segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Batalha dos Estultos

Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Efésios 6:12

Observando o texto do irmão Paulo, escrito para os crentes que estavam em Éfeso e comparando com o que acontece hoje com as instituições religiosas, que se auto denominam cristãs, no que diz respeito a sua convivência com os contrários: fica um tanto evidente uma total incapacidade de compreender o texto paulino citado. Baseado nisto vamos tentar desenhar o que este enunciado afirma e que deve ser uma regra para nossa conduta, enquanto representantes do Reino que afirmamos ser tão maravilhoso sem no entanto convencer ninguém disso.


Vamos fazer uma rápida análise do texto apresentado:

Pois a nossa luta - Este é o primeiro ponto que devemos compreender. Temos uma luta a ser travada, ou seja, estamos permanentemente em estado de guerra. E quem está nessa condição não pode dormir, não pode perder o foco, deve estar sempre alerta, vigiando e orando para não ser engodado e capturado pelo inimigo que não está brincando.

Não é contra pessoas - Aqui Paulo não deixa nenhuma margem de dúvidas. Temos uma luta mas ela não é contra pessoas. É inútil ficar perdendo tempo em longas discussões que não levarão a nenhum lugar pois estão focadas no alvo errado. Isto não quer dizer que não podemos expressar aquilo que cremos. Pois Jesus nos comissionou para pregar a boa nova.

Mas contra os poderes e autoridades - Em outras traduções lemos principados e potestades. Principados (arche) dá a ideia de autoridade de onde emanam as idéias e Potestades (eksousia) refere-se aqueles que garantem a execução da ideia. É contra esta origem das ideias contrárias a vontade de Deus e contra estes gerenciadores da execução destes intentos que devemos concentrar o foco da nossa luta. Uma vez que, nosso objetivo bélico não esta direcionado para pessoas, entende-se que a nossa luta se dá no campo das idéias o que, para nós, representa uma dimensão espiritual e não material.

Contra os dominadores deste mundo das trevas - Esta frase não deixa nenhuma dúvida de que Paulo está se referindo ao mundo espiritual imerso em trevas espirituais, ou seja, o mundo dos demônios. Não acredita em demônios? Pois eles acreditam!

Contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. - Será que é preciso explicar mais alguma coisa?

O texto de Efésios deixa bem claro que é inútil o nosso envolvimento em disputas de gênero, de cor, de religião. Nós não temos que convencer e nem converter as pessoas. Nós não estamos em guerra com os seres-humanos. O que precisamos é compreender que nossa função em relação as pessoas é anunciar o Evangelho. Este anuncio, não se faz no templo mas sim nas ruas e na maioria das vezes sem precisar falar, mas com atitudes. Mas que atitudes?

Muitos pensam que: ser honesto, trabalhador, obedecer as leis, respeitar os outros é que fará a diferença. Estas práticas, entre outras, são obrigações e devem estar impregnadas no caráter de todos independente de serem cristãos ou não. O que realmente nos torna diferentes é o amor que demonstramos pelo próximo. Ser cristão não é apenas ser uma pessoa boa mas acima de tudo ser alguém disposto a perder em benefício do outro. É ser servo, e ser servo é servir ao propósito de Deus. É isso!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Pensando em Jesus

As vezes me pego pensando em Jesus e divagando sobre a grandeza e excelência de sua missão nesta terra. Sei que tem muita gente que não crê que Ele seja Deus e outro tanto sequer acredita que Ele tenha existido como homem. Dizem que é uma invenção humana, um conto de fadas.


Entendo que é difícil para estas pessoas que pensam somente dentro de um racionalismo medido pela ótica humana, crer na pessoa de Jesus Cristo. Eu mesmo já tive esta dificuldade, pois crer é diferente de acreditar e implica em uma experiencia pessoal que transforma a nossa maneira de entender. 

Este novo entendimento não é fruto de conhecimento humano mas de um relacionamento com Deus que só acontece em nossas vidas a partir do momento em que tomamos consciência da realidade de Deus e do imenso abismo que nos separa Dele e que só pode ser transposto pela fé.

Eu não fui a uma igreja, não escutei a pregação de um pastor. Apenas senti a sua presença e compreendi o meu distanciamento. Dei ouvidos a sua voz e disse sim ao seu convite de deixar o controle da situação em Suas mãos. Ele não me prometeu fama e nem fortuna, mas tudo o que Ele disse que faria, Ele fez.

Me devolveu a alegria de estar vivo, colocou paz no meu coração, me deu uma família, me deu dons e talentos e me fez enxergar o mundo e a vida de uma maneira nova. Me ensinou a ter compaixão e perceber que tenho uma cidadania que me torna peregrino neste planeta. 

Mas a maior transformação que Jesus Cristo promove em nossas vida é a consciência da responsabilidade que temos em relação aqueles que ainda não o conhecem. é por isso que insistimos, falamos, escrevemos e as vezes até importunamos as pessoas para que se despertem e tenham a sua própria experiência com Deus. Afinal, não é assim que agem os amigos? Sempre que descobrimos uma coisa legal queremos que nossos camaradas também aproveitem a novidade e por isso que insistimos.

Sabe: estou pensando em Jesus, e gostaria muito que você também pensasse. Mas isto é uma outra história!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Duelo de Gigantes sem Carâter

Desde janeiro, venho observando as inúmeras manifestações, umas contra e outras a favor, com relação ao atual governo. Evidente que boa parte do que se vê, não pode e não deve ser levado em consideração, pois de ambos os lados percebe-se uma clara manipulação, tanto de fatos, distorcidos, quanto de pessoas, levadas a agir de uma determinada forma ajudando a promover o caos e a desordem.


Analisando as acusações de um lado e de outro fica claro que estamos em um beco sem saída. Tanto a situação quanto a oposição demonstram claramente que não tem nenhum interesse no bem estar da população. O que se vê é uma batalha campal, uns para retomar o poder e com ele suas facilidades de enriquecimento rápido e ilícito e outros para não perder este mesmo poder.

Não é concebível que um país que é a sétima maior economia do mundo (sim, o Brasil é uma nação rica) tenha tanta miséria, fome, violência e um abismo social quase intransponível. Mas o pior de tudo é a letargia de uma população que acostumou-se ao caos. O individualismo do brasileiro é tão endêmico que temos uma geração explorada, maltratada, violada em seus direitos e não fazemos absolutamente nada para que haja uma mudança.

Vivemos uma crise moral, econômica e política sem precedentes. Somos roubados todos os dias através de impostos, taxas abusivas e preços exorbitantes. Pagamos tudo mais caro. Temos os piores serviços. As instituições não funcionam. Ninguém acredita em mais ninguém. E para completar, a única instituição que deveria trazer a esperança de volta e uma resposta justa é a que mais nos envergonha, pois esqueceu de sua missão que é resgatar o ser humano a sua condição de participante do reino dando lugar a ganância e a busca do poder.

Por favor! Alguém me dê uma notícia boa!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Diga ao povo que marche

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. Êxodo 14:15

Em primeiro lugar, quero deixar claro que eu não sou contra a Marcha para Jesus e é provável que esteja nas ruas no próximo dia 16 de maio, em Ponta Grossa, PR. O que eu quero refletir neste espaço é sobre a finalidade da marcha.

É obvio que muitos dirão que o objetivo do evento é exaltar o nome do Senhor Jesus, glorificar a Deus, declarar que a nossa cidade é do Senhor Jesus e toda aquela ladainha gospel que já estamos habituados. Mas será que é esta a mensagem que comunicaremos as pessoas que estarão observando a banda passar?

A impressão que eu tenho é de que estamos tentando mostrar que: somos muitos, somos fortes e temos poder! Uma coisa do tipo Triunfalismo Gospel Contemporâneo que manda o seguinte recado: Sai da frente se não a gente passa por cima! Temos poder para eleger um presidente! Conseguimos mudar a programação das emissoras! Etc.! Etc.! Etc.!

Eu vejo muitas mensagens mas não enxergo Jesus no meio da massa. Sabe porque? É que depois que termina a festa, tudo continua como antes. As denominações tão unidas na avenida continuam criticando umas as outras. As necessidades dos pobres e desprezados continuam as mesmas. Nossos cultos continuam sendo shows de talentos e desfiles de moda e se tirarem o beijo gay da novela vamos manter a audiência, mesmo com todas as outras abominações da trama televisiva.

Até quando viveremos nesta apostasia moderna? Por quanto tempo continuaremos cultivando nossas futilidades e vivendo de ilusões banais? Quero deixar uma pergunta para respondermos a nós mesmos: Se a igreja da qual somos membros fechar as portas hoje, a comunidade local sentirá falta dela? Se a nossa resposta for negativa, então precisamos repensar urgentemente que evangelho estamos anunciando, pois certamente não é o de Cristo.

Para nossa reflexão vou deixar lincado um vídeo do Pr. Neil Barreto que nos trás muitos questionamentos a respeito da igreja que estamos construindo.


terça-feira, 5 de maio de 2015

Geração coisa...

Todos os dias, milhares de pés percorrem, freneticamente, os quatro cantos do mundo em busca da definitiva fórmula da felicidade. Descalços ou não, articulações e calcâneos suportam tíbias e perônios de corpos tristes. Corpos que caminham para um fim de incertezas, preenchendo vazios com mimos de pouco ou nenhum valor. Corpos que seguem juntos mas não se olham e nem se percebem, apenas prosseguem, como narcisos modernos fitando suas próprias ilusões nos espelhos negros que carregam nas mãos. Mãos que só se estendem para tocar as superfícies sem vida da materialidade absurda que rouba-lhes o tempo. Tempo que já perderam nas empreitadas sem descanso que lhes garante o únicos direitos que possuem: Ter! Obter! Possuir! Gastar o que não podem naquilo que não é pão. Geração tresloucada, sempre tão conectada e paradoxalmente desligada do outro. Geração cujos amigos são fotos tratadas em um editor de imagens qualquer. Geração do Self, voltada para si mesma, que não olha em volta e não pode ver quem está em derredor. Geração sem próximos nem distantes, cujo único valor palpável está na propriedade de coisas para ostentar a posse daquilo que não lhe seguirá na cova. Que coisa! Para finalizar deixo o belo poema de um camarada Thadheu...

Como é que vão as coisas?

Cale a boca, coisa ruim!
Você não está falando coisa com coisa.
A coisa não está preta coisíssima nenhuma.
Você está com muita coisa pra cima de mim
mas eu lhe peço só uma coisa:
deixe a coisa em paz
pra ver como é que a coisa fica.
Alguma coisa me diz que, por uma coisinha de nada,
eu deixei de lhe dizer uma porção de coisas.
Outra coisa: baixe neste centro mas com o espírito da coisa.
Não precisa ser aquela coisa mas, pelo menos,
uma coisa muito louca.
Ou uma coisa tão estranha que,
mesmo que pareça a mesma coisa,
seja coisa do outro mundo.
Pois de todas as coisas, no fim, sempre resta pouca coisa.
Ah, só mais uma coisa: a vida tem dessas coisas.
E coisa que não acaba mais.
Se você não concorda, o que não é lá grande coisa,
escreva qualquer coisa!
Diga qualquer coisa!
Faça qualquer coisa!
Só não me deixe coisando sozinho!

Antonio Thadeu Wojciechowski

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Bíblias, bonés e camisetas! Compre e seja abençoado!

Tenho acompanhado a polêmica em torno do lançamento da Bíblia Apostólica Thalles Roberto Ide, que alvoroçou as redes sociais nos últimos dias. De acordo com o cantor, a ideia de lançar a Bíblia nasceu de uma constatação de que os jovens não leem as sagradas escrituras e que a sua influência, enquanto celebridade, poderia ser utilizada como incentivo a leitura do livro divino.


Deixando de lado a qualidade musical, questionável, do trabalho do Thalles, não há como negar que o moço é marqueteiro profissional. A carreira com crescimento meteórico deste mineiro, do município de Passos, vem acompanhada de um marketing feroz onde cada passo é minuciosamente planejado. Filho de pastor, Thalles cresceu na igreja Sara Nossa Terra cercado de música. Com talento de sobra o menino sonhou alto e foi para o mercado secular junto com a banda Jota Quest por cinco anos. Neste tempo conheceu muita gente, aceitou convites, participou e maravilhou-se com o mainstream. O tempo o trouxe de volta a igreja com uma bagagem comercial que poucos possuem no meio gospel.

O chamado divino (não questiono isso), atrelado ao conhecimento dos mecanismos mercadológicos lançou a jovem artista para um sucesso extraordinário. Musicalmente não há nada de novo; seu trabalho é popular, de fácil assimilação, garantindo boa aceitação e bons lucros. Não é um missionário; é um artista, profissional, que sabe muito bem o que faz. Está aproveitando o momento. Sua loja vende camisetas, bonés, livros e até a sua bíblia pessoal com direito a fotos, biografia, tudo a um precinho meio salgado para a realidade brasileira. Ou seja: ele faz exatamente o que se propôs a fazer.

Mas mudando de assunto, vi e li um monte de gente falando e escrevendo a respeito deste fato, uns de forma mais simpática e outros mais agressivos, que o cara só está interessado em lucro, que isto e aquilo e aquilo outro. Vamos considerar algumas coisas:

  • O nível de leitura do brasileiro em geral é baixíssimo.
  • Mesmo entre os que leem ainda existem os analfabetos funcionais.
  • Incentivar a leitura da bíblia é uma atitude louvável.
  • Não vi ninguém dos que criticaram, inclusive eu, fazendo algum esforço, doando bíblias, etc.
Não curto Thalles Roberto, acho sua música, uma música pobre em conteúdo, mas creio que podemos (eu e você) ser mais relevantes agindo no lugar de ficar apenas criticando. É muito fácil apontar os erros dos outros. Como igreja precisamos acordar e tirar nossos traseiros do conforto do sofá e fazer algo útil pelo Reino do qual dizemos que somos embaixadores. Deixa o Thalles pra lá! Vamos fazer algo, nos unir, ser bíblias vivas trabalhando pelo bem comum de todos, independente de cor, gênero, religião. Amando as pessoas e compadecendo-se delas e de nós mesmos que muitas vezes não vemos que somos pobres, cegos e nus. Não se muda a realidade com críticas e sim com ações. Ele está agindo, talvez da forma errada, não sei! Mas e nós, o que estamos fazendo?

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Raquel Maiden, Vá De Retro, São Tanaz...

Recentemente, numa entrevista concedida à rádio Jovem Pan AM, a jornalista e âncora do SBT, Rachel Sheherazade, perguntada sobre suas preferências musicais, afirmou que é fã da banda britânica Iron Maiden. Pronto, foi o suficiente para uma enxurrada de "crentes" indignados acusando a bela e inteligente Rachel de mundana, não convertida e por aí vai, isto sem falar nas acusações de que a banda é satânica, etc, etc etc, e blá, blá, blá!


Nunca fui muito fan do Iron, musicalmente prefiro o Metallica, questão de gosto, mas vamos ao Iron. Trata-se de uma banda de performance, quase um teatro, os temas das letras remetem a história antiga e casos de amor. Muitas vezes a temática das letras remete ao mal sem fazer apologia mas meio que abrindo o jogo. Honestamente não vejo no Iron este tal satanismo. O que percebo é um marketing muito bem estudado. Mais que uma banda, Iron Maiden é uma empresa de entretenimento. Lógico que não sou inocente, suas letras não te levam a dobrar os joelhos e orar mas a questionar a natureza humana que insiste em correr para o mal. Mas existe uma lição importante em tudo isso: como é fácil emitir julgamentos.

Seres tão humanos, sempre dispostos a apontar, criticar e condenar outros seres, esquecendo-se de que um dia todos deverão apresentar-se diante do grande tribunal. E neste dia não será questionado o gosto musical de ninguém mas sim as obras executadas neste mundo. Não é hora nem momento para preocupações desta natureza, mas sim de manifestar o Reino de Jesus Cristo entre os homens, não com guerra de gêneros, mas com ações de amor ao próximo. Mas quem é o seu próximo? Como diz o DH, próximo é aquele que está ao alcance das suas mãos...