sábado, 19 de março de 2016

Somos Todos Haters

Você já parou para pensar que, uma boa parte do que possuímos não serve para nada. Por exemplo: aqui em casa somos três pessoas e tem doze copos no armário. Inevitavelmente, os copos vão sendo utilizados até não ter mais nenhum no armário e nessa mesma pegada vão os pratos, canecas, talheres, panelas, etc.

Esta prática endêmica de acumular coisas se espalha em todos os aspectos da nossa vida. Roupas, calçados, celulares, bugigangas de todas as espécies e formatos, que nunca, ou quase nunca, são utilizados e tomam o lugar daquilo que realmente poderia ser relevante. Isto sem falar daquelas tralhas que ficam juntando pó nos sótãos, porões, quartinhos da bagunça e caixas de papelão.

Já comentei em outra postagem mas vou falar de novo. O ser humano tem apenas cinco necessidades básicas para viver, e todas começam com a letra A: Água, Ar, Alimento, Agasalho e Abrigo. O problema é que poluímos o ar, engarrafamos a água, modicamos o alimento, colocamos etiquetas no agasalho e entregamos nossos abrigos nas mãos das empreiteiras. Somados as essas necessidades, suficientes para viver e seguir em frente, temos mais duas que nos completam como seres humanos. É o Amor e Afeto. Mas mesmo essas conseguimos desvirtuar de sua vocação inicial. Erotizamos o amor reduzindo-o a categoria de mero e momentâneo prazer e virtualizamos os afetos em coleções de "amigos" nas redes sociais. Nisso também nos tornamos acumuladores.

Quantos amigos você tem no seu Facebook? Agora vamos rever este número. Destes tantos, quantos são realmente seus amigos? Não estou aqui pregando que devemos descartar pessoas, mas pense quantas destas pessoas são apenas um número em sua coleção de fotos de perfis. E quantas dessas fotos retratam a realidade, sem retoques, sem máscaras, sem Photoshop?

Precisamos, urgentemente, reavaliar nossos conceitos para não morrermos asfixiados por esta montanha de inutilidades e futilidades que nos fazem lutar desesperadamente pela última novidade, pelo like, pelo compartilhamento. Alcançamos uma sociedade onde tudo está interligado mas quase nada está relacionado. Estamos apagando, mais e mais, a cada dia, a única chama que precisa estar acesa em nossas vidas: o amor. Estamos todos nos tornando Haters.

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