Já que a vida é como um filme, nada mais justo do que uma trilha sonora adequada...
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Pink Floyd |
Desde que eu me entendo por gente, a música faz parte da minha vida. No começo, não era algo assim tão importante mas quando eu tinha oito para nove anos algo aconteceu. Nós morávamos em Curitiba, bem no centro, na rua Senador Alencar Guimarães. A casa da frente era alugada para um restaurante e nos fundos desta havia um quitinete que era alugado para um hippie. As vezes eu ia lá, para ouvir música e numa dessas vezes eu fui apresentado ao
Pink Floyd. Foi amor a primeira audição. Me apaixonei por aquela música cativante, misteriosa e envolvente. Também, não era para menos, afinal The Dark Side Of The Moon é um petardo que impressiona até hoje. O Peninha (o hippie que morava no quitinete) gravou uma fitas para mim que eu ouvia em um gravador mono, que meu pai havia me presenteado.
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Led Zeppelin |
Quando mudamos para o Rio de Janeiro em 1973, a música continuou sendo uma espécie de trilha sonora da minha vida. Em casa, as tardes eram preenchidas com óperas e operetas que meu padrinho adorava. Eram seis discos por vez numa radiola Philips. Logo ganhei meu próprio toca discos. E começaram a vir os discos. O primeiro álbum que eu comprei foi o Machine Head, do
Deep Purple, até que em 74 conheci o
Led Zeppelin. Mais uma vez fui impactado e virei fan de carteirinha. Comprei todos os álbuns, aguardava os lançamentos, tinha discos piratas, posters, livros e tudo o que saísse sobre a banda. Na esteira do Led curti muita coisa:
Huriah Heep,
Deep Purple,
Queen,
Ted Nugent,
Slade e muito mais. Até que ouvi o
Emerson, Lake And Palmer e mergulhei no Progressivo com
Yes,
Triumvirat,
PFM,
Camel,
Renaissance,
Jethro Tull,
Alan Parson,
Supertramp, etc. Certa vez, uma amiga me deu o Álbum Branco do
Beatles e finalmente entendi a importância dos quatro garotos de Liverpool. O Abbey Road ainda é, para mim, um daqueles álbuns perfeitos do início ao fim.
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Oswaldo Montenegro |
Paralelamente a este mundo de baixos guitarras e baterias, conheci, através dos meninos que moravam no mesmo prédio, o chorinho. Como não se derreter ao som do bandolim do
Jacob do Bandolim, do cavaquinho do
Valdir Azevedo e da flauta do
Altamiro Carrilho, isso sem falar nos arranjos do mestre
Radamés Gnatalli. Na esteira do chorinho veio uma tal de MPB com os versos magistrais de
Chico Buarque, a voz encantadora de
Elis Regina, as construções inquietantes de um
Zé Ramalho e as baladas de um menestrel chamado
Oswaldo Montenegro. É claro que o rock tupiniquim também fez parte desta lida com as Mutações dos irmãos Dias (
Mutantes), os trejeitos dos
Secos & Molhados, o fruto proibido da
Rita Lee que na
Casa das Máquinas, rezava um
Terço bem
Made In Brazil.
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Cólera |
Mas chegaram os anos oitenta e descobri uma nova força, mais energética, rude e direta. Entrei de cabeça no Punk Rock. Ao som dos
Pistols,
Clash,
Ramones,
Toy Dolls,
Discharge,
GBH,
Exploited,
Dead Kennedys e
MDC. Pirei de vez e vi que não estávamos perdidos pois por aqui também tínhamos nossos representantes como:
Psikoze,
Ratos de Porão,
Cólera e
Olho Seco. O Impacto do Punk Rock foi tão forte que montamos as bandas
Maus Elementos e
Paz Armada, em Curitiba, e ainda toquei com o
Resistência Nacional e com
O Corte.
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Antidemon |
Em meados da década de 90 conheci Jesus Cristo e minha vida deu uma guinada de 180°. Descobri que cristãos fazem música de alta qualidade e começou tudo de novo. Me encantei com o rock do
Tourniquet,
Narnia,
Bride e
Mortification. Me maravilhei com o progressivo do
Iona,
Ajalon,
Unitopia e
Neal Morse Band, com a brasilidade do
Fruto Sagrado,
Katsbarnea,
Palavraantiga,
Resgate,
Antidemon e
Rebanhão e com o punk de
Value Pac,
Slick Shoes,
One Bad Pigs e
Grave Robber. E Mais uma vez o Punk me levou a montar bandas. Primeiro foi o
CHC, depois a
Holy Factor e atualmente o
Experimento Holy Factor.
É claro que está faltando muita coisa bacana. Mas o espaço é pequeno e não da pra citar todas as bandas que me influenciaram nesta caminhada até aqui. Mas e você, qual é a sua trilha sonora? Comente ai para descobrirmos novos sons.
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