quinta-feira, 11 de abril de 2019

No Brasil a Liberdade tem lado e Cor

Tenho notado que: Aqui no Brasil a liberdade tem lado e Cor e não é do meu e nem do seu.
Nesta quinta feira, acordamos com a notícia de que o humorista, comediante e apresentador de TV, Danilo Gentilli foi condenado, em primeira instância, a cumprir seis meses  e vinte e oito dias de prisão, em regime semi-aberto, acusado de injúria contra a deputada Maria do Rosário (PT). Aquela que chamou o, então deputado, Jair Bolsonaro, de estuprador, quando o mesmo dava uma entrevista onde defendia penas mais duras contra estupradores. Mas primeiro vamos refrescar sua memória para entender melhor o caso do Gentilli.

A confusão começou quando o comediante publicou em seu Twitter uma nota sobre a referida deputada referindo-se a mesma com termos de baixo calão e após algum tempo recebeu uma moção de censura da referida deputada. Em tom irônico e de mal gosto, diga-se de passagem, fez um vídeo onde rasgou a tal moção, esfregou em suas partes íntimas e colocou de volta no envelope prometendo enviar de volta para Brasília.

Indignada, a deputada entrou com recursos e conseguiu que o mesmo fosse condenado. Deste caso tiramos algumas verdades e aprendemos um pouco sobre como funciona a cabeça de grande parte dos políticos.

Os Revoltados


O apresentador do The Noite, pelo SBT, é conhecido por sua irreverência e deboche em relação a classe política e costuma satirizar, musitas vezes de forma ofensiva e com uma boa dose de humor negro e sarcasmo, todos os políticos, sem distinção de ideologia, cor partidária e localização geográfica. Mas o mais interessante é que, apenas PT e PSOL se valem do poder estatal para censurá-lo. Esta prática dos dois partidos, que parecem gêmeos briguentos, soa muito estranha, uma vez que suas pautas sempre foram a da defesa da liberdade de expressão, pelo menos no discurso.

A Hipocrisia


Outro fato a se considerar: a mesma deputada, defensora da ideia de que cadeia não resolve, ao defender marginais, assassinos e estupradores, quer calar a voz de um brasileiro que trabalha, gera empregos e tem o péssimo costume de não se dobrar diante dos desvairos da classe política. Balança de pesos diferentes parece ser recorrente em ideologias mais autoritárias. Onde defecar em público sobre a foto de um político é tido como manifestação legítima e achincalhar  outros políticos em seu perfil na internet é visto como ofensa. A lista de incongruências é interminável.

Com que Dinheiro?


Esta é uma pergunta que todos deveriam fazer antes de emitir uma opinião contra ou a favor de um ou de outro. Enquanto o humorista, faz suas performances, mesmo as de mau gosto, com seus próprios recursos, fruto do seu trabalho. A "nobre" deputada utiliza a máquina estatal, mantida com dinheiro dos impostos espoliados do acusado, bem como gasta seu tempo que também é pago pelo acusado e por todos os demais brasileiros, para cercear a liberdade de expressão, garantida pela constituição, quando deveria estar buscando soluções para a segurança dos brasileiros que a sustentam. Esta é a grande ironia do Estado. Ver o fruto do seu trabalho sendo utilizado para coisas que você abomina.

Os Limites do Humor


Quais são os limites do humor? Até que ponto temos o direito de manifestar a nossa opinião sobre determinadas pessoas, principalmente se esta pessoa for alguém que é paga com dinheiro roubado dos cidadãos? Eu entendo que deve haver reciprocidade. No mundo verdadeiramente livre o único impedimento para o exercício da liberdade é a liberdade dos demais. Ao ofender a parlamentar, em nenhum momento foi vedado o direito da mesma de utilizar as redes sociais para responder as tais injúrias. Ao fazer um vídeo e postar nas plataformas digitais, o réu não impediu que a petista fizesse o mesmo. Mas no momento em que  a ofendida se vale do poder do estado para calar uma voz, ai sim vemos um problema, pois ela continuará tendo voz ativa.

Conclusão


Não estou defendendo, em hipótese alguma, os comentários ofensivos do apresentador. Mas considero extremamente perigosas estas práticas no sentido de cercear a liberdade de expressão. Pois embora muitas vezes as queixas pareçam justas, podem abrir precedentes para impedir a livre manifestação de opinião. Nunca permita que o Estado se agigante pois ele certamente irá lhe sufocar, usando a força para eliminar os contrários. Pessoas como esta mulher, são insanas, perigosas, espalham ódio. Basta ver seu comportamento, quando é questionada. 

Antes que você diga: se fosse com você, não estaria do lado dele! Primeiro: Não estou do lado de ninguém. Apenas defendo o direito que as pessoas tem de expressar suas opiniões. Segundo: Já passei por isso. Fui duramente ofendido, em uma rede social, por uma pessoa por quem sempre nutri grande apreço, mas que já partiu deste mundo. Fiquei bastante triste com as inverdades que ele falou a meu respeito. Sabe o que eu fiz. Nada! Não exclui o contato, não denunciei, não rebati, mesmo podendo ter feito isso. Não abri um processo! Deixei pra lá. Sabe o que aconteceu? O assunto morreu. Minha vida não foi afetada. E continuo tranquilo.

Pessoas que se deixam levar por coisas tão insignificantes, geralmente são pessoas que não se aceitam. São pessoas infelizes que só conseguem minimizar suas próprias dores ao imputar uma vitória sobre outras. Sã miseráveis, pobres, cegos e nus.

Pense nisso!

domingo, 7 de abril de 2019

Modos & Estilos #024 - Led Zeppelin II - Um Clássico Cinquentenário

Há 50 anos atrás, depois do sucesso do álbum de estréia, o Led Zeppelin lançaria seu segundo álbum que é sem dúvida um dos melhores discos da história do rock, o Led Zeppelin II
 by David Juniper
O Led Zeppelin é uma  banda primorosa em todos os aspectos. Cada álbum é único, especial e surpreendente. Sua trajetória é inigualável, sempre andaram contra a maré e se dependesse da crítica "especializada" teriam desistido de fazer música. Mas este quarteto inglês capitaneado pelo mago musical Jimmy Page sempre seguiu em frente e andou a frente de seus contemporâneos. Depois de um disco de estréia simplesmente arrasador, lançado em 12 de janeiro de 1969, a Atlantic Records entendeu que a banda não deveria perder tempo e em abril do mesmo ano iniciaram-se as gravações do próximo álbum. Estas sessões se estenderiam até agosto de 1969 em foram feitas em diversos estúdios em diferentes locais dos Estados Unidos e Inglaterra durante as turnês da trupe britânica.

Apesar de toda a produção ter sido capitaneada por Jimmy Page, é necessário destacar o excelente trabalho do engenheiro de áudio Eddie Kramer que conseguiu a façanha de imprimir ao álbum uma massa sonora coesa que não deixa perceber a quantidade de locais em que ele foi gravado. Eddie, além do Led, trabalhou com artistas como: Emerson Lake & Palmer, Yes, Triumph, Kiss, Jimi Hendrix, The Beatles, The Rolling Stones, David Bowie entre muitos outros.

by Manfred von Richthfen “The Red Baron.”
O disco com suas nove faixas foi lançado oficialmente em 22 de outubro de 1969 e chegou ao primeiro lugar nos USA e na Inglaterra. Premiadíssimo, figura entre os álbuns mais vendidos da história. Só nos Estados Unidos foram 12 milhões de cópias. A arte da capa foi feita com base em uma foto da Divisão Jagdgeschwader 1 da Força Aérea Alemã. Foram colocado além dos rostos do quatro músicos as imagens do empresário da banda, Peter Grant e Richard Cole. a atriz Glynis Johns, Mary Woronov e o astronauta Neil Armstrong.

As Músicas


Sem sombra de dúvida o carro chefe é a aclamada Whole Lotta Love, com seu riff arrebatador que foi copiado de uma música de Willie Dixon, além de outros petardos como Heartbreaker, The Lemon Song, Moby Dick e Bring It On Home, todas derivadas do Blues e que servem de escola para as futuras bandas de Heavy e Hard que surgiriam. Até hoje, ainda é considerado como um dos álbuns mais influentes do rock.

Minhas impressões


Eu adquiri e ouvi este disco, pela primeira vez, em 1974. O impacto num menino de 12 anos foi definitivo para moldar o tipo de música que iria me influenciar para sempre. Lógico que hoje, 45 anos após a primeira audição, muita coisa mudou, mas mudou para melhor. Atualmente, entendendo um pouco mais de rock e de música é que consigo compreender a importância deste trabalho. Trata-se de um divisor de águas numa época em que talento e qualidade brotavam de todos os cantos. Destacar-se num cenário como este era uma tarefa árdua. A genialidade de Page, o talento musical de Jones, a interpretação magistral de Plant e a performance precisa e arrasadora de Bonhan saltam a cada faixa.

Confesso que é difícil para mim eleger uma música desta obra prima. Cada música tem sua magia, seu poder. What Is And What Should Never Be é envolvente com seus claros e escuros, luzes e sombras se sobrepondo, The Lemon Song com Jonesy dando uma aula de contra-baixo, até mesmo a balada melodramática Thank You de Plant para Maureen com seus vilões, texturas e um vocal perfeito. O lado B abre com Heartbraker e seu riff que influenciou muita banda por este mundão, a música emenda com outro bólido chamado Living Loving Mad. Na sequencia, Ramble On, um folk de arrepiar que se intercala com momentos de pura energia. A banda ainda ousa mais uma vez apresentando a peça instrumental Moby Dick onde Bonhan mostra o mega músico que era. Para fechar, a embriagante Bring It on Home, outra construída encima do talento de Dixon. Blues é tudo de bom.

Não sou daqueles saudosistas fanáticos que pensam que o rock acabou nos anos 80. Existem muitas bandas excelentes atualmente, mas só houve um Led Zeppelin e definitivamente não haverá outro.

Ouça e se deleite...


quinta-feira, 4 de abril de 2019

Vamos deixar 1964 em 1964

A Bíblia Sagrada afirma na primeira carta de Paulo aos Corintios, no capítulo 13 versículo 6 que: O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Então vamos deixar 1964 em 1964.
Uma coisa que precisa ficar patente na mente dos brasileiros é que: independente das motivações, da ameaça comunista, do terrorismo praticado pelos movimentos revolucionários, do nacionalismo e do desejo de construir uma nação forte e relevante, o governo militar que regeu o Brasil de 1964 até 1985, foi sim um governo ditatorial, houve sim um golpe para a tomada de poder e muitos antagonistas do governo realmente foram perseguidos, torturados e mortos. Quero te convidar, neste artigo, a fazer uma análise baseada em uma visão pessoal do que, supostamente, ocorreu para que você entenda que não foi um período paradisíaco como muitos tentam mostrar e tão pouco aconteceu um inferno na terra como outros tantos querem que acreditemos. Vamos lá?

O Golpe


Na verdade, aconteceram três golpes. O 1º era o que estava sendo arquitetado por Goulart, então presidente, que ocupou a vacância deixada por Jânio Quadros quando de sua renúncia. João Goulart, mostrava claramente que conduziria o país para um regime totalitário de viés comunista e caminhava a passos largos para isso com apoio de Leonel Brizola e de governos comunistas. Isto gerou descontentamento na população, parte dos políticos, entidades e da imprensa da época.

Quando não havia mais o que fazer, veio o segundo golpe, ou contra-golpe, que foi efetuado pelos militares com apoio da mídia, população e do congresso. Formou-se um junta militar para preparar uma transição e convocar eleições para a presidência.

Foi aí que veio o terceiro golpe, os militares, através de atos institucionais acabaram não efetuando a transição, sabotando o plano inicial e permaneceram no poder por 21 anos.

Então, independente das razões e justificativas, houve sim um golpe.

Ditadura


Apesar do apoio popular que durou até o presidente Geisel, dos avanços na infraestrutura e do crescimento econômico não se pode negar que um governo mantido utilizando estratégias que impediam o surgimento de uma oposição relevante não pode ser classificado de democrático. Neste contexto houve sim uma ditadura militar no Brasil. Apesar da aparente sensação de segurança, progresso e liberdade que pairava no ar, ainda assim era uma ditadura. Comparada a outras ditaduras bem conhecidas da história, pareceu ser extremamente branda mas ainda assim uma ditadura.

Tortura


Apesar da violência dos grupos terroristas que atuavam na época e de sabermos que força se combate com força superior, tortura é algo inadmissível. Nos 21 anos do regime estima-se que mais de 400 pessoas foram presas e muitas foram torturadas e mortas. Sei que este número não chega nem perto das atrocidades praticadas pelos regimes comunistas ao redor do planeta mas independente da quantidade é um fato que aconteceu de verdade.

Conclusão


Entendo que vivemos um período de caos em nosso país. Durante muitos anos a nação foi sugada por governos inescrupulosos e mais ainda quando os políticos de esquerda assumiram o controle. Não há como negar que existe doutrinação nas escolas e um processo de emburrecimento da população que vem sendo tratada como gado e massa de manobra. Compreendo que as pessoas de bem deste país anseiam por mudanças que levem o Brasil ao crescimento econômico, geração de empregos e que todos possam desfrutar de uma existência digna.

Mas eu quero fazer uma pergunta, principalmente àqueles que clamam por uma intervenção militar. Você realmente quer um governo que tome as rédeas com mão de ferro, você realmente deseja que o suposto inimigo seja tratado de forma truculenta. Você quer realmente isso? Eu não.

A Bíblia diz que as coisas passadas devem permanecer no passado e que devemos seguir em frente. Devemos aprender com os erros para não cometê-los novamente. Como Paulo diz: Já está na hora de sair da mamadeira e comer uma feijoada. Deixe 1964 em 1964. Estamos no século 21. O que está por vir não será nada fácil e não será parado com fuzis.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Vivemos Num Mundo Doente

Quando o Renato Russo escreveu a célebre frase "Vivemos Num Mundo Doente", será que ele tinha a noção de quão grave era esta doença?
Recentemente, aqui na cidade aonde eu resido, aconteceu um fato inusitado: Um cidadão, aposentado, foi flagrado pela terceira vez, por câmeras de segurança, furtando produtos em um estabelecimento comercial. Ao ser flagrado pela proprietária do referido comércio, a mesma, no lugar de comunicar a polícia a ocorrência, deu uma bronca no meliante. No entanto, devido ao nervosismo e indignação acabou desferindo um tapa no indivíduo. A cena toda foi filmada e postada nas redes sociais o que gerou muita polêmica. Muitos defendendo a empresária e muitos defendendo o delinquente. Nesta postagem, pretendo analisar, junto com você, alguns pontos deste acontecimento para tiramos algumas conclusões.

Os Fatos


O que é certo é o seguinte: O furto aconteceu, não foi a primeira vez, o transgressor possuía dinheiro para pagar, a proprietária do estabelecimento se exaltou e realmente deu um tapa no indivíduo, ele já tem uma certa idade e ele é aposentado.

O Furto


Independente de qualquer opinião, aconteceu um furto real, as imagens das câmeras de vigilância e de quem postou a confusão não deixam nenhuma dúvida de que houve um crime que está previsto no código penal e que deveria ser punido de acordo com a legislação pertinente.

O Tapa


A proprietária do estabelecimento realmente deu um tapa no autor do furto, durante a discussão. Um único golpe num momento, ao que tudo indica, de descontrole emocional, o que não minimiza a ação. A filmagem anônima que foi parar nas redes sociais também não da margem para ignorar o acontecido.

A Polêmica


Não sei dizer quem iniciou a polêmica mas a realidade é que, muita gente se mostrou inconformada com o tapa no cidadão. Com justificativas como: Éra um senhor de idade, passava fome, está desempregado e coisas do gênero. Apos isso uma tal de MC Mirella, que até então eu desconhecia e que coleciona sucessos como: Te Amo Piranha, Piru de Natal e Bunda Pros Favelas, resolveu comprar a briga e se prontificou a dar um ano de mercado ao delinquente e ainda iniciou uma campanha (vaquinha virtual) que até o momento deste post já arrecadou 65 mil reais. E ainda teve alguém que sugeriu um boicote de trinta dias contra o estabelecimento, mas parece que não deu certo pois neste último final de semana o mercado estava completamente lotado.

Em seguida foi a vez dos "especialistas": Teve até gente que afirmou que roubar para comer não é crime. Fui pesquisar o assunto e descobri que existe o chamado Furto Famélico que se configura quando o furto "é praticado por quem, em estado de extrema penúria, é impelido pela fome, pela inadiável necessidade de se alimentar”, onde o crime passa a ter um tratamento especial. Mas segundo soube com pessoas da área o caso deste indivíduo não se enquadra, pois o mesmo recebe aposentadoria e possuía dinheiro, em seu poder, no ato do crime. Portanto esta hipótese pode ser descartada.

Com relação a agressão sofrida, concordo e reafirmo que foi desnecessária. Mas de acordo com as imagens foi um ato impensado num momento de estresse profundo, pois não houve continuidade. Sei como é difícil trabalhar mais de 14 horas por dia, pagar contas, salários, impostos sem fim e ainda ser roubado. Mas de tudo o que aconteceu pude tirar algumas lições que descrevo a seguir.

Conclusão


Nossa sociedade vem sofrendo uma progressiva inversão de valores que projetam o agressor como uma vítima e o agredido como o culpado pela situação. Esta distorção moral, na minha concepção, é fruto da relativização de conceitos de certo e errado. Máximas como: "siga seu coração" ou "se te faz feliz, então faça" tem concebido indivíduos que desconhecem limites e não se identificam como parte de algo maior. Trabalho, moral e honestidade se tornaram obsoletos e as narrativas adulteram fatos para satisfazer ideologias. 

Estamos assistindo a derrocada da civilização ocidental que abandonou os pilares que a levaram ao seu apogeu. Uma sociedade burra, que não consegue articular uma frase com o mínimo de sentido. Um povo que não é capaz de resolver seus problemas e está sempre a procura de algum benefício obtido as custas da espoliação dos que produzem as riquezas. 

Um mundo doente e moribundo, aguardando a morte na UTI da história. Com suas feridas abertas, exalam o cheiro ruim das entranhas do inferno que corroem seus cérebros desprotegidos pela falta de contato com o Criador. Um mundo sem Deus que parece apontar para um triste e doloroso final. Ai daqueles que ficarem para o último ato.