terça-feira, 16 de junho de 2015

Os Pilares da Fé Cristã

Tenho observado, nos últimos anos, um acirrado embate teológico entre os defensores dos mais variados pontos de vista a respeito da fé cristã. Arminianos, Calvinistas, Pré Milenistas, Amilenistas e Pós Milenistas, enfim, cada um defendendo sua posição particular e produzindo mais calor do que luz. Ortodoxos, pentecostais, reformados, liberais, conservadores, entre outros, numa disputa sem fim para provar ao outro a certeza pessoal de possuir a verdade absoluta, como se fosse tão simples assim para um mero mortal ser o detentor da ciência de todas as coisas.

Estas situações acabam gerando muitas dúvidas de todos os lados, que mais prejudicam e nos afastam de Deus do que nos aproximam do mesmo. Não sou teólogo, mas entendo que devemos nos ater aos pilares da fé. Mas que pilares são estes? São aquelas certezas incontestáveis comuns a todas as vertentes e que podem ser chamadas de universais. Por exemplo: Deus criou todas as coisas! Não importa sua vertente cristã. Todos que professam o cristianismo creem nesta verdade, logo ela é um pilar da fé.

Obvio que não vou conseguir elencar todos os pilares, mas quero citar alguns que me dão a certeza de estar no caminho certo independente da linha teológica que sigo ou simpatizo.

  • Deus criou todas as as coisas.
  • Deus criou o homem
  • O Homem pecou perdendo a comunhão com Deus
  • Jesus morreu na cruz para nos resgatar
  • Jesus ressuscitou e subiu aos céus
  • Jesus voltará para regatar a Sua igreja
  • Haverá um grande julgamento
  • Depois disso haverão novos céus e nova terra.
Evidentemente esta é uma lista bem resumida mas serve para dar uma ideia do que estamos tentando lhe dizer. Não importa se o fruto do pecado foi a desobediência ou o fato de o homem não crer em Deus, se era uma maçã ou outra coisa o fato é que o homem pecou contra Deus. Não interessa se Jesus irá voltar antes da grande tribulação, durante ou depois desta. O importante é que ele vai voltar. Se todos atentarmos para os pilares respeitando as diferenças de cada um poderemos viver em comunhão e parar com estas disputas teológicas inúteis que nos fazem perder tempo precioso, pois enquanto discutimos teorias as almas perecem lá fora. Pense nisso.

Grande abraço.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A música cristã tem que ser evangelística?

Fico ouvindo e lendo sobre música cristã e me deparo com tudo quanto é tipo de opinião a respeito, desde as mais coerentes até as mais absurdas. Todos dão seus pitacos e, como cantaria o Kid Abelha: Por que não eu?

Na minha concepção não existe santo e profano, ou seja, música é música. O que de fato existe é música feita por cristãos e por não-cristãos. Quando olhamos o assunto a partir deste prisma evitamos cometer o erro de querer classificar a música de forma errada, esquecendo-se da mensagem e atendo-se unicamente ao estilo e a forma como se isso fosse suficiente para determinar se uma coisa é santa ou não.

Tecnicamente, música é uma combinação de sons e silêncios dispostos harmoniosamente para criar uma linha melódica que é executada dentro de um espaço-tempo respeitando um andamento ou ritmo, gerando uma experiência subjetiva no receptor. Resumindo: Sons organizados criando emoções.

Acredito que isto deixa claro que a música, em si mesma, não pode ser boa ou má, sagrada ou profana, para o bem ou para o mal. O objetivo de uma peça musical é determinado por quem criou a peça e por quem a executa. É nesse ponto que eu quero chegar. Como funciona a música feita por cristãos? Qual o objetivo do músico cristão ao compor uma canção?

A música feita e executada por cristãos, no meu entendimento, pode ser tanto para louvor e exaltação do Deus que nós cremos ou para entretenimento. Não vejo nenhum problema de um cristão criar composições que falam de assuntos que não estão diretamente ligados ao louvor e adoração. É o que convencionamos chamar de música não-confessional, ou seja, que não fala explicitamente de Deus, da Igreja e do Cristianismo mas que passeia sobre os mais variados assuntos a partir de uma cosmovisão cristã, pois não há como fugir disso. Veja o caso da cantora e compositora Lorena Chaves, por exemplo. Suas canções não trazem o nome de Deus estampado em cada verso mas os valores, ideias e ideais das suas letras estão impregnados de cristianismo. Não estou falando de criatividade musical. No caso da Lorena Chaves, suas canções são uma mistura bem feita de Folk Rock e MPB o que não é uma novidade.

O que eu considero um problema é quando alguém quer empurrar estas músicas no culto a Deus. O culto é um momento de louvor e adoração a Deus e pede canções que nos remetam a isso. Creio que existe muita confusão em relação a isso. De um lado os demonizadores que classificam de maligno tudo o que não fala de Deus e de outro um liberalismo exagerado que quer colocar qualquer coisa dentro da igreja. Mas tenha cuidado; nem tudo o que fala de Deus, mesmo que seja sincero e verdadeiro, serve para o momento do culto, pois a igreja não pode e não deve ser um gueto de apenas uma tribo mas uma comunhão de diferentes com um mesmo propósito.

O que precisamos na verdade é encontrar um ponto de equilíbrio para saber decidir oque é mais adequado para cada momento. Quanto a música não ser de cunho evangelístico eu parto do seguinte pressuposto: Na literatura cristã temos livros voltados para a edificação do crente enquanto um prestador de culto mas também temos livros sobre relacionamento conjugal, criação de filhos, sexualidade, empreendedorismo e por ai vai. Isto me faz enxergar que na música cristã também podemos abordar outros assuntos de forma a termos uma mensagem integral que possa abranger todas as áreas da existência humana inclusive o entretenimento puro e simples.

E você? Qual a sua opinião? O que você pensa a respeito deste assunto? Comente ai, dê a sua opinião, para que possamos, juntos, crescer em graça e conhecimento. Grande abraço.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Batalha dos Estultos

Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Efésios 6:12

Observando o texto do irmão Paulo, escrito para os crentes que estavam em Éfeso e comparando com o que acontece hoje com as instituições religiosas, que se auto denominam cristãs, no que diz respeito a sua convivência com os contrários: fica um tanto evidente uma total incapacidade de compreender o texto paulino citado. Baseado nisto vamos tentar desenhar o que este enunciado afirma e que deve ser uma regra para nossa conduta, enquanto representantes do Reino que afirmamos ser tão maravilhoso sem no entanto convencer ninguém disso.


Vamos fazer uma rápida análise do texto apresentado:

Pois a nossa luta - Este é o primeiro ponto que devemos compreender. Temos uma luta a ser travada, ou seja, estamos permanentemente em estado de guerra. E quem está nessa condição não pode dormir, não pode perder o foco, deve estar sempre alerta, vigiando e orando para não ser engodado e capturado pelo inimigo que não está brincando.

Não é contra pessoas - Aqui Paulo não deixa nenhuma margem de dúvidas. Temos uma luta mas ela não é contra pessoas. É inútil ficar perdendo tempo em longas discussões que não levarão a nenhum lugar pois estão focadas no alvo errado. Isto não quer dizer que não podemos expressar aquilo que cremos. Pois Jesus nos comissionou para pregar a boa nova.

Mas contra os poderes e autoridades - Em outras traduções lemos principados e potestades. Principados (arche) dá a ideia de autoridade de onde emanam as idéias e Potestades (eksousia) refere-se aqueles que garantem a execução da ideia. É contra esta origem das ideias contrárias a vontade de Deus e contra estes gerenciadores da execução destes intentos que devemos concentrar o foco da nossa luta. Uma vez que, nosso objetivo bélico não esta direcionado para pessoas, entende-se que a nossa luta se dá no campo das idéias o que, para nós, representa uma dimensão espiritual e não material.

Contra os dominadores deste mundo das trevas - Esta frase não deixa nenhuma dúvida de que Paulo está se referindo ao mundo espiritual imerso em trevas espirituais, ou seja, o mundo dos demônios. Não acredita em demônios? Pois eles acreditam!

Contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. - Será que é preciso explicar mais alguma coisa?

O texto de Efésios deixa bem claro que é inútil o nosso envolvimento em disputas de gênero, de cor, de religião. Nós não temos que convencer e nem converter as pessoas. Nós não estamos em guerra com os seres-humanos. O que precisamos é compreender que nossa função em relação as pessoas é anunciar o Evangelho. Este anuncio, não se faz no templo mas sim nas ruas e na maioria das vezes sem precisar falar, mas com atitudes. Mas que atitudes?

Muitos pensam que: ser honesto, trabalhador, obedecer as leis, respeitar os outros é que fará a diferença. Estas práticas, entre outras, são obrigações e devem estar impregnadas no caráter de todos independente de serem cristãos ou não. O que realmente nos torna diferentes é o amor que demonstramos pelo próximo. Ser cristão não é apenas ser uma pessoa boa mas acima de tudo ser alguém disposto a perder em benefício do outro. É ser servo, e ser servo é servir ao propósito de Deus. É isso!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Pensando em Jesus

As vezes me pego pensando em Jesus e divagando sobre a grandeza e excelência de sua missão nesta terra. Sei que tem muita gente que não crê que Ele seja Deus e outro tanto sequer acredita que Ele tenha existido como homem. Dizem que é uma invenção humana, um conto de fadas.


Entendo que é difícil para estas pessoas que pensam somente dentro de um racionalismo medido pela ótica humana, crer na pessoa de Jesus Cristo. Eu mesmo já tive esta dificuldade, pois crer é diferente de acreditar e implica em uma experiencia pessoal que transforma a nossa maneira de entender. 

Este novo entendimento não é fruto de conhecimento humano mas de um relacionamento com Deus que só acontece em nossas vidas a partir do momento em que tomamos consciência da realidade de Deus e do imenso abismo que nos separa Dele e que só pode ser transposto pela fé.

Eu não fui a uma igreja, não escutei a pregação de um pastor. Apenas senti a sua presença e compreendi o meu distanciamento. Dei ouvidos a sua voz e disse sim ao seu convite de deixar o controle da situação em Suas mãos. Ele não me prometeu fama e nem fortuna, mas tudo o que Ele disse que faria, Ele fez.

Me devolveu a alegria de estar vivo, colocou paz no meu coração, me deu uma família, me deu dons e talentos e me fez enxergar o mundo e a vida de uma maneira nova. Me ensinou a ter compaixão e perceber que tenho uma cidadania que me torna peregrino neste planeta. 

Mas a maior transformação que Jesus Cristo promove em nossas vida é a consciência da responsabilidade que temos em relação aqueles que ainda não o conhecem. é por isso que insistimos, falamos, escrevemos e as vezes até importunamos as pessoas para que se despertem e tenham a sua própria experiência com Deus. Afinal, não é assim que agem os amigos? Sempre que descobrimos uma coisa legal queremos que nossos camaradas também aproveitem a novidade e por isso que insistimos.

Sabe: estou pensando em Jesus, e gostaria muito que você também pensasse. Mas isto é uma outra história!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Duelo de Gigantes sem Carâter

Desde janeiro, venho observando as inúmeras manifestações, umas contra e outras a favor, com relação ao atual governo. Evidente que boa parte do que se vê, não pode e não deve ser levado em consideração, pois de ambos os lados percebe-se uma clara manipulação, tanto de fatos, distorcidos, quanto de pessoas, levadas a agir de uma determinada forma ajudando a promover o caos e a desordem.


Analisando as acusações de um lado e de outro fica claro que estamos em um beco sem saída. Tanto a situação quanto a oposição demonstram claramente que não tem nenhum interesse no bem estar da população. O que se vê é uma batalha campal, uns para retomar o poder e com ele suas facilidades de enriquecimento rápido e ilícito e outros para não perder este mesmo poder.

Não é concebível que um país que é a sétima maior economia do mundo (sim, o Brasil é uma nação rica) tenha tanta miséria, fome, violência e um abismo social quase intransponível. Mas o pior de tudo é a letargia de uma população que acostumou-se ao caos. O individualismo do brasileiro é tão endêmico que temos uma geração explorada, maltratada, violada em seus direitos e não fazemos absolutamente nada para que haja uma mudança.

Vivemos uma crise moral, econômica e política sem precedentes. Somos roubados todos os dias através de impostos, taxas abusivas e preços exorbitantes. Pagamos tudo mais caro. Temos os piores serviços. As instituições não funcionam. Ninguém acredita em mais ninguém. E para completar, a única instituição que deveria trazer a esperança de volta e uma resposta justa é a que mais nos envergonha, pois esqueceu de sua missão que é resgatar o ser humano a sua condição de participante do reino dando lugar a ganância e a busca do poder.

Por favor! Alguém me dê uma notícia boa!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Diga ao povo que marche

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. Êxodo 14:15

Em primeiro lugar, quero deixar claro que eu não sou contra a Marcha para Jesus e é provável que esteja nas ruas no próximo dia 16 de maio, em Ponta Grossa, PR. O que eu quero refletir neste espaço é sobre a finalidade da marcha.

É obvio que muitos dirão que o objetivo do evento é exaltar o nome do Senhor Jesus, glorificar a Deus, declarar que a nossa cidade é do Senhor Jesus e toda aquela ladainha gospel que já estamos habituados. Mas será que é esta a mensagem que comunicaremos as pessoas que estarão observando a banda passar?

A impressão que eu tenho é de que estamos tentando mostrar que: somos muitos, somos fortes e temos poder! Uma coisa do tipo Triunfalismo Gospel Contemporâneo que manda o seguinte recado: Sai da frente se não a gente passa por cima! Temos poder para eleger um presidente! Conseguimos mudar a programação das emissoras! Etc.! Etc.! Etc.!

Eu vejo muitas mensagens mas não enxergo Jesus no meio da massa. Sabe porque? É que depois que termina a festa, tudo continua como antes. As denominações tão unidas na avenida continuam criticando umas as outras. As necessidades dos pobres e desprezados continuam as mesmas. Nossos cultos continuam sendo shows de talentos e desfiles de moda e se tirarem o beijo gay da novela vamos manter a audiência, mesmo com todas as outras abominações da trama televisiva.

Até quando viveremos nesta apostasia moderna? Por quanto tempo continuaremos cultivando nossas futilidades e vivendo de ilusões banais? Quero deixar uma pergunta para respondermos a nós mesmos: Se a igreja da qual somos membros fechar as portas hoje, a comunidade local sentirá falta dela? Se a nossa resposta for negativa, então precisamos repensar urgentemente que evangelho estamos anunciando, pois certamente não é o de Cristo.

Para nossa reflexão vou deixar lincado um vídeo do Pr. Neil Barreto que nos trás muitos questionamentos a respeito da igreja que estamos construindo.


terça-feira, 5 de maio de 2015

Geração coisa...

Todos os dias, milhares de pés percorrem, freneticamente, os quatro cantos do mundo em busca da definitiva fórmula da felicidade. Descalços ou não, articulações e calcâneos suportam tíbias e perônios de corpos tristes. Corpos que caminham para um fim de incertezas, preenchendo vazios com mimos de pouco ou nenhum valor. Corpos que seguem juntos mas não se olham e nem se percebem, apenas prosseguem, como narcisos modernos fitando suas próprias ilusões nos espelhos negros que carregam nas mãos. Mãos que só se estendem para tocar as superfícies sem vida da materialidade absurda que rouba-lhes o tempo. Tempo que já perderam nas empreitadas sem descanso que lhes garante o únicos direitos que possuem: Ter! Obter! Possuir! Gastar o que não podem naquilo que não é pão. Geração tresloucada, sempre tão conectada e paradoxalmente desligada do outro. Geração cujos amigos são fotos tratadas em um editor de imagens qualquer. Geração do Self, voltada para si mesma, que não olha em volta e não pode ver quem está em derredor. Geração sem próximos nem distantes, cujo único valor palpável está na propriedade de coisas para ostentar a posse daquilo que não lhe seguirá na cova. Que coisa! Para finalizar deixo o belo poema de um camarada Thadheu...

Como é que vão as coisas?

Cale a boca, coisa ruim!
Você não está falando coisa com coisa.
A coisa não está preta coisíssima nenhuma.
Você está com muita coisa pra cima de mim
mas eu lhe peço só uma coisa:
deixe a coisa em paz
pra ver como é que a coisa fica.
Alguma coisa me diz que, por uma coisinha de nada,
eu deixei de lhe dizer uma porção de coisas.
Outra coisa: baixe neste centro mas com o espírito da coisa.
Não precisa ser aquela coisa mas, pelo menos,
uma coisa muito louca.
Ou uma coisa tão estranha que,
mesmo que pareça a mesma coisa,
seja coisa do outro mundo.
Pois de todas as coisas, no fim, sempre resta pouca coisa.
Ah, só mais uma coisa: a vida tem dessas coisas.
E coisa que não acaba mais.
Se você não concorda, o que não é lá grande coisa,
escreva qualquer coisa!
Diga qualquer coisa!
Faça qualquer coisa!
Só não me deixe coisando sozinho!

Antonio Thadeu Wojciechowski