de produzir. Imagine o trabalho de produzir uma música que caia rapidamente no gosto popular, grude por uns meses e rapidamente seja esquecida para dar lugar a outro sucesso. É difícil demais!

A questão é que o mercado precisa faturar e grandes produções, para serem eternizadas, numa era em que a venda de CDs é praticamente zero acabam não compensando. Do outro lado, a falta escancarada de cultura das gerações atuais facilita o consumo de porcarias tipo Fast-Food. Vivemos uma era em que as pessoas consomem quantidades enormes de informação mas não adquirem conteúdo.

Mas nem tudo está perdido. Com as facilidades e o barateamento da produção e distribuição de conteúdo ficou mais fácil encontrar nichos de bom gosto e direcionar a atividade cultural diretamente para este público específico.

Mas e a resposta para o título desta postagem? A resposta é essa: Sim, existe música boa atualmente, aliás, existe música, poesia, literatura, artes plásticas, filmes de excelente qualidade intelectual sendo produzida no nosso planeta. Mas não é para todos! É para aqueles que buscam por algo melhor, mais consistente, mais profundo, mais underground. Não pense que o establishment vai facilitar a sua vida. Não vai. Você terá que desejar, garimpar, encontrar e ajudar a divulgar para outros. E quer um conselho DIY? Se você não encontrar o que está procurando, faça você mesmo!