Mostrando postagens com marcador Influências. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Influências. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Música de Protesto. Existe Ainda?

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Banda Aborto Elétrico
Nos anos 80, o Brasil se viu invadido pelo fenômeno do Punk Rock, de norte a sul do país. Longe das mentiras propagadas pela mídia oficial, com suas matérias absurdas que retratavam os punks como garotos que vomitavam em velhinhas, uma cena underground baseada na música, arte e cultura urbana vinha se desenvolvendo. Rapidamente, bandas pipocavam por todos os lados, trazendo na sua bagagem, letras como "Que País é Este" da brasiliense Aborto Elétrico (embrião do Legião Urbana). Na cena paulistana, meninos da periferia descobriam uma forma de ter a sua visão de mundo ouvida através das músicas e dos fanzines.

Havia uma preocupação, real, com a situação da época. Havia um grito no ar, de uma sociedade sufocada, mas ainda consciente: "Não dá mais pra aguentar, Essa vida ruim, Essa vida de pião, Você anda sem nenhum tostão, Eles pedem dinheiro emprestado, E tiram do pobre coitado, Essa EXPLORAÇÃO, Vai acabar com a população" (Vida Ruim - Ratos de Porão). Bandas como Cólera, Inocentes, Lixomania ecoavam as vozes sufocadas de um povo sofrido. É lógico que havia a zoeira e a diversão também, mas existia um desejo de mudança e uma esperança de que isso pudesse acontecer. "Às vezes tenho raiva, Às vezes sinto que a ilusão, Me faz recuar, Pois muita gente mente, Pois muita gente dá a mão, Só pra empurrar." (Medo - Cólera). Mesmo a cena Mainstream, mantida pela indústria da música encontrava espaço para uma crítica social consciente com nomes como: Legião Urbana, Titãs, Paralamas, Ultraje, Lobão, etc. "A gente não sabemos escolher presidente, A gente não sabemos tomar conta da gente, A gente não sabemos nem escovar os dente, Tem gringo pensando que nóis é indigente. Inútil! A gente somos inútil. Inútil! A gente somos inútil" (Inútil - Ultraje a Rigor)

Banda Cólera (ainda com o Redson)
Tudo levava a crer que algo iria acontece e aconteceu, mas não como se pensava. Ao contrário de uma virada no jogo, o sistema foi quem deu o troco, levando alguns "protestantes" para o seu lado, com contratos lucrativos, fama, mulheres e drogas. Muitos daqueles garotos cheios de ideias e ideais se conformaram, outros aderiram ao modo de vida do sistema, uns poucos continuaram a caminhada, e tudo foi sendo sufocado ao mesmo tempo em que o establishment tratava de criar uma "cultura" de massa baseada na banalidade primeiramente com musicalidade e letras idiotas e posteriormente até a musicalidade foi perdendo espaço chegando aos nossos dias.

Hoje, nosso país vive, mais uma vez, uma crise política e social sem precedentes e as palavras de protesto se restringem a postagens, muitas vezes, duvidosas nas redes sociais. O protesto através da arte deu lugar a apologia da marginalidade e da decadência moral. Vemos paulatinamente nascer uma geração de zumbis famintos por lixo.

Existe ainda, é claro, musica consciente, mas sem o alcance social que existia antes, e o que é pior: existe um pseudo música de protesto feita por gente comprometida por interesses de um grupo que só quer assumir o poder no lugar do anterior. No Maistream temos lixo pop e na periferia temos uma coisa que não dá nem para explicar o que é. Cabeças ocas, cheias de vento estocado, que só produzem flatulência cultural.

E você? Tem escutado músicas, atuais, que denunciam, que protestam, que alertam para toda esta decadência social que estamos vivendo. Se você conhece, então comente ai embaixo para ajudar a divulgar aqueles que ainda estão conscientes. Grande abraço!

domingo, 18 de dezembro de 2016

Então é Natal... E ano novo também...

Chegamos a mais um mês de dezembro e com ele as tradicionais comemorações do Natal e as controvérsias em torno do tema.

Outro dia encontrei com uma pessoa que segue uma determinada religião que despejou um leque de argumentos contra o Natal reiterando que Jesus não nasceu em dezembro e que a data é só um comércio e que a figura mais importante é o Papai Noel que só serve para fomentar o consumo e blá, blá, blá!

A questão é a seguinte: ninguém sabe o dia do nascimento de Jesus mas isso não pode ser um empecilho para comemorarmos seu nascimento, e a tradição cristã acabou incorporando a data de 25 de dezembro para realizar esta comemoração. Então qual o problema? Vamos comemorar sim, encher nossas casas de luzes, montar um presépio, entoar canções de louvor ao nosso Deus, trocar presentes e cear com Ele lembrando que Ele veio a este mundo para dar seu corpo e seu sangue pelos nossos pecados. Pare de ficar demonizando datas e épocas pois o tempo e os dias pertencem a Deus que é Senhor de todas as coisas quer no passado, quer no presente e também no futuro.

Quanto ao Papai Noel, aproveite para contar a história de São Nicolau que foi um bispo católico extremamente devoto que abriu mão de seus bens para atender as necessidades dos pobres. Um crente fiel que foi preso por não negar sua fé em Jesus Cristo.

Vamos parar com todo este mimimi e vamos comemorar o Natal com músicas de louvor ao nosso Deus. Feliz Natal a todos e um 2017 repleto de alegrias. Para encerrar,curte ai a cançao de Natal da minha banda.


segunda-feira, 7 de março de 2016

Modos & Estilos #08 - Triumvirat - Illusions on a Double Dimple


A trilha sonora da minha adolescência é um caleidoscópio de ritmos e estilos. Alguns foram se destacando nas minhas preferências e o Rock Progressivo foi um deles. Entre os muitos artistas que eu ouvi incansavelmente quero destacar a banda alemã Triumvirat

Formada em 1969, o nome é uma alusão ao fato da banda ser um trio. A formação original contava com Jūrgen Fritz nos teclados e voz, Hans Bathelt na bateria e percussão e Werner Frangenberg no baixo. No início da carreira a banda era conhecida como o Emerson, Lake & Palmer da Alemanha, em virtude do virtuosismo de Fritz nos teclados. Em seu repertório inicial executavam música do ELP, mas com o passar do tempo o trio foi adquirindo maturidade e criou uma identidade própria no universo do Prog.

Seu primeiro álbum foi Mediterranean Tales, lançado em 1972 e seu último trabalho foi  Russian Roulette lançado em 1980 num total de sete álbuns, dos quais Spartacus, de 1975, é considerado uma obra prima do gênero. A despeito disso o álbum que eu mais gosto é Illusions on a Double Dimple e é sobre ele que nós iremos conversar a partir de agora.

Illusions é o segundo trabalho do Triumvirat e foi lançado em 1973 pela Harvest. A formação contava com Hans Pape no baixo e voz, no lugar de Frangenberg, no entanto, durante as gravações Pape foi substituido pelo talentoso Helmut Köllen nas quatro cordas e nos vocais. Este trabalho ainda conta com as participações de Peter Cedera falando um texto, Hanna Dölitzsch, Vanetta Fields, Brigitte Thomas, Ulla Wierner nos backing vocals além da Cologne Opera House Orchestra, The Kurt Edelhagen Brass Section e do saxofonista Karl Dewo que faz o solo em Mister Ten Percent.

Illusions é um disco conceitual com apenas duas músicas: Illusions on a Double Dimple com seus 23min 24seg ditribuidos em seis partes e Mister Ten Percent com 21min 37seg igualmente composta de seis partes. No relançamento em Compact Disc foram incluídas quatro músicas bônus (singles).

Illusions conta a história de alguém que está desiludido com a vida de sofrimento que vem levando e que procura refúgio em um bar acompanhado de doses duplas de dimple. O protagonista fala de uma infância difícil sem a presença de um pai, da escola e da luta pela sobrevivência. Sobre uma perda de esperança onde o único objetivo é dormir e, quem sabe, não acordar. Musicalmente é uma peça maravilhosa que mescla os elementos clássicos do prog sinfônico com passagens pelo folk e pelo pop sem perder a sofisticação. 

Mister Ten Percente á uma obra que trata da ilusão da fama e do sucesso e da exploração causada por essa necessidade que leva a ser humano a fazer qualquer coisa pelo dinheiro e por um lugar ao sol e as consequências que esta busca lhe trás proporcionando-lhe um triste fim, reservado aqueles que já não rendem tanto assim. Mais uma vez o clima de balada entrecortado pela ambientação tensa e misteriosa da composição formam uma peça fantástica e digna de um lado B (só os mais velhos entenderão).

Concluindo. Illusions on a Double Dimple é um trabalho musical que não pode ficar fora de uma coleção de prog rock. Junto com o conceituado Spartacus formam uma obra prima maios, que não pode ser superada pelos trabalhos posteriores.

domingo, 6 de março de 2016

No Tempo em que as Escolas Ensinavam a Ler

Uma das coisas mais bacanas que foram produzidas no Brasil foi a coleção Vaga Lume da Editora Ática, lançada na virada de 1972 para 1973.
Apesar da editora não divulgar números oficiais, estima-se que, somente o título A Ilha Perdida de Maria José Dupré vendeu mais de dois milhões de exemplares, um número assombroso num país onde a prática da leitura não tem lugar de honra entre a maioria da população, principalmente nos dias atuais onde percebe-se claramente um declínio progressivo dos hábitos intelectuais.

Voltada para o público infanto-juvenil a série foi sucesso absoluto, com tiragens de seis dígitos e custo acessível foi rapidamente adotada pelas escolas para abrir caminho ao ingresso no mundo mágico da literatura.

Além disso a série trazia autores extremamente capazes que criaram histórias cativantes e envolventes, responsáveis por formar uma geração de leitores mais críticos. Alguns desses autores transformaram a coleção em sua casa, como é o caso de Marcelo Duarte que publicou seus cinco livros de ficção, todos na série, chegando perto dos 250 mil exemplares vendidos, assim como Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Nonato, que chegou a ter 15 títulos publicados, entre eles, o consagrado: O Mistério das Cinco Estrelas, com mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos.

Muita gente descobriu a beleza das letras através dos mais de cem títulos lançados pela coleção. Em 2015 a editora, que completou 50 anos, deu uma renovada na coleção dando um visual mais atraente para os atuais 75 títulos, que podem ser adquiridos pelo site (Link para a loja). Além disso o famoso Escaravelho do Diabo de Lúcia Machado de Almeida vai para a tela grande com estréia em 14 de abril.

Eu li alguns títulos da série, que me levaram a pegar gosto pela coisa e em pouco tempo já estava decolando para viagens mais fantásticas nas linhas de autores como Arthur Clark e Isaac Azimov. Não que eu seja saudosista, na verdade sou. mas era um tempo em que liamos bons livros, assistíamos bons filmes e ouvíamos boa música.

É uma pena que o impacto hoje não seja o mesmo. Entendo que os tempos mudaram, a tecnologia transformou os formatos mas eu vejo nessa garotada uma falta de valores que eram comuns na minha adolescência. Até me deu vontade de ler um desses livrinhos maravilhosos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sim, Sim, Não, Não

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. Mateus 5:37


A Despeito de tudo o que se fala de asneira por aí, a única paternidade bíblica que é conferida a Satanás é a da mentira.

Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44

O texto citado no início desta postagem, retirado do Evangelho segundo Mateus, é de uma profundidade assustadora e revela o quanto estamos distantes do verdadeiro viver cristão. Uma vez ouvi uma pregação em que o Pr afirmava que: quando mentimos estamos servindo (sendo servos) o Diabo e portanto, deixando de agir como servos de Deus. Ora! Mentira é o contrário ou ausência de verdade. Não existe mentira grande ou pequena. O que é existe é verdade ou mentira. Quando assumimos um compromisso e não comparecemos, marcamos um horário e não cumprimos, dizemos que amamos e não amamos, etc; a mentira está lá. Mentimos e ensinamos a mentir: Vivemos numa sociedade mentirosa onde tudo não passa de uma grande ilusão forjada para manter os homens cativos.

Quantas promessas de fim de ano já quebramos e continuaremos a quebrar? Veja o caso da religiosidade. As pessoas seguem religiões, choram, se descabelam mas continuam cometendo os mesmos erros e pecados. Hipócritas tentando enganar a si mesmos para parecer que estão no caminho certo.

Ser cristão é muito mais do que frequentar uma denominação religiosa Ser cristão é refletir através de nossas vidas o Cristo que afirmamos ser o nosso Senhor. Isto passa por uma conduta irrepreensível. Ser cristão não é e nunca será uma tarefa fácil para quem pretende continuar caminhando em conivência com o sistema. Mas torna-se algo extremamente simples e fácil quando se coloca Deus acima de tudo. Nessa luta diária para sermos cristãos autênticos precisamos aprender a dizer não para que nosso sim não se torne uma farsa.

É evidente que imprevistos surgem ao longo do caminho e por vezes as coisas não acontecem de acordo com nossos planos. São riscos que corremos. Mas as exceções servem para confirmar as regras, e a regra é refletir Cristo através de nossas vidas. Não é fácil mas é possível. 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Modos & Estilos #07 - Renaissance - Ashes Are Burning

Se existe uma banda que eu curti muito na minha adolescência foi o Renaissance. O grupo britânico formado em 1969 pelos ex-integrantes do Yardbirds; Keith Relf e Jim McCarty, teve várias formações até chegar a chamada formação clássica com: Annie Haslam nos vocais, Jon Camp o baixo e voz, John Tout nos teclados e vocal, Terence Sullivan na bateria e vocais e Michael Dunford nos violões.

É com está equipe de peso que surge o magnífico álbum Ashes Are Burning em 1973 além de mais cinco discos simplesmente brilhantes.

O Disco


Ashes Are Burning é o quarto álbum de estúdio do grupo e o primeiro a contar com apoio de uma orquestra. Além da banda contou com a participação do guitarrista Andy Powell na faixa título do disco. O trabalho foi lançado pela EMI no Reino Unido e pela Capitol Records nos USA onde chegou ao número 171 no Billboard 200 inaugurando a fase americana da banda.

As músicas


Com apenas seis músicas o álbum tem uma duração de aproximadamente 40 minutos de prog rock da melhor qualidade.

O álbum inicia com Can You Understand e seus apelos transcendentais de libertação da mente e da alma, numa pela mistura de folk, rock e uma pegada bem clássica com mudanças de ritmo e tempo e a voz quase hipnótica de Annie acompanhada de belíssimos arranjos de cordas. detalhe para o belo trabalho do baixo. Aliás está é uma característica comum nas bandas de prog.

Em seguida temos Let It Grow que inicia como uma caixinha de música nas mãos de uma pessoa apaixonada. E é sobre isso mesmo que a canção fala: do amor. Arranjo simples e belo com uma bateria bem marcada que transmite um sentimento de paz interior muito bacana.

Na sequencia temos On the Frontier. Trata-se de um típico hino da geração Flower Power que acreditava na possibilidade de um mundo melhor através de uma revolução feita pacificamente. Excelente canção com uma introdução de violão bem folk e toda cantada em coro.

Logo em seguida temos Carpet of the Sun que dá sequencia a vibe hippie da obra. Mais uma vez o violão se destaca mas acompanhado pelos arranjos de cordas da orquestra e a voz magistral de Annie.

Em seguida um forte mudança de clima com o piano forte de At the Harbour que da lugar a um dedilhado melancólico com uma história de medo e morte nos lembrando que nem tudo são flores. Uma canção para se ouvir e refletir sobre as razões da vida.

Finalmente chegamos a canção que se tornou um dos hinos da banda: Ashes are Burning. Épica! Não encontro outro termo mais adequado para definir a última faixa deste álbum. Tinha que ser a última do disco pois fala de destino. Um destino incerto que é construído ao longo da nossa caminhada. Como diria o Milho: Sensacional!

Conclusão


Este é um álbum que não pode faltar em qualquer discoteca de respeito. Não apenas para os amantes do rock progressivo mas para qualquer um que aprecie boa música. Sem dúvida um disco que não será esquecido e nem repetido.

A banda ainda se encontra na ativa e você pode obter mais informações no site oficial em: http://renaissancetouring.com/. Esta obra prima está disponível também no Spotfy, logo abaixo.


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Consumo Que Nos Consome

Vivemos um período de consumo como nunca se viu antes na história da humanidade. O novo smartphone que ficará obsoleto em três meses, o carro com faróis de led e acesso a internet, eletrodomésticos que interagem com seus donos, tecidos especiais, comidas especiais, games, filmes, séries, a casa nova, o piso novo, móveis novos, a casa ficou velha, a reforma, a cirurgia corretiva, a academia, os complementos alimentares, o remédio para combater os efeitos dos complementos, a técnica para combater os efeitos dos remédios, o segundo emprego, o terceiro emprego, a graduação, a pós, o mestrado, a promoção, a casa ficou velha de novo e não combina com seu novo cargo, outro carro, a escola para os filhos, a babá para os filhos, a faculdade dos filhos, nunca viu os filhos, ficou velho, morreu, não viveu, não sorriu, não se divertiu.

É óbvio que estou exagerando, mas é isto que vemos todos os dias, em uma escala menor e as vezes até maior. As pessoas sempre com pressa para acompanhar a moda e tirar selfies nos shoppings e postar o mais rápido possível para obter muitos likes e ter a sensação de que é relevante, importante, que tem muitos amigos.

Como diz o dito popular: gastando o que não tem para ser o que não é e mostrar para quem não liga. Esta onda de consumismo tem transformado as pessoas. Não há mais envolvimento emocional e passamos a ser julgados não pelo que somos mas pelo que temos. Este esfriamento das emoções vai paulatinamente minando os sentimentos. Por exemplo: a poucos dias assisti um vídeo de uma briga entre dois adolescentes na frente de uma escola. Uma multidão em volta dos protagonistas dividia-se em grupos: um grupo apenas observava, outro incitava a confusão e outro registrava tudo pelos celulares. Um dos meninos foi atingido por golpes muito fortes e teve uma convulsão e ninguém fez nada até que um senhor que pertence a uma outra geração interveio e foi acudir o jovem.

Não estou aqui questionando os motivos do conflito mas sim a apatia, a sede de violência e o descaso com um ser humano. Eu pergunto: que evolução é esta que tem transformado nossos jovens em feras? Que progresso é esse, onde professores apanham de alunos em sala de aula? Em outros países onde o liberalismo e o relativismo crescem a passos largos, afirmamos que é a falta de Deus que leva as pessoas a este estado de barbárie. Mas, e no Brasil?

Somos um país onde 80% da população se declara cristã, católica ou evangélica, e a outra parte desenvolve algum tipo de espiritualidade religiosa. Que cristianismo estamos vivendo e pregando que forma jovens com sede de sangue? Sinceramente, eu não consigo encontrar uma resposta para explicar este fenômeno. Mas como cristão eu tenho uma certeza. Sei que Jesus transforma o coração e a mente do homem. Não falo apenas por fé, mas por experiência. E se as nossas igrejas não estão obtendo sucesso é porque não estão anunciando o Cristo verdadeiro que pode transformar vidas, como transformou a minha.

A igreja está doente e talvez precise muito mais de Jesus do que aqueles que ainda não o conhecem. Pois também sucumbiu aos apelos do consumo e corre atrás de viabilizar seus projetos que já não são mais de salvação mas de expansão de seu império e esquece que deveria propagar o Reino. E o Reino de Deus não se obtêm com um cartão de crédito!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Modos & Estilos #06 - Supertramp - Crime of the Century

Capa do Álbum
Em setembro de 1974, a banda britânica, Supertramp, lança o seu terceiro álbum de estúdio, intitulado Crime Of The Century (foto) que daria início a carreira de sucesso do grupo.

Ainda influenciados pelo Pink Floyd sem ser tão profundo ou assustador os ingleses valem-se mais de pitadas de bom humor para garantir a penetrabilidade no mercado e conseguem isso em um álbum marcante, leve, sofisticado e impossível de não ser apreciado durante a audição de suas oito faixas brilhantemente assinadas por Roger Hodgson (Guitarra, teclados e vocal) e Rick Davies (Vocal, teclados e gaita). A formação do grupo ainda contava com: John Helliwell (Saxofone, sopros e vocal), Dougie Thompson (Baixo) e Bob Siebenberg (Bateria).

O Álbum


Não me lembro exatamente, quando adquiri este álbum, mas lembro que foi e ainda é um disco especial para mim, não apenas pela musicalidade mas pelas lembranças que ele carrega.

Contra-Capa
O álbum inicia com Scholl que fala sobre as dúvidas da infância e adolescência quando estamos no limiar entre ouvir ou não os conselhos daqueles que tentam nos tornar em adultos e até onde isto é realmente bom ou ruim. A linha de piano e o crescendo que a música vai ganhando é incrível.

Em seguida a alegre e enigmática Bloody Well Right onde a educação formal, mais uma vez é questionada dando ênfase de que tudo se deve ao dinheiro. O piano elétrico é evidente além de um riff puro rock'n roll que finaliza com a linha de sax. Visceral e lindo.

Hide In Your Shell é pura melancolia sobre os medos que enfrentamos para sair de nossas zonas de conforto onde uma melodia quase infantil vai permeando toda a canção que caminha para um grito de socorro

Seguindo a mesma pegada de melancolia temos Asylum, uma ode a loucura. Musicalmente lembra bastante a fase psicodélica dos Beatles com momentos de insana suavidade entrecortados por grandiosa dor e medo da morte. Excelente trabalho de guitarras e arranjos vocais. No LP, está faixa fecha o lado A do álbum.

O lado B inicia com Dreamer que fala daquele sonhador que todos fomos um dia. Alguns desistiram outros porém continuam sonhando. Esta canção tem uma aura divina e, hoje, me remete a história de José. Seu clima intenso lembra alguém que corre, corre, corre em busca de seu sonho e continua correndo até perder-se no horizonte...

Do sonhador saltamos para Rudy, o típico perdedor, que não sonhou, não lutou, apenas esperou sem nunca ter exito. Nunca amou e não foi amado e agora segue num trem que deve, provavelmente, conduzí-lo ao fim da vida. Gosto do clima meio jazz e bossa-nova e da linha de baixo desta música caindo para um clima mais denso em certos momentos e caminhando para uma espécie de fusão jazz/rock. Atenção para a guitarra mute ao fundo. Olhando a evolução da cena musical percebe-se que muita banda pop dos anos 90 bebeu nessa fonte.

If Everyone Was Listening fala de um show mas na minha visão fala da vida como uma grande peça onde é preciso representar bem o seu papel e ainda correr o risco de não haver ninguém para vê-lo ou aplaudí-lo e talvez sejamos apenas o último palhaço. Uma bela peça.

Para encerrar, a canção que dá titulo ao disco: Crime Of The Century fala de uma conspiração que pretende raptar o universo sem se importar com a humanidade. O trabalho da guitarra é impecável e é a música que mais remete ao Pink Floyd.

Resumindo


Formação em 1974
Trata-se de um álbum memorável e na minha opinião, o melhor da carreira da banda e que me trás muitas recordações de minha infância e adolescência, quando comecei a descobrir a música como pano de fundo da minha existência. É interessante ainda, ouvir este disco, tantos anos depois, com uma cosmovisão diferente da que eu tinha na época. Incrível como, algo que tem mais de quarenta anos ainda soe tão atual, quer na mensagem quer na musicalidade. Recomendo a audição desta obra prima do Rock progressivo setentista.



Não ouviu ainda, pois então segue o link para audição.

Supertramp- Crime Of The Century (1974)






quarta-feira, 8 de julho de 2015

Modos & Estilos #05 - ELP - Brain Salad Surgery

Na minhas inúmeras fases musicais teve a do Rock Progressivo, gênero que continuo apreciando. Tive muitos álbuns na minha coleção mas o meu preferido sempre foi o Brain Salad Surgery do Emerson, Lake And Palmer. Trata-se do quarto álbum de estúdio da banda brtânica e foi lançado em 19 de novembro de 1973 pelo selo Manticore (fundado por Greg Lake) e Atlantic Records. A arte da capa foi desenhada pelo artista HR Giger que também é o criador do personagem Alien.

Este álbum foi o gravado nos estúdios da Manticore (foto), gravadora da banda e foi produzido com o objetivo de ser reproduzido ao vivo da mesma forma que foi gravado.

As Músicas


Jerusalem - Uma adaptação do hino de Hubert Parry, sobre um poema de William Blake. Uma bela canção épica e espiritual, mas não se engane. Apesar de ser uma música com temática cristã o álbum não é puritano.

Toccata - Faixa instrumental baseada no primeiro movimento do primeiro concerto para piano de Alberto Ginastera, com arranjos de Keith Emerson. Trata-se de uma faixa bem Sci-Fi. Lembro-me que quando ouvia esta música imaginava exploradores espaciais em um planeta distante.

Still You Turn Me On - É a balada do álbum. Bela canção que fala sobre uma paixão  que permanece viva.

Benny the Bouncer - Até hoje não consigo entender porque esta música foi incluída neste álbum. Simplesmente não se encaixa. A letra conta a história de um segurança de bordel metido a valentão que um dia encontra um engraxate que acaba lhe tirando a vida. É ambientada nas histórias do Velho Oeste. A música em si não é ruim mas é desnecessária.

Karn Evil 9 - Trata-se de uma peça épica com quase meia hora de duração e dividida em três partes a saber: Primeira, Segunda e Terceira Impressão. A Primeira Impressão é uma composição de rock progressivo tradicional com todos os elementos do gênero e fala de um mundo onde o entretenimento é a arma para manter as pessoas cativas. A Segunda Impressão é um instrumental fantástico com muitos elementos de jazz e uma linha de baixo incrível, uma bateria soberba e um piano magnifico. A Terceira Impressão remete a um tema épico com muitos sintetizadores levando a um climax de dominação pela máquina como se ela fosse uma divindade.

É praticamente unânime a constatação de que este álbum é o melhor trabalho feito pelo trio. Os trabalhos posteriores não conseguiram repetir a perfeição deste disco. Lembro-me de escutá-lo repedidas vezes. Mesmo hoje ainda soa inovador. Me parece que os três músicos encontram em Brain Salad Surgery o equilíbio perfeito. Um incrível legado que ainda será ouvido por muito tempo. Meu único arrependimento é ter me desfeito dos meus discos.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Ódio nos Olhos

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; (Mateus 5:43,44).

Não questiono a dor de alguém que perdeu um ente querido através da ação violenta de um indivíduo, independente de sua idade, credo, etnia, ou qualquer outra coisa. Não duvido da angústia e da humilhação de quem já foi vítima da violência. É óbvio que é necessário uma medida punitiva para qualquer pessoa que comete um crime, assim como é imprescindível que esta medida seja acompanhada de uma recondução a socialização do infrator. Mas o que eu tenho presenciado nas entrevistas, nas redes sociais, nos comentários em jornais e revistas é apenas um sentimento de ódio que não deseja praticar a justiça mas apenas a vingança.

Termos como: "tem que mofar na cadeia", "tem que matar essa cambada", "são uns vermes malditos", "tinha que ter pena de morte para esses vagabundos" e muitas outras coisas que não ouso reproduzir aqui, são ditos com orgulho, destilando um ódio incompreensível típico de bestas-feras que contradizem qualquer teoria evolucionista por mais bem elaborada que seja. Mas o que mais me entristece é quando estas palavras de ordem são ditas por aqueles que se auto denominam cristãos. Definitivamente isto não é cristianismo, nunca foi e jamais o será. O verdadeiro cristão é aquele que morreu com Cristo e renasceu para Cristo. É uma pessoa que tem em Cristo o gabarito para a formatação da sua existência, que busca em Cristo o modelo de suas atitudes, que aprende de Cristo a ter um olhar diferenciado sobre o mundo. Alguém que crê, sem nenhuma dúvida, na transformação que somente Jesus, o Cristo, pode realizar em nossas vidas.

Você crê em Deus? Eu creio! E como crente neste Deus, eu suplico a Ele que tenha misericórdia da nossa podridão espiritual e da nossa incapacidade de amar e compreender a Sua vontade, o Seu plano e Seu sonho para toda a humanidade. Imploro a Ele, que mude nossas mentes e abra nossos olhos para que possamos ver o quanto estamos contaminados pelo mal deste presente século. Senhor, tende piedade de nós!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Sim, a música perdeu um ícone

Conheci a banda britânica Yes em 1975 na casa de um amigo, o Mauro, que tinha o The Yes Album (foto) e confesso que foi amor a primeira vista. Depois vieram os demais discos, tanto os anteriores quanto os posteriores. Lembro-me que havia uma disputa para ver quem comprava certo álbum primeiro. Minha grande vitória foi o álbum duplo Yesshows de 1980, edição importada com encartes e tudo mais. Depois acabei trocando este último pelo álbum triplo do Emerson, Lake and PalmerWelcome Back My Friends to the Show That Never Ends... Ladies and Gentlemen, pois era fan do ELP, mas isso é outra história.

O Yes é uma daquelas bandas que você não cansa de ouvir. A textura musical proporcionada por músicos excepcionais como: Jon Anderson com seu vocal inconfundível, Steve Howe com sua guitarra hipnótica, Rick Wakeman e seus teclados magistrais, Bill Bruford e Alan White com suas baquetas precisas e o fenomenal Chris Squire comandando as quatro cordas com uma genialidade ímpar colocando o contra-baixo em um patamar nunca visto antes.

Christopher Russell Edward Squire, nasceu em 4 de março de 1948 em Londres. Inciou sua vida musical, ainda criança, no coro da igreja. Esta iniciação musical lhe conferiu uma capacidade de arranjo que o acompanhou até o dia 27 de junho de 2015, data em que o músico talentoso veio a perder a guerra contra a leucemia.

Aos 16 anos de idade foi expulso da escola por conta de seus longos cabelos. Nunca mais voltou optando por dedicar-se ao instrumento que lhe deu fama e reconhecimento. Em 65 montou sua primeira banda, The Selfs e comprou seu inseparável Rickenbacker RM1999, numero de série DC127 que o acompanhou até o fim. Em 66 formou o The Syn, com o guitarrista Peter Banks. Tempos depois com Jon Anderson uniu-se a Tony Kaye e Bill Brufford formando o Yes.

Junto com o Yes, Chris construiu uma carreira solida. Músico de rara sensibilidade colocou o contrabaixo em uma posição de destaque transformando este instrumento de apoio em protagonista das viagens musicais da banda.

Squire também se aventurou em discos solos, não muitos: Fish Out Of Water (1975) o mais popular de seus trabalhos pessoais, aclamado pele crítica e pelos fãs. Com Billy Sherwood (ex Yes), lançou Chris Squire & Billy Sherwood: Conspiracy (2000) e The Unknown (2003 ) e em 2007 lançou Chris Squire’s Swiss Choir.

O talento e o baixo marcante de Chris podem ser comprovados em músicas como: The Fish (Schindleria Praematurus) do álbum Fragile de 1971,  Can You Imagine do álbum Magnification de 2001, Tempus Fugit do álbum Drama de 1980, The Gates Of Delirium do fantástico Relayer de 1974, Close to the Edge do álbum homônimo de 1972 além de muitas outras faixas onde podemos ouvir e apreciar todo o talento deste músico único que serviu de inspiração para baixistas renomados como Les Claypool (Primus) e Geddy Lee (Rush)

Desde maio deste ano (2015) Chris estava afastado dos palcos para tratar um tipo raro de leucemia, a eritroide aguda. No último sábado, 27 de junho, o músico, aos 67 anos, não resistiu e veio a falecer deixando a esposa Scotland, as filhas Camille, Xilan e Chandrika e o filho Cameron. Para os fans fica o legado construído ao longo de meio século de virtuosismo ao lado de grandes nomes da música. Sua obra, seus solos, suas composições estão ai para que as novas gerações possam aprender com este cara que fez do contra-baixo um instrumento de destaque.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Todo Fim é Um Bom Começo

Descobri o Abner Melanias há menos de um ano, pelo site Achando Graça, quando voltei a escutar podcasts avidamente.

Cristão, produtor de conteúdo, diz que é músico; Abner é uma espécie de filósofo cristão dos nossos dias. Dotado de uma inteligência privilegiada, esbanja conhecimento nas mais diversas áreas da cultura pop, território onde tem um excelente domínio e por onde navega com grande facilidade.

Suas opiniões, por vezes ácidas, nem sempre agradam a todos mas não há como negar que são apaixonadas e bem fundamentadas. Abner é uma daquelas figuras que nos incomoda, pois nos leva a utilizar nossos cérebros tanto para absorver quanto para rebater seus fortes e bem delineados argumentos.

Agora o Abner anuncia que está deixando o Graça Cast. É uma pena, pois sua mente brilhante era um dos holofotes deste podcast. Mas ele sabe o que faz e deixou uma equipe de alto gabarito para dar continuidade ao projeto. Em sua despedida fica claro que a decisão foi motivada por planos de novos desafios pois sua caneta está em ação para produzir material literário. Meu desejo pessoal é que este irmão, que aprendi a admirar, mesmo a distância, conquiste seus mais sublimes sonhos e cumpra através de sua vida o projeto que Deus escreveu para ele. Boa sorte em sua nova caminhada... estaremos atentos!

Deixo para o Abner um texto do poeta e compositor paranaense Antonio Thadeu Wojciechowski.

vento que é vento
não inventa
simplesmente venta
viver bem todo mundo quer
todo mundo tenta
feliz daquele que puder
olhar para trás
e rever as maravilhas
dos seus melhores momentos
em câmera lenta 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Tolerar é Preciso!

Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; Mateus 5:39
Nesta semana que passou tivemos as atenções da mídia voltada para o episódio envolvendo o jornalista Ricardo Boechat que faz parte do cast da BAND e o Pr. Silas Malafaia. Foram trocadas farpas e insultos que culminaram com declarações de baixo nível por parte do jornalista. Mas vamos aos fatos: as controvérsias começaram apos um pronunciamento do jornalista sobre o caso de uma menina de 11 anos, adepta do candomblé, que foi atingida por uma pedrada. De acordo com o jornalista, a menina foi agredida por evangélicos e ainda afirmou que os pastores, neo-pentecostais, incitam este tipo de comportamento em seus fiéis.

A acusação...

Até o momento em que escrevo este artigo nada foi apurado, sem imagens (tão comuns atualmente) apenas o depoimento de algumas testemunhas de que dois homens com bíblias nas mãos foram os autores da agressão. Recentemente tivemos o caso de uma menina evangélica agredida na escola e ninguém falou de intolerância religiosa, em Curitiba, católicos foram agredidos por ativistas LGBT, todos os dias centenas de pessoas são vítimas da violência, sejam eles umbandistas, cristãos (católicos e protestantes), espíritas, budistas, ateus e por aí vai. Dai partir para uma acusação leviana de que pastores das igrejas neopentecostais incitam a violência já é demais. O jornalista errou feio ao fazer este tipo de afirmação.

A resposta...

Indignado com a afirmação do jornalista, o Pr. Silas Malafaia, que não é neo-pentecostal, publicou no seu Twitter a seguinte afirmação: "Avisa ao jornalista Boechat , que está falando asneira, dizendo que pastores incitam os fiéis a praticarem a intolerância.Verdadeiro idiota." Silas erra feio aqui. Poderia ter se pronunciado até mesmo citando o jornalista mas de uma forma mais educada.

Baixando o nível...

Imediatamente o jornalista respondeu ao vivo fazendo sérias acusações ao pastor e usando de termos de baixo calão que não convém a alguém que se diz profissional. O jornalista deixa bem evidente o seu ódio pelo pastor Silas e desrespeita a audiência. Errou e muito.

Todos estão errados...

Ninguém está certo nesta história, a imprensa em acusar os evangélicos sem provas concretas, o jornalista em generalizar a conduta de pastores e não respeitar os seu público, o pastor Silas em ficar procurando confusão, os caras que atiraram a pedra, enfim! A pergunta que fica é: a quem interessa esta polêmica toda? Quem está tirando proveito disso? Quem irá se beneficiar de uma guerra ideológica em nosso país? Resposta? Quem está no poder. Fica claro que ha uma manipulação para manter os brasileiros desunidos, raivosos e com isso enfraquecidos para enfrentar a exploração dos detentores do poder.

Nosso dever...

Como cristãos, nosso dever não é incitar o conflito mas promover a paz e o diálogo, dando o bom testemunho da transformação em nossas vidas e mostrando a todos que é possível sim construirmos um mundo melhor para todos. Nossa conduta serve para promover o bem, nossa fé é para salvação e isso vem de Deus e não de nós.

Meu apelo...

Não assisto a BAND, nem a Globo, nem a Record, não escuto o Boechat, pois é uma pessoa que não tem nada para me acrescentar, já ouvi muito o Pr. Silas e gostava de suas pregações mas atualmente não posso compactuar com ele, mas como irmão em Cristo posso pedir a ele que volte a pregar o Evangelho do Reino como ele fazia antigamente. Sei que ele não vai ler este artigo, então eu oro.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A música cristã tem que ser evangelística?

Fico ouvindo e lendo sobre música cristã e me deparo com tudo quanto é tipo de opinião a respeito, desde as mais coerentes até as mais absurdas. Todos dão seus pitacos e, como cantaria o Kid Abelha: Por que não eu?

Na minha concepção não existe santo e profano, ou seja, música é música. O que de fato existe é música feita por cristãos e por não-cristãos. Quando olhamos o assunto a partir deste prisma evitamos cometer o erro de querer classificar a música de forma errada, esquecendo-se da mensagem e atendo-se unicamente ao estilo e a forma como se isso fosse suficiente para determinar se uma coisa é santa ou não.

Tecnicamente, música é uma combinação de sons e silêncios dispostos harmoniosamente para criar uma linha melódica que é executada dentro de um espaço-tempo respeitando um andamento ou ritmo, gerando uma experiência subjetiva no receptor. Resumindo: Sons organizados criando emoções.

Acredito que isto deixa claro que a música, em si mesma, não pode ser boa ou má, sagrada ou profana, para o bem ou para o mal. O objetivo de uma peça musical é determinado por quem criou a peça e por quem a executa. É nesse ponto que eu quero chegar. Como funciona a música feita por cristãos? Qual o objetivo do músico cristão ao compor uma canção?

A música feita e executada por cristãos, no meu entendimento, pode ser tanto para louvor e exaltação do Deus que nós cremos ou para entretenimento. Não vejo nenhum problema de um cristão criar composições que falam de assuntos que não estão diretamente ligados ao louvor e adoração. É o que convencionamos chamar de música não-confessional, ou seja, que não fala explicitamente de Deus, da Igreja e do Cristianismo mas que passeia sobre os mais variados assuntos a partir de uma cosmovisão cristã, pois não há como fugir disso. Veja o caso da cantora e compositora Lorena Chaves, por exemplo. Suas canções não trazem o nome de Deus estampado em cada verso mas os valores, ideias e ideais das suas letras estão impregnados de cristianismo. Não estou falando de criatividade musical. No caso da Lorena Chaves, suas canções são uma mistura bem feita de Folk Rock e MPB o que não é uma novidade.

O que eu considero um problema é quando alguém quer empurrar estas músicas no culto a Deus. O culto é um momento de louvor e adoração a Deus e pede canções que nos remetam a isso. Creio que existe muita confusão em relação a isso. De um lado os demonizadores que classificam de maligno tudo o que não fala de Deus e de outro um liberalismo exagerado que quer colocar qualquer coisa dentro da igreja. Mas tenha cuidado; nem tudo o que fala de Deus, mesmo que seja sincero e verdadeiro, serve para o momento do culto, pois a igreja não pode e não deve ser um gueto de apenas uma tribo mas uma comunhão de diferentes com um mesmo propósito.

O que precisamos na verdade é encontrar um ponto de equilíbrio para saber decidir oque é mais adequado para cada momento. Quanto a música não ser de cunho evangelístico eu parto do seguinte pressuposto: Na literatura cristã temos livros voltados para a edificação do crente enquanto um prestador de culto mas também temos livros sobre relacionamento conjugal, criação de filhos, sexualidade, empreendedorismo e por ai vai. Isto me faz enxergar que na música cristã também podemos abordar outros assuntos de forma a termos uma mensagem integral que possa abranger todas as áreas da existência humana inclusive o entretenimento puro e simples.

E você? Qual a sua opinião? O que você pensa a respeito deste assunto? Comente ai, dê a sua opinião, para que possamos, juntos, crescer em graça e conhecimento. Grande abraço.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Batalha dos Estultos

Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Efésios 6:12

Observando o texto do irmão Paulo, escrito para os crentes que estavam em Éfeso e comparando com o que acontece hoje com as instituições religiosas, que se auto denominam cristãs, no que diz respeito a sua convivência com os contrários: fica um tanto evidente uma total incapacidade de compreender o texto paulino citado. Baseado nisto vamos tentar desenhar o que este enunciado afirma e que deve ser uma regra para nossa conduta, enquanto representantes do Reino que afirmamos ser tão maravilhoso sem no entanto convencer ninguém disso.


Vamos fazer uma rápida análise do texto apresentado:

Pois a nossa luta - Este é o primeiro ponto que devemos compreender. Temos uma luta a ser travada, ou seja, estamos permanentemente em estado de guerra. E quem está nessa condição não pode dormir, não pode perder o foco, deve estar sempre alerta, vigiando e orando para não ser engodado e capturado pelo inimigo que não está brincando.

Não é contra pessoas - Aqui Paulo não deixa nenhuma margem de dúvidas. Temos uma luta mas ela não é contra pessoas. É inútil ficar perdendo tempo em longas discussões que não levarão a nenhum lugar pois estão focadas no alvo errado. Isto não quer dizer que não podemos expressar aquilo que cremos. Pois Jesus nos comissionou para pregar a boa nova.

Mas contra os poderes e autoridades - Em outras traduções lemos principados e potestades. Principados (arche) dá a ideia de autoridade de onde emanam as idéias e Potestades (eksousia) refere-se aqueles que garantem a execução da ideia. É contra esta origem das ideias contrárias a vontade de Deus e contra estes gerenciadores da execução destes intentos que devemos concentrar o foco da nossa luta. Uma vez que, nosso objetivo bélico não esta direcionado para pessoas, entende-se que a nossa luta se dá no campo das idéias o que, para nós, representa uma dimensão espiritual e não material.

Contra os dominadores deste mundo das trevas - Esta frase não deixa nenhuma dúvida de que Paulo está se referindo ao mundo espiritual imerso em trevas espirituais, ou seja, o mundo dos demônios. Não acredita em demônios? Pois eles acreditam!

Contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. - Será que é preciso explicar mais alguma coisa?

O texto de Efésios deixa bem claro que é inútil o nosso envolvimento em disputas de gênero, de cor, de religião. Nós não temos que convencer e nem converter as pessoas. Nós não estamos em guerra com os seres-humanos. O que precisamos é compreender que nossa função em relação as pessoas é anunciar o Evangelho. Este anuncio, não se faz no templo mas sim nas ruas e na maioria das vezes sem precisar falar, mas com atitudes. Mas que atitudes?

Muitos pensam que: ser honesto, trabalhador, obedecer as leis, respeitar os outros é que fará a diferença. Estas práticas, entre outras, são obrigações e devem estar impregnadas no caráter de todos independente de serem cristãos ou não. O que realmente nos torna diferentes é o amor que demonstramos pelo próximo. Ser cristão não é apenas ser uma pessoa boa mas acima de tudo ser alguém disposto a perder em benefício do outro. É ser servo, e ser servo é servir ao propósito de Deus. É isso!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Diga ao povo que marche

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. Êxodo 14:15

Em primeiro lugar, quero deixar claro que eu não sou contra a Marcha para Jesus e é provável que esteja nas ruas no próximo dia 16 de maio, em Ponta Grossa, PR. O que eu quero refletir neste espaço é sobre a finalidade da marcha.

É obvio que muitos dirão que o objetivo do evento é exaltar o nome do Senhor Jesus, glorificar a Deus, declarar que a nossa cidade é do Senhor Jesus e toda aquela ladainha gospel que já estamos habituados. Mas será que é esta a mensagem que comunicaremos as pessoas que estarão observando a banda passar?

A impressão que eu tenho é de que estamos tentando mostrar que: somos muitos, somos fortes e temos poder! Uma coisa do tipo Triunfalismo Gospel Contemporâneo que manda o seguinte recado: Sai da frente se não a gente passa por cima! Temos poder para eleger um presidente! Conseguimos mudar a programação das emissoras! Etc.! Etc.! Etc.!

Eu vejo muitas mensagens mas não enxergo Jesus no meio da massa. Sabe porque? É que depois que termina a festa, tudo continua como antes. As denominações tão unidas na avenida continuam criticando umas as outras. As necessidades dos pobres e desprezados continuam as mesmas. Nossos cultos continuam sendo shows de talentos e desfiles de moda e se tirarem o beijo gay da novela vamos manter a audiência, mesmo com todas as outras abominações da trama televisiva.

Até quando viveremos nesta apostasia moderna? Por quanto tempo continuaremos cultivando nossas futilidades e vivendo de ilusões banais? Quero deixar uma pergunta para respondermos a nós mesmos: Se a igreja da qual somos membros fechar as portas hoje, a comunidade local sentirá falta dela? Se a nossa resposta for negativa, então precisamos repensar urgentemente que evangelho estamos anunciando, pois certamente não é o de Cristo.

Para nossa reflexão vou deixar lincado um vídeo do Pr. Neil Barreto que nos trás muitos questionamentos a respeito da igreja que estamos construindo.


terça-feira, 5 de maio de 2015

Geração coisa...

Todos os dias, milhares de pés percorrem, freneticamente, os quatro cantos do mundo em busca da definitiva fórmula da felicidade. Descalços ou não, articulações e calcâneos suportam tíbias e perônios de corpos tristes. Corpos que caminham para um fim de incertezas, preenchendo vazios com mimos de pouco ou nenhum valor. Corpos que seguem juntos mas não se olham e nem se percebem, apenas prosseguem, como narcisos modernos fitando suas próprias ilusões nos espelhos negros que carregam nas mãos. Mãos que só se estendem para tocar as superfícies sem vida da materialidade absurda que rouba-lhes o tempo. Tempo que já perderam nas empreitadas sem descanso que lhes garante o únicos direitos que possuem: Ter! Obter! Possuir! Gastar o que não podem naquilo que não é pão. Geração tresloucada, sempre tão conectada e paradoxalmente desligada do outro. Geração cujos amigos são fotos tratadas em um editor de imagens qualquer. Geração do Self, voltada para si mesma, que não olha em volta e não pode ver quem está em derredor. Geração sem próximos nem distantes, cujo único valor palpável está na propriedade de coisas para ostentar a posse daquilo que não lhe seguirá na cova. Que coisa! Para finalizar deixo o belo poema de um camarada Thadheu...

Como é que vão as coisas?

Cale a boca, coisa ruim!
Você não está falando coisa com coisa.
A coisa não está preta coisíssima nenhuma.
Você está com muita coisa pra cima de mim
mas eu lhe peço só uma coisa:
deixe a coisa em paz
pra ver como é que a coisa fica.
Alguma coisa me diz que, por uma coisinha de nada,
eu deixei de lhe dizer uma porção de coisas.
Outra coisa: baixe neste centro mas com o espírito da coisa.
Não precisa ser aquela coisa mas, pelo menos,
uma coisa muito louca.
Ou uma coisa tão estranha que,
mesmo que pareça a mesma coisa,
seja coisa do outro mundo.
Pois de todas as coisas, no fim, sempre resta pouca coisa.
Ah, só mais uma coisa: a vida tem dessas coisas.
E coisa que não acaba mais.
Se você não concorda, o que não é lá grande coisa,
escreva qualquer coisa!
Diga qualquer coisa!
Faça qualquer coisa!
Só não me deixe coisando sozinho!

Antonio Thadeu Wojciechowski

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Raquel Maiden, Vá De Retro, São Tanaz...

Recentemente, numa entrevista concedida à rádio Jovem Pan AM, a jornalista e âncora do SBT, Rachel Sheherazade, perguntada sobre suas preferências musicais, afirmou que é fã da banda britânica Iron Maiden. Pronto, foi o suficiente para uma enxurrada de "crentes" indignados acusando a bela e inteligente Rachel de mundana, não convertida e por aí vai, isto sem falar nas acusações de que a banda é satânica, etc, etc etc, e blá, blá, blá!


Nunca fui muito fan do Iron, musicalmente prefiro o Metallica, questão de gosto, mas vamos ao Iron. Trata-se de uma banda de performance, quase um teatro, os temas das letras remetem a história antiga e casos de amor. Muitas vezes a temática das letras remete ao mal sem fazer apologia mas meio que abrindo o jogo. Honestamente não vejo no Iron este tal satanismo. O que percebo é um marketing muito bem estudado. Mais que uma banda, Iron Maiden é uma empresa de entretenimento. Lógico que não sou inocente, suas letras não te levam a dobrar os joelhos e orar mas a questionar a natureza humana que insiste em correr para o mal. Mas existe uma lição importante em tudo isso: como é fácil emitir julgamentos.

Seres tão humanos, sempre dispostos a apontar, criticar e condenar outros seres, esquecendo-se de que um dia todos deverão apresentar-se diante do grande tribunal. E neste dia não será questionado o gosto musical de ninguém mas sim as obras executadas neste mundo. Não é hora nem momento para preocupações desta natureza, mas sim de manifestar o Reino de Jesus Cristo entre os homens, não com guerra de gêneros, mas com ações de amor ao próximo. Mas quem é o seu próximo? Como diz o DH, próximo é aquele que está ao alcance das suas mãos...

segunda-feira, 9 de março de 2015

Saindo da Caixa

Uma das coisas que eu tenho observado nas bandas e músicos da minha região, que estão mais próximos de mim, é a falta de informação musical relevante. Mas o que significa isto?


Não se trata de talento ou capacidade técnica. Conheço dezenas de músicos talentosos com capacidade técnica até mesmo acima da média e condições de estar no circuito musical nacional ou até mesmo participando da cena externa em pé de igualdade com nomes fortes do meio. Mas então, porque estes músicos e bandas não decolam? Creio que existem vários fatores e não tenho nenhuma pretensão de esgotar o assunto, mas de levantar alguns pontos que consigo identificar. Então vamos lá.

Falta de um objetivo


Grande parte das pessoas que eu citei acima, não possuem um objetivo claro naquilo que estão fazendo. Lembro-me de um grande amigo meu, na adolescência. Ele queria tocar cavaquinho profissionalmente. O cara era muito chato (risos). A imagem que eu tenho dele era um maço de partituras e o cavaquinho nas mãos. Horas e horas, comendo, assistindo TV, com os amigos, sempre, o instrumento e as partituras. O resultado dessa obstinação é que hoje ele é um dos cavaquinhos mais requisitados nos estúdios, saraus, etc. O cara é tão bom que virou música:


Ter um objetivo é fundamental para formar uma carreira na música. Se você toca por tocar, certamente no futuro, terá um bom emprego e não estará mais envolvido com a música. Então o seu primeiro passo é estabelecer uma meta a ser alcançada. É a partir deste alvo que você irá traçar os seus passos para poder atingi-lo.

Falta de originalidade


Isso é um problema sério. Mas antes me deixe te fazer uma pergunta: Quantas bandas cover do Iron Maiden fazem o mesmo sucesso que o Iron Maiden? Reposta: nenhuma. Vamos melhorar a pergunta. Quantas bandas que soam igual ao Sepultura, fazem o mesmo sucesso que o Sepultura faz? Resposta: nenhuma. Só existe um Iron, um Sepultura, um Pink Floyd, um Legião, uma Madonna, e por aí vai.

Para ser relevante no mercado musical é preciso ser original, ter algo que caracterize seu som como único, uma identidade musical, aquela coisa mágica (e olha que eu nem acredito em mágia) que faz com que a gente saiba de quem é aquela música já nos primeiros acordes. O grande problema da maioria das bandas atuais é que você ouve 10 bandas, todas ótimas com músicos excelentes mas parece que você está ouvindo sempre a mesma banda, e o que é pior, parece que todos gravaram no mesmo estúdio e com os mesmos equipamentos. Me desculpe a sinceridade, mas assim você não vai chegar em lugar nenhum.

Mas como conseguir fazer algo novo? Conhecendo o que já está sendo feito! Saindo da caixinha. Aqui no Brasil apesar de todos nossos problemas existe uma série de eventos acontecendo. Grandes eventos, médios, mainstream, independentes, alternativos, online. Não há desculpa para a falta de cultura musical. Também é importante conhecer os nomes que deram origem a tudo o que está ai. Entender porque os Beatles são considerados a maior banda de todos os tempos. Para isso uma das primeiras coisas que devem cair por terra é o preconceito musical.

Por exemplo: recentemente aconteceu a Mostra Internacional de Rock Progressivo no Rio de Janeiro com a presença de Carl Palmer e do PFM (Premiata Forneria Marconi) entre outras e com ingressos à R$ 10,00 (dez reais). No lado Cristão tivemos o Rock no Vale em Arujá, SP, com artistas da nova geração da música cristã como: Simonami, Doutor Jupter, Militantes, Os Arrais, Crombie, Lorena Chaves, Resgate, Dominic Balli (USA) entre outros.

Ir a eventos assim abre a cabeça do músico em todos os sentidos. Novos ritmos, tendências, equipamentos, técnicas, etc. Essa enxurrada de informações sonoras vai moldando a maneira de compor e com o tempo você consegue criar uma identidade própria, com referências marcantes, mas sem imitar ninguém.

Por enquanto é isso. Lógico que há muito mais o que falar mas não quero me tornar extenso demais. Éu creio que é possível ser original e artístico. Sempre haverá algo que ainda não foi feito e se você não fizer alguém mais ousado certamente fará. Música é paixão e ousadia. O resto é técnica e teoria.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Existe música boa atualmente?

Recentemente participei, a convite, de um episódio do podcast Maná com Manteiga, sobre música antiga (velha) e um dos tópicos abordados foi sobre a qualidade das músicas atuais. Confesso que é uma questão difícil de se chegar a um denominador comum.


Afirmar que a música atual é pior que as músicas antigas é muito perigoso e não reflete a verdade absoluta. Existe muita coisa boa sendo feita atualmente. O que fica patente, é que a música que chega ao grande público através do rádio, televisão e internet, em geral, é de fácil aceitação e produzida para ser rapidamente consumida e substituída, ou seja, a música pop não é necessariamente ruim mas é descartável e deve colar na mente do consumidor apenas pelo tempo necessário até a próxima música. Então na verdade nós temos três categorias de musicas a saber:
  • Música Ruim - É ruim mesmo e normalmente é imediatamente rejeitada pelo ouvinte, não passado da primeira audição.
  • Música Boa - Não é de fácil assimilação mas se perpetua na história ganhando uma aura de imortalidade.
  • Música de Consumo - De fácil aceitação e curta duração para dar lugar a novas músicas igualmente fáceis..
Não tenho dúvida de que esta última requer muito conhecimento técnico, musical e mercadológico e talvez seja a mais difícil de produzir. Imagine o trabalho de produzir uma música que caia rapidamente no gosto popular, grude por uns meses e rapidamente seja esquecida para dar lugar a outro sucesso. É difícil demais!

A questão é que o mercado precisa faturar e grandes produções, para serem eternizadas, numa era em que a venda de CDs é praticamente zero acabam não compensando. Do outro lado, a falta escancarada de cultura das gerações atuais facilita o consumo de porcarias tipo Fast-Food. Vivemos uma era em que as pessoas consomem quantidades enormes de informação mas não adquirem conteúdo.

Mas nem tudo está perdido. Com as facilidades e o barateamento da produção e distribuição de conteúdo ficou mais fácil encontrar nichos de bom gosto e direcionar a atividade cultural diretamente para este público específico.

Mas e a resposta para o título desta postagem? A resposta é essa: Sim, existe música boa atualmente, aliás, existe música, poesia, literatura, artes plásticas, filmes de excelente qualidade intelectual sendo produzida no nosso planeta. Mas não é para todos! É para aqueles que buscam por algo melhor, mais consistente, mais profundo, mais underground. Não pense que o establishment vai facilitar a sua vida. Não vai. Você terá que desejar, garimpar, encontrar e ajudar a divulgar para outros. E quer um conselho DIY? Se você não encontrar o que está procurando, faça você mesmo!