sábado, 5 de novembro de 2016

O Projeto Divino e Sua Lógica

Eu tenho uma pessoa muito próxima de mim que se tornou ateu de uns tempos para cá. Confesso que não estou muito preocupado pois seus argumentos são muito frágeis e inconsistentes e seguem uma linha similar aos que eu utilizava em minha fase ateísta. Aquelas perguntas tradicionais do tipo: Se Deus é bom, porque as pessoas sofrem? Se Ele é poderoso, porque não salva todo mundo. Porque Ele permite o mal? Além das afirmações costumeiras, como: É injusto pessoas irem para o inferno. Isso não é cientificamente comprovado. Etc, etc, etc.... Mas não é sobre isso que eu quero falar. Esta introdução é apenas para explicar que eu fiquei meditando neste cabedal de motivos e motivações usados para justificar a descrença do indivíduo citado e cheguei a uma conclusão. Trata-se de uma visão pessoal, que eu quero compartilhar com o intuito de enriquecê-la e aprimorá-la através das opiniões de mentes mais bem preparadas do que a minha.

Em primeiro lugar devemos entender que Deus é Rei! Esta afirmativa nos descortina uma série de constatações, um tanto óbvias, mas que muitas vezes não levamos em consideração. Bom! Se Deus é Rei então Ele reina e se Ele reina é porque existe um Reino onde Ele reina. E preciso entender que existe uma diferença entre o que é reino e o que não é reino. Deus é sobreano e a sua presença, ciência e poder não encontra limites ou barreiras temporais, materiais ou espirituais. Mesmo seus inimigos mais confessos como, Satanás e seus seguidores, ainda que se oponham a vontade de Deus, estão sujeitos à sua soberania. Já o Reino nos leva a pensar em um lugar ou condição onde esta soberania é exercida mediante o prazer em fazer a Sua vontade, onde os súditos o são por opção e alegria.

Quando Jesus afirma em João 18.36 que Seu reino não é deste mundo, Ele não está dizendo que não possui poder. O que ele nos faz entender é que neste mundo, que jaz no maligno, a vontade do Pai não é executada de modo a manifestar o reino. Mas o que é preciso para fazer parte deste reino? No Evangelho escrito por Mateus, este conta-nos que Jesus ao fazer seu famoso sermão da montanha (ou do monte) aponta duas característica que levam as pessoas a obterem este reino. Em Mt 5.3 Jesus fala dos pobres de espírito e no versículo 10 ele também se refere aos perseguidos por causa da justiça e mais: ele afirma que o Reino dos Céus é destas pessoas.

Isto me levou a pensar que Deus está fazendo uma seleção de pessoas capacitadas, por Ele, para possuírem o reino e os requisitos são: pobreza de espírito e justiça. Existem muitos estudos a respeito do significado de pobreza de espírito mas em resumo significa uma pessoa que tem a consciência da sua impotência e da sua total dependência de Deus. Um bom exemplo é do Rei Davi. Tudo o que Davi realizava de grandioso atribuía a Deus e tudo o que fazia de errado atribuía a si mesmo. Trata-se daquele que se propõe a não viver mais o seu próprio eu e submete-se a plena vontade de Deus. Paulo nos ensina este principio em Gálatas 2.20 quando escreve: "vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim". Esta atitude de submissão conduz a prática da justiça que invariavelmente produzirá a perseguição. É este o tipo de pessoa que já faz parte do Reino e pode manifestá-lo aqui neste mundo.

Confesso que isto me preocupa. Pois as conveniências do dia-a-dia nos transformam em não praticantes da justiça divina e a meritocracia imposta em nossas mentes nos tornam presunçosos ricos de soberba nos afastando mais e mais do Reino de Deus! Precisamos rever nossos conceitos!



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