terça-feira, 7 de maio de 2019

O Triunfo do Fracasso

Infelizmente, o triunfo do fracasso se dá pelos ensinos equivocados e sem fundamentação nas Escrituras que tem arrastado muitos cristãos para o lamaçal da desistência e abandono da fé!
Imagem de Peter H por Pixabay
Uma das razões, que eu tenho observado, de tantas pessoas abandonarem a fé cristã, no meio da caminhada, aqui no Brasil, é a combinação de dois pensamentos que causam muito mais mal do que bem: O Triunfalismo e a famigerada Teologia da Prosperidade. Estas duas linhas de pensamento, embora possuam respaldo bíblico em alguns de seus pontos tem sofrido enormes distorções doutrinárias provocadas, na maioria das vezes, por ideias humanistas e pelo intenso relativismo que vem inundando as mentes dos irmãos em Cristo. Neste pequeno texto, quero analisar, junto com você, alguns tópicos destas narrativas para compreender a falência eclesiástica que estamos assistindo, bem como reforçar nossas defesas contra estas heresias.

Triunfalismo


Antes de mais nada, é preciso entender o conceito de Triunfo da Igreja. A Igreja de Jesus, já nasceu vitoriosa, já nasceu vencedora e o seu triunfo final é inegável e incontestável. Mas entre seu nascimento e triunfo existe uma longa jornada de dor, sofrimento, perseguição e martírio. A pergunta é: se a igreja é sofredora, porque o crente não seria? É neste ponto que encontramos diversos desvios doutrinários. Existe um ensino triunfalista e sem nenhum respaldo nas escrituras que prega que a vida do crente deve ser vitoriosa. Jorgões comuns como: de vitória em vitória, você vai passar por cima, determine sua benção, você vai conquistar, e tantos outros que compõe um verdadeiro glossário de charlatanismo gospel, tem levado multidões a crer que basta estar na igreja e tudo na sua vida dará certo.

Pastores e supostos ensinadores, tem levado muitos ao engano, quer por má intensão ou por terem sido ensinados de forma equivocada. Preparam os fiéis para vencer, para receber, mas nunca para perder. Mas as Sagradas Escrituras nos ensinam exatamente o contrário. Não são poucas as passagens em que Jesus nos alerta sobre dor, sofrimento, aflições, perseguições, perdas e toda sorte de injustiças que recaem sobre aqueles que optam por segui-lo. Aprendemos a olhar apenas para o momento imediato e desaprendemos a vislumbrar o porvir. Com isso esquecemos e já não sabemos mensurar a diferença entre esta vida, curta e finita com a vindoura que é eterna.

Ficamos indignados com as agruras que nos atingem e não atentamos para o martírio de Cristo. Apagamos da memória a realidade de um Deus que despiu-se de sua glória e vestiu-se da carne fraca, que chorou, sofreu, angustiou-se, sentiu fome, sede, frio, que foi abandonado, traído, injustiçado, incompreendido, cuspido, esmurrado, espancado e morto de forma cruel e insana, em nosso lugar, para que nos tornássemos justificados diante de Deus. Nos tornamos arrogantes e pensamos que somos dignos do quer que seja a ponto de exigir de Deus providências em nossas vidas medíocres. Já não lembramos que: sofrer por Cristo é um privilégio e não uma tortura. Por conta disso abandonamos a caminhada por qualquer razão.

Basta um fracasso na vida conjugal, um insucesso financeiro, uma decepção qualquer e pronto: começam as lamúrias sem fim. Deus não me ama, Deus me abandonou, Deus não me ouve e blá blá blá. Crianças mimadas e insuportáveis causando vergonha nos pais com seus escândalos por conta de uma bugiganga qualquer. Pensamos que Deus deve ser como nós e não o contrário. E por conta deste pensamento ridículo e por sermos país impotentes e sem autoridade, exigimos que Ele ceda, assim como nós cedemos, por qualquer birra. Entenda: Deus não é seu empregado. é você que deve servi-lo e não o contrário.

Estas são apenas algumas mazelas do triunfalismo. Mas vamos a tal da prosperidade.

Teologia da Prosperidade


Você tem alguma dúvida de que a maioria esmagadora dos crentes não passa de um bando de  materialistas fúteis? Eu não! Quer um exemplo? Sempre que pensamos em céu e reino, a quase totalidade de nós lembra primeiro das ruas de ouro e das mansões celestiais. O último pensamento que nos chega a mente, quando chega, é sobre a Presença de Deus. A Teologia da Prosperidade vai fundo nessa nossa característica e explora ao máximo nosso desejo de ter, possuir, poder e conquistar, incutindo nas mentes frágeis a ideia, anti bíblica, de que o crente que é fiel também é próspero. Exagero meu? Então me diga sinceramente: Na sua igreja, quando alguém vai contar um testemunho, a maioria é sobre, cura, emprego, casamento, causa na justiça, dinheiro, casa nova, etc, ou sobre quantas almas conseguiu trazer para perto de Deus?

É lógico que Deus tem poder para prosperar, materialmente, quem quer que seja, mas biblicamente, esta não é a Sua prioridade. A Bíblia nos adverte de forma clara que: não podemos servir a Deus e a Mamon (dinheiro) ao mesmo tempo. A maior prova de que isto é verdadeiro é que a maioria das pessoas que possuem muitas riquezas não tem nenhum compromisso com Deus!

Um dos textos básicos da Teologia da Prosperidade é o que se encontra em Isaías 1.19: "Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra". Temos que entender duas coisas fundamentais neste texto: primeiro, ele é direcionado ao povo de Israel e faz parte do compêndio doutrinário da antiga aliança que foi cumprida em Cristo e que inaugura uma nova aliança que nos livra dos preceitos da Lei. Em segundo lugar, mesmo que se aplique a nós é preciso definir uma coisa: O que é o Melhor Desta Terra? Sabemos que com a entrada do pecado na humanidade, a terra foi amaldiçoada, produzindo espinhos e abrolhos e aguarda a sua redenção (o que ainda não ocorreu). Logo, se ligarmos este texto a bens materiais então sabemos que não há nada de bom neste mundo. Mas se olharmos pelo aspecto espiritual, então o Melhor desta terra é a Presença de Deus em nossas vidas nos alimentando com o Pão Vivo que desceu do céu. "Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14:17).

Conclusão


Precisamos, com urgência, rever nossos conceitos e valores cristãos para não tropeçarmos durante a caminhada. Não é errado ter dinheiro, conquistas materiais, etc. Mas colocar estas coisas acima de Deus a ponto de abandoná-lo por elas é pecado de idolatria. Jesus nos deu inúmeros exemplos de que devemos viver de forma simples, sincera e honesta. Trabalhando para nosso sustento e acima de tudo orando e vigiando e anunciando a Salvação. Dígitos em contas bancárias não compram nossa passagem para o Reino de Deus. Relacionamentos de Contos de Fadas não são pré-requisitos para uma vida de comunhão com nosso Criador. Precisamos voltar a essência do Evangelho e viver uma vida dedicada ao nosso Pai que está nos céus, confiantes, pela fé, de que um dia estaremos para sempre com Deus, com Jesus e com o seu Santo Espírito.

Pense nisso...

quinta-feira, 11 de abril de 2019

No Brasil a Liberdade tem lado e Cor

Tenho notado que: Aqui no Brasil a liberdade tem lado e Cor e não é do meu e nem do seu.
Nesta quinta feira, acordamos com a notícia de que o humorista, comediante e apresentador de TV, Danilo Gentilli foi condenado, em primeira instância, a cumprir seis meses  e vinte e oito dias de prisão, em regime semi-aberto, acusado de injúria contra a deputada Maria do Rosário (PT). Aquela que chamou o, então deputado, Jair Bolsonaro, de estuprador, quando o mesmo dava uma entrevista onde defendia penas mais duras contra estupradores. Mas primeiro vamos refrescar sua memória para entender melhor o caso do Gentilli.

A confusão começou quando o comediante publicou em seu Twitter uma nota sobre a referida deputada referindo-se a mesma com termos de baixo calão e após algum tempo recebeu uma moção de censura da referida deputada. Em tom irônico e de mal gosto, diga-se de passagem, fez um vídeo onde rasgou a tal moção, esfregou em suas partes íntimas e colocou de volta no envelope prometendo enviar de volta para Brasília.

Indignada, a deputada entrou com recursos e conseguiu que o mesmo fosse condenado. Deste caso tiramos algumas verdades e aprendemos um pouco sobre como funciona a cabeça de grande parte dos políticos.

Os Revoltados


O apresentador do The Noite, pelo SBT, é conhecido por sua irreverência e deboche em relação a classe política e costuma satirizar, musitas vezes de forma ofensiva e com uma boa dose de humor negro e sarcasmo, todos os políticos, sem distinção de ideologia, cor partidária e localização geográfica. Mas o mais interessante é que, apenas PT e PSOL se valem do poder estatal para censurá-lo. Esta prática dos dois partidos, que parecem gêmeos briguentos, soa muito estranha, uma vez que suas pautas sempre foram a da defesa da liberdade de expressão, pelo menos no discurso.

A Hipocrisia


Outro fato a se considerar: a mesma deputada, defensora da ideia de que cadeia não resolve, ao defender marginais, assassinos e estupradores, quer calar a voz de um brasileiro que trabalha, gera empregos e tem o péssimo costume de não se dobrar diante dos desvairos da classe política. Balança de pesos diferentes parece ser recorrente em ideologias mais autoritárias. Onde defecar em público sobre a foto de um político é tido como manifestação legítima e achincalhar  outros políticos em seu perfil na internet é visto como ofensa. A lista de incongruências é interminável.

Com que Dinheiro?


Esta é uma pergunta que todos deveriam fazer antes de emitir uma opinião contra ou a favor de um ou de outro. Enquanto o humorista, faz suas performances, mesmo as de mau gosto, com seus próprios recursos, fruto do seu trabalho. A "nobre" deputada utiliza a máquina estatal, mantida com dinheiro dos impostos espoliados do acusado, bem como gasta seu tempo que também é pago pelo acusado e por todos os demais brasileiros, para cercear a liberdade de expressão, garantida pela constituição, quando deveria estar buscando soluções para a segurança dos brasileiros que a sustentam. Esta é a grande ironia do Estado. Ver o fruto do seu trabalho sendo utilizado para coisas que você abomina.

Os Limites do Humor


Quais são os limites do humor? Até que ponto temos o direito de manifestar a nossa opinião sobre determinadas pessoas, principalmente se esta pessoa for alguém que é paga com dinheiro roubado dos cidadãos? Eu entendo que deve haver reciprocidade. No mundo verdadeiramente livre o único impedimento para o exercício da liberdade é a liberdade dos demais. Ao ofender a parlamentar, em nenhum momento foi vedado o direito da mesma de utilizar as redes sociais para responder as tais injúrias. Ao fazer um vídeo e postar nas plataformas digitais, o réu não impediu que a petista fizesse o mesmo. Mas no momento em que  a ofendida se vale do poder do estado para calar uma voz, ai sim vemos um problema, pois ela continuará tendo voz ativa.

Conclusão


Não estou defendendo, em hipótese alguma, os comentários ofensivos do apresentador. Mas considero extremamente perigosas estas práticas no sentido de cercear a liberdade de expressão. Pois embora muitas vezes as queixas pareçam justas, podem abrir precedentes para impedir a livre manifestação de opinião. Nunca permita que o Estado se agigante pois ele certamente irá lhe sufocar, usando a força para eliminar os contrários. Pessoas como esta mulher, são insanas, perigosas, espalham ódio. Basta ver seu comportamento, quando é questionada. 

Antes que você diga: se fosse com você, não estaria do lado dele! Primeiro: Não estou do lado de ninguém. Apenas defendo o direito que as pessoas tem de expressar suas opiniões. Segundo: Já passei por isso. Fui duramente ofendido, em uma rede social, por uma pessoa por quem sempre nutri grande apreço, mas que já partiu deste mundo. Fiquei bastante triste com as inverdades que ele falou a meu respeito. Sabe o que eu fiz. Nada! Não exclui o contato, não denunciei, não rebati, mesmo podendo ter feito isso. Não abri um processo! Deixei pra lá. Sabe o que aconteceu? O assunto morreu. Minha vida não foi afetada. E continuo tranquilo.

Pessoas que se deixam levar por coisas tão insignificantes, geralmente são pessoas que não se aceitam. São pessoas infelizes que só conseguem minimizar suas próprias dores ao imputar uma vitória sobre outras. Sã miseráveis, pobres, cegos e nus.

Pense nisso!

domingo, 7 de abril de 2019

Modos & Estilos #024 - Led Zeppelin II - Um Clássico Cinquentenário

Há 50 anos atrás, depois do sucesso do álbum de estréia, o Led Zeppelin lançaria seu segundo álbum que é sem dúvida um dos melhores discos da história do rock, o Led Zeppelin II
 by David Juniper
O Led Zeppelin é uma  banda primorosa em todos os aspectos. Cada álbum é único, especial e surpreendente. Sua trajetória é inigualável, sempre andaram contra a maré e se dependesse da crítica "especializada" teriam desistido de fazer música. Mas este quarteto inglês capitaneado pelo mago musical Jimmy Page sempre seguiu em frente e andou a frente de seus contemporâneos. Depois de um disco de estréia simplesmente arrasador, lançado em 12 de janeiro de 1969, a Atlantic Records entendeu que a banda não deveria perder tempo e em abril do mesmo ano iniciaram-se as gravações do próximo álbum. Estas sessões se estenderiam até agosto de 1969 em foram feitas em diversos estúdios em diferentes locais dos Estados Unidos e Inglaterra durante as turnês da trupe britânica.

Apesar de toda a produção ter sido capitaneada por Jimmy Page, é necessário destacar o excelente trabalho do engenheiro de áudio Eddie Kramer que conseguiu a façanha de imprimir ao álbum uma massa sonora coesa que não deixa perceber a quantidade de locais em que ele foi gravado. Eddie, além do Led, trabalhou com artistas como: Emerson Lake & Palmer, Yes, Triumph, Kiss, Jimi Hendrix, The Beatles, The Rolling Stones, David Bowie entre muitos outros.

by Manfred von Richthfen “The Red Baron.”
O disco com suas nove faixas foi lançado oficialmente em 22 de outubro de 1969 e chegou ao primeiro lugar nos USA e na Inglaterra. Premiadíssimo, figura entre os álbuns mais vendidos da história. Só nos Estados Unidos foram 12 milhões de cópias. A arte da capa foi feita com base em uma foto da Divisão Jagdgeschwader 1 da Força Aérea Alemã. Foram colocado além dos rostos do quatro músicos as imagens do empresário da banda, Peter Grant e Richard Cole. a atriz Glynis Johns, Mary Woronov e o astronauta Neil Armstrong.

As Músicas


Sem sombra de dúvida o carro chefe é a aclamada Whole Lotta Love, com seu riff arrebatador que foi copiado de uma música de Willie Dixon, além de outros petardos como Heartbreaker, The Lemon Song, Moby Dick e Bring It On Home, todas derivadas do Blues e que servem de escola para as futuras bandas de Heavy e Hard que surgiriam. Até hoje, ainda é considerado como um dos álbuns mais influentes do rock.

Minhas impressões


Eu adquiri e ouvi este disco, pela primeira vez, em 1974. O impacto num menino de 12 anos foi definitivo para moldar o tipo de música que iria me influenciar para sempre. Lógico que hoje, 45 anos após a primeira audição, muita coisa mudou, mas mudou para melhor. Atualmente, entendendo um pouco mais de rock e de música é que consigo compreender a importância deste trabalho. Trata-se de um divisor de águas numa época em que talento e qualidade brotavam de todos os cantos. Destacar-se num cenário como este era uma tarefa árdua. A genialidade de Page, o talento musical de Jones, a interpretação magistral de Plant e a performance precisa e arrasadora de Bonhan saltam a cada faixa.

Confesso que é difícil para mim eleger uma música desta obra prima. Cada música tem sua magia, seu poder. What Is And What Should Never Be é envolvente com seus claros e escuros, luzes e sombras se sobrepondo, The Lemon Song com Jonesy dando uma aula de contra-baixo, até mesmo a balada melodramática Thank You de Plant para Maureen com seus vilões, texturas e um vocal perfeito. O lado B abre com Heartbraker e seu riff que influenciou muita banda por este mundão, a música emenda com outro bólido chamado Living Loving Mad. Na sequencia, Ramble On, um folk de arrepiar que se intercala com momentos de pura energia. A banda ainda ousa mais uma vez apresentando a peça instrumental Moby Dick onde Bonhan mostra o mega músico que era. Para fechar, a embriagante Bring It on Home, outra construída encima do talento de Dixon. Blues é tudo de bom.

Não sou daqueles saudosistas fanáticos que pensam que o rock acabou nos anos 80. Existem muitas bandas excelentes atualmente, mas só houve um Led Zeppelin e definitivamente não haverá outro.

Ouça e se deleite...


quinta-feira, 4 de abril de 2019

Vamos deixar 1964 em 1964

A Bíblia Sagrada afirma na primeira carta de Paulo aos Corintios, no capítulo 13 versículo 6 que: O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Então vamos deixar 1964 em 1964.
Uma coisa que precisa ficar patente na mente dos brasileiros é que: independente das motivações, da ameaça comunista, do terrorismo praticado pelos movimentos revolucionários, do nacionalismo e do desejo de construir uma nação forte e relevante, o governo militar que regeu o Brasil de 1964 até 1985, foi sim um governo ditatorial, houve sim um golpe para a tomada de poder e muitos antagonistas do governo realmente foram perseguidos, torturados e mortos. Quero te convidar, neste artigo, a fazer uma análise baseada em uma visão pessoal do que, supostamente, ocorreu para que você entenda que não foi um período paradisíaco como muitos tentam mostrar e tão pouco aconteceu um inferno na terra como outros tantos querem que acreditemos. Vamos lá?

O Golpe


Na verdade, aconteceram três golpes. O 1º era o que estava sendo arquitetado por Goulart, então presidente, que ocupou a vacância deixada por Jânio Quadros quando de sua renúncia. João Goulart, mostrava claramente que conduziria o país para um regime totalitário de viés comunista e caminhava a passos largos para isso com apoio de Leonel Brizola e de governos comunistas. Isto gerou descontentamento na população, parte dos políticos, entidades e da imprensa da época.

Quando não havia mais o que fazer, veio o segundo golpe, ou contra-golpe, que foi efetuado pelos militares com apoio da mídia, população e do congresso. Formou-se um junta militar para preparar uma transição e convocar eleições para a presidência.

Foi aí que veio o terceiro golpe, os militares, através de atos institucionais acabaram não efetuando a transição, sabotando o plano inicial e permaneceram no poder por 21 anos.

Então, independente das razões e justificativas, houve sim um golpe.

Ditadura


Apesar do apoio popular que durou até o presidente Geisel, dos avanços na infraestrutura e do crescimento econômico não se pode negar que um governo mantido utilizando estratégias que impediam o surgimento de uma oposição relevante não pode ser classificado de democrático. Neste contexto houve sim uma ditadura militar no Brasil. Apesar da aparente sensação de segurança, progresso e liberdade que pairava no ar, ainda assim era uma ditadura. Comparada a outras ditaduras bem conhecidas da história, pareceu ser extremamente branda mas ainda assim uma ditadura.

Tortura


Apesar da violência dos grupos terroristas que atuavam na época e de sabermos que força se combate com força superior, tortura é algo inadmissível. Nos 21 anos do regime estima-se que mais de 400 pessoas foram presas e muitas foram torturadas e mortas. Sei que este número não chega nem perto das atrocidades praticadas pelos regimes comunistas ao redor do planeta mas independente da quantidade é um fato que aconteceu de verdade.

Conclusão


Entendo que vivemos um período de caos em nosso país. Durante muitos anos a nação foi sugada por governos inescrupulosos e mais ainda quando os políticos de esquerda assumiram o controle. Não há como negar que existe doutrinação nas escolas e um processo de emburrecimento da população que vem sendo tratada como gado e massa de manobra. Compreendo que as pessoas de bem deste país anseiam por mudanças que levem o Brasil ao crescimento econômico, geração de empregos e que todos possam desfrutar de uma existência digna.

Mas eu quero fazer uma pergunta, principalmente àqueles que clamam por uma intervenção militar. Você realmente quer um governo que tome as rédeas com mão de ferro, você realmente deseja que o suposto inimigo seja tratado de forma truculenta. Você quer realmente isso? Eu não.

A Bíblia diz que as coisas passadas devem permanecer no passado e que devemos seguir em frente. Devemos aprender com os erros para não cometê-los novamente. Como Paulo diz: Já está na hora de sair da mamadeira e comer uma feijoada. Deixe 1964 em 1964. Estamos no século 21. O que está por vir não será nada fácil e não será parado com fuzis.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Vivemos Num Mundo Doente

Quando o Renato Russo escreveu a célebre frase "Vivemos Num Mundo Doente", será que ele tinha a noção de quão grave era esta doença?
Recentemente, aqui na cidade aonde eu resido, aconteceu um fato inusitado: Um cidadão, aposentado, foi flagrado pela terceira vez, por câmeras de segurança, furtando produtos em um estabelecimento comercial. Ao ser flagrado pela proprietária do referido comércio, a mesma, no lugar de comunicar a polícia a ocorrência, deu uma bronca no meliante. No entanto, devido ao nervosismo e indignação acabou desferindo um tapa no indivíduo. A cena toda foi filmada e postada nas redes sociais o que gerou muita polêmica. Muitos defendendo a empresária e muitos defendendo o delinquente. Nesta postagem, pretendo analisar, junto com você, alguns pontos deste acontecimento para tiramos algumas conclusões.

Os Fatos


O que é certo é o seguinte: O furto aconteceu, não foi a primeira vez, o transgressor possuía dinheiro para pagar, a proprietária do estabelecimento se exaltou e realmente deu um tapa no indivíduo, ele já tem uma certa idade e ele é aposentado.

O Furto


Independente de qualquer opinião, aconteceu um furto real, as imagens das câmeras de vigilância e de quem postou a confusão não deixam nenhuma dúvida de que houve um crime que está previsto no código penal e que deveria ser punido de acordo com a legislação pertinente.

O Tapa


A proprietária do estabelecimento realmente deu um tapa no autor do furto, durante a discussão. Um único golpe num momento, ao que tudo indica, de descontrole emocional, o que não minimiza a ação. A filmagem anônima que foi parar nas redes sociais também não da margem para ignorar o acontecido.

A Polêmica


Não sei dizer quem iniciou a polêmica mas a realidade é que, muita gente se mostrou inconformada com o tapa no cidadão. Com justificativas como: Éra um senhor de idade, passava fome, está desempregado e coisas do gênero. Apos isso uma tal de MC Mirella, que até então eu desconhecia e que coleciona sucessos como: Te Amo Piranha, Piru de Natal e Bunda Pros Favelas, resolveu comprar a briga e se prontificou a dar um ano de mercado ao delinquente e ainda iniciou uma campanha (vaquinha virtual) que até o momento deste post já arrecadou 65 mil reais. E ainda teve alguém que sugeriu um boicote de trinta dias contra o estabelecimento, mas parece que não deu certo pois neste último final de semana o mercado estava completamente lotado.

Em seguida foi a vez dos "especialistas": Teve até gente que afirmou que roubar para comer não é crime. Fui pesquisar o assunto e descobri que existe o chamado Furto Famélico que se configura quando o furto "é praticado por quem, em estado de extrema penúria, é impelido pela fome, pela inadiável necessidade de se alimentar”, onde o crime passa a ter um tratamento especial. Mas segundo soube com pessoas da área o caso deste indivíduo não se enquadra, pois o mesmo recebe aposentadoria e possuía dinheiro, em seu poder, no ato do crime. Portanto esta hipótese pode ser descartada.

Com relação a agressão sofrida, concordo e reafirmo que foi desnecessária. Mas de acordo com as imagens foi um ato impensado num momento de estresse profundo, pois não houve continuidade. Sei como é difícil trabalhar mais de 14 horas por dia, pagar contas, salários, impostos sem fim e ainda ser roubado. Mas de tudo o que aconteceu pude tirar algumas lições que descrevo a seguir.

Conclusão


Nossa sociedade vem sofrendo uma progressiva inversão de valores que projetam o agressor como uma vítima e o agredido como o culpado pela situação. Esta distorção moral, na minha concepção, é fruto da relativização de conceitos de certo e errado. Máximas como: "siga seu coração" ou "se te faz feliz, então faça" tem concebido indivíduos que desconhecem limites e não se identificam como parte de algo maior. Trabalho, moral e honestidade se tornaram obsoletos e as narrativas adulteram fatos para satisfazer ideologias. 

Estamos assistindo a derrocada da civilização ocidental que abandonou os pilares que a levaram ao seu apogeu. Uma sociedade burra, que não consegue articular uma frase com o mínimo de sentido. Um povo que não é capaz de resolver seus problemas e está sempre a procura de algum benefício obtido as custas da espoliação dos que produzem as riquezas. 

Um mundo doente e moribundo, aguardando a morte na UTI da história. Com suas feridas abertas, exalam o cheiro ruim das entranhas do inferno que corroem seus cérebros desprotegidos pela falta de contato com o Criador. Um mundo sem Deus que parece apontar para um triste e doloroso final. Ai daqueles que ficarem para o último ato.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Porquê o Brasil é um Pais Atrasado - Parte Um

Parece que estamos, ainda, muito longe de cumprir os requisitos básicos para ser primeiro mundo!
Estava observando alguns anúncios, com a minha esposa, em um grupo de vendas do Facebook. É um grupo destinado a produtos infantis como: roupas, acessórios, brinquedos, móveis, etc, direcionados para crianças. Percebemos muitos anúncios de terrenos, carros, motos e outras bugigangas que não tem nenhuma relação com o tópico do grupo. Comentei com ela que eu administro um grupo destinado a músicos e produtores musicais e tenho o mesmo problema. Coloquei avisos, instruções detalhadas, pedidos, mas mesmo assim me deparo com anúncios de carros, motos, terrenos, comida, celulares e toda sorte de itens sem nenhuma ligação com a temática do grupo. A coisa vai tão longe que precisei radicalizar. Colocando moderação nas postagens e excluindo os insistentes. Tenho notado isto em vários grupos pelas redes sociais. Uma boa parte das pessoas simplesmente não respeitam as regras destes grupos. Isto me leva a crer que o brasileiro (parte da população) não sabe viver com liberdade.

Temos um problema muito sério! Não sei afirmar ao certo, qual ou quais as causas disso, mas arrisco uns palpites e gostaria de compartilhar e conhecer outras opiniões sobre o tema. Afinal, uma boa convivência exige o respeito mútuo e a observância de certos princípios para que as coisas fluam de forma positiva e produtiva. Vou destacar alguns pontos que considero relevantes para compreender este comportamento intransigente da parte de alguns indivíduos. 

Educação


Não estou me referindo ao ensino escolar mas a boa educação familiar, aquela que é, ou deveria ser, ensinada pelos pais aos seus filhos. Tenho 56 anos e fui criado com princípios e valores bem definidos. Respeitar as demais pessoas, respeitar a propriedade alheia, seguir as regras de cada lugar ou grupo específico, compreender que existem limites e o mais importante: que as liberdades que temos devem ser seguidas de responsabilidade proporcional, ao se valer destas liberdades, de modo a não interferir na liberdade dos demais. Esta cultura, totalmente equivocada, que afirma: "Se te faz feliz, então faça", tem formado uma geração que não conhece limites e pensa que o mundo existe por sua causa e não o contrário. São como crianças, classificadas pela minha amiga e blogueira, Márcia Pinho, como: homeninos.  São seres que deveriam se comportar como adultos mas que se comportam como infantes mimados que não admitem um não, como resposta. Talvez a culpa sequer seja deles, mas de pais que não tem nenhuma autoridade sobre os filhos. Existem valores que não são negociáveis, como se fossem meros Gadgets descartáveis.

Correção


Uma certa vez estava retornando com a minha mãe da casa da minha avó. Devia ter uns cinco anos. Descemos do ônibus e fomos até o carrinho de pipoca. Minha mãe comprou uma pipoca e eu peguei um dropes sem ela e nem o pipoqueiro perceberem a manobra. Quando chegamos em casa eu mostrei o dropes e questionado por ela expliquei o que havia ocorrido. Ele não me bateu! Simplesmente voltou comigo até o pipoqueiro (não era muito perto), me fez devolver o dropes e pedir desculpas. Explicou que aquilo era errado. Resultado? Nunca mais eu peguei nada de ninguém sem pagar ou sem o devido consentimento.

Um dos grandes problemas que assola esta geração é a sensação e a certeza da impunidade pelos seus atos. Correção e disciplina são fundamentais para moldar o caráter de um ser humano. Uma sociedade que não pune os maus, alimenta o desejo da transgressão, pois o crime passa a ser relativizado e o transgressor olha as vantagens que acabam se mostrando maiores que as desvantagens.

Falta de empatia


Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e sentir o que esta está sentindo. Entendo que esta incapacidade de perceber o que os sentimento e impressões alheias é um forte motivador para que as pessoas não se importem com o todo e sejam levadas a considerar apenas os seus próprios interesses. O caso dos anúncios, em grupos de vendas, que eu mencionei no início da postagem, ilustra muito bem este ponto. A pessoa que age desta maneira, não está preocupada com o bom andamento do grupo. Tudo que esta categoria de indivíduo adota como prioridade, é satisfazer apenas suas próprias vontades. Sua desconexão com o entorno é tão profunda que não lhe possibilita perceber que o seu egoismo irá prejudicar ela própria ao ser vista pelos demais como alguém indesejável.

Conclusão


A pergunta que fica é: Como construir uma sociedade próspera e evoluída agindo desta maneira? Nosso país não precisa de mais leis e regulações. O que necessitamos, de fato, é uma profunda mudança de consciência, uma transformação cultural e comportamental. Somente mudando quem somos é que poderemos iniciar a subida da escada do progresso. Não há como ser sociedade sem ser comunidade. O Comunitarismo é peça essencial do desenvolvimento de uma nação. Se todos se importarem, de forma positiva, com os outros, todos serão beneficiados. Esta é uma das bases fundamentais do pensamento cristão. É lamentável que a maioria já tenha esquecido e os antagonistas só apontem os defeitos e não as qualidades da ética e moral cristã.

Pense nisso!

sábado, 12 de janeiro de 2019

Todo Fanatismo é Louco

Por vezes, a defesa do bem pode ser tão prejudicial quanto a defesa do mal!
Tenho observado nas redes sociais, um fenômeno que, a princípio, parecia ser de um único grupo, mas que se tem mostrado ser comum a todos os segmentos da sociedade. Trata-se do fanatismo político, fruto de uma polarização ideológica além do aceitável.

Nosso país viveu, nos últimos anos, graças a internet, um ressurgimento dos pensamentos mais conservadores e o renascimento da direita política, que apesar de nunca haver morrido encontrava-se isolada e sem representatividade em virtude do domínio da esquerda sobre os meios de comunicação. No bojo deste revival politico e intelectual veio, de carona, uma galera nada receosa em demonstrar seu fanatismo partidário que beira a religiosidade, quando se trata de defender seus valores e seus ídolos. Se à esquerda da espinha dorsal que sustenta o establishment nacional, temos os Lulo/Petistas com sua cegueira moral, incapacidade de realizar um mea culpa e absoluta convicção da inocência e honestidade inabalável do presidiário que já foi presidente, na outra extremidade temos os chamados Bolsominions com seu ódio de tudo que não se alinha com o capitão, a incapacidade de admitir que o novo governo pode errar e a crença de que o Jair Messias é um santo enviado dos céus para salvar a pátria amada.

Ao analisar estes dois grupos, percebemos que funcionam como uma espécie de espelho a refletir um negativo de si mesmo. São as mesmas nuances, os mesmos perfis e as mesmas características militando em lados diferentes. Em resumo: parece que a dupla tem mais coisas em comum do que diferenças. Vamos ver algumas destas coincidências.

Donos da Verdade


Ambos os ajuntamentos se julgam donos da verdade. Com isso, qualquer divergência, por menor que seja, é automaticamente tratada como burrice, ignorância, demência e outros adjetivos não tão amigáveis. Tanto os Bolsominions quanto os Esquerdopatas, acreditam possuir o conhecimento absoluto de tudo e, portanto, todas as divergências estão erradas e não se discute. É obvio que isto é loucura, pois ideais humanos sempre apresentarão falhas assim como qualidades. Mesmo em ideologias com as quais não concordamos, existem pressupostos que contém valores positivos.

Como cristão, prefiro seguir as orientações bíblicas em 1ª Tessalonicences, capítulo 5, versículo 21 que diz: "mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom". Este ensinamento nos dá a entender que, em tudo existem pontos positivos e negativos e a sabedoria nos orienta a aproveitar aquilo que é produtivo e descartar as coisas destrutivas. Ou seja, a palavra chave é equilíbrio.

Cultivam o Ódio


Nas narrativas de ambas as turmas, é comum ler e ouvir discursos carregados de ódio contra os opositores. Expressões como: "Fascistas malditos, devem morrer" de um lado e "Vagabundos safados, queimem no inferno", estão entre as mais corriqueiras e nem tão agressivas quanto outras que me reservo o direito de não reproduzir aqui. A falta de amor e empatia para com os outros tem levado os mesmos a ter um olhar sobre o outro como se não fossem humanos e semelhantes.

Mais uma vez recorremos as Sagradas Escrituras para entender o que o Apóstolo Paulo afirma em Efésios 6.12 quando escreve: "pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais." Temos que entender que estes comportamentos exagerados não provém apenas do caráter destas pessoas mas das influências que sofreram e sofrem. Entenda: Não existe ódio do bem!

Totalitários


No campo político, um e outro, igualmente defendem a utilização de uma máquina estatal grande, forte e poderosa, para impor suas convicções a ferro e fogo e garantir a subserviência dos contrários. Se pelo viés coletivista temos a mordaça do politicamente correto, na outra ponta da corda nos deparamos como o moralmente aceitável, cada um defendendo seu próprios interesses.  Como diriam os Sex Pistols: "Ninguém é inocente" nesta bagaça.

Conclusão


Este rápido passeio por estes poucos aspectos da questão, nos levam a entender que se tratam de indivíduos embriagados pela ilusão do mundo perfeito, a ponto de não discernir entre lutar por um ideal e impor este ideal. Todo tipo de imposição, independente de que lado venha será sempre um passo rápido para o caos. Quando criamos ídolos desta natureza estamos erigindo uma muralha entre nós e o Eterno e já não enxergamos o Criador mas apenas a criatura que ocupa um lugar que não lhe pertence.

É imprescindível que tenhamos a consciência de que todos os seres humanos são falhos e falíveis. A estabilidade emocional não é algo fácil de se conquistar mas é possível e desejável, para que possamos crescer em todos os aspectos de nossa vida. Construir um mundo melhor não pode ser baseado apenas nas suas conclusões no tocante ao tema. Uma sociedade regida pelo homem, nunca será perfeita mas pode perfeitamente ser melhor a cada dia. Isto nos faz lembrar que: somente haverá mudança, de fato, se esta começar por nós mesmos. Devemos cultivar em nossas vidas a sensibilidade para não se deixar levar pelas paixões que obscurecem nossa visão. Para isso carecemos de agir sempre com sabedoria e discernimento.

Ser moderado, é uma virtude que nos capacita a não cometer exageros e, consequentemente, injustiças. Pense Nisso!

Grande abraço.