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domingo, 13 de agosto de 2017

Toda dependência é problemática

Vivemos uma geração viciada em estimulantes que só estimulam o emburrecimento!
Recentemente o caso do vazamento de um áudio de uma cantora "gospel" dependente de drogas, vazou na internet causando muitos comentários em todos os sentidos. Em se tratando da cantora, creio que ajuda espiritual e psicológica podem ser bem mais úteis do que exposição e acusações. Também faço questão de acrescentar que: o fato da artista estar passando por um problema não a faz melhor e nem pior do que os outros e, falando como cristão, o seu talento continua  sendo uma dádiva divina. Mas não é sobre a celebridade que quero comentar e sim sobre esta dependência crônica que os cristãos contemporâneos desenvolveram nos últimos tempos. A dependência das estrelas.

Vivemos num país onde a cultura e a informação foram banidas da coletividade e a elite cultural não passa de um bando de doutrinadores em sua perene missão de banir, a todo custo, a moral e os bons costumes. Nas instituições religiosas, esta característica acaba se refletindo na membresia e o que temos são instituições rasas com líderes inaptos e uma desinformação crescente no que diz respeito ao cerne do Evangelho do Jesus Cristo de Nazaré. Esta absoluta falta de estofo teológico formou toda uma geração que desconhece as Sagradas Escrituras e, consequentemente, ignora o que é ser cristão, não conseguindo levar uma vida conforme os ensinamentos do Mestre.

Este vácuo intelectual e espiritual produziu uma geração oca que preenche o seu apetite religioso com qualquer coisa que possua esta espécie de "Selo de Qualidade Gospel". Isto é tão verdade que é comum escutarmos conversas de irmãos te convidando para o culto porque vai ter um pregador de fora e uma cantora ou cantor famoso. Neste cenário grotesco, a ação do espírito (com "e" minúsculo mesmo) fica condicionada as cantorias e pregações de fogo que quase nada diferem dos rituais pagãos, importados do norte europeu e do continente africano. Enquanto isso o Espírito Santo observa. A conclusão que chegamos é de que temos uma geração dependente das celebridades gospel, onde o culto só será bom quando uma delas estiver presente. Ao final do espetáculo ainda tem a venda de livros, CDs e DVDs com direito a autógrafos e sessão de fotos.

Entenda que não tenho nada contra a atividade artística feita por cristãos. Não é isso! Também não sou contra que tenhamos nossos artistas preferidos, pregadores que apreciamos mais, etc. O problema surge quando condicionamos nosso culto a Deus à presença destas estrelas religiosas e esquecemos do verdadeiro propósito da vida cristã e do culto ao Senhor. Este tipo de dependência produz uma comunidade doente que não tem apreço pela Palavra. Crentes incapazes de digerir uma alimentação substancial, imaturos e superficiais que pensam que ser abençoado é conseguir casa, carro e bens materiais diversos, que pensam que o melhor desta terra é comida farta e passeios a Disney. Que vivem um evangelho enganoso, fraco e medíocre. Crentes sem amor, que acham mais importante compartilhar a desgraça alheia do que interceder pelos fracos, que choram com os que riem e gargalham com os que choram, contrariando, em todos os aspectos, a Palavra de Deus.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

sábado, 27 de maio de 2017

O Cristianismo que Sofre

Embora o ato de ser cristão signifique ser incompreendido, muitas vezes a incompreensão é fruto dos nossos erros.
Que existe uma cruzada contra o cristianismo em todo o planeta, não resta nenhuma dúvida. A cada dia que passa vemos os valores da mensagem da cruz sendo postos de lado, não apenas no comportamento das pessoas, de uma maneira geral, mas também de forma institucional. Se isso não bastasse, a cada dia, ser cristão é visto como algo retrógrado e tipico de pessoas sem cultura. Mas de onde vem isto?

Como cristão, que sou, creio que existe um mundo espiritual dividido entre o bem e o mal e que há uma batalha acontecendo e que estes mundos influenciam pessoas a seguirem os preceitos de um ou de outro. Mas também entendo que a nossa percepção do Evangelho de Jesus Cristo é muito equivocada e termina por alimentar estas divisões de classes.

Me parece que nós, os crentes em Cristo, não compreendemos qual seja verdadeira mensagem do Homem de Nazaré. Nossos sonhos egoístas, nossos projetos pessoais, nossas conquistas nos levam a crer em um Deus que nos quer sempre acima de tudo e todos. Esta crença equivocada nos tem transformado e pessoas presunçosas e arrogantes e, consequentemente, detestáveis.

O viver cristão, não é, como muitos pensam, uma coleção de conquistas mas sim um acúmulo de renuncias em favor do próximo. Bradamos que Deus é Amor, mas esquecemos de demonstrar o amor de Deus, em nossas vidas, por aqueles que carecem e não conhecem este amor. Isto é o viver cristão: renunciar a nós mesmos e dedicar-se aos próximos de nós que são justamente aqueles que se encontram ao alcance de nossas atitudes e ações.

Precisamos mudar, não em defesa do Deus Todo Poderoso, pois ele não precisa disso, mas em defesa da fé que anunciamos, pois é mais fácil e prático demonstrar nossa fé com atitudes do que com palavras lançadas ao vento. Que Deus tenha misericórdia de nós!

domingo, 7 de maio de 2017

Desejamos ir lá, só que não

Existe uma canção na Harpa Cristã que a letra fala: Desejamos ir lá... Mas será que realmente desejamos?
Na carta do apóstolo Paulo aos Filipenses, no capítulo 1, versículos 23 e 24 ele diz: "Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo". Paulo sentia um profundo desejo de partir logo desta vida para estar com Cristo por toda a eternidade. No entanto, por amor das almas ele desejava continuar aqui para seguir fazendo a obra do Senhor. Mas e nós? O que nos impede de partir desta vida? Que desejos nos impulsionam a desejar continuar neste mundo?

Outro dia, eu conversava com uma pessoa sobre o Reino de Deus e ela me falou que ainda é muito jovem para morrer e que precisava aproveitar a vida. E percebo na maioria das pessoas um desejo muito forte pelos prazeres que o mundo oferece. Uns querem construir suas carreiras profissionais, outros querem possuir bens materiais, outros querem fama e fortuna, outros só a fama e há até aqueles que não querem nada disso mas almejam um mundo melhor, mais justo. Mas em todos estes casos sempre existe um desejo de permanecer aqui. É aquela velha máxima: todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer. Mas não há outra maneira de ir pro céu!

A Bíblia Sagrada não diz muita coisa sobre como é o céu mas deixa bem claro o que ele não é. De acordo com as Sagradas Escrituras, lá não existe tristeza, doenças, inveja, despesas, e nem toda sorte de males e empecilhos que são comuns neste nosso mundo. Mas mesmo sabendo que lá é um lugar melhor (muito melhor) do que este, não queremos partir desta vida. Não estou me referindo àqueles que não creem em Deus, pelo contrário, me refiro aos que professam a fé cristã e que propagam que o céu é um lugar melhor. Só existem dois motivos para um crente em Jesus não desejar partir: ou é por conta de um profundo amor pelo próximo ou apenas um desejo egoísta de quem ainda não compreendeu, verdadeiramente, quem é Deus e a importância do sacrifício feito por Jesus, na cruz do calvário.

Se aquilo que nos move em direção a este mundo é apenas o desejo de realizarmos nossos projetos pessoais e materiais, então devemos rever a nossa fé pois estamos sendo motivados erroneamente. Pense nisso!

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Saia do templo e seja cristão!

Não vá dizer que eu estou dizendo para você abandonar a denominação que costuma frequentar. Leia a postagem para entender.
Antes que alguém venha me acusar de estar incitando as pessoas a deixarem da igreja quero deixar claro que entendo ser altamente necessário que o cristão faça parte de um grupo, de uma denominação, onde possa se reunir com outros indivíduos que partilham das mesmas ideias e ideais. Eu mesmo já frequentei algumas denominações religiosas e hoje estou a frente de um trabalho. O objetivo deste artigo é chamar a atenção para a nossa função primordial enquanto cristãos.

Depois que Jesus completou a sua missão, nesta terra, entregando a sua vida e ressuscitando ao terceiro dia, antes de partir ele nos deixou uma tarefa para ser executada por todos os seus seguidores que foi registrada no Evangelho de Jesus escrito por Mateus:
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Marcos 16:15-18.
Não há como não entender este texto. Ele é explícito. A ordem é ir por todo o mundo, pregando a toda criatura. Isto não se faz dentro de um prédio, pois nem todos estarão dispostos a ir a igreja para ouvir a pregação é preciso sair para fora. Quando pensamos a igreja como um corpo composto por aqueles que seguem Jesus temos que entender que esta possui um legado social. O Evangelho precisa ser anunciado e para isso temos que estar dispostos a ir. Não é uma escolha e sim de obediência a uma ordem dada pelo próprio Jesus. Quando vejo as igrejas organizando encontros de crentes, festas pra crentes, congressos para crentes, entendo que estes encontros são importantes para transmissão de conhecimento mas não tem nenhum sentido se após o encontro não utilizarmos o conteúdo adquirido para cumprir o ordem de pregar o Evangelho.

Outra coisa que me chama a atenção é o texto "Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado." Note que a função do anunciante não é converter pessoas para levá-las a igreja e sim apenas anunciar o Evangelho. No que diz respeito a conversão, é uma decisão pessoal daquele a quem a mensagem foi anunciada.

Em seguida temos algo muito interessante: "E estes sinais seguirão aos que crerem" ou "Estes sinais acompanharão os que crerem" (NVI) ou "Estes milagres acompanharão os que crerem" (Católica) ou "Estes sinais hão de acompanhar àqueles que creem" (Soc. Bibl. Britânica). Este texto vem logo após do "quem crer e for batizado". Posso estar enganado mas para mim o texto está dizendo que aquele a quem for anunciado o Evangelho e ele der crédito os sinais já se manifestarão ao novo crente, assim como já deveriam estar se manifestando em nós desde que demos crédito a pregação.

Não vou entrar nos sinais e nos desdobramentos que eles sugerem por tratar-se de um assunto vasto e longo que irei tratar numa próxima oportunidade. O que quero com este texto é deixar evidente que a missão do crente não se restringe a pertencer a uma denominação e participar das atividades desta, mas vai muito além disso. Temos uma função social motivada pelo amor ao próximo que é a de anunciar as boas novas do reino. Não podemos em hipótese alguma, esquecer disso. Precisamos nos conscientizar desta missão e ter a convicção de utilizar todos os meios a nossa disposição para realiza-la de forma plena. Espero, sinceramente, em Cristo, que este artigo te ajude a tomar uma posição assim como está me ajudando. Grande abraço.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Transformando Vidas e Viabilizando Histórias

O serviço social é a espinha dorsal da igreja e quando é departamentalizado transforma esta em um organismo deficiente!
Um dos grandes equívocos que costumamos observar nas instituições religiosas de vertente cristã é a departamentalização de atividades que deveriam ser lugar comum na vida de todos os membros da organização religiosa. Uma dessas atividades é a assistência social, uma prática que deveria estar impregnada em nosso DNA evangélico mas que, na maioria das vezes, é relegada a um departamento encarregado de distribuir cestas básicas ou emprestar a caminhonete da congregação para fazer alguma mudança para um irmão menos abastado. Mas a pergunta é: é isso que a Bíblia nos ensina? Então vamos a ela.

Tiago, diz, que a verdadeira religião, que agrada a Deus, é ajudar os órfãos e viúvas em suas necessidades. Jesus, disse que se, deixarmos de alimentar os famintos, vestir os nus e não visitarmos os encarcerados é como se deixássemos de servir a Ele. Em Atos, lemos que os discípulos prosseguiam no repartir o pão. Temos muitos outros exemplos que não cabem neste pequeno texto, mas que deixam claro que a assistência social é a verdadeira demonstração visível de que somos realmente cristãos. É a materialização do amor ao próximo. Não existe Evangelho sem esta característica. Mas este assistir a sociedade que nos cerca vai muito além de uma cesta básica.

Uma vez que somos sal e luz, de acordo com as sagradas escrituras, temos por objetivo, dar um sabor agradável a vida dos outros, devolvendo a estes outros, independente de serem cristãos ou não, o gosto pela vida, pela família, pelo trabalho e pelo simples fato de serem humanos, irmãos na carne e imagem e semelhança do Deus que afirmamos servir. Como luz, devemos iluminar suas vidas para que enxerguem nitidamente os caminhos por ande andam e possam tomar as decisões acertadas que contemplem os outros dos outros, transformando-se em novas luzes e novos sais neste mundo tão escuro e tão amargo. Isto é ser cristão!

Não basta dar um prato de comida. É necessário convidar o outro a sentar-se a mesa para já não ser outro e sim, um de nós. Não basta uma oferta polpuda, antes, devemos reintegrar os outros ao convívio social para que sejam nós. Propagar o Reino é oferecer a possibilidade de que os outros também façam parte deste Reino. Nossa missão, neste reino, não é desfilar em carruagens ou exibir nossas vestes reluzentes em uma baile de gala, mas entrar, dia após dia, no submundo cuja as portas não podem nos impedir e tirar de lá, um a um, os prisioneiros. É possível, é necessário, é a única maneira de sermos quem dizemos ser!

***

Existe  um Reino Encantado, tão distante e tão perto, que foi inaugurado há dois mil anos por um Rei que havia sido morto mas reviveu. Seus súditos o viram vivo e depois Ele subiu para o seu trono e os súditos receberam a incumbência de transformar outros mortais em súditos também. O Rei lhes deu uma chave mágica que está num livro que carrega grande poder. Com esta chave eles podem entrar nos mundos inferiores, quebrar as correntes, curar as feridas e resgatar os prisioneiros. Os prisioneiros que aceitarem fazer parte do Reino recitam um encantamento que os livra e os transforma em súditos também. Juntos, eles comem, se divertem, cantam e dançam e trazem mais gente triste para virar gente alegre. Fazem isso todos os dias, enquanto aguardam a volta do Rei que virá buscá-los. Então serão felizes para sempre. Amém!


quarta-feira, 29 de março de 2017

O Mundo Ocidental Se Esqueceu de Onde Veio!

Formado e fundamentado no cristianismo, o ocidente está enterrando sua história e colocando em risco sua sobrevivência!
Estou lendo "Uma Breve História do Cristianismo" de Geoffrey Blainey. Estou na metade do livro entrando na Reforma Protestante, mas desde já recomendo a leitura do livro. Evidentemente não se trata de um tratado sobre uma história tão rica como a da construção da religião cristã no mundo que certamente não caberiam em suas 328 páginas. Mas traz um panorama da evolução da Igreja, suas divisões e ramificações e alguns de seus personagens principais, ao longo das eras. O livro foi escrito em uma linguagem bastante acessível e é bastante útil, principalmente para quem está se iniciando no assunto. Blainey é um escritor, professor e historiador australiano que ficou famoso pelos livros: Uma Breve História do Mundo e Uma Breve História do Século XX. Mas vamos ao que interessa.

Se olharmos a história, devidamente documentada ao longo das épocas, percebemos que a civilização ocidental foi, toda ela, constituída pelo pensamento cristão. Foram as instituições religiosas que fomentaram a arte, a música, a pesquisa científica, o saber humano. Graças ao incansável trabalho de muitos cristãos, boa parte do conhecimento produzido pelo homem foi preservado em intermináveis bibliotecas com seus enormes volumes copiados a mão pelas mãos de padres dedicados. Foi a igreja que implementou hospitais, escolas e universidades. Dedicando-se a Teologia, artes, filosofia e medicina. Patrocinou músicos, pintores, escultores, desenvolveu a arquitetura e a engenharia. Foi graças ao cristianismo e principalmente a reforma protestante que a indústria gráfica pode se desenvolver.

Também foi a igreja que nos deu o sentido de serviço social e outros grandes avanços da humanidade, assim como foram muitos cristãos, reformados que ajudaram a conceber o conceito de laicidade para permitir que todos os pensamentos, mesmo contrários, pudessem ser ouvidos. Mas atualmente vemos a civilização ocidental se esforçando para banir a igreja e o cristianismo da face da terra. A criatura se rebelando contra o criador. Ora. Se a base da sociedade ocidental é o cristianismo, ao enfraquecer esta base cria-se um problema estrutural que torna instável todo o edifício, pois é a base que mantém a construção firme. Se comprometemos a base tudo o que está firmado neste alicerce pode cair. E o que estamos assistindo.

Exatamente isso! A decadência do ocidente. Estamos assistindo a norte lenta e gradual do mundo ocidental. Como um organismo sem imunidade, a cada dia novas doenças sociais vão surgindo e se alastrando pelo corpo criando uma inevitável falência dos órgãos que o mantém vivo. É triste mas é real e inevitável. E você? O que pensa a respeito deste assunto? De sua opinião, ela é importante!

Se tiver interesse no livro citado, segue o link:
http://www.saraiva.com.br/uma-breve-historia-do-cristianismo-4053181.html

domingo, 26 de março de 2017

Sem Memória, Não Há História

Quando destruímos um passado de glórias, talvez estejamos apontando para um futuro de incertezas.
Foto 1 - Antigo Templo
Esta semana fui surpreendido pela notícia da demolição do antigo templo sede da Igreja Evangélica Assembleia de Deus da cidade de Ponta Grossa, PR. Trata-se de um prédio simples de linhas sóbrias (foto 1) que ficava na Rua do Rosário, no centro, e que por muitos anos assistiu a conversões, batismos, curas, casamentos e toda sorte de acontecimentos da comunidade assembleiana residente na Princesa dos Campos Gerais do Paraná. A decisão de por abaixo o prédio, partiu da cúpula da igreja e dividiu opiniões. Os contrários lamentando não apenas a perda material, mas principalmente a sentimental visto que muitas pessoas nasceram, cresceram, casaram e apresentaram seus filhos ali. Também há os que lamentaram por ser uma edificação que faz parte da história da denominação e do município. Já os favoráveis se valem de citações de textos bíblicos e da soberana decisão da presidência da igreja e de que o novo Templo sede (foto 2) é maior , mais bonito, e mais moderno.

Foto 2 - Novo Templo
Que o novo edifício é maior e mais moderno não há dúvida, quanto a ser mais bonito depende do gosto de cada um. Muitos alegam que o antigo prédio tinha falhas estruturais que colocavam em risco a integridade física de seus ocupantes. Sabemos que hoje existem técnicas que podem ser utilizadas para recuperar falhas. Poderiam reconstruir um interior moderno e otimizado e manter a fachada original. Não sei o que será feito no lugar, mas o fato é que pouco a pouco a história vai sendo apagada deixando saudades, lembranças que aos poucos serão esquecidas. Parece ser uma característica da denominação, pois existem mais casos como este envolvendo antigas edificações da Assembleia de Deus, como é o caso da AD de Criciúma que não respeitou sequer a população que pediu o tombamento do antigo templo conhecido como Igreja do Relógio. Mas nem tudo está perdido.

Foto 3 - Igr. Luterana de Dois Irmãos
Este é o caso da Igreja Luterana de Dois Irmãos que teve seu primeiro templo, totalmente restaurado e preservado (foto 3) ou ainda a igreja Luterana de Brusque (foto 4) que mantém viva a sua memória no belíssimo templo devidamente preservado. E outras por aí a fora que tem esta consciência. Curiosamente, as igrejas históricas são mais preservacionistas que as pentecostais. Não sei se existe uma razão para isso mas me parece que o movimento pentecostal não dá muito valor aos seus templos. Tudo bem que é só tijolo, areia e pedra, mas por trás do aparato solido existe um legado histórico e comunitário que precisa e deve ser levado em consideração sempre que surgir este tipo de decisão ser tomada. Mas atrelado a este episódio posso perceber outras mensagens nas entrelinhas. E que mensagens são estas.

Foto 4 - Igr. Luterana de Brusque
De um lado vemos pessoas simples, lamentando o fota e saudosos dos tempos em que a comunidade era menor e mais unida, onde todos se conheciam pelos nomes e o calor humano aquecia a frieza do mundo exterior. Do outro vemos instituições a cada dia mais distantes de seus membros onde a preocupação é com a eficácia, a administração e a relação custo-benefício. Já não existe mais o líder que visita seus liderados. A vida em comunidade onde cada um atenta para a necessidade do outro vai sendo departamentalizada e os avisos são dados pelo telão e pelas redes sociais. Muitos doutores e senhores de si e poucos amigos e irmãos de fé.

Uma pena que seja assim. Já não verei mais o lugar onde me decidi por Cristo e onde desci as águas. Sinceramente, espero não voltar lá, outra vez, e não ter que passar e olhar para algo que não veria estar ali.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Se dói é porque faz parte do corpo

As vezes uma cadeira de dentista pode ser inspiradora!
Estava fazendo uns tratamentos odontológicos, outro dia, e durante o processo, minha dentista, perguntou se um determinado dente, que seria extraído, ainda doía, para verificar se havia necessidade de mais anestésico. Ao responder que sim, ela falou algo que me fez pensar: "Se dói é porque ainda faz parte do corpo". Esta frase me fez pensar muito no restante do dia.

Quantas vezes, nós, os cristãos, lamentamos e reclamamos das agruras da vida? Das lutas, dificuldades, das incompreensões por parte daqueles que amamos, enfim, ser um seguidor de Cristo trás muito mais problemas, a luz do mundo, do que prazeres. Fazer parte do corpo de Cristo causa dor e desconforto. Lembro-me, no início da minha conversão, que costuma dizer: "O crente que não passa por dificuldades e lutas é porque tem algo errado em sua vida". Mas porque passamos por tantas provações e incompreensões e enfrentamos tanta resistência e até mesmo o ódio dos nossos opositores?

A resposta é simples: o Evangelho caminha na contramão do sistema. A lógica divina é completamente contrária a lógica humana. Num mundo onde todos buscam por riquezas e ostentações, o Evangelho nos leva a procurar a simplicidade e a humildade. O mundo busca o sucesso pessoal, o Evangelho nos impulsiona a transferir toda a glória para o nosso Criador. O mundo não vê problemas em tirar proveito de determinadas situações para obter certos resultados, já o Evangelho nos leva a tentar fazer as coisas sempre da forma correta. O mundo, influenciado pelo liberalismo e relativismo, enxerga tudo como normal e permissivo, o Evangelho nos leva a agradar a Deus e, com isso, evitar práticas que, sabemos que desagradam o Deus que cremos e servimos.

Enquanto estivermos ligados ao corpo de Cristo sentiremos as dores  do arrependimento por nossos atos que não compactuam com a vontade de Deus. Na verdade, isto é algo maravilhoso, pois funciona como um alerta. Se pararmos de sentir os efeitos, as dores provocadas por nossos erros e atitudes é um sinal de que estamos anestesiados, e um membro anestesiado pode ser arrancado do corpo sem sentir. Mas qual é o anestésico que está levando os cristãos a perderem a sensibilidade?

A falsa sensação de que está tudo bem! Este, talvez seja o maior engodo que tem levado muitos cristãos a baixar a guarda. A doutrina da prosperidade tem levado muitos crentes em busca de realizações aqui nesta terra. Não estou dizendo que é errado prosperar. A prosperidade financeira e material pode ser uma benção desde que não seja o objetivo principal da vida de um seguidor de Jesus. Ela é conquistada com trabalho e planejamento, embora nem todos consigam. O problema é que criou-se uma ideia de que a prosperidade material e financeira está diretamente ligada ao nível de comunhão com Deus. Passando uma falsa sensação de que está tudo bem na vida espiritual. Ora, se isso fosse verdade, pessoas ricas não sofreriam, não teriam depressão e não cometeriam suicídio.

Precisamos voltar, urgentemente, a realidade do Evangelho, que está bem exemplificada nas escrituras. Precisamos entender que as dificuldades e lutas que passamos não são um mal mas sim um sintoma de que estamos no caminho certo, pois quanto mais agradamos a Deus, mais seremos odiados pelo sistema que governa a humanidade. Precisamos entender que as dores qque sentimos tem um importante significado: Ainda estamos ligados ao corpo de Cristo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

É preciso amar...

Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, - Mateus 5:44
Uma das características mais marcantes da personalidade de Deus é o amor. A própria bíblia nos ensina que: Deus é Amor. E se Deus é amor, a principal característica daqueles que se auto proclamam servos de Deus, deve ser o amor de Deus demonstrado de forma prática através de nossas vidas. Em outras palavras: não tem como ser servo de Deus e não praticar o amor, pois se uma pessoa diz que tem o Espírito de Deus em sua vida e não demonstra este amor, ela está mentindo. O amor é a marca do cristão verdadeiro. É evidente que não se trata de um amor fundamentado em sentimentos, pois, sentir amor por aqueles que só lhe despejam ódio, está além de nossas capacidades. Mas agir com amor para com aqueles que, muitas vezes, nos fazem mal, é uma possibilidade inerente a todo ser humano que esteja vivendo de acordo com a Palavra de Deus e seus ensinamentos, preceitos e vontades.

Quando Deus esteve corporalmente entre nós, na pessoa de Jesus Cristo, uma das bases de seus ensinamentos sempre foi a prática do amor. Mas a pergunta que fica no ar é: Como eu faço para amar meus inimigos e orar em favor daqueles que me perseguem e me fazem mal. Para praticar este tipo de amor, tão necessário ao cristão, é imprescindível uma mudança de consciência que nos permita enxergar o mundo e os demais seres humanos de uma outra forma, sob um novo ângulo. Este novo olhar sobre a humanidade nos capacita para enxergar, detalhes que não víamos anteriormente. Uma das grandes descobertas do cristão que teve sua mente transformada, é perceber que nossos inimigos somente o são por estarem debaixo de um domínio muito forte que os leva a agir de maneira desagradável em ralação a nós. É por esta razão que o apóstolo Paulo adverte sobre a nossa luta não ser contra a carne (contra outros seres humanos) mas sim contra os exércitos de satanás. Quando passamos a ter consciência deste estado de coisas, vemos facilmente que a pessoa que se opõe a nós é, na verdade, um prisioneiro que precisa ser liberto e que não sabe que esta liberdade está ao seu alcance.

De posse desta verdade, cabe a nós, agraciados com este conhecimento, agir em favor daqueles que ainda permanecem cegos pelas astutas ciladas do diabo, pois agora já temos a consciência de que nossos inimigos somente o são por não conhecerem o plano de Deus para a humanidade. A partir daí, amar os inimigos e fazer o bem aqueles que nos fazem o mal já não soa tão absurdo e com a prática se torna mais fácil a cada dia. Amar, este é o grande segredo. Não existe cristianismo, não existe evangelho sem esta máxima. Lembre-se do que dizia o poeta Renato Russo: É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Jesus Não Veio Criar Uma Religião

Um dos erros clássicos que as pessoas cometem, inclusive os cristãos, é crer que o Evangelho é uma religião como outra qualquer. Este erro de julgamento produz dois grandes problemas. Primeiro: leva o não cristão a ter uma visão distorcida da Igreja de Cristo. Segundo: Faz com que os cristãos se tornem escravos da religiosidade. É exatamente sobre isso que vamos falar neste post.

Antes porém, precisamos entender o conceito de religião para compreender a razão de estarmos afirmando que Jesus não veio implementar uma religião. Religião vem do latim ¨religare¨, tem o significado de religação. Essa religação se refere a uma nova ligação entre o homem e o deus que ele crê. Baseados neste conceito entendemos que as religiões são de iniciativa humana o que difere da mensagem do Evangelho de Jesus Cristo, pois este é uma atitude que parte do próprio Deus e não dos homens. 

Ao examinarmos a narrativa bíblica a respeito da obra efetuada por Jesus Cristo e os seus pronunciamentos e ensinamentos podemos perceber com clareza a natureza da sua missão e as consequências da mesma no mundo. Jesus veio ao mundo para resgatar a comunhão de uma humanidade perdida com o seu criador, libertar o homem do cativeiro do pecado, através de um ato de redenção e estabelecer o seu Reino.

Nós vemos, pelas escrituras, referências ao Reino de Deus apontando duas realidades deste. Uma como algo futuro a ser alcançado (Mc 1.15 - Lc 10.9) e também como algo que já está disponível (Mt 12.28 - Mc 10.15 - Lc 12.31)

Com base nos versículos citado e muitos outros, podemos deduzir que o Reino de Deus já está acontecendo, está disponível, mas não na sua totalidade. Não é um reino físico, conforme vemos em Lc 17.20, 1 Co 4.20 e Rm 14.17. Ou seja: Jesus veio estabelecer um Reino que não é físico, está disponível somente para os que o reconhecem como Senhor e é constituído de atitudes que atestam quem faz e quem não faz parte de seu reinado. Ou seja, Jesus vaio estabelecer um modo de vida que reflete Seu reino em meio a este mundo conturbado e decaído.

Ser cidadão deste Reino implica em viver de acordo com as características do mesmo. Este é um ponto delicado pois muitas vezes (muitas mesmo) temos que andar na contramão do sistema que governa o mundo. A Bíblia nos dá algumas dicas: os cidadão do Reino são praticantes da justiça, promotores da paz e cheios de alegria. Não estão presos a riquezas e bens materiais e quando são abençoados materialmente o são para abençoar outras pessoas. Mas fica a pergunta: Será que, nós que nos autodenominamos seguidores de Cristo, estamos refletindo este Reino em nossas vidas?

Quando olhamos o panorama atual das denominações cristãs, observamos uma série de atitudes, dogmas, costumes que não condizem com o Reino de Deus e que mercantilizam o cristianismo esquecendo-se da ordenança dada pelo próprio Jesus que é amar a Deus e ao próximo. É lógico que isto não é unânime. Existem muitos cristãos autênticos e instituições cristãs preocupadas em espalhar as notícias do Reino, promover a justiça social, ajudando a nossa sociedade a encontrar a paz tão desejada mas que não é obtida em passeatas e impregnar o mundo com a alegria de ter encontrado um caminho reto, puro e perfeito.

Lembre-se: a Igreja de Cristo, que é santa, pura, perfeita e invisível, não possui um CNPJ. Pense nisso...

domingo, 18 de dezembro de 2016

Então é Natal... E ano novo também...

Chegamos a mais um mês de dezembro e com ele as tradicionais comemorações do Natal e as controvérsias em torno do tema.

Outro dia encontrei com uma pessoa que segue uma determinada religião que despejou um leque de argumentos contra o Natal reiterando que Jesus não nasceu em dezembro e que a data é só um comércio e que a figura mais importante é o Papai Noel que só serve para fomentar o consumo e blá, blá, blá!

A questão é a seguinte: ninguém sabe o dia do nascimento de Jesus mas isso não pode ser um empecilho para comemorarmos seu nascimento, e a tradição cristã acabou incorporando a data de 25 de dezembro para realizar esta comemoração. Então qual o problema? Vamos comemorar sim, encher nossas casas de luzes, montar um presépio, entoar canções de louvor ao nosso Deus, trocar presentes e cear com Ele lembrando que Ele veio a este mundo para dar seu corpo e seu sangue pelos nossos pecados. Pare de ficar demonizando datas e épocas pois o tempo e os dias pertencem a Deus que é Senhor de todas as coisas quer no passado, quer no presente e também no futuro.

Quanto ao Papai Noel, aproveite para contar a história de São Nicolau que foi um bispo católico extremamente devoto que abriu mão de seus bens para atender as necessidades dos pobres. Um crente fiel que foi preso por não negar sua fé em Jesus Cristo.

Vamos parar com todo este mimimi e vamos comemorar o Natal com músicas de louvor ao nosso Deus. Feliz Natal a todos e um 2017 repleto de alegrias. Para encerrar,curte ai a cançao de Natal da minha banda.


sábado, 5 de novembro de 2016

O Projeto Divino e Sua Lógica

Eu tenho uma pessoa muito próxima de mim que se tornou ateu de uns tempos para cá. Confesso que não estou muito preocupado pois seus argumentos são muito frágeis e inconsistentes e seguem uma linha similar aos que eu utilizava em minha fase ateísta. Aquelas perguntas tradicionais do tipo: Se Deus é bom, porque as pessoas sofrem? Se Ele é poderoso, porque não salva todo mundo. Porque Ele permite o mal? Além das afirmações costumeiras, como: É injusto pessoas irem para o inferno. Isso não é cientificamente comprovado. Etc, etc, etc.... Mas não é sobre isso que eu quero falar. Esta introdução é apenas para explicar que eu fiquei meditando neste cabedal de motivos e motivações usados para justificar a descrença do indivíduo citado e cheguei a uma conclusão. Trata-se de uma visão pessoal, que eu quero compartilhar com o intuito de enriquecê-la e aprimorá-la através das opiniões de mentes mais bem preparadas do que a minha.

Em primeiro lugar devemos entender que Deus é Rei! Esta afirmativa nos descortina uma série de constatações, um tanto óbvias, mas que muitas vezes não levamos em consideração. Bom! Se Deus é Rei então Ele reina e se Ele reina é porque existe um Reino onde Ele reina. E preciso entender que existe uma diferença entre o que é reino e o que não é reino. Deus é sobreano e a sua presença, ciência e poder não encontra limites ou barreiras temporais, materiais ou espirituais. Mesmo seus inimigos mais confessos como, Satanás e seus seguidores, ainda que se oponham a vontade de Deus, estão sujeitos à sua soberania. Já o Reino nos leva a pensar em um lugar ou condição onde esta soberania é exercida mediante o prazer em fazer a Sua vontade, onde os súditos o são por opção e alegria.

Quando Jesus afirma em João 18.36 que Seu reino não é deste mundo, Ele não está dizendo que não possui poder. O que ele nos faz entender é que neste mundo, que jaz no maligno, a vontade do Pai não é executada de modo a manifestar o reino. Mas o que é preciso para fazer parte deste reino? No Evangelho escrito por Mateus, este conta-nos que Jesus ao fazer seu famoso sermão da montanha (ou do monte) aponta duas característica que levam as pessoas a obterem este reino. Em Mt 5.3 Jesus fala dos pobres de espírito e no versículo 10 ele também se refere aos perseguidos por causa da justiça e mais: ele afirma que o Reino dos Céus é destas pessoas.

Isto me levou a pensar que Deus está fazendo uma seleção de pessoas capacitadas, por Ele, para possuírem o reino e os requisitos são: pobreza de espírito e justiça. Existem muitos estudos a respeito do significado de pobreza de espírito mas em resumo significa uma pessoa que tem a consciência da sua impotência e da sua total dependência de Deus. Um bom exemplo é do Rei Davi. Tudo o que Davi realizava de grandioso atribuía a Deus e tudo o que fazia de errado atribuía a si mesmo. Trata-se daquele que se propõe a não viver mais o seu próprio eu e submete-se a plena vontade de Deus. Paulo nos ensina este principio em Gálatas 2.20 quando escreve: "vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim". Esta atitude de submissão conduz a prática da justiça que invariavelmente produzirá a perseguição. É este o tipo de pessoa que já faz parte do Reino e pode manifestá-lo aqui neste mundo.

Confesso que isto me preocupa. Pois as conveniências do dia-a-dia nos transformam em não praticantes da justiça divina e a meritocracia imposta em nossas mentes nos tornam presunçosos ricos de soberba nos afastando mais e mais do Reino de Deus! Precisamos rever nossos conceitos!



quarta-feira, 20 de abril de 2016

Colocando Deus de Lado

Estava escutando algumas músicas evangélicas dessas cantoras e cantores famosos no meio, e como de costume fiquei prestando atenção nas letras das canções. Sem nenhum medo de errar, 90% do que escutei foram coisas do tipo: "eu posso...", "eu vou",  "eu derrubo", "eu quero", "a vitória", "o inimigo", "quero a unção de Davi", "vou derrubar o gigante", "vou ser reconhecido", "você vai passar por cima", "você vai vencer", "você é vencedor", "você pode" e por aí vai... Isto é apenas uma amostra, pois a lista é interminável.

Não estou dizendo que estas afirmações não acontecem na vida do servo de Deus, pois creio num Deus Onipotente para qual não existe impossível. A minha crítica aqui a para a centralidade das mensagens. O foco principal da maioria das letras é sempre o homem e as realizações pessoais. Mesmo quando há uma aura de espiritualidade é para conseguir uma unção divina que propicie uma realização humana.

Deus deixa de ser o centro da adoração e passa a exercer a mera função de um gênio saído das mil e uma noites para realizar nossos desejos, como um garoto de recados a disposição dos desejosos. Mas quais as implicações dessa prática.

Existem inúmeros malefícios que podem surgir desta tendência, mas talvez, o mais sério, a transferência do objetivo da adoração. Dentro do pensamento cristão, somente Deus na sua manifestação trina é digno de ser adorado. Qualquer desvio desta linha mestra transforma adoração em idolatria. Sei que é uma afirmação forte mas não há como negar que a origem de ações que tiram Deus da sua posição principal e o colocam como coadjuvante, ainda que o exaltem, não tem base na divindade e sim na oposição a mesma. Em resumo: são manifestações humanistas que colocam o homem no centro do universo que podem ter inspiração na soberba do homem ou pior, no maligno.

Canções de auto-ajuda, com mensagens sociais e políticas, músicas românticas não são erradas e nem se constituem em pecado. Não há nenhum problema em escutá-las fora do ambiente do culto e consciente de que não possuem conteúdo teológico voltado ao serviço cristão. O grande entrave é quando estas peças musicais são utilizadas nos cultos levando as fiéis a deixarem de adorar a Deus.

Temos que ter um cuidado extremo ao escolher as músicas que serão utilizadas durante o culto. Elas devem ser de: louvor e adoração. Devem exaltar a Deus acima de tudo. O culto não é o lugar para solucionar problemas pessoais. A bíblia já define um lugar para isso. É o seu quarto!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Liturgia Circense - Complemento #1

Recentemente, publiquei no meu canal no Youtube, um vídeo sobre o que vem acontecendo em nossas igrejas evangélicas, onde destaquei as aberrações e palhaçadas protagonizadas por "líderes" sem preparo e sem conhecimento bíblico, que servem apenas para entreter e emocionar os pagantes. Não estou falando apenas das grandes abominações (denominações), mas das pequenas e penso que estas são as piores.

Hoje, qualquer um que não concorde com seus líderes abre uma birosca gospel em uma esquina qualquer. Pessoas sem o menor preparo teológico e intelectual que já aprenderam de forma equivocada e vão acrescentando equívocos em cima de heresias e criando doutrinas absurdas e sem respaldo bíblico. Por conta disso, vemos e até rimos com as cenas grotescas encenadas nos espetáculos que ousam chamar de culto. Mas a minha preocupação é outra. Bem outra!

Quando eu me deparo com esta decadência religiosa que presenciamos na "igreja" brasileira, a primeira questão que me vem a mente é: e nós que julgamos conhecer o Evangelho de Jesus, o que estamos fazendo para reverter, ou pelo menos minimizar, os efeitos deste estado de coisas? Pior ainda! O que eu estou fazendo? Sinto que é urgente unir forças com crentes fiéis a Palavra, para difundi-la sem distorções ideológicas que visam apenas justificar heresias. Não podemos e não devemos ficar alheios a este evangelho ostentação tomado por lobos famintos. Precisamos agir. Seja escrevendo, ou indo as ruas. Buscando os prisioneiros. Não é uma empreitada fácil mas é necessária.

Um dos grandes entraves é que hoje temos uma dupla tarefa na evangelização. Pois se no passado nossos objetivos eram libertar os cativos das correntes do engano, hoje temos ainda que livrar os sedentos das fontes contaminadas. Não há mais tempo para brincadeiras. O quadro que se desenha, em todos os âmbitos da vida humana, aponta para um futuro difícil. Se estas pessoas continuarem se alimentando desta imitação barata de pão, que não sustenta o espírito, a maioria não irá suportar e declinará da fé. E aí? Vamos nessa?!

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Se você não assistiu o vídeo que deu origem a este artigo. Aproveite para fazer isto agora e deixe a sua opinião sobre o assunto. Segue  vídeo:




domingo, 21 de fevereiro de 2016

Crentes Vingativos - Eles existem, infelizmente!

Fala galera! para complementar a postagem sobre o mesmo assunto, compartilho aqui este vídeo que publiquei no meu perfil no Youtube. O assunto é basicamente o mesmo da postagem mas sempre tem algum elemento novo eimpressões que não consigo passar pela mensagem escrita. Assista e dê sua opinião.




Aproveite e assita outros vídeos do canal em: https://www.youtube.com/user/professorluis
Grande abraço...

sábado, 20 de fevereiro de 2016

O Evangelho da Vingança Que Não Está na Bíblia


Estava vendo uma postagem, em uma rede social, de uma pessoa que não vou identificar (por razões óbvias) que estava agradecendo a Deus por um emprego. Até aí tudo bem, devemos agradecer a Deus por tudo, pois cremos que somos dependentes Dele em todos os sentidos.

O problema é que a pessoa prosseguiu com um recado àqueles que pensavam que a protagonista do post estava na pior, com afirmações de estou dando a volta por cima e de que Jesus lhe ama muitooooo (com todos esses "o"s). Para arrematar ainda citou alguns versos da clássica heresia gospel chamada Sabor de Mel.

Eu fiquei triste ao ler a postagem e perceber como as pessoas tem sido enganas e levadas ao erro por este evangelho falso e mentiroso que tem sido pregado nos púlpitos. Um evangelho maligno que dá mais valor a criatura do que ao Criador. Embalado por "artistas" sem nenhum compromisso com a palavra e que já optaram por Mamon há muito tempo. Que leva desavisados a crerem que Deus os ama mais do que os outros. Que são ensinados a não ter misericórdia de ninguém agindo como feiticeiros que almejam ver a queda do próximo e andam sedentos de vingança quando são humilhados e que não conhecem, nem de longe, o Jesus que dizem seguir.

O Evangelho Bíblico é um ato de amor por toda a humanidade sem fazer distinção deste ou daquele. Deus não nos ama mais do que ama o nosso vizinho seja ele um cristão ou um homicida. O verdadeiro Evangelho não se baseia no que temos ou conquistamos mas no que somos e no que proporcionamos para os que estão ao nosso alcance. Nas ideologias humanas, e o cristianismo é uma delas, as pessoas matam para defendê-las mas no Evangelho as pessoas dão a vida por ele. Deus é amor e é impossível manifestar a presença de Deus se não for em amor.

Eu tenho receio de que a igreja brasileira sej como a de Laudicéia que Deus irá vomitar, pois lhe causa ânsias de indignação ou então a de Sardes cujo Senhor não virá por ela mas sim contra ela. Já é hora de voltarmos ao verdadeiro Evangelho.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Sou um milagre e estou aqui!

Se eu creio em milagres? Claro que sim! Eu posso até me considerar um milagre. Quem me conhece e sabe o que eu vivi até os meus 30 anos sabe perfeitamente que as possibilidades de ter partido desta para pior eram bem grandes. O estilo de vida tresloucada, não se importando com nada e nem ninguém me conduziam para uma espécie de abismo sem luz e sem esperança. Perdi amigos, acabei com relacionamentos, esqueci pessoas, detonei com bens materiais e sequer enxerguei os poucos que queriam me dar uma chance. Até que o primeiro milagre aconteceu:


Foi na noite de 22 de dezembro de 1996, um domingo. Domingos eram terríveis naquela época. O bar que eu frequentava fechava mais cedo, os conhecidos iam para suas casas com as suas famílias e eu ia para um quartinho, emprestado, nos fundos do escritório de um amigo. Era um quarto pequeno onde eu tinha um colchão, tintas, pinceis, algumas roupas, um violão caindo aos pedaços e uma tv em preto-e-branco de cinco polegadas com rádio AM-FM. Estava assistindo a um programa chamado Clipe Gospel que passava na extinta TV Manchete, gostava das músicas. Distraído com uma seringa e um pouco de cocaína, não percebi que o programa havia acabado e um outro havia começado: Era o Espaço Renascer apresentado pela Bispa Sônia Hernandes da Igreja Renascer em Cristo.

Comecei a prestar atenção no que aquela mulher dizia e ela contava cada detalhe da minha vida: meus medos, meus erros, meus desejos, tudo o que eu havia vivido até aquele momento. No início achei que fosse alguma alucinação produzida pela droga mas percebi que não era. Aquela mulher naquela tela minúscula me confrontava comigo mesmo e me desnudava diante de uma espécie de espelho que mostrava como eu era e como deveria ser. Até que veio o convite: lembro-me como se fosse hoje, cada palavra, cada gesto. Ela disse assim:
Faça uma experiência com Jesus, deixe ele cuidar da sua vida, entregue a sua existência nas mãos dele e, se nada mudar, aí você segue seu caminho e eu deixo de ser crente.
Eu desabei: quando me dei conta o programa já havia acabado e eu estava de joelhos numa poça de lagrimas e desespero. Me levantei aliviado, leve, com uma sensação de liberdade que nunca havia experimentado antes. Como não sabia orar, rezei um Pai Nosso (versão católica). No final de reza perguntei a Deus: - E agora, o que eu faço?  - E Ele me respondeu...


Fazem quase vinte anos que isto aconteceu. Nesses vinte anos eu casei, tive três filhos lindos, uma esposa maravilhosa, fiz coisas que nem imaginava que iria fazer. Não fiquei rico e nem famoso mas carrego uma paz que não tem preço. 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

E depois da Folia?


Hoje é domingo de carnaval e ainda restam dois dias da maior festa popular em território tupiniquim. Na quarta-feira caem as máscaras e juntam-se as cinzas do que restou da folia. Alguns chorarão seus mortos sem confete e nem serpentina, outras darão a luz, após nove meses, aos filhos dos mascarados e desconhecidos e outros trocarão a cerveja pelo soro nos hospitais sem brilho sem luzes e sem beleza.

As marchinhas da hora transformam o caos em graça e enquanto os explorados riem das piadas por quatro dias, os exploradores irão gargalhar o ano inteiro. E a nação manterá sua imagem de terra do samba e da alegria dos que tiram vantagens e bons lucros do turismo sexual, dos passeios nas favelas (comunidades) onde os nativos são observados ao som da voz de um guia que explica, em inglês medíocre, os detalhes deste zoológico.

E nós, que nos orgulhamos da nossa fé, o que fazemos? Nada! Apenas observamos calados pois não podemos nos envolver afinal, somos ricos, abastados e de nada precisamos. Nos tornamos uma igreja morna causando ânsias no nosso Deus. Se ao menos tivéssemos o empenho e o capricho que vemos nas escolas de samba, talvez fossemos relevantes pra a sociedade.

Só espero que não tenhamos que contratar carnavalescos para nos mantermos de pé...

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sim, Sim, Não, Não

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. Mateus 5:37


A Despeito de tudo o que se fala de asneira por aí, a única paternidade bíblica que é conferida a Satanás é a da mentira.

Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44

O texto citado no início desta postagem, retirado do Evangelho segundo Mateus, é de uma profundidade assustadora e revela o quanto estamos distantes do verdadeiro viver cristão. Uma vez ouvi uma pregação em que o Pr afirmava que: quando mentimos estamos servindo (sendo servos) o Diabo e portanto, deixando de agir como servos de Deus. Ora! Mentira é o contrário ou ausência de verdade. Não existe mentira grande ou pequena. O que é existe é verdade ou mentira. Quando assumimos um compromisso e não comparecemos, marcamos um horário e não cumprimos, dizemos que amamos e não amamos, etc; a mentira está lá. Mentimos e ensinamos a mentir: Vivemos numa sociedade mentirosa onde tudo não passa de uma grande ilusão forjada para manter os homens cativos.

Quantas promessas de fim de ano já quebramos e continuaremos a quebrar? Veja o caso da religiosidade. As pessoas seguem religiões, choram, se descabelam mas continuam cometendo os mesmos erros e pecados. Hipócritas tentando enganar a si mesmos para parecer que estão no caminho certo.

Ser cristão é muito mais do que frequentar uma denominação religiosa Ser cristão é refletir através de nossas vidas o Cristo que afirmamos ser o nosso Senhor. Isto passa por uma conduta irrepreensível. Ser cristão não é e nunca será uma tarefa fácil para quem pretende continuar caminhando em conivência com o sistema. Mas torna-se algo extremamente simples e fácil quando se coloca Deus acima de tudo. Nessa luta diária para sermos cristãos autênticos precisamos aprender a dizer não para que nosso sim não se torne uma farsa.

É evidente que imprevistos surgem ao longo do caminho e por vezes as coisas não acontecem de acordo com nossos planos. São riscos que corremos. Mas as exceções servem para confirmar as regras, e a regra é refletir Cristo através de nossas vidas. Não é fácil mas é possível. 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Consumo Que Nos Consome

Vivemos um período de consumo como nunca se viu antes na história da humanidade. O novo smartphone que ficará obsoleto em três meses, o carro com faróis de led e acesso a internet, eletrodomésticos que interagem com seus donos, tecidos especiais, comidas especiais, games, filmes, séries, a casa nova, o piso novo, móveis novos, a casa ficou velha, a reforma, a cirurgia corretiva, a academia, os complementos alimentares, o remédio para combater os efeitos dos complementos, a técnica para combater os efeitos dos remédios, o segundo emprego, o terceiro emprego, a graduação, a pós, o mestrado, a promoção, a casa ficou velha de novo e não combina com seu novo cargo, outro carro, a escola para os filhos, a babá para os filhos, a faculdade dos filhos, nunca viu os filhos, ficou velho, morreu, não viveu, não sorriu, não se divertiu.

É óbvio que estou exagerando, mas é isto que vemos todos os dias, em uma escala menor e as vezes até maior. As pessoas sempre com pressa para acompanhar a moda e tirar selfies nos shoppings e postar o mais rápido possível para obter muitos likes e ter a sensação de que é relevante, importante, que tem muitos amigos.

Como diz o dito popular: gastando o que não tem para ser o que não é e mostrar para quem não liga. Esta onda de consumismo tem transformado as pessoas. Não há mais envolvimento emocional e passamos a ser julgados não pelo que somos mas pelo que temos. Este esfriamento das emoções vai paulatinamente minando os sentimentos. Por exemplo: a poucos dias assisti um vídeo de uma briga entre dois adolescentes na frente de uma escola. Uma multidão em volta dos protagonistas dividia-se em grupos: um grupo apenas observava, outro incitava a confusão e outro registrava tudo pelos celulares. Um dos meninos foi atingido por golpes muito fortes e teve uma convulsão e ninguém fez nada até que um senhor que pertence a uma outra geração interveio e foi acudir o jovem.

Não estou aqui questionando os motivos do conflito mas sim a apatia, a sede de violência e o descaso com um ser humano. Eu pergunto: que evolução é esta que tem transformado nossos jovens em feras? Que progresso é esse, onde professores apanham de alunos em sala de aula? Em outros países onde o liberalismo e o relativismo crescem a passos largos, afirmamos que é a falta de Deus que leva as pessoas a este estado de barbárie. Mas, e no Brasil?

Somos um país onde 80% da população se declara cristã, católica ou evangélica, e a outra parte desenvolve algum tipo de espiritualidade religiosa. Que cristianismo estamos vivendo e pregando que forma jovens com sede de sangue? Sinceramente, eu não consigo encontrar uma resposta para explicar este fenômeno. Mas como cristão eu tenho uma certeza. Sei que Jesus transforma o coração e a mente do homem. Não falo apenas por fé, mas por experiência. E se as nossas igrejas não estão obtendo sucesso é porque não estão anunciando o Cristo verdadeiro que pode transformar vidas, como transformou a minha.

A igreja está doente e talvez precise muito mais de Jesus do que aqueles que ainda não o conhecem. Pois também sucumbiu aos apelos do consumo e corre atrás de viabilizar seus projetos que já não são mais de salvação mas de expansão de seu império e esquece que deveria propagar o Reino. E o Reino de Deus não se obtêm com um cartão de crédito!