quinta-feira, 24 de março de 2016

A Catarse Vermelha

Imagine, por um momento, que uma guerra civil teve início, aqui em nossa pátria, mãe gentil! Brasileiros contra brasileiros. Irmãos de nacionalidade separados por um abismo ideológico

De um lado a galera que quer trabalhar, estudar, construir, sair com os amigos, pegar uma praia, ir ao cinema, passear no shopping, ir a igreja, investir em seus projetos pessoais, que não está a fim de confusão mas sente no bolso o peso de uma economia mal administrada que está sugando seu poder de compra e que pensa, seriamente em não fazer nada nesta páscoa porque o chocolate está mais caro que o ouro. A típica galera da paz que quer curtir a vida e colher os frutos do seu esforço e investimento, que paga impostos, taxas, alíquotas, encargos. Um grupo que engorda todas as estatísticas. É o que mais investe,  mesmo que compulsoriamente, é o que mais perde tanto na pesada carga tributária quanto pela violência generalizada que faz crescer a cada dia o número dos chamados fora da lei. Uma galera da paz, que foi a primeira a apoiar o desarmamento e se desarmou por crer que a paz é possível. Que mesmo na dificuldade ajuda Ongs, entidades, faz trabalho voluntário, investe na carreira, curte o mundo virtual e que, num país com oito mil quilômetros de faixa litorânea, prefere ir a praia do que ir a guerra. Gente como eu e você. Mas, e o outro lado?

Do outro lado temos uma multidão significante de homens e mulheres desprovidos de recursos e mantidos num limiar entre continuar sofrendo ou ter uma vida um pouco melhor. Gente como eu e você, que gosta de se divertir com os amigos, tomar uns goles, jogar bola, passear na cidade com as crianças e tomar um sorvete na praça, conhecer o mar e no fim de semana bailar num clube dançante até o sol raiar. Gente que frequenta a missa, o culto, a procissão, que perece na fila do SUS, que já passou muita fome e não quer passar mais. Que deseja ver seus filhos vencendo na vida e construindo um futuro melhor que o seu. Brasileiros que querem viver como vivem os outros brasileiros.

Mas se eles querem viver como os outros, porque iriam querer uma guerra? E aí que a porca torce o rabo! Não são eles que querem. Eles foram convencidos de que o primeiro grupo é o grupo dos maus que os deixou nesta situação, foram doutrinados a crer que o governo que esta aí é uma espécie de messias que irá tirá-los da pobreza e da fome mas que os maus não querem deixar e agora estão tentando derrubar o governo e lhes deixar novamente na miséria. Embriagados pela possibilidade de viver bem e o medo de preder as migalhas que caem da mesa de seus donos, estão sendo induzidos a defender com unhas, dentes e foices os seus senhores como o cão que defende seu proprietário. Na verdade se dependesse deles, não haveria conflito, mas foram condicionados por elementos infiltrados em posições estratégicas que tem controle sobre pequenos grupos que arrastam os outros.

É uma estratégia maligna e cruel mas que produz os resultados esperados. Tudo o que este governo quer agora, é um enfrentamento sangrento e um mártir da causa para servir de estopim para uma tomada de poder mais radical ainda. Não estão brincando e não tem nenhuma pretensão de deixar o poder. Para enfrentá-los temos que ser mais inteligentes e antecipar suas ações, sem enfrentamento direto mas expondo suas reais intenções e minando sua credibilidade através das contradições que eles mesmos produzem. Não temos armas mas temos cérebros. Não temos foices e nem martelos mas temos nossa honra, nossos teclados, nossas câmeras. Não pense que não sabemos utilizar nosso arsenal, pois enquanto eles tramam e organizam invasões nós estamos observando e absorvendo. Lógico que isso é apenas uma hipótese mas é bom ficar alerta!

terça-feira, 22 de março de 2016

Cansei de Ser um Número


Paulo acordou iluminado naquela segunda-feira. Já nos primeiros raios de sol que invadiram o pequeno quarto de hotel onde morava, levantou e começou a procurar papeis e documentos. Separou tudo em cima da cama, ainda por arrumar. Cada contrato, contas a pagar, identidade, CPF, título de eleitor, carteira de trabalho, documento do carro, cartão de banco, crachá da empresa, tudo continha um número de identificação. Esta avalanche aritmética rapidamente passou da constatação ao espanto e deste para um, até então, inexplicável desespero. Paulo entendeu que, para o sistema que faz a gestão da sociedade, não existem pessoas, indivíduos ou particularidades. Tudo e todos são resumidos a coleções de algarismos, um após o outro em sequências intermináveis.

Perturbado com sua descoberta acidental, Paulo resolveu falar com Elga, amiga de longa data, que sempre esteve ao seu lado nesses momentos críticos. Efetuou a ligação e do outro lado, uma voz mecânica informou que o número chamado estava indisponível naquele momento. Nunca havia se dado conta de que todos seus contatos eram números em uma agenda. Instantaneamente tudo a sua volta começou a mostrar seus números. Medidas, preços, idades, peso, volume, datas e tantos outros, impossíveis de contabilizar.

Chegou a conclusão que se permanecesse em seu quarto, em poucos minutos enlouqueceria. Resolveu sair. Desceu os 22 degraus da escada que dava acesso ao saguão do hotel. Deixou a chave do seu quarto, número 111 e saiu. Andou até o número 248 onde uma lanchonete 24 horas orgulhava-se de estar completando 50 anos. Pediu 1 pastel de carne e 1 suco de laranja. O atendente lhe perguntou se queria o de 300ml ou 500ml. Pediu o de quinhentos. Enquanto comia assistiu ao noticiário do canal 28 que dava a noticia de 5 mortos em acidente na BR 273. Olhou o relógio que marcava 7 horas e 15 minutos. Pagou a despesa de 10 reais e 40 centavos e saiu em direção do ponto de ônibus que distava 200 metros dali.

No ponto uma placa indicava os números das 21 linhas que passavam naquele itinerário, Quando viu o ônibus 455, fez sinal, entrou e pagou os 3 reais e 30 centavos da passagem. Foi até o fundo do veículo e ocupou 1 dos 5 lugares vazios do total de 21 lugares.

Foi ainda dentro do ônibus que Paulo teve os primeiros sintomas da desconexão. Sua visão começo a embaralhar e as imagens a sua volta que até então sempre haviam refletido aquilo que ele considerava como a realidade, começaram a se transformar em sequencias numéricas. Não era permanente, as imagens iam e vinham como uma tela com mau contato. Paulo começou a sentir medo. Esfregava os olhos como que tentando limpar a visão mas o efeito não passava. Os outros passageiros começaram a perceber sua inquietação. Alguns ficavam observando enquanto outros, meio assustados, iam para a parte da frente do veículo.

Atordoado com aquilo resolveu descer no próximo ponto. Ao descer, sem muita certeza de onde realmente estava, uma mão suave segurou seu braço puxando-o para um edifício de escritórios logo a frente. Enquanto o conduzia, a jovem que parecia ter saído de um anime, lhe perguntou:
- Você está vendo os números?
- Estou. O que está acontecendo?
- Não há tempo agora, logo você vai entender. Rápido, eles estão perto.
- Eles quem? 
- Não dá pra explicar agora, venha logo!
Subiram dois lances de escada e passaram por dois bêbados que gritaram com a euforia do álcool:
- Vai corintiano....
Chegaram numa porta com o número 122 onde um telefone tocava insistentemente.
- Atenda o telefone - Disse a jovem.
- O que!
- Atenda logo esse telefone.
Paulo retirou o aparelho do gancho e mal teve tempo de dizer alô.

Com um rápido clarão ele desapareceu da pequena sala. A garota anime colocou o fone no gancho e apos 2 segundos. ele tocou novamente e ela atendeu e sumiu da mesmo forma que Paulo. Praticamente no mesmo instante, dois homens vestindo ternos impecavelmente bem feitos entraram na sala. Um deles correu até o aparelho mas ouviu apenas o sinal de ocupado indicando que a conexão fora interrompida. Ele desferiu um golpe sobre a mesa e proferiu alguns insultos. Enquanto isso o outro homem de pé em frente a porta conversava por rádio dizia aos seus superiores:
- Não! Não chegamos a tempo e o programa foi desconectado. Perdemos este!

sábado, 19 de março de 2016

Somos Todos Haters

Você já parou para pensar que, uma boa parte do que possuímos não serve para nada. Por exemplo: aqui em casa somos três pessoas e tem doze copos no armário. Inevitavelmente, os copos vão sendo utilizados até não ter mais nenhum no armário e nessa mesma pegada vão os pratos, canecas, talheres, panelas, etc.

Esta prática endêmica de acumular coisas se espalha em todos os aspectos da nossa vida. Roupas, calçados, celulares, bugigangas de todas as espécies e formatos, que nunca, ou quase nunca, são utilizados e tomam o lugar daquilo que realmente poderia ser relevante. Isto sem falar daquelas tralhas que ficam juntando pó nos sótãos, porões, quartinhos da bagunça e caixas de papelão.

Já comentei em outra postagem mas vou falar de novo. O ser humano tem apenas cinco necessidades básicas para viver, e todas começam com a letra A: Água, Ar, Alimento, Agasalho e Abrigo. O problema é que poluímos o ar, engarrafamos a água, modicamos o alimento, colocamos etiquetas no agasalho e entregamos nossos abrigos nas mãos das empreiteiras. Somados as essas necessidades, suficientes para viver e seguir em frente, temos mais duas que nos completam como seres humanos. É o Amor e Afeto. Mas mesmo essas conseguimos desvirtuar de sua vocação inicial. Erotizamos o amor reduzindo-o a categoria de mero e momentâneo prazer e virtualizamos os afetos em coleções de "amigos" nas redes sociais. Nisso também nos tornamos acumuladores.

Quantos amigos você tem no seu Facebook? Agora vamos rever este número. Destes tantos, quantos são realmente seus amigos? Não estou aqui pregando que devemos descartar pessoas, mas pense quantas destas pessoas são apenas um número em sua coleção de fotos de perfis. E quantas dessas fotos retratam a realidade, sem retoques, sem máscaras, sem Photoshop?

Precisamos, urgentemente, reavaliar nossos conceitos para não morrermos asfixiados por esta montanha de inutilidades e futilidades que nos fazem lutar desesperadamente pela última novidade, pelo like, pelo compartilhamento. Alcançamos uma sociedade onde tudo está interligado mas quase nada está relacionado. Estamos apagando, mais e mais, a cada dia, a única chama que precisa estar acesa em nossas vidas: o amor. Estamos todos nos tornando Haters.

sexta-feira, 18 de março de 2016

E Ainda Tem Quem Goste!

Em meio a incontáveis manifestações contra o atual governo brasileiro, em virtude do quadro que se descortina diante de nossos olhos, revelando tantas irregularidades que fica difícil nominar e contabilizar, encontramos também, manifestações a favor do governo, da presidente Dilma, do ex-presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores, o PT. Aparentemente, não há nada de errado em se defender ideias e ideais e tomar partido de um determinado grupo por não concordar com as afirmações e métodos dos demais. A pluralidade pensamentos é algo salutar para o desenvolvimento de uma sociedade e, com certeza, um dos alicerces para construção de uma democracia solida e bem estruturada.

Mas o que me chamou a atenção foi um simples detalhe: um desses atos aconteceu na PUC-SP, onde juristas, artistas e intelectuais de esquerda fizeram um manifesto de repúdio a Operação Lava-Jato, por conta do vazamento das gravações de conversas do ex-presidente Lula, além das tradicionais críticas a elite branca. Mas vamos aos fatos: Juristas e Artistas também são uma elite. A PUC não é para classes desfavorecidas. Independente do vazamento os fatos indicam uma manobra para escapar da justiça. É impressionante como estes "intelectuais" ignoram os fatos e distorcem as informações para minar o pensamento das pessoas. Ou fazem isso por serem muito ingênuos ou porque são coniventes com a corrupção instalada no governo.

Não interessa se é o Lula, o Aécio ou seja lá quem for. Sendo culpado deve ser punido. Quer um exemplo: Eu torço pelo Fluminense (e me orgulho disso) mas se alguém roubar minha casa, ele não será menos ladrão se também for torcedor do meu Tricolor. Esta militância do PT age de maneira cega e indiferente as opiniões contrárias. Criam uma guerra de classes para promover a desordem e o caos dividindo a nação em grupos. Tratam os demais cidadão como se fossem de segunda classe, sem nenhum respeito e geralmente com um linguajar de baixo nível que só pode ser pela influência do seu líder maior. Se dizem de vanguarda mas querem voltar no tempo para implantar na Nação Brasileira um sistema falido e que não trás resultados duradouros. Tentam encobrir fatos para proteger seus comparsas mesmo que estes sejam culpados.

Não da mais. As pessoas de bem desse país tem que dar um basta nesta situação. Sei que a corrupção não foi inventada pelo PT mas através deste partido mafioso e quadrilheiro ela chegou num patamar além da lógica (se é que existe uma) e compreensão humana. Temo que uma revolução possa acontecer em nosso Brasil, mas entendo que se este for o único modo de fazer uma faxina moral em nossa pátria então que seja.

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quinta-feira, 17 de março de 2016

Liturgia Circense - Complemento #1

Recentemente, publiquei no meu canal no Youtube, um vídeo sobre o que vem acontecendo em nossas igrejas evangélicas, onde destaquei as aberrações e palhaçadas protagonizadas por "líderes" sem preparo e sem conhecimento bíblico, que servem apenas para entreter e emocionar os pagantes. Não estou falando apenas das grandes abominações (denominações), mas das pequenas e penso que estas são as piores.

Hoje, qualquer um que não concorde com seus líderes abre uma birosca gospel em uma esquina qualquer. Pessoas sem o menor preparo teológico e intelectual que já aprenderam de forma equivocada e vão acrescentando equívocos em cima de heresias e criando doutrinas absurdas e sem respaldo bíblico. Por conta disso, vemos e até rimos com as cenas grotescas encenadas nos espetáculos que ousam chamar de culto. Mas a minha preocupação é outra. Bem outra!

Quando eu me deparo com esta decadência religiosa que presenciamos na "igreja" brasileira, a primeira questão que me vem a mente é: e nós que julgamos conhecer o Evangelho de Jesus, o que estamos fazendo para reverter, ou pelo menos minimizar, os efeitos deste estado de coisas? Pior ainda! O que eu estou fazendo? Sinto que é urgente unir forças com crentes fiéis a Palavra, para difundi-la sem distorções ideológicas que visam apenas justificar heresias. Não podemos e não devemos ficar alheios a este evangelho ostentação tomado por lobos famintos. Precisamos agir. Seja escrevendo, ou indo as ruas. Buscando os prisioneiros. Não é uma empreitada fácil mas é necessária.

Um dos grandes entraves é que hoje temos uma dupla tarefa na evangelização. Pois se no passado nossos objetivos eram libertar os cativos das correntes do engano, hoje temos ainda que livrar os sedentos das fontes contaminadas. Não há mais tempo para brincadeiras. O quadro que se desenha, em todos os âmbitos da vida humana, aponta para um futuro difícil. Se estas pessoas continuarem se alimentando desta imitação barata de pão, que não sustenta o espírito, a maioria não irá suportar e declinará da fé. E aí? Vamos nessa?!

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Se você não assistiu o vídeo que deu origem a este artigo. Aproveite para fazer isto agora e deixe a sua opinião sobre o assunto. Segue  vídeo:




quarta-feira, 16 de março de 2016

Será que Temos uma Revolução a Caminho?

Vamos deixar de lado as teorias e vamos aos fatos. É óbvio que este convite para o (ex)presidente Lula se tornar Ministro é uma manobra com dois objetivos primários a saber: Evitar uma possível prisão por conta das investigações que seguem e dar autonomia para que o Lula tenha poderes de negociar impedimentos para o prosseguimento das investigações e utilizar a máquina estatal no sentido de prover algum tipo de esmola para conter os ânimos das populações mais necessitadas e trazer apoio político para o PT. Isto é o óbvio! Mas o que realmente está nos bastidores deste grande circo.

Muita gente se pergunta como o Planalto pode ter tomado esta atitude descabida mesmo sabendo que a opinião pública não iria engolir a trama? Só existem duas explicações plausíveis, no meu entendimento. Ou o PT e sua turma estão desesperados, atirando para todos os lados tentando acertar no escuro ou os movimentos estão sendo milimetricamente pensados. Eu tendo a crer mais na segunda opção. Mas porque?

O PT do Lula planejou chegar ao poder por muito tempo, começou humilde, perdeu eleições, conquistou intelectuais e marqueteiros e foi construindo uma escada par o planalto, não para governar 20 anos mas para se perpetuar no Poder e Lula vir a ser o novo Castro da América Latina. O Partido dos que comandam os Trabalhadores sabe que está causando revolta e que o país caminha para um desfecho drástico, pois, ou haverá um êxodo em massa para fora do país ou chegaremos a uma guerra civil. O PT sabe que numa possível revolução armada é bem provável que as forças militares se posicionem contra o governo. Não é de espantar que ao longo destes anos, Exército, Marinha e Aeronáutica vem sendo sucateados, a população foi desarmada e o PT possui um exército campesino reforçado por guerrilheiros, militares cubanos, haitianos e pelo narcotráfico sempre numa boa sem medo da polícia. Mas essa não é a arma fatal.

O partido da estrela vermelha seguiu a cartiha e criou uma guerra de classes para fragmentar a população. Seus devotos estão sempre dando ênfase em questões raciais, sociais, econômicas, religiosas e etc. Com isso promovem uma desestruturação que enfraquece a população para quando mostrarem as garras só restem o medo e a tomada definitiva de poder aconteça de forma rápida e definitiva. Eles não apenas disseminam a ideia de um golpe como estão fabricando o golpe e o contra-golpe. Eu espero estar completamente errado nesta análise pois se isso acontecer não vejo luz no fim do túnel!

segunda-feira, 7 de março de 2016

Modos & Estilos #08 - Triumvirat - Illusions on a Double Dimple


A trilha sonora da minha adolescência é um caleidoscópio de ritmos e estilos. Alguns foram se destacando nas minhas preferências e o Rock Progressivo foi um deles. Entre os muitos artistas que eu ouvi incansavelmente quero destacar a banda alemã Triumvirat

Formada em 1969, o nome é uma alusão ao fato da banda ser um trio. A formação original contava com Jūrgen Fritz nos teclados e voz, Hans Bathelt na bateria e percussão e Werner Frangenberg no baixo. No início da carreira a banda era conhecida como o Emerson, Lake & Palmer da Alemanha, em virtude do virtuosismo de Fritz nos teclados. Em seu repertório inicial executavam música do ELP, mas com o passar do tempo o trio foi adquirindo maturidade e criou uma identidade própria no universo do Prog.

Seu primeiro álbum foi Mediterranean Tales, lançado em 1972 e seu último trabalho foi  Russian Roulette lançado em 1980 num total de sete álbuns, dos quais Spartacus, de 1975, é considerado uma obra prima do gênero. A despeito disso o álbum que eu mais gosto é Illusions on a Double Dimple e é sobre ele que nós iremos conversar a partir de agora.

Illusions é o segundo trabalho do Triumvirat e foi lançado em 1973 pela Harvest. A formação contava com Hans Pape no baixo e voz, no lugar de Frangenberg, no entanto, durante as gravações Pape foi substituido pelo talentoso Helmut Köllen nas quatro cordas e nos vocais. Este trabalho ainda conta com as participações de Peter Cedera falando um texto, Hanna Dölitzsch, Vanetta Fields, Brigitte Thomas, Ulla Wierner nos backing vocals além da Cologne Opera House Orchestra, The Kurt Edelhagen Brass Section e do saxofonista Karl Dewo que faz o solo em Mister Ten Percent.

Illusions é um disco conceitual com apenas duas músicas: Illusions on a Double Dimple com seus 23min 24seg ditribuidos em seis partes e Mister Ten Percent com 21min 37seg igualmente composta de seis partes. No relançamento em Compact Disc foram incluídas quatro músicas bônus (singles).

Illusions conta a história de alguém que está desiludido com a vida de sofrimento que vem levando e que procura refúgio em um bar acompanhado de doses duplas de dimple. O protagonista fala de uma infância difícil sem a presença de um pai, da escola e da luta pela sobrevivência. Sobre uma perda de esperança onde o único objetivo é dormir e, quem sabe, não acordar. Musicalmente é uma peça maravilhosa que mescla os elementos clássicos do prog sinfônico com passagens pelo folk e pelo pop sem perder a sofisticação. 

Mister Ten Percente á uma obra que trata da ilusão da fama e do sucesso e da exploração causada por essa necessidade que leva a ser humano a fazer qualquer coisa pelo dinheiro e por um lugar ao sol e as consequências que esta busca lhe trás proporcionando-lhe um triste fim, reservado aqueles que já não rendem tanto assim. Mais uma vez o clima de balada entrecortado pela ambientação tensa e misteriosa da composição formam uma peça fantástica e digna de um lado B (só os mais velhos entenderão).

Concluindo. Illusions on a Double Dimple é um trabalho musical que não pode ficar fora de uma coleção de prog rock. Junto com o conceituado Spartacus formam uma obra prima maios, que não pode ser superada pelos trabalhos posteriores.