quinta-feira, 12 de abril de 2018

Saia da Caixa #002 - As Bolhas e os Blogs

Quando tudo parecia que iria dar certo, inventaram as redes sociais!
Antes do advento da internet, a divulgação de informações, notícias, ideias e ideais, em grandes proporções, era um privilégio de uma indústria da informação e do entretenimento que possuía o controle do que deveria e poderia chegar as massas. Para conseguir levar um conhecimento fora dos padrões era preciso esforço e criatividade. Mesmo assim o alcance das atitudes alternativas e independentes era pequeno. Tudo era mais difícil.

Quando a internet se tornou accessível a praticamente todos, a maneira de disseminar pensamentos passou a ter um crescimento exponencial através de sites e posteriormente dos blogs. Neste território livre, cada ser humano pode experimentar o prazer de ter voz para falar e ouvidos à escutar. Tá certo que grande parte do que é publicado não serve para praticamente nada, mas muita gente que não tinha acesso aos veículos de comunicação tem conseguido disponibilizar conteúdo para outras pessoas.

Mas aí vieram as redes sociais. No início, tudo era lindo e maravilhoso. Encontrar velhos amigos, fazer novas amizades, ver em tempo real a foto do neto distante que acabou de nascer e muitas outras coisas. Mas aquilo que parecia tão inofensivo acabou se constituindo em uma armadilha. Fomos capturados pelos algoritmos. Mas o que são estes tais algoritmos?  Em resumo, algoritmos são um conjunto de regras que analisam tudo o que você faz em seu computador, tablet ou smartphone. O que você procura, compartilha, curte, etc. Os algoritmos servem para direcionar a você as informações que são mais relevantes e que atendem os seus anseios. Pode parecer bom mas isto acaba criando uma espécie de bolha que isola as pessoas em grupos de similaridades.

Estas ferramentas, ao entregar a você aquilo que se encaixa dentro das suas convicções e anseios, acabam lhe negando outras informações que poderiam ajudá-lo a formar melhor a sua consciência sobre o mundo que o cerca. Da mesma forma, as suas opiniões a respeito de determinados assuntos terminam por não atingir uma gama maior de receptores, uma vez que esbarram nas decisões tomadas por estes algoritmos. No entanto existe algo ainda mais preocupante! O que?

Estes recursos tecnológicos utilizados para te entregar conteúdo, podem facilmente servir para manipular resultados de buscas e vigiar as pessoas. Lembre-se que a quase totalidade dos dispositivos possuem recursos de captura e transmissão de imagem e som além de localização. Não estou dizendo que tem um cara na outra ponta da corda anotando tudo o que você faz ou deixa de fazer. Não há necessidade disso, pois os códigos fazem isso, filtrando cada informação, cada clique, compartilhamento, comentário, grupo de amigos, preferências, informações sociais e econômicas, orientações políticas, morais e religiosas.

Óbvio que o objetivo maior por trás de todo este esforço é pela demanda financeira mas eu sinceramente não creio que seja apenas isto. Algoritmos bem estruturados baseados em redes neurais que podem aprender cada vez mais sobre as pessoas são úteis para todo tipo de propósito, seja ele louvável ou reprovável.

Minha pergunta é: quais as alternativas para não ficar restrito a estas bolhas e levar as ideias para um numero maior de pessoas? Se você tem alguma, compartilhe ai nos comentários.

Antes de você ir embora, recomendo que assista um vídeo não muito longo que exemplifica de forma didática o que eu tentei mostrar mo texto. Trata-se do Monólogo do Algoritmo, produzido por Vladan Joler (SHARE Lab) e Katarzyna Szymielewicz (Panoptykon Foundation). descobri este vídeo através de um cara que admiro e que manja muito desses assuntos, o Manoel Neto. Divirta-se ou surpreenda-se!



quarta-feira, 4 de abril de 2018

Saia da caixa #001 - Introdução (alguns pontos que precisam estar bem claros)

Antes que as pedras aprendam a voar é melhor abrir o jogo pra que ninguém se sinta iludido
Bem vindo a primeira temporada da série Saia da Caixa. Minha pretensão é apresentar uma coleção de assuntos que propõe criarmos uma terceira via, uma outra opção além das que já estamos habituados e que na grande maioria das vezes não promovem nenhuma ou quase nenhuma solução viável para um viver mais livre e com mais resultados positivos.  Mas antes de entrar nestes temas, preciso que fique muito claro, para os leitores, o conjunto de valores que estão embutidos nesta coletânea de artigos. Pois bem: creio que a maioria dos meus leitores tem a consciência de que sou cristão e como tal, tenho uma cosmovisão cristã da vida. Minhas opiniões, ideias e ideais são, e provavelmente continuarão sendo, influenciadas pelos princípios que eu creio e procuro seguir. Evidentemente, isto não impede que, mesmo aqueles que não seguem esta regra de fé, não possam ser beneficiados pela leitura e também não estão, de forma alguma, impedidos de opinar, discordar e contribuir para que possamos crescer juntos. Apenas considero válido este tipo de elucidação para que ninguém seja pego de surpresa.

Vamos lá: nós que vivemos neste quinhão de terra, cercados por uma linha imaginária que delimita um território que alguém resolveu chamar de Brasil, temos assistido, principalmente nos últimos trinta anos, uma espécie de degradação social, cultural e política, responsável por ânimos acirrados e envolvidos numa espécie de loop existencial  que parece nunca chegar ao fim. Como vivemos naquilo que se chama, república democrática, estamos habituados a tentar, pelas tais vias democráticas, promover as mudanças necessárias, através do voto, nas já não tão confiáveis urnas eletrônicas. Acontece que ano após ano, aquilo que era para mudar e melhorar parece ter tido um efeito indesejável. Fomos e somos ensinados a depender do establishment para sanar nossas demandas da vida cotidiana, esperando do ineficiente aparato estatal uma solução que se mostra cada vez mais longe de se materializar. Por outro lado, parte da população ainda esperançosa, continua alimentando seu sonho de nação apostando suas fichas sempre na próxima eleição e uma outra parte já perdeu a esperança e parece estar anestesiada. Mas será que existe uma outra solução? Uma outra forma de contornar as dificuldades e seguir em frente?

É sobre isto que iremos discutir e aprender, juntos, nesta série de textos. É óbvio que eu não possuo uma solução mágica, mas tenho alguns conceitos, aprendidos ao longo do anos, que desejo compartilhar com você para uma análise, aplicação e melhoria. Por isso estou te convidando para acompanhar esta coleção de visões que batizei de: Saia da Caixa, com direito a hashtag e tudo! Então, #SaiaDaCaixa