E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2
Uma das coisas que mais me entristece no mercado de trabalho é perceber como as pessoas são facilmente atraídas pelo sistema a ponto de perderem seus referenciais entregando-se a um conjunto de valores que busca apenas a satisfação pessoal e financeira sem se importar com o bem estar dos seus companheiros de existência.
Dia após dia eu me deparo com o enterro sumário de conceitos morais e éticos que até pouco tempo forjavam o caráter da sociedade contemporânea. Esta desvalorização da vida vai ganhando forma com o tempo e solapando o que resta de humanidade nos homens.
Este caos social reflete-se em todos os segmentos da sociedade e em suas manifestações culturais numa espécie de evacuação mental manifesta em todas as camadas produtivas. São muitos os sinais: Produção artística de qualidade duvidosa, bens duráveis que não duram, valores invertidos, desconstrução da família tradicional, desespiritualização, relativismo em alta, individualismo, cosmovisão difusa e confusa e tantas outras mazelas que por si só dariam uma lista quase interminável.
E agora, quem poderá nos socorrer?!
Que instituição deve ou deveria ter a preocupação em: resgatar valores, instruir pessoas, orientá-las, ajudá-las, atende-las e tantas outras práticas positivas no sentido de transformar este mundo em um lugar melhor para todos. Resposta? A Igreja! Mas a pergunta que fica é: A Igreja está cumprindo seu papel social como deveria?
Sou cristão, mas o que tenho visto nesta instituição que convencionou-se chamar de igreja é muito diferente daquilo que deveria ser a igreja. A Igreja enquanto Corpo de Cristo deve reproduzir os passos de Jesus nesta terra. E que passos são esses?
Entre as muitas características que vemos na pessoa de Jesus Cristo existem algumas que devem ser explicitas naqueles que o tem como adjetivo de suas vidas. Qualquer pessoa ou instituição que confesse uma cosmovisão cristã precisa externalizar estas práticas. Então vamos a elas:
- Amor - Não se trata de um amor baseado em sentimento mas em atitude, é um amor comportamental.
- Generosidade - Que age com um caráter nobre e grandioso doando-se sempre que necessário.
- Compaixão - Profundo sentimento da dor alheia.
- Autenticidade - Não tem o que esconder, é o que diz ser.
- Coerência - Age de acordo com o que fala, vive o que prega.
- Humildade - Respeito ao próximo como superior a si mesmo e sempre pronto a servir no lugar de ser servido.
- Sensibilidade - capacidade de ser movido, compelido a agir ao menor sinal de necessidade alheia.
- Inteligência - Conhecimento profundo de tudo para saber como agir e proceder nas mais variadas situações.
Se nós, que nos autodenominamos Igreja, conseguirmos praticar os pontos acima destacados, então poderemos ter a pretensão de construir um mundo melhor não apenas para nós mas para toda a humanidade. Mas para que isso aconteça precisamos passar por um doloroso processo de desconstrução para então reconstruir-nos como nascidos de novo para cumprir com eficácia a nossa missão. Se não for assim é só barulho sem conteúdo. Mas eu creio que é possível e faço o meu possível para que assim seja e sei que não estou só!