A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. Tiago 1:27
Há algum tempo, numa instituição religiosa da nossa cidade, um irmão e grande amigo, iniciou um belo trabalho envolvendo crianças de uma comunidade do nosso município. Um trabalho de tirar o chapéu envolvendo esportes, lazer, socialização, formação de cidadania, reforço escolar e espiritualidade.
Para encurtar a história este trabalho não existe mais. As razões são simples: falta de apoio. A igreja da qual o idealizador é membro simplesmente ignorou o projeto direcionando ao mesmo, uma cesta básica ao mês. Eu não sei se fico indignado, revoltado ou triste com este tipo de situação. Conversei com alguns "irmãos" da tal denominação, sobre o caso e ouvi respostas do tipo: "Imagina, crianças que não são crentes jogando bola no pátio da igreja" ou "O que adianta este projeto se estas crianças não estão na igreja" ou ainda "são da favela, irmão, nem adianta nada". Minha vontade ao ouvir afirmações como estas é socar o individuo mas dai lembro que como cristão não da pra agir desta maneira. A minha pergunta é: onde está o Deus destas pessoas?
Que evangelho é este, que não se importa? Que igreja é esta que só faz algo se isso for agregar mais membros para a instituição. Eu aprendi, que Deus é amor! E se Deus é amor, quem tem Deus obrigatoriamente tem que amar. Se alguém diz ser cristão mas não consegue amar os outros, na verdade esta pessoa não tem a presença de Deus em sua vida. E se não possui Deus em sua vida é uma daquelas que Jesus dirá: "Não vos conheço".
É triste ver como certas igrejas estão tão distantes do evangelho. Mas também não posso olhar apenas para os que não fizeram nada. Preciso perguntar o que eu fiz para que este projeto seguisse em frente? Fiz o que qualquer hipócrita faria. Lamentei mas não agi, não fiz nada. Isso talvez doa muito mais. Esta certeza de que estamos tão contaminados que estamos nos tornando religiosos sem religião.
Mas pelo menos vejo algo de positivo nesta história triste. Que ela sirva para que acordemos e mudemos nossas atitudes compreendendo o que é ser verdadeiramente um cristão. Não temos quer grandes, temos que ser grandiosos em feitos para a glória de Deus. É preciso romper com este estado de coisas em que a instituição, que se auto-denomina igreja, está se transformando. Estamos apáticos. Pessoas estão morrendo e nós estamos satisfeitos com nossos cultos sem conversão de almas, nossos congressos lotados religiosos. Felizes com nosso carro novo, mas não damos carona para o nosso vizinho. Contentes com nossas casas financiadas pela Caixa mas não damos abrigo ao necessitado. Vivendo um falso cristianismo e quem sabe caminhando a passos largos para um inferno que nem foi feito para nós. Queremos ser Reis mas não almejamos o Reino. Somos todos hipócritas. Que Deus tenha misericórdia de nós.