Muito se falou, nestes dias, sobre o caso do meliante que teve a testa tatuada quando foi flagrado praticando um furto. Mas até onde a chamada justiça com as próprias mãos é realmente justiça?
O caso do rapaz que estava cometendo um roubo na residência de um tatuador que flagrou o meliante e tatuou a frase: "sou ladrão e sou vacilão", teve uma grande repercussão com opiniões variadas de todos os lados. Os que são a favor, os que são contra,os que se divertiram e os que ficaram tristes. Um caso típico daquilo que chamamos de justiça feita com as próprias mãos, mas que, se melhor analisado não se trata de justiça e sim de vingança. Mas para entendermos melhor temos que ir por partes.
Primeiro devemos entender a reação da vítima, ao se deparar com a sua propriedade invadida pelo menor infrator. A ação consumada na forma de castigo, não é justificada e mais para frente vamos entender porque. Mas a reação encontra uma justificativa, justamente na falta de perspectiva de solução por parte do Estado. Quando vivemos em um país onde o contribuinte não vê o retorno do seu esforço, ou seja, não tem a segurança, a educação, a saúde e o direito de defesa da propriedade que os seus impostos deveriam proporcionar, há uma tendência de que, a cada dia, mais reações desta natureza ocorram. O abandono do Estado cria cidadãos lançados a própria sorte que reagem e se defendem como podem e como pensam que devem.
Do outro lado temos um sistema penal que não estabelece justiça, pois, na maioria das vezes, não ressarce a vítima e nem recupera o individuo que praticou o ilícito, ou seja: temos crimes não resolvidos e criminosos que não são inibidos de suas práticas. O que gera insegurança para os chamados, cidadãos de bem e impunidade para os meliantes. Some-se a isso todo um cabedal de absurdos jurídicos e aberrações políticas que criam uma eterna sensação de abandono.
Quanto ao ato praticado, de tatuar a testa do rapaz, temos aí um sério problema pois, apesar de o jovem ter feito uma ação invasiva ao território da vítima objetivando subtrair seus bens materiais, em momento algum, da ação, o fora-da-lei cometeu qualquer ato de violação da integridade física da vítima, mas ao ser tatuado o agressor passa a, também, ocupar o lugar de vítima, ao ter a sua integridade física (seu corpo) violado pela vítima que agora se torna agressor em uma instância diferente da anterior.
Existe ainda, uma outra questão, ligada a semântica, que não se tem discutido no ato praticado pela vítima. Ao tatuar a frase "Sou ladrão e sou vacilão" na testa do garoto, fica implícito que o problema não está na atitude de roubar e sim na de vacilar, ou seja: é o mesmo que dizer: "pode roubar, mas não pode vacilar". Aquilo que poderia ser chamado de justiça, mas não é, pois não foi movida pela razão e sim pela emoção e, portanto, é vingança acaba passando uma imagem que não inibe o crime mas orienta para que, da próxima vez, o ato criminoso seja praticado com cuidado para não deixar pistas.
Infelizmente esta não é a primeira e nem será a última reação deste gênero. Muitas e piores virão por aí. Me desculpem o pessimismo, mas está cada vez mais difícil de acreditar em uma mudança para melhor.
E você, o que pensa? Qual a sua opinião?
Primeiro devemos entender a reação da vítima, ao se deparar com a sua propriedade invadida pelo menor infrator. A ação consumada na forma de castigo, não é justificada e mais para frente vamos entender porque. Mas a reação encontra uma justificativa, justamente na falta de perspectiva de solução por parte do Estado. Quando vivemos em um país onde o contribuinte não vê o retorno do seu esforço, ou seja, não tem a segurança, a educação, a saúde e o direito de defesa da propriedade que os seus impostos deveriam proporcionar, há uma tendência de que, a cada dia, mais reações desta natureza ocorram. O abandono do Estado cria cidadãos lançados a própria sorte que reagem e se defendem como podem e como pensam que devem.
Do outro lado temos um sistema penal que não estabelece justiça, pois, na maioria das vezes, não ressarce a vítima e nem recupera o individuo que praticou o ilícito, ou seja: temos crimes não resolvidos e criminosos que não são inibidos de suas práticas. O que gera insegurança para os chamados, cidadãos de bem e impunidade para os meliantes. Some-se a isso todo um cabedal de absurdos jurídicos e aberrações políticas que criam uma eterna sensação de abandono.
Quanto ao ato praticado, de tatuar a testa do rapaz, temos aí um sério problema pois, apesar de o jovem ter feito uma ação invasiva ao território da vítima objetivando subtrair seus bens materiais, em momento algum, da ação, o fora-da-lei cometeu qualquer ato de violação da integridade física da vítima, mas ao ser tatuado o agressor passa a, também, ocupar o lugar de vítima, ao ter a sua integridade física (seu corpo) violado pela vítima que agora se torna agressor em uma instância diferente da anterior.
Existe ainda, uma outra questão, ligada a semântica, que não se tem discutido no ato praticado pela vítima. Ao tatuar a frase "Sou ladrão e sou vacilão" na testa do garoto, fica implícito que o problema não está na atitude de roubar e sim na de vacilar, ou seja: é o mesmo que dizer: "pode roubar, mas não pode vacilar". Aquilo que poderia ser chamado de justiça, mas não é, pois não foi movida pela razão e sim pela emoção e, portanto, é vingança acaba passando uma imagem que não inibe o crime mas orienta para que, da próxima vez, o ato criminoso seja praticado com cuidado para não deixar pistas.
Infelizmente esta não é a primeira e nem será a última reação deste gênero. Muitas e piores virão por aí. Me desculpem o pessimismo, mas está cada vez mais difícil de acreditar em uma mudança para melhor.
E você, o que pensa? Qual a sua opinião?
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