Depois que Jesus terminou sua missão, nada fácil, aqui na terra e partiu de volta pro seu reino, incumbiu seus seguidores, apóstolos e discípulos, de dar continuidade ao que havia começado. Sabendo que a barra ia ser pesada, o Espírito Santo, partiu pra essas bandas e está ai até hoje dando orientações, fortalecendo aqui e ali, distribuindo dons, revestindo a galera e por ai vai. O movimento que inicialmente rolava nas casas da moçada foi crescendo e logo veio a necessidade de se organizar, institucionalmente, pra coisa não virar bagunça. O pessoal dividiu tarefas, definiu cargos, etc.
Na carta aos efésios, Paulo ensina que o próprio Jesus escolheu diferentes pessoas para diferentes comissões: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores - Efésios 4:11". Na tradução da NVI o termo empregado é; "pastores e mestres". Eu entendo, por este texto, que o pastor tem duas funções: Cuidar do rebanho e alimentar o rebanho. Em outras palavras, o pastor deve proteger o rebanho das investidas dos inimigos que querem roubar e devorar as ovelhas além de alimentar, isto é, ensinar as boas novas aos membros do corpo. É ai que começa o problema.
Até pouco tempo (uns vinte anos atrás) a maioria das pessoas praticamente não tinha acesso as informações, e o pastor era a autoridade máxima em relação as doutrinas bíblicas. Mas os tempos mudaram e hoje a informação circula de forma livre pela grande rede. É evidente que existe muito lixo mas também existe muito conteúdo de qualidade. No cristianismo não é diferente, a cada dia surgem blogs, vlogs, podcasts de conteúdo teológico bem fundamentado biblicamente e as pessoas começam a perceber que nem todos os líderes estão verdadeiramente preparados para ensinar. Este fenômeno acaba sendo responsável por alguns acontecimentos a saber:
- A primeira reação do descobridor é tentar impor as novidades goela baixo da congregação, passando por cima da autoridade pastoral.
- Se o pastor for um homem de Deus, vai conversar com o indivíduo, ouvir seus argumentos, contra-argumentar e mostrar que é possível conviver em paz mesmo com linhas teológicas diferentes.
- Se o pastor for um homem de Deus carregado de humildade, vai procurar estudar mais o assunto e quem sabe até mude de opinião.
- Mas se o pastor for autoritário, não aceitara os argumentos e irá proibir o assunto.
- Se o pastor for autoritário e truculento vai expulsar o irmão estudioso.
Não estou generalizando mas uma grande parte sequer ouve qualquer argumento contrário e simplesmente irá banir o membro "rebelde". Mas porque isso acontece: O grande problema é que muitos líderes de igrejas não estão teologicamente preparados para enfrentar com sabedoria e humildade estas situações. Estão acostumados a ficar sentados em seus gabinetes dando ordens e utilizam o púlpito para dominar. Isto tem esvaziado muitas igrejas. Mas será que isso é um problema?
Inicialmente sim. É um grande problema mas eu vejo com bons olhos esta reviravolta eclesiástica, pois acredito que numa segunda etapa irá despertar a necessidade de pastores mais preparados, com capacidade de discernimento mais apurada. Entendo que estas coisas são permissão de Deus para curar uma igreja que está doente. Para limpar as feridas causadas pelas heresias e voltar a prática das escrituras. Vamos utilizar toda esta tecnologia e liberdade para construir uma igreja mais forte, mais sadia e mais cristã. Mas temos que agir rápido para não acontecer com a grande rede o que aconteceu com o rádio e a televisão que está dominada por mercadores da fé, famintos por dinheiro e poder, que torcem as verdades bíblicas para satisfazer seus egos enormes e que estão dispostos a crucificar Jesus novamente para manter o seu jogo sórdido.
Eu creio que uma revolução está acontecendo, e creio que é para o bem!