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domingo, 7 de abril de 2019

Modos & Estilos #024 - Led Zeppelin II - Um Clássico Cinquentenário

Há 50 anos atrás, depois do sucesso do álbum de estréia, o Led Zeppelin lançaria seu segundo álbum que é sem dúvida um dos melhores discos da história do rock, o Led Zeppelin II
 by David Juniper
O Led Zeppelin é uma  banda primorosa em todos os aspectos. Cada álbum é único, especial e surpreendente. Sua trajetória é inigualável, sempre andaram contra a maré e se dependesse da crítica "especializada" teriam desistido de fazer música. Mas este quarteto inglês capitaneado pelo mago musical Jimmy Page sempre seguiu em frente e andou a frente de seus contemporâneos. Depois de um disco de estréia simplesmente arrasador, lançado em 12 de janeiro de 1969, a Atlantic Records entendeu que a banda não deveria perder tempo e em abril do mesmo ano iniciaram-se as gravações do próximo álbum. Estas sessões se estenderiam até agosto de 1969 em foram feitas em diversos estúdios em diferentes locais dos Estados Unidos e Inglaterra durante as turnês da trupe britânica.

Apesar de toda a produção ter sido capitaneada por Jimmy Page, é necessário destacar o excelente trabalho do engenheiro de áudio Eddie Kramer que conseguiu a façanha de imprimir ao álbum uma massa sonora coesa que não deixa perceber a quantidade de locais em que ele foi gravado. Eddie, além do Led, trabalhou com artistas como: Emerson Lake & Palmer, Yes, Triumph, Kiss, Jimi Hendrix, The Beatles, The Rolling Stones, David Bowie entre muitos outros.

by Manfred von Richthfen “The Red Baron.”
O disco com suas nove faixas foi lançado oficialmente em 22 de outubro de 1969 e chegou ao primeiro lugar nos USA e na Inglaterra. Premiadíssimo, figura entre os álbuns mais vendidos da história. Só nos Estados Unidos foram 12 milhões de cópias. A arte da capa foi feita com base em uma foto da Divisão Jagdgeschwader 1 da Força Aérea Alemã. Foram colocado além dos rostos do quatro músicos as imagens do empresário da banda, Peter Grant e Richard Cole. a atriz Glynis Johns, Mary Woronov e o astronauta Neil Armstrong.

As Músicas


Sem sombra de dúvida o carro chefe é a aclamada Whole Lotta Love, com seu riff arrebatador que foi copiado de uma música de Willie Dixon, além de outros petardos como Heartbreaker, The Lemon Song, Moby Dick e Bring It On Home, todas derivadas do Blues e que servem de escola para as futuras bandas de Heavy e Hard que surgiriam. Até hoje, ainda é considerado como um dos álbuns mais influentes do rock.

Minhas impressões


Eu adquiri e ouvi este disco, pela primeira vez, em 1974. O impacto num menino de 12 anos foi definitivo para moldar o tipo de música que iria me influenciar para sempre. Lógico que hoje, 45 anos após a primeira audição, muita coisa mudou, mas mudou para melhor. Atualmente, entendendo um pouco mais de rock e de música é que consigo compreender a importância deste trabalho. Trata-se de um divisor de águas numa época em que talento e qualidade brotavam de todos os cantos. Destacar-se num cenário como este era uma tarefa árdua. A genialidade de Page, o talento musical de Jones, a interpretação magistral de Plant e a performance precisa e arrasadora de Bonhan saltam a cada faixa.

Confesso que é difícil para mim eleger uma música desta obra prima. Cada música tem sua magia, seu poder. What Is And What Should Never Be é envolvente com seus claros e escuros, luzes e sombras se sobrepondo, The Lemon Song com Jonesy dando uma aula de contra-baixo, até mesmo a balada melodramática Thank You de Plant para Maureen com seus vilões, texturas e um vocal perfeito. O lado B abre com Heartbraker e seu riff que influenciou muita banda por este mundão, a música emenda com outro bólido chamado Living Loving Mad. Na sequencia, Ramble On, um folk de arrepiar que se intercala com momentos de pura energia. A banda ainda ousa mais uma vez apresentando a peça instrumental Moby Dick onde Bonhan mostra o mega músico que era. Para fechar, a embriagante Bring It on Home, outra construída encima do talento de Dixon. Blues é tudo de bom.

Não sou daqueles saudosistas fanáticos que pensam que o rock acabou nos anos 80. Existem muitas bandas excelentes atualmente, mas só houve um Led Zeppelin e definitivamente não haverá outro.

Ouça e se deleite...


quinta-feira, 21 de março de 2013

Modos e Estilos #03 - Led Zeppelin

Na década de 70 eu morava no Leme (Rio de Janeiro) no apartamento da Gal. Ribeiro da Costa. Nesta época tinhamos uma turma muito louca, uma espécie de Clube de Amigos que tinha nome, estatuto, carteirinha, etc. A organização se chamava ATIVA (Associação Técnica de Investigações da América) "risos".


Tinhamos por objetivo colecionar coisas, jogar WAR e ouvir música, muita música. A paixão pela música era algo comum a todos, colecionáva-mos discos que eram catalogados, etiquetados e muito bem conservados. As etiquetas seguiam um padrão de cores que identificavam o dono do discos, pois as bolachas iam de mão em mão. Um dos nossos redutos era o apartamento do Mauro, foi lá que ouvi e me apaixonei por um dos discos mais importantes da minha formação musical: o Led Zeppelin IV.

Foi amor a primeira vista. Ao ouvir o riff de Black Dog simplesmente pirei. É legal ouvir algo que me impactou tanto, quase 40 anos depois e descobrir que o efeito ainda é o mesmo. Mas vamos ao álbum! O disco foi lançado pela Atlantic Records e 8 de novembro de 1971. Trata-se do quarto álbum de estúdio do quarteto britânico. Na verdade o disco não tem nenhum título apenas os símbolos que cada um dos membros escolheu para si. Foi gravado em vários estúdios. Deste trabalho originaram-se dois singles (Compactos): Black Dog/Misty Mountain Hop, lançado em 2 de dezembro de 1971 e Rock and Roll/Four Sticks lançado em 21 de fevereiro de 1972. Apesar de não ser lançada como single, a música Stairway to Heaven acabou tornando-se o maior hit da banda e um dos ícones do rock de todos os tempos. O disco chegou ao segundo lugar da Billboard e já vendeu cerca de quarenta milhões de cópias no mundo todo. Vamos as músicas.


Black Dog

A linha base da canção é de Jonh Paul Jones, o riff envolvente, as paradas para o vocal, a batida marcante e precisa de Bonham e o solo de guitarra no final complementam esta obra prima. Se não ouviu, ouça, pois foi feita para ouvir.
Curiosidade: o nome é uma referência a um cão que frequentava o estúdio e não tem nenhuma ligação com a letra que fala de paixão e dor.

Rock and Roll

Outro clássico, a introdução de bateria já da mostras do que virá. É blues acelerado sem frescuras. Base para muita banda. Mais uma vez a guitarra de Page diz porque ele ainda é considerado um dos maiores guitarristas da história. A música nasceu no estúdio enquanto a banda tentava gravar uma outra canção. Pura inspiração.

The Battle of Evermore

Uma referência a saga de Senhor dos Anéis é a única do albúm que conta com a participação do vocal feminino de Sandy Danny (cantora inglesa). A canção possui uma atmosfera mágica onde predomina o som do bandolim. É mais uma amostra da genialidade e da versatilidade da banda.

Stairway to Heaven

Falar o que? Não há muito o que falar sobre esta música. Só mesmo ouvindo para entender porque éla é considerada uma das melhores canções de todos os tempos. Poderia ficar linha e linhas escrevendo sobre suas mudanças ritmicas, sobre as flautas de John P Jones, sobre a Telecaster de Page no Solo, sobre as mudanças de andamento nos compassos 3/4, 5/4 e 7/8, etc, etc, etc. Trata-se de um raro momento de inspiração. Não é minha preferida mas é linda.

Misty Mountain Hop

Mais um clássico nas mãos de Jonh P Jones. Os teclados mandam na música e o riff quebrado seria copiado por muitas bandas, é uma das bases do hard rock. A guitarra de Page fica quase em segundo plano. Bem contagiante.

Four Sticks

O título é a própria música pois Jonh Bonham tocou com quatro baquetas. Mais uma mistura de hard e folk. Conta a lenda que a banda trabalhou muito nesta canção para achar a sonoridade certa. Jimi Page gravou vários solos. Um deles acabou se transformando na base de Rock anr Roll. O uso de sintetizadores aponta para a direção que a banda iria tomar no futuro.

Going to California

Mais um tema acústico onde o violão e o bandolim tem a preferência. Trata-se de um folk que cria uma atmosfera de paz e tranquilidade. Lembro-me de ouvir esta faixa repetidas vezes. O vocal de Plant está perfeito.

When the Levee Breaks

Na minha opinião pessoal é a melhor música do álbum. A batida cativa já no primeiro instante. A bateria foi gravada em uma sala ampla para dar mais reverberação. Um clássico do hard rock. A música foi originalmente gravada e lançada em 1929 pelo casal Kansas Joe McCoy e Memphis Minnie em referência à uma grande enchente ocorrida no estado americano do Mississippi em 1927. O Led regravou a letra com um novo arranjo. A várias guitarras em overdub e a harmônica dá o clima mágico. Muito boa, mesmo!

Conclusão

O quarto álbum foi definitivo para a banda e para mim, comprei os anteriores e posteriores e acompanhei a banda até seu fim em 1980 devido a morte do baterista Jonh Bonham. Para ter uma idéia de quanto foi importante para mim basta contar que cpmprei este disco três vezes: A primeira edição nacional com capa simples, a segunda com capa dupla e encarte e a importada. É uma pena que na minha fase mais tenebrosa tenha me desfeito destas preciosidades.