domingo, 31 de dezembro de 2017

Adeus ano velho...

Reflexão para um ano melhor...
Tecnicamente falando, é só mais um dia com 24 horas de duração, mas a transição de um ano para outro, na nossa humana maneira de contar o tempo, é sempre uma oportunidade de refletir sobre o que fizemos, o que deixamos de fazer, o que queríamos fazer e o que deveríamos ter feito. Um momento na frente do espelho para estabelecer novas metas, reavaliar planos, reestruturar projetos. É bem verdade que a maioria das pessoas parece ter uma forte dose de esquecimento daquilo que foi planificado para o ano que irá começar, provavelmente devido a ressaca herdada da festa. Mas o certo é que trata-se de um momento propício para uma meditação avaliativa do eu que insiste em sabotar nossos projetos.

Creio que muitas das projeções e listas de desejos que se desmantelam ao longo dos dias carecem de um ingrediente fundamental para o sucesso da receita. Chama-se sinceridade. Temos que ser sinceros com nós mesmos, pois somente uma auto-compreensão do ser que somos é que irá determinar o sucesso ou o fracasso do roteiro. A bíblia afirma que o diabo é o pai da mentira e isto é, certamente, uma grande verdade, e provavelmente, a mentira mais letal é aquela que tenta enganar o ser que está no espelho. Por isso a minha recomendação é: fique nu diante deste espelho e contemple quem realmente você é.

É óbvio que não estou me referindo somente a nudez física, mas também, a nudez da alma. Observe e analise, sem mascaras e nem montagens, o indivíduo a sua frente. Faça uma avaliação sincera sobre quem é este ser, como pensa, o que quer e deseja, num quadro geral e abrangente, como gostaria de estar vivendo, o que lhe trás alguma forma de satisfação, alegria e senso de realização. Estude atentamente o perfil psicológico, como pensa, no que crê de fato e compare com quem está tentando ser. É espantoso perceber que na grande maioria dos nossos fracassos a razão não está no que nos cerca mas em nós mesmos.

Quantos e quantos de nós, vivem uma vida amarga e cruel tentando ser o que não são, viver o que não suportam, fazer o que não traz sentido de realização? E o pior, quantos de nós não ficam, ano após ano, creditando nossas decepções às agruras do caminho. Adiando a verdade e esperando o dia em que poderemos dizer que estamos velhos demais para mudar. Ninguém é tão velho que não possa mudar! Afinal, o pulso ainda pulsa. 

Pra não encerrar este artigo de uma maneira tão melancólica, depois dessa autoanálise, estabeleça uma única meta para o ano que está começando: ser você mesmo. Levante, comece a andar, faça o que tem que ser feito, caminhe na verdade, ainda que esta venha a chocar muita gente. Deus te mandou pra este mundo com um propósito de vida e de realização. O plano Dele está bem aí, martelando em sua mente, dia após dia. Você está vivo, respirando e pensando? Então é porque ainda dá tempo. Vá em frente e faça valer, para o Criador, a criatura que você é. Feliz ano novo!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O punk não morreu; calçou um coturno e foi a igreja...

Entre Bíblias & Coturnos é uma aula de história, daquelas que quando terminam, você quer mais!
Quando o Eduardo Teixeira lançou o documentário Cristo Suburbano, em 7 de maio de 2014, talvez não imaginasse a repercussão que um vídeo amador, simples e sincero iria ter, ao contar a história de algumas bandas da cena punk cristã nacional. Agora, quase quatro anos depois e com muito mais experiência, Edu nos brinda com um novo trabalho, desta vez, mais bem construído, mais dinâmico e com uma trilha sonora que é uma pedrada no ouvido para acordar esta geração entorpecida. Tive o prazer de assistir a obra finalizada, antes do seu lançamento, programado para 13 de janeiro de 2018. e tenho algo a dizer: vale cada minuto!

Diferente do trabalho anterior, este filme apresenta um panorama da caminhada que muitos punks fizeram e continuam fazendo das ruas para a igreja. Através de depoimentos de uma galera, de várias regiões do país, que viveu e vive o punk rock; o autor nos conta a história da formação e consolidação do movimento Cristianismo & Punk Rock em terras tupiniquins. São ativistas, membros de bandas, donos de selos, fanzineiros e líderes de coletivos que descobriram, na fé em Cristo, a atitude mais punk de suas vidas. Com uma dinâmica invejável, conseguida através de uma edição inspirada, os depoimentos se complementam e parecem ter sido escritos num único roteiro. Não é cansativo e você nem percebe que se passaram duas horas. 

Eduardo A. Teixeira
Feito com equipamentos simples como celulares, o resultado final  é um encontro equilibrado entre a singeleza do Faça Você Mesmo e a seriedade do profissional. Não tenho dúvidas de que este vídeo coloca o Eduardo Teixeira na condição de documentarista e, com certeza, outros trabalhos virão. Para fechar com chave de ouro, é preciso mencionar a excelente trilha sonora, lançada simultaneamente, em formato digital, pelo selo Cristo Suburbano Records nas principais plataformas musicais e que trás boa parte da produção musical do gênero.

Tive a honra de participar deste trabalho e confesso que fui surpreendido com o resultado final. No apagar das luzes, a lição que fica é: O que faz um bom documentário não é um bom equipamento e nem uma boa história sozinha. Um bom documentário é aquele que sai das mãos de um apaixonado e este trabalho deixa claro que o Eduardo ama o que faz. Tenho certeza que você vai curtir!
Assista Agora:

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Sem origem não existe destino

Se formos fruto de um absoluto nada, estamos destinados a nada ser
Tenho observado, nas redes sociais, uma incapacidade para o diálogo, em grande parte das pessoas. Qualquer assunto, por mais simples que seja, gera uma enxurrada de xingamentos, acusações mútuas e ódio destilado. Todos queremos ter mais razão do que o outro e dificilmente paramos para ler e meditar nos argumentos contrários. Minha pergunta é: Afinal, o que está acontecendo? Bom, não sei se a minha opinião tem alguma relevância para você, mas se você está lendo este artigo é porque deve ter uma, por menor que seja. Acredito que estas manifestações quase bélicas se devem a um afastamento cada vez maior do ser humano em relação a Deus.

Um dos aspectos fundamentais do nosso relacionamento com Deus é a compreensão plena de que Ele é o Criador e Mantenedor de toda a vida. Quando se tem a consciência de que: somos seres criados e que o próprio Deus é quem garante que continuemos vivos, compreendemos que Ele, e somente Ele, é o nosso tudo e sem a Sua presença não somos absolutamente nada e consequentemente nada podemos. É justamente aí que começam os problemas. Pensamos que sabemos o que é bom para nós. Acreditamos que temos a capacidade de solucionar nossos problemas sem a ajuda de ninguém. Cremos que somos autossuficientes quando na verdade estamos longe de o sermos. Por conta disso, agimos como crianças rebeldes que se julgam melhores que os pais e não desejamos sequer ouvir seus conselhos.

Concordo que conselhos de outros humanos, falhos como nós, podem nem sempre ser úteis, mas em geral, mesmo vindo de pessoas cheias de falhas e erros, os conselhos dos pais sãos, normalmente, fundamentados em experiências pessoais. O problema é que criamos, uma aversão ao passado. Claro que olhar para frente é importante, mas quando não se conhece a origem, o destino se torna incerto. É interessante como a cultura judaica dá uma grande importância as genealogias. Esta tabulação das gerações anteriores estabelece uma linha do tempo solida que permite uma melhor compreensão da nossa própria existência. Se formos fundo até a origem de tudo fica fácil estabelecer o destino final de todos.

Se na nossa volta a origem primordial não houver nada, então nosso destino final será um imenso e incompreensível nada, uma eterna inexistência, um absoluto vazio de tudo, sem história e sem memória. Neste cenário triste, não importa como tenha sido sua vida nesta terra, pois tanto faz ter sido o maior e melhor ou o menor e pior, bom ou mau, não haverá recordação, não haverá uma história a ser contada, não haverá, sequer, uma razão plausível para a nossa existência. Ficamos reduzidos a uma espécie sem sentido. Se este fosse o nosso destino não haveria a necessidade de consciência.

Ter uma consciência nos diferencia de tudo, pois nos leva a buscar um sentido, uma razão, um propósito para nossas vidas. Esta capacidade única nos leva a perguntar de onde viemos e para onde vamos. Trata-se de uma pergunta fundamental, pois o destino está diretamente ligado a origem. Somente uma origem tangível, real e consciente nos levará a um destino igualmente tangível, real e consciente. Nesta linha de raciocínio, somente uma origem em um Deus supremo, sábio e poderoso nos garantirá a esperança de um destino válido. Quando olhamos as coisas por este prisma, ser consciente, acumular conhecimento, filosofar sobre a vida, buscar uma origem e tentar compreender o que somos passa a ter sentido.

Somente em Deus pode haver uma razão para estarmos aqui e sermos quem somos. Nossa capacidade de amar, de olhar para o outro, de criar, de sonhar com um futuro melhor, está intimamente ligada a nossa origem. Fomos criados por Deus, para aprendermos com Ele, crescermos e voltarmos a Ele conscientes do nosso papel neste plano tão sublime. Quanto mais o buscamos mais o compreendemos. Esta compreensão vai moldando o nosso caráter e nos capacita para amar o próximo a medida que aprendemos a amar um Deus que é o próprio amor. Pense nisso!

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Underground Cristão #004 - Legacy Of Kain - I.N.V.E.R.S.O

Um álbum que consegue te prender da primeira até a última música
O Legacy Of Kain foi uma banda que me impressionou desde a primeira audição com o EP Greta lançado em 2016 com três músicas de tremer a terra. Agora eles estão de volta com o álbum I.N.V.E.R.S.O, um petardo de peso e conteúdo forte de suas doze faixas impecavelmente bem gravadas. Só para refrescar sua memória, a banda é um projeto dos guitarristas Angelo Torquetto e Karim Serri. Dois garotos com pouco mais de vinte anos de estrada em bandas como: Crosskill, Devil Tourturer, Desertor, Messianic Cry, Seven Angels e Doomsday Hymn. Além dos guitarristas, o grupo é completado por Markos Franzmann (voz), Leandro Paiva (baixo) e Tiago Rodrigues (bateria).

Com uma ótima capa  do artista plástico Carlos Fides do ArtSide Studio e produção, mixagem e masterização feita pelo guitarrista Karim Serri no Silent Music Studio o disco trás uma sonoridade que soa moderna, possui identidade própria e um peso impressionante. Outro detalhe: é uma das poucas bandas do gênero onde, apesar do vocal bem agressivo, é possível entender perfeitamente o conteúdo das letras.

Metal de primeira grandeza, com arranjos arrasadores. Vale a pena a audição de cada faixa. Já ouvi um par de vezes e está difícil escolher uma preferida, pois cada nova canção te captura e te deixa meio embriagado. Excelente. E olha que eu nem sou um fã do gênero.

A banda disponibilizou o download do álbum em: http://bit.ly/2gHQUKW. Você também pode visitar o canal da banda no Youtube em: https://www.youtube.com/legacyofkainbrazil

domingo, 5 de novembro de 2017

Um mundo com Deus é sempre melhor! Até para os ateus!

Nas leis estabelecidas por Deus existe um senso de liberdade e respeito que privilegia até os que não creem!
Qualquer pessoa, com o mínimo de inteligência, percebe que existe uma ordem natural das coisas, um princípio que norteia a existência do ser humano e que nos dá a exata noção de certo e errado, bom ou ruim, bem e mal e tantas outras comparações que eu poderia citar. Para alguns, estes princípios são naturais, para outros, como eu, eles foram impressos em nós para que pudéssemos viver, neste mundinho complicado, de uma maneira mais amena e mais produtiva. Como cristão, não tenho a menor dúvida que que foi Deus quem estabeleceu estes códigos de conduta, que, caso fossem seguidos, garantiriam ao homo sapiens, uma convivência digna e pacífica, com seus pares e com a natureza em seu entorno.

Quando examinamos as Sagradas Escrituras, fica claro e evidente que, o projeto de Deus para nós, aponta para uma organização libertária. As regras são simples, objetivas e contemplam o conjunto das liberdades naturais inerentes ao ser humano. É na compilação recebida por Moisés, no monte Sinai, na forma de mandamentos, também conhecida como Decálogo, que encontramos o cerne destas liberdades e direitos naturalmente estabelecidos pelo Criador. Não vou citar em ordem mas apenas tecer alguns comentários para que você compreenda melhor estes princípios.

Quando Deus nos orienta a não matar outros seres humanos, fica evidente o direito de viver. A existência humana possui um ciclo de nascer, viver e morrer onde nascer é o ato inicial e morrer o ato final, entre estes dois eventos situa-se a existência do ser social que não pode ser interrompida através de uma ação externa pois isso violaria um ciclo natural pré estabelecido. Assim como interferir neste evento fere um principio natural, impedir que ele aconteça também se constitui um crime, no caso do aborto, pois impede uma ocorrência que é fruto de uma associação humana pré consentida.

Da mesma forma, quando a Palavra de Deus nos diz para não roubar, vemos aí mais um direito natural, que é o de propriedade. Uma propriedade se estabelece quando você coloca parte do seu trabalho sobre um recurso escasso fazendo com que este recurso, legitimamente, por ação do seu trabalho, passe a ter parte de você e, portanto, torne-se sua propriedade, fazendo dela um bem inviolável. Por isso Deus deixa claro que a propriedade de alguém, pertence a este alguém e não pode ser tomada a força.

Da mesma forma, quando Deus diz para não desejar a mulher de outra pessoa vemos aí mais um princípio, que é o da livre associação e que também não pode e não deve ser violado. No caso específico do casamento, esta é uma associação feita de comum acordo, com vistas a constituição de um núcleo familiar que objetiva a proteção do núcleo e a perpetuação da espécie humana. Também já vemos aí a ideia da união monogâmica entre homem e mulher.

Honrar pai e mãe também é um mandamento que diz respeito a questão da família e mais uma vez reforça a ideia de que esta é iniciada na união estável de um homem e uma mulher e, consequentemente, sua prole. A necessidade de honrar ao núcleo primeiro (pai e mãe) é óbvia, pois sem aquela união os filhos não existiriam, logo, eles devem a sua existência àquele casal.

No caso do falso testemunho, temos ai, novamente, o princípio da não agressão, também no campo das idéias, pois um testemunho mentiroso pode causar danos, muitas vezes irreversíveis, a outro indivíduo.

O decálogo também fala da questão do trabalho como a forma de obtenção de propriedade e de manutenção do próprio ser e da família que este constituiu e ainda toca na necessidade do descanso e do lazer e do culto a Deus para refletir a sua existência.

Mas o mais importante é o primeiro preceito. Amar a Deus acima de tudo. Esta é a base, pois somente um conjunto de regras éticas e morais que procedam de um ser acima dos seres humanos pode abarcar todos os seres humanos, sendo ético e imune as falhas e erros típicos de tais seres. Uma dedicação total e irrestrita a esta entidade maior, leva o indivíduo a seguir a risca todos estes preceitos proporcionando aos demais seres uma sociedade justa. Portanto, para termos uma vida digna e feliz, neste mundo, necessitamos de uma coletânea de ordenanças que norteiem a nossa conduta em relação a nós mesmos e no relacionamento com os demais seres humanos e a melhor coleção de preceitos é o Decálogo. Grande abraço!

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Modos & Estilos #023 - Ratos de Porão - Crucificados Pelo Sistema

Um clássico do Punk Rock nacional com mais de trinta anos e que continua atual.
Quando escutei este disco pela primeira vez, foi um petardo no meu cérebro, confesso que depois deste disco, nunca mais fui a mesma pessoa. Lançado em 1984, com a capa vermelha (este é o original, depois veio o capa cinza), Crucificados Pelo Sistema, dos Ratos de Porão, é um marco na história do Punk Rock nacional. Apenas o fato de ser o primeiro LP de uma única banda, o disco de estréia da banda trás um hardcore brasileiro que mostrou que aqui em terras tupiniquins havia uma galera realmente disposta a fazer história. São 16 músicas em menos de vinte minutos que abordam os mais diversos temas sociais como: corrupção, exploração, guerra, fome, ameaças nucleares e caos, de uma forma geral.

A formação que gravou a bolacha conta com João Gordo (vocal), Jão (Bateria), Jabá (baixo) e Mingau (guitarra). desta formação, somente João Gordo e Jão, permanecem na banda até hoje que é completada pelo baterista Boka e pelo baixista Juninho. Muita gente talvez não compreenda a importância do Punk Rock na música mundial. Aqui no Brasil não foi diferente. A ousadia, o inconformismo, a gana de fazer as coisa, mesmo sem as condições mínimas necessárias, criaram toda uma cena underground que possibilitaram o surgimento e o crescimento de um universo independente.

Talvez aqueles garotos de roupas pretas, com seus cabelos espetados, que faziam fanzines, criavam suas roupas e gravavam suas músicas, não tivessem a noção e a dimensão do que estava acontecendo. A cultura punk criou raízes e hoje se alastra nos mais diversos segmentos da sociedade, provando que não precisamos depender de um sistema controlador para realizar nossos sonhos e projetos. Crucificados Pelo Sistema representa isso e muito mais. Trata-se de um trabalho tão importante que já foi relançado várias vezes, com cinco capas de cores diferentes, Vendido e cobiçado em diversos países .

Recentemente, em 2014 ele foi relançado com um um EP anexo, com seis músicas gravadas ao vivo no antigo Napalm e também um DVD comemorativo dos 30 anos do álbum. Por isso e muito mais, esta obra prima, deve estar em qualquer discoteca de respeito e é indispensável para compreendermos a evolução da música brasileira. Bom, melhor do que ficar divagando, é aproveitar para escutar esta pedrada sonora.

Para ouvir



Documentário dos Trinta Anos do Disco




terça-feira, 10 de outubro de 2017

Cuidado! Vidro Quebrado!

Será que estamos, todos, nos tornando animais selvagens e insensíveis?
Outro dia, desses, quebrou um pote de vidro aqui em casa. Imediatamente pegamos uma embalagem de leite longa vida para colocar os cacos dentro e depois selar com fita adesiva. Fazemos para que, no descarte, ninguém se corte ao recolher o lixo. Aprendi isto com a minha madrinha, a dona Niva, que já é falecida. Sempre que havia algum perfuro cortante para ir ao lixo, era tudo cuidadosamente embalado, reforçado com fita crepe e ainda havia um aviso escrito com aquele pinceis atômicos: "Vidro Quebrado". Era uma preocupação para que o lixeiro não se machucasse ao recolher o nosso lixo. Uma preocupação com a segurança e a integridade de alguém que não conhecíamos. Cuidar do próximo! O que houve com a gente?

Confesso que não sei explicar o porque de perdermos a empatia com as pessoas. Parece que vivemos um tempo onde não temos tempo para nos preocuparmos com os outros em nosso entorno. Nossos vizinhos ficam doentes e se curam sem receber uma única visita de nossa parte. Cruzamos todos os dias com os necessitados e passamos ao largo como se eles não existissem. Coisificamos seres humanos e os vemos como se fossem apenas parte da paisagem. Assistimos, diariamente, no jornal do almoço, histórias de injustiça, enquanto engolimos nossa comida ligeira pra não perder o horário do ponto. Conhecemos, apenas de vista, a mulher que apanha do marido, o cara que teve tudo roubado, a criança que foi violada, o mendigo que dorme na marquise da esquina e que agora se chama morador de rua, como se esta fosse a sua melhor opção.

Com a mesma rapidez que nos chocamos com as manchetes, esquecemos os personagens. Esquecemos a moça que serviu de alimento de cães, os pais surpreendidos pelo ódio da filha, e menina lançada pela janela num ataque de fúria assim como nos esqueceremos das crianças queimadas. Fomos treinados para consumir, descartar e desejar a próxima novidade. E como produtos baratos vamos vivendo nossa vidinha estúpida, até o próximo pagamento. Somos religiosos e não deixamos de dar a oferta, mas não ofertamos o nosso melhor para aqueles que nos rodeiam. Assistimos todas as séries mas não assistimos os necessitados. Sempre em busca da selfie, do like e de carinhas felizes, mesmo que sejam apenas bytes e bits.

Será que chegamos ao fim?

sábado, 7 de outubro de 2017

Cuentos de Avengar - Una Carga Especial

Todo lo que ellos querían era descubrir si existía un paraíso
Traducido al español por: Jorge Fenix, de Stella Ediciones

Petrus vivía en la periferia sur de Avengar en un condominio frio y sucio, donde el gobierno le había destinado un cuarto con baño y cocina. Trabajaba en la usina de energia, controlando máquinas que proveían electricidad para veinte ciudades del porte de Avengar. La jornada de doce horas diarias de trabajo, seis días por semana, no era animadora, a pesar de que su función fuera considerada privilegiada. Petrus había conquistado el puesto por haber luchado en los frentes populares en el Día del Levantamiento. No tardó mucho en percibir su error, pero no había mucho que hacer. Hablar con otras personas era peligroso, por eso reservaba sus pensamientos para los momentos de soledad. La única persona con quien compartía sus ideas era Carlos, que trabajaba en el sector de mantenimiento de la usina.

Los dos se conocieron en el comedor y pronto fue surgiendo una amistad fuerte. Tras un año de esa relación, Petrus tomó coraje para exponer, aunque cuidadosamente, un poco de su pensamiento. Para su satisfacción, sus sospechas se confirmaron cuando constató que Carlos compartía las mismas ideas e ideales. Sabían que había otros como ellos, pero no podían exponerse, pues, en caso de que fueran denunciados, serían considerados traidores, crimen severamente castigado con la muerte.

Continuaron sus conversaciones reservadas y, después de algún tiempo, una persona más se juntó al grupo: la bella, inteligente y sagaz Carmen, una enfermera del Centro Médico. Fue ella quien supo, durante las numerosas atenciones a pacientes, que existían sobrevivientes del Levantamiento que habían huido hacia un lugar supuestamente seguro y desconocido. Tal vez fuese apenas una leyenda más o un cuento de hadas, pero, a partir de esa información, encontrar esa tierra distante y a los sobrevivientes se volvió sinónimo de esperanza. Pero, ¿cómo conseguir algo así? 

En Avengar la vida de los operarios tomaba rumbos peligrosos. Las raciones diarias y el sueldo mínimo generaban incomodidad, y no tardó mucho en surgir uma vasta red clandestina donde circulaban los más variados ítems de consumo. De pastas de dientes a drogas pesadas, prostitución y una criminalidad creciente que la Policía Estatal intentaba reprimir sin mucho éxito, pero siempre con extrema violencia. 

El contingente de policías era grande, pues formar parte de ese organismo de control traía algunos beneficios, como: jornada de trabajo menor y una remuneración por encima de la media. Inicialmente fueron esos atractivos los que llevaron a Pamela a alistarse en las fuerzas. El tiempo y el adoctrinamiento hicieron el resto. Su devoción ciega al Gobierno la transformó en una cazadora de subversivos, como eran llamados todos los que pensaran diferente. Pamela solo tenía un defecto grave: su orgullo hacía que a veces hablara de más.

Carmen estaba de turno en Emergencias del Centro Médico, cuando la ambulancia llegó con dos policías heridos en un enfrentamiento. Fue designada para atender a la joven policía que había recibido un tiro en el hombro. El médico responsable realizó los procedimientos necesarios y la agente fue llevada a un cuarto para recuperarse. Carmen estaba aplicando los vendajes y, como la mujer policía ya estaba consciente, comenzó a conversar con ella:

— ¡Buen día, teniente Pamela! ¿Cómo se siente? Ha sufrido una herida leve aquí. -Pamela sonrió con una mezcla de alivio, dolor y rabia:

— Malditos subversivos, estaban armados y reaccionaron.
Carmen siempre fue de pensar muy rápido y aprovechó la oportunidad para intentar extraer alguna información y disparó: — Vaya, pensé que esta escoria no existía más, pero debe ser algún alienado aislado.

— ¡No lo son, no! ¡Sabemos que existen más, pero voy a acabar con ellos uno por uno, tengo dos sospechosos más en la usina que luego voy a eliminar también! — respondió Pamela. — Ojalá, tengo miedo de esa gente solo de pensarlo. Voy a trabajar el doble para que se recupere rápido — completó Carmen.

Las dos se rieron juntas.

La noticia cayó como una bomba sobre Petrus y Carlos. Era preciso hacer algo rápido. Carmen sugirió que ellos salieran de Avengar para procurar el mencionado refugio. Sería un tiro en la oscuridad, pero, por lo menos, había una chance de sobrevivir y, quien sabe, un día volver para rescatar a otros. Pero, ¿cómo salir de la ciudad? Siguieron con sus rutinas de trabajo normalmente y mantuvieron los encuentros para no generar ningún tipo de sospecha en razón de un súbito cambio de comportamiento.

La solución para la fuga fue dada por Carlos y le vino a la mente durante un intervalo en la usina, cuando estaba en el jardín, recostado en un banco mirando para el cielo. Carlos observó los drones de carga que hacían su vuelo suave e silencioso llevando materiales de un lado para otro y llegó a la conclusión de que sería una óptima manera de salir por los muros. Restaba ahora descubrir cómo conseguir un dron de alta capacidad. Después de mucha búsqueda e incursiones por los submundos de Avengar, finalmente consiguieron un Nautilus 105, aparato utilizado en el transporte de detritos fuera de Avengar y, gracias a los conocimientos de Petrus, fue posible programar un permiso para que el dron atravesara la muralla sin disparar las alarmas. Con capacidad para 100 kilos, tendría que realizar dos viajes, preferentemente de noche.

La suerte parecía estar de su lado y Petrus agradeció por vivir en el último piso, pues eso le daba acceso a la terraza del edificio. Transportaron el aparato en partes y lo montaron en el lugar del despegue. Todo fue decidido a la suerte y Petrus haría el primer viaje. Con sus setenta kilos, aún sobraba espacio para llevar un poco de equipaje. El habitáculo era pequeño, pero él consiguió acomodarse. La idea era posarse en uno de los predios abandonados de la antigua ciudad, del lado de afuera. El control seria realizado desde dentro del dron y la memoria, borrada al regreso. Todo salió bien en el primer viaje, el aparato atravesó la muralla sin problemas y voló suavemente hasta un predio abandonado, posándose sobre el mismo. Petrus salió, descargó y accionó el retorno automático. El aparato regresó y Carlos borró la memoria de la ruta e inició el cargamento para el segundo viaje. Se acomodó en la caja para iniciar el viaje cuando fue sorprendido por cuatro agentes de la Policía Estatal que lo llevaron preso y recogieron la famosa caja negra del aparato. Era el fin de un sueño.

Del otro lado de la muralla, Petrus aguardó el tiempo combinado, pero Carlos no apareció, sabía que alguna cosa había ocurrido. Por un momento quedó pensativo, hasta que un ruido le llamó la atención. De en medio de las sombras surgió una figura alta y delgada, que se presentó de forma suave, pero segura de sí. − Mi nombre es Tom. ¡Su amigo no vendrá y usted precisa salir de aquí! -Petrus lo siguió, con la sensación de que estaba haciendo lo que era correcto, pero que no sería fácil. Sin embargo, esa ya es otra historia.



quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Cristianismo & Punk Rock - Só Jesus salva o punk rock

Será que os novos cristãos é que tem a responsabilidade de manter vivo os antigos ideais do punk?
Quando o movimento punk surgiu, no final dos anos 70 e ganhou corpo no início dos anos 80, ele era um movimento anti-tudo. Contra o sistema, contra o governo, contra o estado, contra as religiões, contra tudo e contra todos. Basicamente um espectro do caos, inconformado com o status quo que reinava e ainda reina nas esferas mais "intelectualizadas" da intelligentsia. Este punk mais root, não estava nem aí para convenções e levantava o dedo para o politicamente correto, era malvisto, odiado, detestado mas seguia em frente gritando as verdades que ninguém queria ouvir, eram taxados de burros e ignorantes, que não sabiam tocar, que não entendiam de nada. O que aconteceu?

Hoje vemos os novos punks, defendendo as agendas do politicamente correto, partidários, punks de esquerda e até punks de direita, punks socialistas, comunistas, anarco-capitalistas, budistas, exotéricos, espíritas, umbandistas, ateus, agnósticos, empresários, empregadores, empreendedores, políticos, transgêneros, transtornados e transformados por um programa que os faz pensar que ainda estão na contra-mão do sistema mas, na realidade, uma grande parte serve a este mesmo sistema que é tão bem elaborado que cria seus próprios contrários, numa realidade onde até os rebeldes são fabricados em linhas de produção com componentes baratos.

Olhando este cenário triste e desesperançoso parece que não sobrou ninguém que se oponha ao stablishment da vida. Clama, ainda existe um grupo, pequeno, mas consciente, que é taxado de louco até pelos seus próprios pares. Ainda existe um grupo que não se conforma com as injustiças e entende que é preciso falar. Um grupo que não segue as regras impostas por um sistema maligno e dominador e sabe que precisa agir, ainda que esta ação coloque em risco a sua própria existência. Um grupo disposto ao enfrentamento, disposto a dizer não e que mantém acesa a chama da rebeldia contra esta nova ordem mundial, mesmo sabendo que é odiado, malvisto, detestado, considerado retrógrado e ignorante mas que segue em frente crendo que não se pode ficar calado, parado, estagnado. Um grupo que carrega a bandeira da verdadeira liberdade, uma liberdade que não é imposta por estatutos e constituições, uma liberdade que não se obtém pela ação de organizações de esquerda ou direita. Um grupo que entende o real significado do que é amor. São os punks que encontraram em Cristo o verdadeiro ideal do movimento, da luta e do desejo de mudar o mundo.

Sei que vou angariar inimigos mas isto é uma consequência natural de ser cristão e de ser punk. Sim, somos punks, vadios, párias numa sociedade que não cabe em nós, somos mal vistos porque não nos moldamos ao mundo, somos os excluídos, fazemos nossas músicas, escrevemos nossos textos, anunciamos a nossa fé, com ou sem recursos, não queremos suas drogas, suas teorias, suas filosofias, mas estamos ai, incomodando, afrontando seus conceitos porque cremos que existe uma verdade única e superior, cremos em uma moral sublime e que a liberdade plena pode ser alcançada mas que a única porta de entrada para ela é o Evangelho de Jesus Cristo.

SOMOS PUNKS, SOMOS CRENTES, estamos em todos os lugares e estamos avançando, não para dominar mas para iluminar à sua frente para que você enxergue o terreno perigoso por ande anda! Quer ficar do outro lado? Tudo bem, respeitamos suas decisões. Quer juntar-se a nós? Seja bem vindo, mas tenha consciência de que não será fácil, mas é possível, em nome de Jesus!

Cristianismo & Punk Rock








domingo, 1 de outubro de 2017

Contos de Avengar - Uma Carga Especial

Tudo que eles queriam era descobrir se existia um paraíso.
Petrus vivia na periferia sul de Avengar em um condomínio frio e sujo, onde o governo lhe havia destinado um quarto com banheiro e cozinha. Trabalhava na usina de energia, controlando máquinas que forneciam eletricidade para vinte cidades do porte de Avengar. A jornada de doze horas diárias de trabalho, seis dias por semana, não era animadora, apesar de sua função ser considerada privilegiada. Petrus havia conquistado a vaga por ter lutado nas frentes populares no Dia do Levante. Não demorou muito para perceber seu erro, mas não havia muito que fazer. Falar com outras pessoas era perigoso, por isso reservava seus pensamentos para os momentos de solidão. A única pessoa com quem compartilhava suas ideias era Carlos, que trabalhava no setor de manutenção da usina.

Os dois se conheceram no refeitório e aos poucos foi surgindo uma amizade forte. Após um ano de relacionamento, Petrus tomou coragem para expor, ainda que cuidadosamente, um pouco do seu pensamento. Para sua satisfação, suas suspeitas vieram a se confirmar quando constatou que Carlos partilhava das mesmas ideias e ideais. Sabiam que havia outros como eles, mas não podiam se expor, pois, caso fossem denunciados, seriam considerados traidores, crime severamente punido com a morte.

Continuaram suas conversas reservadas e, depois de algum tempo, mais uma pessoa veio se juntar ao grupo: a bela, inteligente e sagaz Carmem, uma enfermeira do Centro Médico. Foi ela que soube, durante os muitos atendimentos, que existiam sobreviventes do Levante que haviam fugido para um lugar supostamente seguro e desconhecido. Talvez fosse apenas mais uma lenda ou um conto de fadas, mas, a partir dessa informação, encontrar essa terra distante e os sobreviventes virou sinônimo de esperança. Mas como conseguir algo assim? 

Em Avengar a vida dos operários tomava rumos perigosos. As rações diárias e o soldo mínimo geravam desconforto, e não demorou muito para surgir uma vasta rede clandestina onde circulavam os mais variados itens de consumo. De pastas de dente a drogas pesadas, prostituição e uma criminalidade crescente que a Polícia Estatal tentava reprimir sem muito sucesso, mas sempre com extrema violência. 

O contingente de policiais era grande, pois fazer parte desse organismo de controle trazia alguns benefícios, como: jornada de trabalho menor e uma remuneração acima da média. Inicialmente foram esses atrativos que levaram Pâmela a se alistar nas forças. O tempo e a doutrinação fizeram o restante. Sua devoção cega ao Governo a transformou em uma caçadora de subversivos, como eram chamados todos os que pensassem diferente. Pâmela só tinha um defeito grave: seu orgulho fazia com que falasse demais, às vezes.

Carmem estava de plantão na Emergência do Centro Médico, quando a ambulância chegou com dois policiais feridos em confronto. Foi designada para atender a jovem policial que havia levado um tiro no ombro. O médico responsável fez os procedimentos necessários e a policial foi levada para um quarto para se recuperar. Carmem estava fazendo a troca de curativos e, como a policial já estivesse consciente, começou a conversar com ela:
— Bom dia, tenente Pâmela! Como está se sentindo? Você teve um ferimento e tanto aqui. Pâmela sorriu num misto de alívio, dor e raiva:
— Malditos subversivos, estavam armados e reagiram.
Carmem sempre pensou muito rápido e aproveitou a oportunidade para tentar extrair alguma informação e disparou: — Nossa, pensei que esta escória não existisse mais, mas deve ser algum alienado isolado.
— Não são, não! Sabemos que existem mais, mas vou acabar com eles um a um, tenho mais dois suspeitos na usina que logo vou eliminar também! — Pâmela respondeu. — Tomara, tenho medo dessa gente só de pensar. Vou trabalhar o dobro para você se recuperar rápido — Carmem completou.
As duas riram juntas.

A notícia caiu como uma bomba sobre Petrus e Carlos. Era preciso fazer algo rápido. Carmem sugeriu que eles saíssem de Avengar para procurar o tal refúgio. Seria um tiro no escuro, mas, pelo menos, havia uma chance de sobreviver e, quem sabe, um dia voltar para resgatar outros. Mas como sair da cidade? Seguiram com suas rotinas de trabalho normalmente e mantiveram os encontros para não gerar nenhum tipo de suspeita em razão de uma súbita mudança de comportamento.

A solução para a fuga foi dada por Carlos e veio a sua mente durante um intervalo na usina, quando estava no jardim, deitado em um banco olhando para o céu. Carlos observou os drones de carga que faziam seu voo suave e silencioso levando materiais de um lado para outro e chegou à conclusão de que seria uma ótima maneira de sair pelos muros. Restava agora descobrir como conseguir um drone de alta capacidade. Depois de muita procura e incursões pelos submundos de Avengar, finalmente conseguiram um Nautilus 105, aparelho utilizado no transporte de detritos para fora de Avengar e, graças aos conhecimentos de Petrus, foi possível programar uma permissão para que o drone atravessasse a muralha sem disparar os alarmes. Com capacidade para 100 quilos, teriam que realizar duas viagens, preferencialmente à noite.

A sorte parecia estar ao seu lado e Petrus agradeceu por morar no último andar, pois isso lhe dava acesso ao terraço do edifício. Transportaram o aparelho em partes e o montaram no local da decolagem. Tudo foi decidido na sorte e Petrus faria a primeira viagem. Com seus setenta quilos, ainda sobrava espaço para levar um pouco de bagagem. O habitáculo era pequeno, mas ele conseguiu se acomodar. A ideia era pousar em um dos prédios abandonados, da antiga cidade, do lado de fora. O controle seria feito de dentro do drone e a memória, apagada ao retorno. Tudo correu bem na primeira viagem, o aparelho atravessou a muralha sem problemas e voou suavemente até um prédio abandonado, pousando sobre o mesmo. Petrus saiu, descarregou e acionou o retorno automático. O aparelho retornou e Carlos apagou a memória da rota e iniciou o carregamento para a segunda viagem. Acomodou-se na caixa para iniciar a viagem quando foi surpreendido por quatro agentes da Polícia Estatal que o levaram preso e recolheram a famosa caixa-preta do aparelho. Era o fim de um sonho.

Do outro lado da muralha, Petrus aguardou o tempo combinado, mas Carlos não apareceu, sabia que alguma coisa havia acontecido. Por um momento ficou pensativo, até que um ruído lhe chamou a atenção. Do meio das sombras surgiu uma figura esguia, que se apresentou de forma suave, mas segura de si. − Meu nome é Tom. Seu amigo não virá e você precisa sair daqui! Petrus o seguiu com uma sensação de que estava fazendo o que era certo, mas que não seria fácil. Porém, essa já é uma outra história.

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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

É impossível ser ecumênico?

Existe uma grande diferença entre respeitar e aceitar diferentes confissões de fé...
Confesso que sou um grande admirador do pastor Tiago Cavaco. Pela sua inteligência, por ser cristão, assim como eu e por sua postura punk. Sua firmeza e convicção, no que diz respeito a fé cristã é louvável. Mas ser inabalável na fé, geralmente nos leva a situações delicadas, principalmente nesta era do politicamente correto, e a questão do ecumenismo é uma delas. No seu sentido original o ecumenismo é a busca da união das diferentes organizações religiosas que professam a fé cristã. Neste sentido, é algo perfeitamente possível, viável e, até mesmo, necessário para o fortalecimento da cultura cristã no orbe terrestre. As diferenças rituais e de interpretação teológica são perfeitamente aceitáveis uma vez que são tentativas humanas de uma melhor compreensão de Deus e que não são absolutas em si mesmas. Neste caso o elo de ligação ecumênica é composto da ortodoxia cristã formando uma base solida para criar uma espécie de unidade nas diferenças e comunhão nos propósitos.

Por outro lado, quando se tenta aplicar a lógica do ecumenismo à todas as correntes religiosas e filosóficas, como meio de promover uma unificação do pensamento espiritual, isto se torna impossível, pois cada crença encontra-se alicerçada em um conjunto doutrinário diferente e tido como verdadeiro em cada grupo e ao abraçarmos uma confissão de fé e espiritualidade que divirja daquela que professamos isto se converte em uma negação da nossa própria fé. Neste aspecto, a prática ecumênica nos levaria a uma anulação coletiva de todos estes compêndios doutrinários, algo extremamente perigoso num mundo tão caótico e cada vez mais, desprovido de espiritualidade. 

Devemos entender, principalmente em se tratando da fé cristã, que o Evangelho é um conjunto de crenças firmes e basilares na existência de um Deus Soberano e na impossibilidade do ser humano, por seus próprios meios, estabelecer um relacionamento positivo e duradouro com este Deus. Cremos no pecado como um ato de rebeldia, comum a todos os homens que já nascem destituídos de qualquer ligação com seu Criador e que vivem numa condição de inimizade com este Deus, o que leva a humanidade a um estado de condenação que só pode ser revertida através de uma intervenção do próprio Senhor. Aceitar um ensinamento que descarte qualquer um desses fundamentos é impensável dentro do escopo da fé cristã.

Não obstante a tudo isto, a nossa crença também prega o amor universal o que nos leva a um posicionamento de respeito àqueles que creem de uma forma diferente da nossa. Mas devemos entender que respeitar e conviver não significa concordar e submeter-se. Uma das características do pensamento cristão é justamente a irredutibilidade do nosso conjunto de crenças e a insubmissão ao doutrinamento que nos leve a negar aquilo que cremos, ainda que isto coloque em risco a nossa integridade física. Pois, no nosso esforço para atingir o status de cristãos verdadeiros, levamos em consideração a regra de sempre agradar a Deus ainda que isto desagrade a humanidade.

Mais que uma religião bacaninha, o cristianismo carrega no seu bojo uma boa dose de subversão e contracultura, posicionando-se em contraponto aos valores éticos e morais do mundo moderno, sem no entanto, impor de forma tirânica, aquilo que cremos, pois ainda é o amor e a compaixão que norteia nossas ações. Sabemos e cremos que conhecemos a verdade revelada de Deus para a humanidade e temos o desejo de levá-la ao maior número possível de pessoas mas entendemos que isto não se dá por força ou coerção, mas pelo nosso testemunho de vida e fé inabalável. Para que esse testemunho possa ser eficaz precisamos resguardar nossos valores impedindo que eles venham ser contaminados por ensinamentos que contradigam os fundamentos da nossa fé em Jesus Cristo.

A conclusão que chegamos é que podemos conviver pacificamente com os contrários mas devemos resguardar o cerne daquilo que cremos, sem misturas que venham a turvar a cristalinidade daquilo que professamos. É evidente que o assunto não se encerra aqui e pode ser desdobrado em muitas outras pautas futuras, mas por hora é isto. Abaixo um vídeo do pastor Tiago a respeito deste assunto. É bem curto, sintético e eficaz. Grande abraço.


domingo, 24 de setembro de 2017

Underground Cristão #004 - Justa Advertência - Mateus 5-V-30

Pioneiros do Punk Rock cristão nacional, nada mais justo do que dar a esta banda o reconhecimento que ela merece
Se os anos 80 assistiram a explosão do rock nacional, nos anos 90 foi a vez do rock cristão. Um incontável número de bandas começaram a surgir e no cenário punk não foi diferente. É nesse clima de empolgação, impulsionados por ministérios underground e igrejas mais abertas, musicalmente falando, que surge uma das primeiras bandas de punk rock cristão que se tem notícia. A banda Justa Advertência.

Originários da cidade paulista de Campinas, Christian (baixo), Riuchard (Bateria e Vocal) e Elison (Guitarra e Vocal) traziam para os palcos um Punk Rock/Crossover simples, cru e direto com mensagens fortes e também bem humoradas. Era uma época difícil, pois se de um lado havia a rejeiçao do público secular ainda precisavam lutar contra o preconceito de dentro das igrejas que não aceitavam e tão pouco compreendiam a proposta dos garotos.

A banda participou da coletânea Refúgio do Rock com outras nove bandas e lançou um álbum no formato k-7, que é o objeto desta matéria. Além de músico no Justa, Christian era um dos editores do White Metal Detonation.

O K-7 Mateus V-30, lançado em 1996 apresenta um panorama bastante completo do som da banda. com letras fortes e bem humoradas, carregadas de descontentamento com a sociedade. Uma banda cuja mensagem soa muito atual mesmo após tantos anos que depois..

Apesar da pouca duração a banda, sua existência foi fundamental para a cena e junto com outros grupos da época, abriram caminho para o underground cristão nacional. O Material disponível na internet é bem escasso e distribuído de forma aleatória, mas existe uma playlist no Youtube com quase todas as músicas que estamos disponibilizando aqui.



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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O que está acontecendo com os casamentos?

Não! Casamentos não irão resolver nossos problemas mas são o melhor exercício de convivência que existe.
Por mais que tentem afirmar o contrário, e até existam as exceções, homens e mulheres são seres que carregam tantas diferenças entre si que as vezes chega-se a pensar que é impossível colocar um homem e uma mulher debaixo de um mesmo teto.  No entanto, quis a sabedoria divina que está união fosse vital para a continuidade da existência humana e para fundamentar a sociedade num aglomerado que se denomina família. Quando um homem e uma mulher se unem, eles tipificam uma espécie de Reino de Deus em escala reduzida. No entanto, como este Reino é uma imagem embaçada do Reino verdadeiro, ele carrega consigo, as imperfeições e conflitos da natureza humana, decaída, pecadora e afastada do seu criador.

Estamos assistindo uma derrocada da instituição que convencionou-se chamar de casamento. Relacionamentos desfeitos na mesma velocidade em que são executados. Um desinteresse geral pelo assunto e uma ideia coletiva de que se trata de algo ultrapassado e sem sentido. O que ocorre, na verdade, é que o individualismo dos seres humanos tem distanciado, cada vez mais, homens e mulheres, além de uma tentativa inútil de fazer parecer que tanto homens quanto mulheres são seres idênticos, quando na verdade isto não é verdadeiro. Para piorar as coisas, com as chamadas ideologias de gênero, tratam as exceções como se fossem regras desvirtuando conceitos milenares de família que são a base da nossa civilização.

Neste jogo sórdido de fragilização do estofo basilar da espécie humana, invertem a demanda de poder jogando instituições familiares sobre a tutela, responsabilidade e designação do Estado, que é um poder posterior e portanto não pode definir ou legislar sobre as bases anteriores que lhe deram origem. Como ser racional e prático, não consigo conceber que motivação tem levado as pessoas a ingressar num caminho que aponta para a auto destruição da raça humana. Entretanto, como homem de fé, posso afirmar, sem medo de cometer equívocos, que se trata de um plano maligno, engendrado pelas forças do inferno, no sentido de impulsionar a criatura humana para longe de seu Criador.

Precisamos, com a máxima urgência, reavaliar nossos posicionamento frente a está problemática e examinarmos, com a máxima cautela, as raízes destas realidade decadente para, ao menos, tentarmos reverter o quadro sintomático da instituição do casamento, que jaz na UTI da história. Se não agirmos, enquanto ainda resta um fio, ainda que tênue, de esperança, corremos o sério risco de nos tornarmos uma espécie extinta. Pois se acabarmos com a família, teremos acabado com a espinha dorsal da humanidade que não poderá mais se manter de pé e certamente tombará.

Creio, ainda, que esta falsa busca por uma felicidade embasada em satisfações pessoais e materiais também é um dos fatores de enfraquecimento. Quando damos mais importância ao TER do que ao SER acabamos coisificando pessoas que passam a ter uma função única e exclusiva de satisfazer nosso ego inchado e doente. Pense Nisso!

Indo Além do Texto






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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Será possível construir uma sociedade livre e autônoma.

Será que numa sociedade sem a presença do Estado as coisas seriam melhores do que são ou é só mais uma utopia?
Olhe para o Brasil. Mas olhe atentamente. Observe as pessoas e perceba como elas são criativas, como conseguem sobreviver, mesmo nas piores condições. Ande pelas ruas das grandes cidades e veja a quantidade de homens, mulheres e crianças que vivem e moram nas ruas. Mas mesmo assim estão lá, vivos, dia após dia, ainda esperançosos. Agora voe para os grandes aterros sanitários e se depare com centenas de homens, mulheres e crianças, garimpando alguma coisa de valor para transformar em um pouco de proteína, para permanecerem vivos. Em seguida, coloque um colete a prova de balas e faça uma incursão nas comunidades onde o medo é uma constante e a ordem é mantida pelos criminosos, e no entanto, homens, mulheres e crianças sobem e descem as escadas todos os dias par continuar sendo cidadãos do bem.

Todos sabemos que o Brasil vive uma situação de precariedade absoluta, onde a criminalidade aumenta a cada dia, a falta de segurança afeta a todos em todos os lugares, a saúde pública se transformou num caos, a educação é pífia, os salários são baixos e o custo de vida é exorbitante. O Estado que deveria garantir aos cidadãos, seus direitos básicos, simplesmente não o faz pois, os que manipulam a máquina estatal usam o dinheiro arrecadado dos tributos impostos à sociedade, em benefício próprio, através de um conluio político imoral. Ma e se este mecanismo regulatório deixasse de existir, ou pelo menos fosse reduzido a um mínimo suportável. Quais as consequências de uma mudança tão drástica num país como o nosso. Resposta: Caos. Um grande, profundo e turbulento oceano de desespero e obscuridade. Mas calma, não se assuste, com o tempo as coisas se ajeitam.

Vamos divagar um pouco numa situação: Uma empresa tem cem funcionário que recebem mil reais de salario cada um, então a empresa tem uma despesa de cem mil reais com a folha de pagamento. Certo? Não, a empresa tem uma série de encargos e despesas para manter estes funcionários e ela tem uma despesa de duzentos mil reais mensais com seus cem trabalhadores. Os funcionários também não recebem os mil reais integrais, pois com os descontos acabam recebendo somente R$ 900,00 (este cálculo é por cima, na prática eles recebem menos) Digamos que cada funcionário destes 900 que ele vai gastar, quarenta por cento será para os impostos que somarão R$ 360,00 além de outras taxas, então podemos arredondar para R$ 400,00 reais. O que sobra, e eu estou sendo otimista são R$ 500,00 ao mês. Agora vamos imaginar uma sociedade sem a figura do estado e sem os impostos. Esta empresa poderia pagar um salário de R$ 1.500,00 e ainda assim ter uma redução na sua despesa na ordem de cinquenta mil reais mensais. e cada trabalhador teria um ganho real de R$ 1.000,00 a mais. Lógico que estes números são hipotéticos mas isto é apenas para se ter uma ideia do quanto cada um de nós é roubado pelo estado.

Certo, agora você deve estar pensando: mas e a segurança, a saúde, a educação? Como ficam? Vamos por partes: Segurança: contratamos empresas de segurança. Já fazemos isto, justamente porque o estado não consegue nos fornecer a segurança que precisamos. Saúde: com mais dinheiro no bolso podemos pagar. E num sistema assim, as clínicas populares são inevitáveis além do fato de serem muito lucrativas. Educação: segue o mesmo princípio, sem cartilhas doutrinárias e com a opção de escolher aquela que melhor se encaixa em nosso conjunto de valores. A verdade é que, numa sociedade livre, o empreendedorismo sempre irá beneficiar aqueles que fazem melhor e com mais dedicação. Melhor do que ter direitos que não são respeitados é ter acesso. Por exemplo: de que adianta os cidadãos brasileiros terem direito a saúde mas esta ser de péssima qualidade, seria bem melhor ter o acesso, isto é, as condições de pagar e escolher um serviço.

Parece utopia, construir uma sociedade assim, não é mesmo? Concordo que é uma tarefa quase impossível e praticamente improvável mas não deixa de ser uma possibilidade. Acontece que para esta possibilidade se tornar realidade existem uma série de barreiras que devem ser transpostas. A primeira delas é cultural. Vivemos numa sociedade dependente do estado, regulamentada pelo estado e controlada por este mesmo estado. Para que surja uma sociedade nestes moldes, o primeiro passo é apresentá-la as pessoas. Uma sociedade onde a liberdade de cada indivíduo é respeitada indiferente de qualquer coisa. Onde aqueles que pensam de uma determinada forma podem formar suas próprias comunidades que permanecem abertas a quem desejar conhecer. O crime não é apresentar uma ideia revolucionária, o crime é tentar impedir que ela seja exposta para apreciação.

Este assunto não termina aqui... existem muitas variáveis a serem consideradas que não cabem em um único texto, mas isto é assunto para outra postagem. Até lá, espero ter dado um start para que você, no mínimo, se atenha ao assunto. Grande abraço.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A Arte de Odiar a Arte

Eles patrocinam o que não é para que você odeie o que realmente é!
Arte é, na sua etimologia, a técnica empregada para realizar alguma coisa. Com o tempo ascendeu ao status de designar um tipo de técnica relacionada à produção de objetos com beleza estética, ou aquilo que é esteticamente agradável aos sentidos humanos. A arte também é uma manifestação filosófica da estética perfeita que apresenta, de forma cognitiva, uma visão do autor daquilo que é agradável e belo. Esta manifestação é individual. A arte parte do indivíduo que através do seu talento natural e das técnicas absorvidas demonstra de forma magistral a sua visão pessoal das coisas, do mundo e do ideal de beleza e existência. Quando ouvimos uma peça de Bach, Chopim e muitos compositores clássicos, estamos ouvindo a expressão do ego destes indivíduos que demostram para nós a sua visão individual do que é um ideal de música. O mesmo acontece com a pintura, a escultura, e outras formas de arte.

Esta produção artística que parte do indivíduo acaba por formar em cada ser, gradativamente, uma consciência ética e estética, que liberta a mente e a alma. Quando temos a consciência do belo, caminhamos para a transcendência do indivíduo em direção ao perfeito e eterno. A arte serve então de ponte para um estágio superior da consciência que se torna livre e percebe a existência de um modelo absoluto. Ao se deparar com o absoluto, cada indivíduo deixa de se submeter ao que é relativo e isto não interessa para quem detêm o poder ou está no comando ou ainda, que deseja o poder.

Foi exatamente isto que a intelligentsia percebeu. A arte pura minava seus anseios coletivistas de domínio. Mas como impedir que os indivíduos consumissem esta arte que os levaria a romper a submissão. Proibir seria um tiro nos pés, pois todos sabemos que proibições geram interesses e procura. A técnica adotada, e devo reconhecer que é brilhante, foi fazer as pessoas perderem o interesse pela arte. Como? Patrocinando e exaltando o que não é arte. Paulatinamente o establishment estatal foi elevando a categoria de grandes artistas uma safra de produtores de lixo. Isto levou as pessoas a ter uma visão distorcida da arte e com o tempo uma aversão a esta. E hoje chegamos a um estágio onde aqueles que produzem a verdadeira arte do belo, do esteticamente perfeito e do crescimento libertador estão relegados aos subterrâneos. 

Só que, todo sistema possui uma falha...  Mas isto é uma outra história...

Para elucidar melhor este assunto, deixo aqui o vídeo que me levou a escrevê-lo.


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Cinquenta postagens - Meta de 2017 cumprida!

Uma meta de crescimento, independente da área, não deve ser facilmente alcançada e nem impossível de ser atingida
Um método bastante eficaz de conseguirmos crescimento em qualquer área de nossa vida é o estabelecimento de metas. Com isso cria-se uma espécie de escada. Subir, ou descer uma escada implica em galgar um degrau por vez para evitar riscos desnecessários. Com nossos projetos pessoais, profissionais, espirituais, relacionais e todo um cabedal de rumos desejados, não é diferente. Uma meta por vês. Mas entenda: isto não quer dizer que você só poderá ter uma atividade a cada passo. Não é isso, na sua meta estabelecida, podem co-existir inúmeras atividades que fazem parte de um mesmo alvo a ser atingido. Mas para que isto funcione é preciso planejamento.

No final de 2016, encerrei o ano com 35 postagens neste blog, sendo que, em 2015 havia feito 42 postagens. Foi preocupante, pois foi um resultado negativo. Foi quando percebi que estes números fracos eram o resultado de uma falta de objetividade e de metas a serem atingidas. Então pensei e estabeleci um alvo de cinquenta postagens para 2017. Um alvo atingível, pois bastaria uma postagem por semana, porém não tão simples pois demanda uma certa disciplina na produção do conteúdo. Bom, agora que já possuía a meta, era necessário estabelecer o método. Afinal, de nada vale ter um objetivo sem saber como alcança-lo.

É neste ponto que muitos projetos encalham. Ideias excelentes com metas bem definidas mas sem um método de como alcançá-las. No meu caso, o método consiste em manter uma periodicidade, reservando um tempo determinado para as tarefas, além de escrever material extra para suprir alguma eventualidade que venha a surgir no meio do caminho. Também entendo que não se trata apenas de alcançar a meta mas sim atingir o objetivo. Ou seja, de nada vale ter uma meta sem um objetivo claro e definido. No meu caso, isto quer dizer que: Não quero apenas produzir 50 postagens, mas sim 50 conteúdos que sejam relevantes e qualitativamente aceitáveis. Este é um processo bem mais difícil que requer um aprendizado constante. Neste ponto, ouvir críticas, se inspirar nos casos de sucesso e ser honesto, são práticas fundamentais. Por esta razão, eu não produzo nenhum conteúdo que seja contrário aquilo que eu creio, pois seria rapidamente percebido. É como aquele vendedor que tenta te empurrar um bem ou serviço que ele não acredita ser útil. Vão lhe faltar argumentos

Finalmente, depois dos passos anteriores é necessário partir para a ação, colocar o plano em prática para evitar a criação de uma gaveta de idéias geniais que nunca foram levadas a cabo. Muitas ótimas ideias morrem neste ponto. A meta é possível, o método é viável mas o empreendimento não é sustentável. Já desisti de muitos planos por falta de empenho pessoal. Depois de um tempo vi alguém colocando uma ideia igual ou semelhante em prática e aí vem um arrependimento que não é nada agradável.

Mas nada disso funcionaria sem alguém que compre o seu trabalho. No caso do blog, não teria nenhum sentido manter este trabalho se não houvessem leitores. Então, esta postagem é para te agradecer, por estar nos acompanhando e partilhando das ideias, por nos ajudar a melhorar com seus elogios e suas crítica e nos posicionar mais firmemente naquilo que é relevante para o consumidor e não nos deixar desistir. Obrigado e um grande abraço.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

O Caso Santander e a Eminente Queda da Civilização

Será que estamos assistindo os últimos instantes da humanidade? E creio que sim, e você?
Há poucos dias, assistimos a um episódio que mexeu com os brasileiros, em todos os aspectos. Foi a exposição Queermuseu organizada pelo espaço Santander Cultural que fica no centro histórico de Porto Alegre, RS. Não vou entrar aqui nos méritos e desméritos da exposição, pois isso já foi amplamente discutido. Com relação ao material exposto existe lei para isso, basta aplicar. Então vamos lá.

O artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente classifica como crime a divulgação de material que contenha imagens de crianças em situações de contexto sexual, também diz que é crime expor crianças a imagens de sexo explícito (haviam crianças visitando a mostra acompanhada de professores) e por aí vai. Tais crimes são passiveis de detenção estipulada no referido artigo.

Já o artigo 208 do código penal afirma ser crime vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Perceba que os dois crimes foram praticados no local da exposição e isso por si só já bastaria para o cancelamento da mesma e prisão dos organizadores. Não é uma questão de intolerância, homofobia, ultra conservadorismo, etc. É uma questão de Lei.

Mas vamos em frente. A ensaísta, crítica de arte e crítica social americana, professora da University of the Arts em Philadelphia, Pennsylvania, desde 1984, acadêmica e Ph.D pela Universidade de Yale, Camille Anna Paglia que também é feminista, homossexual e ateia, baseada em estudos sérios afirma que esta explosão transgênero é uma característica histórica que precede o fim de grandes civilizações e após este fim, homens voltam a ser homens, mulheres voltam a ser mulheres para que uma nova civilização possa surgir. No final da postagem há um vídeo onde ela mesma afirma isso.

Um dos argumentos dos defensores dessas mudanças todas é que na antiguidade era comum as praticas que agora são consideradas abusivas. Então, a humanidade evoluiu e foi percebendo que estes atos eram cruéis, principalmente em se tratando de crianças, que no consenso são indefesas. Mas agora parece que temos um retrocesso destes valores que ergueram a civilização ocidental. Ora, se os valores que levantaram uma civilização são colocados de lado o caminho natural desta mesma civilização é cair.

Esta exposição que causou tanto espanto, na verdade é um pálido reflexo de algo muito maior que permeia a sociedade contemporânea, que é a falência dos valores éticos e morais que vem corroendo a existência humana. Não fosse pelo fato dela ser financiada com o meu e o seu dinheiro, ela passaria despercebida. O grande, e maior problema é justamente o fato de financiarmos aquilo que não aprovamos sem ao menos sermos consultados. Este sim é um problema bem mais sério. Faça o que você quiser com seu dinheiro, mas não me obrigue a fazer o que eu não quero, com o meu.

Sou contra financialmente público para o que quer que seja, inclusive para o que eu aprovo, pois não quero carregar a culpa de ter gasto o dinheiro de outras pessoas, contra a vontade deles, em algo que eu quero fazer. Afinal, foi para isto que foi inventado o financiamento coletivo.

A opinião de Camile



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sábado, 9 de setembro de 2017

Cristianismo e Punk Rock - Bem Mais Próximos do que Você Imagina

Não tem como ser um punk sem ter fé e não há como manter a fé sem uma atitude punk!
Quem me conhece pessoalmente sabe da minha vida pregressa no movimento punk assim como sabe que em 1996 eu me converti ao Evangelho do Jesus Cristo de Nazaré e sabe que mesmo após isto eu continuo com uma atitude punk em muitos aspectos da minha vida. Não estou me referindo à roupas rasgadas, moicanos e correntes, mas aos princípios que encontramos nas duas correntes que parecem ser tão antagônicas mas que ao mesmo tempo são tão próximas. Mas lembre-se, esta é uma percepção pessoal. É lógico que no movimento punk, uma grande parte dos adeptos, só queria mesmo era sexo, drogas e música alta. Mas as ferramentas que vieram a tona, com a explosão do punk, tem um paralelo muito intimamente ligado ao modus operandi do Evangelho de Jesus. Então vejamos:

Apartidarismo


Punks são basicamente anarquistas e não tomam partido nem de esquerda e nem de direita, não tem engajamento partidário e são contrários ao estado controlador. Já os cristãos não devem ser de esquerda ou direita, pois tem como autoridade máxima o próprio Deus e pregam a instauração do Reino de Deus já aqui, o que se contrapõe a ideia de um estado meramente humano e político. Os punks são adeptos do libertarianismo e o cristianismo primitivo optava pelas comunidades onde todos ajudavam a todos. Embora o cristianismo nos oriente a seguir as leis e orar pelos governantes ele se coloca acima do estado sempre que este contrariar as leis divinas. Portanto, ambos são apartidários.

Contra-cultura


O movimento punk foi e continua andando na contra-mão do sistema e da cultura institucional pois compreende que está é manipulada para garantir os interesses do estado dominador. Da mesma forma, os cristãos sabem que toda a produção cultural, moral e educacional, patrocinada pelo estado é uma ferramenta para afastar as pessoas de Deus e isto faz com que o cristianismo também mantenha uma atitude contra-cultural, não no sentido de se abster, mas de produzir um movimento cultural que vá de encontro as suas filosofias da mesma forma que o movimento punk sempre produziu a sua própria cultura. Coincidência?

DIY - Faça Você Mesmo


Uma das grandes características da cena punk é o famoso "Do It Yourself", ou seja, a capacidade de suprir as necessidades por conta própria. Selos, gravadoras, revistas (fanzines), comunidades, etc, o movimento trouxe a tona este ideal. Algo do tipo: ninguém publica o que queremos ler então nós mesmo vamos publicar. No cristianismo temos as mesmas coisas, as comunidades primitivas, as cartas de Paulo, as traduções por Lutero e outros, gravadoras, editoras e muito mais. Tanto o movimento punk como o ideal cristão utilizam estas mesmas armas na propagação de suas ideias.

A Perseguição


Nem precisa falar muito. Ambos os grupos sempre foram incompreendidos e perseguidos pelo establishment, justamente por terem uma postura que representa perigo para o sistema e continuam mal vistos (os autênticos) pela mídia e pela massa desinformada. Assim como no mundo os cristãos são vistos como retrógrados e ignorantes, na cena cultural os punks são tidos como a escória que não sabe tocar.

A Absorção do Sistema


Uma das coisas que o sistema fez com o punk ao perceber seu crescimento foi absorvê-lo. Criando um estereótipo que nada tem a ver com o original transformando o que deveria ser revolucionário em algo da moda. Da mesma forma forma o cristianismo tem sido absorvido pelo sistema e distorcido em seus ideais transformando-se em algo aceitável e moderninho, mas sem o conteúdo que é realmente relevante.

Conclusão


É obvio que existem diferenças gritantes nas ideias e ideias destes dois movimentos. O que eu estou tratando aqui são as características de comportamento e atitude de ambos que os colocam em um mesmo patamar. A firmeza de princípios, a atitude ousada, o posicionamento irredutível, a simplicidade, além de outros aspectos, carregam muitas semelhanças entre os dois grupos e me faz perceber que um precisa aprender mais com o outro para não sucumbirem, pois assim como vemos punks artificiais e fora de contexto também encontramos cristãos totalmente fora do Evangelho. Minha conclusão é que o verdadeiro cristianismo e o verdadeiro punk caminham lado a lado ainda que muitas vezes se odeiem.

Que Deus nos dê forças para prosseguir, pois o punk não morreu e Jesus morreu e ressuscitou e continua vivo!

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