segunda-feira, 29 de junho de 2015

Sim, a música perdeu um ícone

Conheci a banda britânica Yes em 1975 na casa de um amigo, o Mauro, que tinha o The Yes Album (foto) e confesso que foi amor a primeira vista. Depois vieram os demais discos, tanto os anteriores quanto os posteriores. Lembro-me que havia uma disputa para ver quem comprava certo álbum primeiro. Minha grande vitória foi o álbum duplo Yesshows de 1980, edição importada com encartes e tudo mais. Depois acabei trocando este último pelo álbum triplo do Emerson, Lake and PalmerWelcome Back My Friends to the Show That Never Ends... Ladies and Gentlemen, pois era fan do ELP, mas isso é outra história.

O Yes é uma daquelas bandas que você não cansa de ouvir. A textura musical proporcionada por músicos excepcionais como: Jon Anderson com seu vocal inconfundível, Steve Howe com sua guitarra hipnótica, Rick Wakeman e seus teclados magistrais, Bill Bruford e Alan White com suas baquetas precisas e o fenomenal Chris Squire comandando as quatro cordas com uma genialidade ímpar colocando o contra-baixo em um patamar nunca visto antes.

Christopher Russell Edward Squire, nasceu em 4 de março de 1948 em Londres. Inciou sua vida musical, ainda criança, no coro da igreja. Esta iniciação musical lhe conferiu uma capacidade de arranjo que o acompanhou até o dia 27 de junho de 2015, data em que o músico talentoso veio a perder a guerra contra a leucemia.

Aos 16 anos de idade foi expulso da escola por conta de seus longos cabelos. Nunca mais voltou optando por dedicar-se ao instrumento que lhe deu fama e reconhecimento. Em 65 montou sua primeira banda, The Selfs e comprou seu inseparável Rickenbacker RM1999, numero de série DC127 que o acompanhou até o fim. Em 66 formou o The Syn, com o guitarrista Peter Banks. Tempos depois com Jon Anderson uniu-se a Tony Kaye e Bill Brufford formando o Yes.

Junto com o Yes, Chris construiu uma carreira solida. Músico de rara sensibilidade colocou o contrabaixo em uma posição de destaque transformando este instrumento de apoio em protagonista das viagens musicais da banda.

Squire também se aventurou em discos solos, não muitos: Fish Out Of Water (1975) o mais popular de seus trabalhos pessoais, aclamado pele crítica e pelos fãs. Com Billy Sherwood (ex Yes), lançou Chris Squire & Billy Sherwood: Conspiracy (2000) e The Unknown (2003 ) e em 2007 lançou Chris Squire’s Swiss Choir.

O talento e o baixo marcante de Chris podem ser comprovados em músicas como: The Fish (Schindleria Praematurus) do álbum Fragile de 1971,  Can You Imagine do álbum Magnification de 2001, Tempus Fugit do álbum Drama de 1980, The Gates Of Delirium do fantástico Relayer de 1974, Close to the Edge do álbum homônimo de 1972 além de muitas outras faixas onde podemos ouvir e apreciar todo o talento deste músico único que serviu de inspiração para baixistas renomados como Les Claypool (Primus) e Geddy Lee (Rush)

Desde maio deste ano (2015) Chris estava afastado dos palcos para tratar um tipo raro de leucemia, a eritroide aguda. No último sábado, 27 de junho, o músico, aos 67 anos, não resistiu e veio a falecer deixando a esposa Scotland, as filhas Camille, Xilan e Chandrika e o filho Cameron. Para os fans fica o legado construído ao longo de meio século de virtuosismo ao lado de grandes nomes da música. Sua obra, seus solos, suas composições estão ai para que as novas gerações possam aprender com este cara que fez do contra-baixo um instrumento de destaque.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Todo Fim é Um Bom Começo

Descobri o Abner Melanias há menos de um ano, pelo site Achando Graça, quando voltei a escutar podcasts avidamente.

Cristão, produtor de conteúdo, diz que é músico; Abner é uma espécie de filósofo cristão dos nossos dias. Dotado de uma inteligência privilegiada, esbanja conhecimento nas mais diversas áreas da cultura pop, território onde tem um excelente domínio e por onde navega com grande facilidade.

Suas opiniões, por vezes ácidas, nem sempre agradam a todos mas não há como negar que são apaixonadas e bem fundamentadas. Abner é uma daquelas figuras que nos incomoda, pois nos leva a utilizar nossos cérebros tanto para absorver quanto para rebater seus fortes e bem delineados argumentos.

Agora o Abner anuncia que está deixando o Graça Cast. É uma pena, pois sua mente brilhante era um dos holofotes deste podcast. Mas ele sabe o que faz e deixou uma equipe de alto gabarito para dar continuidade ao projeto. Em sua despedida fica claro que a decisão foi motivada por planos de novos desafios pois sua caneta está em ação para produzir material literário. Meu desejo pessoal é que este irmão, que aprendi a admirar, mesmo a distância, conquiste seus mais sublimes sonhos e cumpra através de sua vida o projeto que Deus escreveu para ele. Boa sorte em sua nova caminhada... estaremos atentos!

Deixo para o Abner um texto do poeta e compositor paranaense Antonio Thadeu Wojciechowski.

vento que é vento
não inventa
simplesmente venta
viver bem todo mundo quer
todo mundo tenta
feliz daquele que puder
olhar para trás
e rever as maravilhas
dos seus melhores momentos
em câmera lenta 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Tolerar é Preciso!

Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; Mateus 5:39
Nesta semana que passou tivemos as atenções da mídia voltada para o episódio envolvendo o jornalista Ricardo Boechat que faz parte do cast da BAND e o Pr. Silas Malafaia. Foram trocadas farpas e insultos que culminaram com declarações de baixo nível por parte do jornalista. Mas vamos aos fatos: as controvérsias começaram apos um pronunciamento do jornalista sobre o caso de uma menina de 11 anos, adepta do candomblé, que foi atingida por uma pedrada. De acordo com o jornalista, a menina foi agredida por evangélicos e ainda afirmou que os pastores, neo-pentecostais, incitam este tipo de comportamento em seus fiéis.

A acusação...

Até o momento em que escrevo este artigo nada foi apurado, sem imagens (tão comuns atualmente) apenas o depoimento de algumas testemunhas de que dois homens com bíblias nas mãos foram os autores da agressão. Recentemente tivemos o caso de uma menina evangélica agredida na escola e ninguém falou de intolerância religiosa, em Curitiba, católicos foram agredidos por ativistas LGBT, todos os dias centenas de pessoas são vítimas da violência, sejam eles umbandistas, cristãos (católicos e protestantes), espíritas, budistas, ateus e por aí vai. Dai partir para uma acusação leviana de que pastores das igrejas neopentecostais incitam a violência já é demais. O jornalista errou feio ao fazer este tipo de afirmação.

A resposta...

Indignado com a afirmação do jornalista, o Pr. Silas Malafaia, que não é neo-pentecostal, publicou no seu Twitter a seguinte afirmação: "Avisa ao jornalista Boechat , que está falando asneira, dizendo que pastores incitam os fiéis a praticarem a intolerância.Verdadeiro idiota." Silas erra feio aqui. Poderia ter se pronunciado até mesmo citando o jornalista mas de uma forma mais educada.

Baixando o nível...

Imediatamente o jornalista respondeu ao vivo fazendo sérias acusações ao pastor e usando de termos de baixo calão que não convém a alguém que se diz profissional. O jornalista deixa bem evidente o seu ódio pelo pastor Silas e desrespeita a audiência. Errou e muito.

Todos estão errados...

Ninguém está certo nesta história, a imprensa em acusar os evangélicos sem provas concretas, o jornalista em generalizar a conduta de pastores e não respeitar os seu público, o pastor Silas em ficar procurando confusão, os caras que atiraram a pedra, enfim! A pergunta que fica é: a quem interessa esta polêmica toda? Quem está tirando proveito disso? Quem irá se beneficiar de uma guerra ideológica em nosso país? Resposta? Quem está no poder. Fica claro que ha uma manipulação para manter os brasileiros desunidos, raivosos e com isso enfraquecidos para enfrentar a exploração dos detentores do poder.

Nosso dever...

Como cristãos, nosso dever não é incitar o conflito mas promover a paz e o diálogo, dando o bom testemunho da transformação em nossas vidas e mostrando a todos que é possível sim construirmos um mundo melhor para todos. Nossa conduta serve para promover o bem, nossa fé é para salvação e isso vem de Deus e não de nós.

Meu apelo...

Não assisto a BAND, nem a Globo, nem a Record, não escuto o Boechat, pois é uma pessoa que não tem nada para me acrescentar, já ouvi muito o Pr. Silas e gostava de suas pregações mas atualmente não posso compactuar com ele, mas como irmão em Cristo posso pedir a ele que volte a pregar o Evangelho do Reino como ele fazia antigamente. Sei que ele não vai ler este artigo, então eu oro.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Coletânea - United We Skate Benefit Compilation

A Thumper Punk Records em parceria com a Sky Burn Black Records lançaram, no dia 17 de junho de 2015, a coletânea United We Skate Benefit Compilation. Trata-se de um trabalho, cuja renda será em benefício de dois ministérios que envolvem a prática do skate e o cristianismo. Um é o Roots of Hope Ministry em Jaco, na Costa Rica (dirigido por Aaron “Liberty” Wells da banda True Liberty) o outro é o Christian Skaters International em Paarl, África do Sul (dirigido por Dave Emmerson da banda The Old-Timers).

Ao todo são cinco volumes com 113 bandas de mais de 12 países com canções em inglês, portugues, alemão e espanhol que enviaram suas músicas para ajudar esta causa nobre. Os estilos também são os mais variados. A coleção foi dividida em cinco volumes da seguinte forma:
  • Volume 1 (Punk) com as bandas Christ’s Sake, Metanoia, Banda Grano, Peter118, Darak HC, CPR, Dsarme?, Over Mortal, Novaprole, Heart Like War, A Broken Line, No More Zombies, The Bruised, Mr. Mustache, The Bricks, Plank Eyed Saints, Santa Cruz (SxCx), Street Corner Gospel, Archote, Jesus-Worshiper, A Common Goal e False Idle.
  • Volume 2 (Punk) com as bandas The Old-timers, Living Fire, Blast From Oblivion, Grave Robber, True Liberty, Reforma Protestante, INFIRMITIES, No Punk Influences, Praiser, Transboard, Broken, Platoon 1107, The Hoax, Ambassadors of Shalom, Foolish Things, No Lost Cause, The Bedlam Saints, The WAY, The Lonely Revolts, Saint Hooligan, Holy Factor, The Inhumans, Madero, Refuge, Grace & Thieves e  Their Throats are Open Tombs!
  • Volume 3 (Hardcore) com as bandas Dangerous Minds, LIV., Rapture, Siervos, Stick Tight, Take Heart, Kings & Daughters, Nossa Fúria, No Complaints, Revivalist, Made Worthy, Judgement Day, Every Knee Shall Bow, Final Surrender, Poured Out, Bloodline Severed, O Wretched Man, Messflesh, Scream at the Sky, Partaker, Far From Sanity, Flawed By Design e Anschluss Amor.
  • Volume 4 (Metal) com as bandas Aceldama, Adorned in Ash, Azorrague, Black Leather, Broken Jail, Ceremonial Sacred, Demoniciduth, Dies Mortem, Hate Evil, Hawthorn, Intercession, Light to Dead, Mediadhor, Primitive Church, The Right Wing Conspiracy, Saul of Tarsus, Screaming Your Name, Soul Embraced, Soul Factor, Straight from the Grave, The Synics Awakening e Tenere.
  • Volume 5 (Metal) com as bandas Abated Mass of Flesh, Above the Storm, Armath Sargon, Ascendant, Be Not Betrayed, Blood Thirsty, Broken Flesh, Christageddon, Consuming Fire, Cryptic Rising, Elgibbor, Flukt, Hilastherion, Immortal Souls, Numbered with the Transgressors, Pantokrator, Parallax Withering, Skald in Veum, They Wither e Throne of Awful Splendor.

Bandas Brasileiras

É imensa a quantidade de bandas brasileiras na compilação mostrando a força da cena underground cristã nacional. Entre elas: Metanoia, Banda Grano, Darak HC, Dsarme?, Novaprole, No More Zombies, Mr. Mustache, Santa Cruz (SxCx), Archote, Living Fire, Reforma Protestante, Transboard, Holy Factor, Nossa Fúria, Azorrague e outras.

Especiais para mim

Duas bandas são especiais para mim. A primeira é a No More Zombies Rock do meu amigo Eduardo Teixeira, punk das antigas, companheiro de podcast, autor do documentário Cristo Suburbano, que fala sobre a cena punk cristã nacional, e responsavel pelo selo Cristo Suburbano Records que distribui material underground cristão autorizado. O Eduardo ainda mantém um vlog chamado Idéia Suburbana onde apresenta um pouco de teologia e o blog Cristo Suburbano onde você encontra entrevistas com bandas entre outras coisas legais.
A outra é a banda paranaense, da cidade de Ponta Grossa, Holy Factor que está no volume 2 da coletãnea. A música, Assassinos, foi gravada num momento bastante turbulento da banda em que o baterista anterior, Raphael, havia anunciado sua saída e a banda não tinha um novo batera definido, mas deu tudo certo, graças a Deus e para fechar com chave de ouro, saiu no mesmo volume do Grave Robber, da qual são fans. A Holy Factor é mantida pelo baixista, vocalista, blogueiro e podcaster, Luis Vulcanis, que além deste blog, mantém o Eu Escuto Podcast. Também atua como host no Podcast do Esconderijo Underground.

Para adquirir as mídias digitais entre na página da Thumper Punk Records, onde é possível comprar todos os volumes, com desconto, ou cada volume separadamente. Para as mídias físicas entre em: http://thumperpunkrecords.storenvy.com/. Vale a pena! Abaixo os players para escutar cada volume da coletânea. Na página da coletânea também é possível ouvir as músicas.

Nosso desejo é que Deus abençoe este trabalho e que as vendas sejam muitas pois é para uma causa justa em que acreditamos e estamos muito felizes em ter participado deste momento histórico.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Os Pilares da Fé Cristã

Tenho observado, nos últimos anos, um acirrado embate teológico entre os defensores dos mais variados pontos de vista a respeito da fé cristã. Arminianos, Calvinistas, Pré Milenistas, Amilenistas e Pós Milenistas, enfim, cada um defendendo sua posição particular e produzindo mais calor do que luz. Ortodoxos, pentecostais, reformados, liberais, conservadores, entre outros, numa disputa sem fim para provar ao outro a certeza pessoal de possuir a verdade absoluta, como se fosse tão simples assim para um mero mortal ser o detentor da ciência de todas as coisas.

Estas situações acabam gerando muitas dúvidas de todos os lados, que mais prejudicam e nos afastam de Deus do que nos aproximam do mesmo. Não sou teólogo, mas entendo que devemos nos ater aos pilares da fé. Mas que pilares são estes? São aquelas certezas incontestáveis comuns a todas as vertentes e que podem ser chamadas de universais. Por exemplo: Deus criou todas as coisas! Não importa sua vertente cristã. Todos que professam o cristianismo creem nesta verdade, logo ela é um pilar da fé.

Obvio que não vou conseguir elencar todos os pilares, mas quero citar alguns que me dão a certeza de estar no caminho certo independente da linha teológica que sigo ou simpatizo.

  • Deus criou todas as as coisas.
  • Deus criou o homem
  • O Homem pecou perdendo a comunhão com Deus
  • Jesus morreu na cruz para nos resgatar
  • Jesus ressuscitou e subiu aos céus
  • Jesus voltará para regatar a Sua igreja
  • Haverá um grande julgamento
  • Depois disso haverão novos céus e nova terra.
Evidentemente esta é uma lista bem resumida mas serve para dar uma ideia do que estamos tentando lhe dizer. Não importa se o fruto do pecado foi a desobediência ou o fato de o homem não crer em Deus, se era uma maçã ou outra coisa o fato é que o homem pecou contra Deus. Não interessa se Jesus irá voltar antes da grande tribulação, durante ou depois desta. O importante é que ele vai voltar. Se todos atentarmos para os pilares respeitando as diferenças de cada um poderemos viver em comunhão e parar com estas disputas teológicas inúteis que nos fazem perder tempo precioso, pois enquanto discutimos teorias as almas perecem lá fora. Pense nisso.

Grande abraço.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A música cristã tem que ser evangelística?

Fico ouvindo e lendo sobre música cristã e me deparo com tudo quanto é tipo de opinião a respeito, desde as mais coerentes até as mais absurdas. Todos dão seus pitacos e, como cantaria o Kid Abelha: Por que não eu?

Na minha concepção não existe santo e profano, ou seja, música é música. O que de fato existe é música feita por cristãos e por não-cristãos. Quando olhamos o assunto a partir deste prisma evitamos cometer o erro de querer classificar a música de forma errada, esquecendo-se da mensagem e atendo-se unicamente ao estilo e a forma como se isso fosse suficiente para determinar se uma coisa é santa ou não.

Tecnicamente, música é uma combinação de sons e silêncios dispostos harmoniosamente para criar uma linha melódica que é executada dentro de um espaço-tempo respeitando um andamento ou ritmo, gerando uma experiência subjetiva no receptor. Resumindo: Sons organizados criando emoções.

Acredito que isto deixa claro que a música, em si mesma, não pode ser boa ou má, sagrada ou profana, para o bem ou para o mal. O objetivo de uma peça musical é determinado por quem criou a peça e por quem a executa. É nesse ponto que eu quero chegar. Como funciona a música feita por cristãos? Qual o objetivo do músico cristão ao compor uma canção?

A música feita e executada por cristãos, no meu entendimento, pode ser tanto para louvor e exaltação do Deus que nós cremos ou para entretenimento. Não vejo nenhum problema de um cristão criar composições que falam de assuntos que não estão diretamente ligados ao louvor e adoração. É o que convencionamos chamar de música não-confessional, ou seja, que não fala explicitamente de Deus, da Igreja e do Cristianismo mas que passeia sobre os mais variados assuntos a partir de uma cosmovisão cristã, pois não há como fugir disso. Veja o caso da cantora e compositora Lorena Chaves, por exemplo. Suas canções não trazem o nome de Deus estampado em cada verso mas os valores, ideias e ideais das suas letras estão impregnados de cristianismo. Não estou falando de criatividade musical. No caso da Lorena Chaves, suas canções são uma mistura bem feita de Folk Rock e MPB o que não é uma novidade.

O que eu considero um problema é quando alguém quer empurrar estas músicas no culto a Deus. O culto é um momento de louvor e adoração a Deus e pede canções que nos remetam a isso. Creio que existe muita confusão em relação a isso. De um lado os demonizadores que classificam de maligno tudo o que não fala de Deus e de outro um liberalismo exagerado que quer colocar qualquer coisa dentro da igreja. Mas tenha cuidado; nem tudo o que fala de Deus, mesmo que seja sincero e verdadeiro, serve para o momento do culto, pois a igreja não pode e não deve ser um gueto de apenas uma tribo mas uma comunhão de diferentes com um mesmo propósito.

O que precisamos na verdade é encontrar um ponto de equilíbrio para saber decidir oque é mais adequado para cada momento. Quanto a música não ser de cunho evangelístico eu parto do seguinte pressuposto: Na literatura cristã temos livros voltados para a edificação do crente enquanto um prestador de culto mas também temos livros sobre relacionamento conjugal, criação de filhos, sexualidade, empreendedorismo e por ai vai. Isto me faz enxergar que na música cristã também podemos abordar outros assuntos de forma a termos uma mensagem integral que possa abranger todas as áreas da existência humana inclusive o entretenimento puro e simples.

E você? Qual a sua opinião? O que você pensa a respeito deste assunto? Comente ai, dê a sua opinião, para que possamos, juntos, crescer em graça e conhecimento. Grande abraço.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Batalha dos Estultos

Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Efésios 6:12

Observando o texto do irmão Paulo, escrito para os crentes que estavam em Éfeso e comparando com o que acontece hoje com as instituições religiosas, que se auto denominam cristãs, no que diz respeito a sua convivência com os contrários: fica um tanto evidente uma total incapacidade de compreender o texto paulino citado. Baseado nisto vamos tentar desenhar o que este enunciado afirma e que deve ser uma regra para nossa conduta, enquanto representantes do Reino que afirmamos ser tão maravilhoso sem no entanto convencer ninguém disso.


Vamos fazer uma rápida análise do texto apresentado:

Pois a nossa luta - Este é o primeiro ponto que devemos compreender. Temos uma luta a ser travada, ou seja, estamos permanentemente em estado de guerra. E quem está nessa condição não pode dormir, não pode perder o foco, deve estar sempre alerta, vigiando e orando para não ser engodado e capturado pelo inimigo que não está brincando.

Não é contra pessoas - Aqui Paulo não deixa nenhuma margem de dúvidas. Temos uma luta mas ela não é contra pessoas. É inútil ficar perdendo tempo em longas discussões que não levarão a nenhum lugar pois estão focadas no alvo errado. Isto não quer dizer que não podemos expressar aquilo que cremos. Pois Jesus nos comissionou para pregar a boa nova.

Mas contra os poderes e autoridades - Em outras traduções lemos principados e potestades. Principados (arche) dá a ideia de autoridade de onde emanam as idéias e Potestades (eksousia) refere-se aqueles que garantem a execução da ideia. É contra esta origem das ideias contrárias a vontade de Deus e contra estes gerenciadores da execução destes intentos que devemos concentrar o foco da nossa luta. Uma vez que, nosso objetivo bélico não esta direcionado para pessoas, entende-se que a nossa luta se dá no campo das idéias o que, para nós, representa uma dimensão espiritual e não material.

Contra os dominadores deste mundo das trevas - Esta frase não deixa nenhuma dúvida de que Paulo está se referindo ao mundo espiritual imerso em trevas espirituais, ou seja, o mundo dos demônios. Não acredita em demônios? Pois eles acreditam!

Contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. - Será que é preciso explicar mais alguma coisa?

O texto de Efésios deixa bem claro que é inútil o nosso envolvimento em disputas de gênero, de cor, de religião. Nós não temos que convencer e nem converter as pessoas. Nós não estamos em guerra com os seres-humanos. O que precisamos é compreender que nossa função em relação as pessoas é anunciar o Evangelho. Este anuncio, não se faz no templo mas sim nas ruas e na maioria das vezes sem precisar falar, mas com atitudes. Mas que atitudes?

Muitos pensam que: ser honesto, trabalhador, obedecer as leis, respeitar os outros é que fará a diferença. Estas práticas, entre outras, são obrigações e devem estar impregnadas no caráter de todos independente de serem cristãos ou não. O que realmente nos torna diferentes é o amor que demonstramos pelo próximo. Ser cristão não é apenas ser uma pessoa boa mas acima de tudo ser alguém disposto a perder em benefício do outro. É ser servo, e ser servo é servir ao propósito de Deus. É isso!