Toda criação artística é um dom de Deus!
Quando uma pessoa descobre a fé cristã e aceita a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador de sua vida, este indivíduo continuará exercendo sua profissão normalmente, ou seja: Se era um médico continuará médico, a professora continuará dando aulas, o pedreiro continuará construindo casas e assim por diante. Não vemos um médico que se tornou cristão passar a clinicar apenas para crentes ou a professora pedir as contas na escola e passar a dar aulas apenas na igreja ou o pedreiro deixar de construir casas para os que não são irmãos na fé. Todos irão continuar exercendo suas profissões apenas com uma diferença. É que a partir de sua conversão, passam a ter consciência de que tudo o que fazem, deve ser para a Glória de Deus, a partir de uma cosmovisão cristã de vida e de existência. Existe até um incentivo eclesiástico para que sejam os melhores em suas atividades com vistas a dar um bom testemunho e exercer sua vocação de sal e luz para este mundo. Mas então, porque as pessoas ligadas a arte são praticamente obrigadas a abandonar suas profissões, por muitos líderes, ao abraçarem a fé cristã?
É obvio que algumas práticas devem ser deixadas de lado em virtude de um novo entendimento da vida. Por exemplo: se o médico praticava abortos não irá fazê-lo por uma questão moral e compromissal com a sua fé, a professora ensinará sua matéria de forma isenta e apontando aquilo que acata e o que não acata, o pedreiro construirá com mais zelo e sem enganos. Temos que entender que o Evangelho é um conjunto de valores válidos para todas as áreas da nossa vida, que irá gerar um reflexo em tudo o que fizermos. Da mesma forma o artista plástico, o ator, o escritor ou o músico, continuará vivendo da sua arte que agora certamente irá refletir seu novo status comportamental e só evitará eventos ou conteúdos que agridam seu conjunto de crenças e o deixem constrangido.
Este costume impositivo de obrigar o artista, principalmente o músico, a abandonar sua habilidade profissional, tem matado talentos que nós, enquanto cristãos, cremos que foram dados por Deus. E o pior de tudo é que, para tentar minimizar o problema, as instituições religiosas tentam absorver estes profissionais criando uma indústria da música cristã que em nada difere da, tão combatida, e chamada, música secular. Com isso, cultos que deveriam ser objetos de exaltação e adoração ao nosso Deus, tem se transformado em palcos de eventos perdendo a única característica que não deveriam perder, que é: ser um Culto a Deus. A função da arte na adoração deve ser apenas de coadjuvante, no sentido de proporcionar um mero auxiliar de ambiência para o que é principal, mas o que temos visto é um palco onde celebridades rivalizam com o próprio Criador para buscar os holofotes sobre si e garantir um lugar no shopping dos vendilhões do templo. Quando o púlpito vira um palco, músicos viram estrelas e pregadores se transformam em animadores, podemos dizer que tomos um espetáculo, um show ou um circo, mas não podemos afirmar que temos um culto.
Precisamos rever, com a máxima urgência, nossos conceitos de serviço a Deus para não confundirmos as coisas. Quanto aos músicos, pintores, atores, poetas, etc, devem continuar a viver de sua arte e através dela lançarem luz sobre as trevas e, como sal, dar um novo sabor a este mundo amargo. Até a próxima!